De acordo com o Dr. Ariel Lipman, médico e diretor da SIG Residência Terapêutica, o fato de não ter uma vida social contribui para o aparecimento de doenças mentais, principalmente quando o assunto é depressão e ansiedade, duas das principais doenças mentais
Ainda segundo dados da OMS, desde março de 2020,
quando a pandemia se instalou no mundo todo, os casos de depressão e ansiedade
aumentaram 25%, o que pode ser explicado pelo isolamento social, de acordo com
o psiquiatra Ariel Lipman, diretor da SIG Residência Terapêutica.
“Entre os diversos problemas psíquicos que a pandemia contribuiu a produzir, o
afastamento das pessoas foi um dos piores, sem dúvida.”, afirma ele.
É fato que as pessoas possuem necessidades de fazer
coisas que as façam sentir bem, como ir ao cinema, ao shopping, encontrar os
amigos no bar ou em uma festa. Esse contexto faz parte da socialização, uma
simples ação, porém extremamente importante e eficaz no combate de transtornos
mentais.
“Uma pessoa que não socializa tem maiores chances
de diminuir o seu bem-estar psíquico, e isso pode contribuir para o
adoecimento”, comenta o Dr. Ariel. “Depressão e ansiedade estariam entre os
transtornos de maior risco”, completa.
A depressão afeta cerca de 4% das pessoas de todas
as idades em todo o mundo e tem origem multifatorial, mas totalmente controlada
junto a um tratamento certeiro e eficaz. Já a ansiedade, um distúrbio na saúde
mental que consiste em extrema preocupação a ponto de interferir na vida
cotidiana do indivíduo que a obtém, pode até gerar ataques de pânico e TOC
(Transtorno Obsessivo Compulsivo).
Respeitando os limites
Manter a socialização é essencial, mas é importante
não forçar uma situação, já que a ideia de socializar-se deve acontecer de
forma confortável e de acordo com a capacidade e possibilidade de cada um “Um
paciente ainda fragilizado por alguma doença, por exemplo, provavelmente
suportará um tempo menor e ‘programas’ mais simples e com menos deslocamento”,
comenta o Dr. Ariel.
“As pessoas não são iguais e possuem interesses e
características distintas. É fundamental entender o porquê da pessoa não querer
socializar. Houve uma mudança? Antes a pessoa gostava e de repente parou de
gostar? Há outros sintomas associados? Ao responder essas perguntas,
conseguimos entender se há algum quadro psiquiátrico envolvido e dessa forma
abordar de maneira correta”, continua.
“Por outro lado, se a pessoa socializa pouco e se
sente bem assim, não é necessário que ela se force a fazer algo que não é do
seu agrado. Portanto, se há alguma dúvida, o melhor é sempre procurar ajuda”,
conclui ele.
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