Em um momento de incertezas relacionadas aos fertilizantes, produtores podem aumentar a eficiência da adubação de base, manejar pragas e doenças, ter ganho de produtividade, com sustentabilidade
O feijão é o alimento mais lembrado nas mesas dos
brasileiros, e é também um dos principais cultivos do Brasil. Com variedade de
espécies, o País é considerado o terceiro maior produtor da leguminosa. O
último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado
em abril, estima que o volume médio de produção do grão pode chegar a três
milhões de toneladas, somando as três safras de 2021/22. Esse total significa
um aumento de 5,2% com relação ao ciclo anterior.
A significativa importância do alimento, que é
consumido por mais de 500 milhões de pessoas em todo o mundo segundo a
Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO), também vale para o seu
cultivo. Por ser uma leguminosa, o feijão comum também tem o benefício
econômico e ambiental de se associar a bactérias fixadoras de nitrogênio,
reduzindo o uso de fertilizantes químicos e contribuindo para uma agricultura
sustentável. Nesse momento de aumento nos custos de fertilizantes e incertezas
sobre a disponibilidade suficiente de matérias-primas, essa característica se
torna ainda mais importante.
Nitrogênio e fósforo
A principal associação natural recomendada para a
cultura do feijoeiro é com as bactérias Pseudomonas fluorescens e Azospirillum
brasilense. Com elas, a Biotrop, fabricante brasileira de produtos
naturais e biológicos para a agricultura, desenvolveu o Biofree, um inoculante
promotor de crescimento. Sua formulação é capaz de aumentar a eficiência da
adubação de base em até 25%. “É um produto exclusivo, pois além de contribuir com
a fixação biológica de nitrogênio, que é uma demanda importante do feijão,
biodisponibiliza para a planta o fósforo e vários micronutrientes”, explica
Éderson Santos, biólogo e gerente de portfólio da Biotrop.
Com relação ao fósforo, o Biofree age como biodisponibilizador,
auxiliando a planta a ter maior acesso a esse elemento, a principal fonte de
energia para a realização de fotossíntese, divisão celular, transporte de
assimilados e carga genética. “Principalmente em função da Pseudomonas
fluorescens, que está na composição do produto, há a
potencialização do fósforo em até 25%. A planta por si só não teria esse
acesso, então, na prática, o produtor consegue manter esse elemento mais tempo
no processo de crescimento da planta”, completa Santos.
Já a bactéria Azospirillum brasilense tem como
principal função auxiliar a planta a se desenvolver melhor, especialmente a
partir de seu sistema radicular, que ao absorver melhor os nutrientes
disponíveis, torna-se mais robusto. “Também ajuda a mitigar problemas de
estresse da planta, como os relacionados aos fatores climáticos”, detalha o
profissional.
Construindo a produtividade
Geralmente produzido no sistema de rotação com
outras culturas, o feijão sofre ataque de vários patógenos durante seu ciclo.
Assim, é importante adequar o manejo também pensando nas doenças e pragas.
Também nesse sentido, os biológicos têm auxiliado os produtores de feijão a
levarem equilíbrio ao solo e saúde às plantas.
As empresas fabricantes de bioinsumos têm investido
em pesquisa, desenvolvimento e inovação para possibilitar portfólios cada vez
mais abrangentes e eficazes. Como biofungicida, por exemplo, a Biotrop tem em
seu portfólio o Natucontrol®, composto pela cepa exclusiva de Trichoderma
harzianum BK-Th001. Formulado com alta tecnologia e tempo de
prateleira estendido, promove o controle dos principais fitopatógenos de solo,
estimula o desenvolvimento das culturas e combina diversos mecanismos de ação.
Luis Felipe Rodrigues, coordenador de vendas da
Biotrop no Oeste da Bahia, menciona também, como referência de tecnologia
biológica, o bionematicida Furatrop, que combina a cepa de Bacillus subtilis
com a exclusiva tecnologia Hayai, e consegue dar uma rápida
resposta no manejo de nematoides. “Os três produtos – Biofree, Natucontrol e
Furatrop - formam um pacote bem completo de manejo que nós recomendamos e temos
resultados efetivos”, destaca.
Resultados
O coordenador de vendas relata que, com o manejo
correto, muitos resultados puderam ser comprovados em lavouras comerciais.
Alguns dos exemplos vêm dos municípios de Jaborandi e Cocos, no oeste baiano. A
região é forte produtora de feijão carioca (Phaseolus vulgaris), com cultivo de 10
mil hectares na safra 2020/21 e produtividade média de 60 a 65 sacas por
hectare.
Neste mesmo ciclo, o tratamento da Biotrop manteve
diferenças expressivas no visual e nas avaliações a campo. A produtividade
alcançada na área comercial avaliada foi de 71,1 sacas por hectare, enquanto o
padrão da fazenda era de 65,8 sc/ha, representando um ganho de 8% (5,3 sc/ha).
“Com o nosso manejo, houve aumento da atividade fotossintética durante todo o
ciclo da cultura. A rentabilidade chegou a R$ 1.452,00 por hectare”, explica o
coordenador.
Em outra área comercial, no ano de 2020, o manejo
de biológicos da Biotrop proporcionou ganho de 9% (5,9 sc/ha), com
produtividade final de 71,3 sc/ha, sendo o padrão da fazenda 65,4 sc/ha. “A
rentabilidade alcançada foi de R$ 1.602,00/ha e nosso manejo se caracterizou
principalmente pelo alongamento de ciclo e aumento de produtividade”, detalha
Rodrigues.
Biotrop
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