Nos últimos tempos as pessoas foram bombardeadas com notícias nos principais veículos de comunicação sobre relacionamentos abusivos. Com a chegada das redes sociais, onde as pessoas passaram a ter mais voz para denunciar e buscar apoio, casos sobre violência contra mulher e relacionamentos abusivos viraram protagonistas.
Atualmente as mulheres têm sido vítimas em diversos
relacionamentos Para se ter uma ideia, de acordo com a Organização Mundial da
Saúde, uma em cada três mulheres no mundo já sofreu violência física ou sexual.
O estudo também revela que mulheres vítimas de violência pelo parceiro têm duas
vezes mais chance de ter depressão e quase o dobro de chance de desenvolver
alcoolismo.Mas quais são os principais sinais para identificar um
relacionamento abusivo?
Existem sinais bem claros geralmente presentes nesse tipo de
relacionamento. Entre eles estão: ciúme exagerado, possessividade, necessidade
de controle, comportamento agressivo, invasão de privacidade, chantagem,
manipulação, controle financeiro, violência sexual, verbal, emocional e física,
ameaças, entre outros.
No começo do relacionamento abusivo pode ocorrer um estresse
muito grande, ansiedade e sentimento de culpa da vítima em relação ao agressor.
Mas, com o passar do tempo, pode desenvolver também ansiedade em outros
relacionamentos, retraimento social, baixa autoestima e consequentemente depressão.
Em alguns casos, a busca pelo alívio do sofrimento pode até causar transtornos
alimentares e dependência química.
Muitos acreditam que os abusadores têm perfis psicopatas ou
narcisistas. É verdade que alguns transtornos possam potencializar esse tipo de
comportamento, mas é importante ressaltar que existem alguns motivos que podem
desencadear essa situação, como o machismo e o racismo, onde a pessoa acredita
ser melhor do que a outra.
Dentre todos os tipos de abuso, o psicológico é
considerado o mais difícil de ser identificado, porque ele acontece de forma
muito sutil. Muitas vezes, acontece uma humilhação de forma camuflada, causando
um estado de confusão na vítima. Ela acredita não estar fazendo o suficiente
pelo relacionamento, sentindo-se muito culpada pelas manipulações do agressor e
acreditando que ele faz isso por amor, mas na verdade é um processo destrutivo.
Nem sempre esses sinais são fáceis de serem enxergados pela
vítima que, muitas vezes, se sente presa e com a autoestima abalada pelo
parceiro. A terapia de casal é uma ótima forma de identificar esse tipo de
caso. No decorrer dos atendimentos psicológicos, o psicólogo começa a perceber
os sinais de que está havendo abuso no relacionamento. O abusador vai se
revelando por meio de comportamentos que são considerados sugestivos de um
relacionamento abusivo.
Abaixo, listo algumas maneiras de não prolongar o
sofrimento. Confira:
1 - Buscar o autoconhecimento:
dessa forma é possível entender suas qualidades, capacidades e pontos que devem
ser melhorados, além de ajudar a ter uma visão clara de situações de
relacionamentos tóxicos e abusivos. Também se torna mais fácil ter controle
sobre as próprias emoções, tanto positivas como negativas.
2 - Ouvir a opinião dos familiares e amigos:
muitos abusadores pedem para a mulher se afastar dos amigos e familiares -
mesmo de forma indireta. Mas é fundamental se manter próximo dos entes
queridos, principalmente para enfrentar e superar um relacionamento abusivo.
3 - Procurar ajuda psicológica: muitas
vezes, o relacionamento já vem com um padrão estabelecido e o casal pode
não ter consciência de que está dentro de um relacionamento abusivo. É papel do
psicólogo mostrar ao casal e orientá-lo sobre a existência desse tipo de
relacionamento e isso vai ficando mais claro durante a evolução da
psicoterapia.
De qualquer modo, o psicólogo pode ajudar no processo de
superação do trauma e aumento da autoestima da vítima. Contar com a ajuda de um
especialista auxilia a lidar com relacionamentos em crise e questões que estão
interferindo negativamente.
Vanessa
Gebrim - especialista e pós-graduada pela PUC-SP com mais de 20 anos de
experiência clínica. Tem certificação internacional pelo EMDR Institute. É
terapeuta certificada em Brainspotting pelo Institute of New York. É ainda
especialista em Técnicas que otimizam o tratamento como Play of Life, Barras de
Access, orientadora vocacional e consteladora familiar.
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