2% da população mundial e cerca de 4 milhões de
brasileiros sofrem com a doença
Dismorfia causa a necessidade de se olhar ou não se olhar no espelho excessivamente (Imagem: Unsplash)
É muito comum encontrarmos pessoas que utilizam
filtros nas redes sociais porque não se sente bem com o próprio corpo ou com o
rosto e, apesar de parecer algo bobo, é importante saber que o comportamento
pode ser nocivo e que se torna mais grave quando a pessoa não se vê nos padrões
de beleza tão discutidos nos últimos anos. A busca pela perfeição pode se
transformar em um sério transtorno psicológico, criando incômodos
desproporcionais à realidade, ou seja, algo que não é, necessariamente, um
defeito, mas que, na visão dela, é inaceitável. Isso é uma doença e tem nome:
Dismorfia Corporal.
Uma pesquisa da FMUSP, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, mostra que, no Brasil, cerca de 4 milhões de pessoas, entre 15 e 30 anos, e 2% da população mundial já foram diagnosticadas com TDC, Transtorno Disfórmico Corporal.
A doença psicológica faz com que a pessoa passe a se olhar obsessivamente no espelho ou se afastar dele, desencadeando um possível quadro grave de ansiedade e/ou depressão. Afeta a saúde mental e faz com que a pessoa passe a ver sua imagem de forma distorcida, podendo entrar em níveis mais extremos, como não sair mais na rua, não querer ver outras pessoas e, por conseguinte, acabar até tirando a própria vida.
“Na nossa rede de embelezamento do olhar e da face, é comum encontrarmos clientes que chegam em nossas lojas com fotos de celebridades e querem as sobrancelhas idênticas, por exemplo. Nesse cenário, é fundamental entender que cada rosto tem seu desenho e sua própria beleza e, ao explicarmos isso, percebemos como algumas clientes ficam desapontadas, mas sempre ressaltamos que cada pessoa é única e bonita da sua maneira, o que é verdade”, ressalta Luzia Costa, CEO da Sóbrancelhas, a maior rede de franquias de estética da América Latina.
Segundo dados do DataSUS, plataforma do governo federal que concentra informações relativas à saúde no Brasil, as mortes por lesão autoprovocada entre 2011 e 2020 aumentaram 35%. Só em 2020 foram registradas 12.895 suicídios no país.
O pseudo padrão de beleza, como se sabe, possui
forte influência dos veículos de comunicação e da mídia em geral que, por sua
vez, estimulam uma ideia do que é bonito, o que é melhor, inferiorizando,
indiretamente, as pessoas que não se adequam a esse padrão. “Existem muitos
jovens preocupados com a aparência, com status e com a necessidade de mostrar
uma vida feliz e estável, sobretudo, nas redes sociais. A procura por um corpo
e rosto perfeitos acabam sendo metas de vida nos dias de hoje, partindo para
procedimentos estéticos que, muitas vezes, geram consequências irreversíveis”,
comenta Luzia.
Quais reflexões acerca da
doença podemos fazer neste Setembro Amarelo?
Setembro é o mês dedicado à valorização da vida e a prevenção do suicídio, e todo esse bombardeio pelo padrão da beleza gera a dificuldade de lidar com a vida real, gerando graves transtornos psicológicos, como da Dismorfia Corporal. “A beleza não deve ser comparada, em nenhuma hipótese, e o mercado precisa mudar a forma de expressar seus produtos/serviços para não criar esse sentimento de inferioridade”, finaliza a CEO.
Nada substitui a terapia, mas, como profissionais
da área da beleza, deve-se sempre estimular as pessoas a se aceitarem como elas
são e a darem importância à beleza natural. Na Sóbrancelhas, as colaboradoras buscam elevar a autoestima da cliente da forma como
elas são, e não transformá-las em reféns dos
padrões impostos pela sociedade.
Sóbrancelhas
https://sobrancelhas.com.br/pages/services.html
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