Surto nacional se
reflete também nas teleconsultas. É preciso que a população esteja atenta aos
sintomas para monitorar possível agravamento da doença
Os diagnósticos de dengue via telemedicina
aumentaram 284% de janeiro ao início de maio em 2022, se comparado ao mesmo
período do ano passado, segundo levantamento da Conexa, maior player de saúde
digital integral da América Latina. Em todo ano de 2021, foram computados
cerca de 1.600 casos, quando em apenas quatro meses de 2022 esse número já se
aproxima de 2.500. Essa alta alarmante reflete o surto da doença no país, da
ordem de 113%, em comparação com o ano passado, segundo o Ministério da Saúde.
De acordo com Gabriel Garcez,
diretor médico do Conexa, existem possíveis explicações para o surto deste ano:
chuvas torrenciais que geram água parada, ambiente propício para o
desenvolvimento do mosquito Aedes aegypti; os ciclos da doença, já que vêm em
ondas e a última foi em 2019; e a população ter deixado de lado as medidas
preventivas por estarem focadas na pandemia. “Não podemos esquecer que em 2021
o isolamento social contribuiu para o menor número de infecções, já que as
pessoas se deslocaram e transitaram por menos locais.” A boa notícia é que o
surto tende a diminuir com a chegada das estações mais frias do ano e a
perspectiva é que acabe até o início de junho.
Garcez pontua que, após o
diagnóstico, além dos sintomas comuns da doença, como febre, dor de cabeça,
muscular e nas articulações, cansaço e vermelhidão no corpo, é preciso estar
atentos aos sinais de evolução para um quadro mais grave. O diretor médico
reforça que cada pessoa pode ser infectada quatro vezes na vida, já que existem
quatro sorotipos do vírus e após a primeira infecção, as demais costumam ser
mais graves. É preciso estar alerta. “Os sintomas comuns são amplamente
divulgados, mas os do agravamento não são tão conhecidos. Identificar
rapidamente esses sinais pode impactar positivamente no desfecho do paciente. Caso
a febre não passe, tenha dor na barriga, sangramentos e vômitos, procure um
médico.”
Para Guilherme Weigert, CEO da
Conexa, o aumento da procura por telemedicina para casos de dengue reflete a
mudança de comportamento da sociedade em identificar a praticidade de uma
consulta online, evitando filas em pronto atendimentos. “O teleatendimento é
uma forma segura de consultar um especialista sem se preocupar com aglomeração
e distância geográfica. É uma ferramenta útil e eficiente para cuidar da saúde
da população.”
Cuidados e
prevenção
Evitar locais que acumulem
água parada em casa em pneus, garrafas e vasos de plantas é uma medida que deve
ser tomada o ano todo. Neste momento, usar repelente e instalar telas nas
portas também são recomendados.
Se já estiver com a infecção,
a principal medida é se hidratar bem e fazer repouso até os sintomas cessarem.
Caso ache necessário, medicamentos podem ser indicados pelo médico para aliviar
as dores e o desconforto.
Conexa
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