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quinta-feira, 4 de novembro de 2021

No Novembro Azul, SBGG reforça a necessidade do autocuidado entre os homens

Entidade destaca que a expectativa de vida dos homens é inferior à das mulheres e um dos motivos é justamente a ausência de consultas médicas preventivas


Ao descobrir a gestação, uma das principais curiosidades da mulher e de todos que a cercam é saber o sexo do bebê. No entanto, poucos se atentam que o gênero também será um fator indicativo para a expectativa de vida daquela criança em formação. Segundo a Tábua Completa de Mortalidade de 2019, divulgada em novembro de 2020 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida das mulheres é de 80,1 anos, ante 73,1 anos dos homens.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada três pessoas adultas que morrem no Brasil, duas são do sexo masculino. Um dos motivos que explicam esse cenário é o fato de os homens procurarem menos a consulta médica preventiva. Por isso, a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) aproveita o Novembro Azul, mês de conscientização do câncer de próstata, para ampliar o debate sobre a saúde masculina.

"A maioria dos homens busca os serviços de saúde somente quando os sintomas já estão graves e/ou limitantes ou quando a própria doença já está em seu estágio mais avançado. Segundo o Programa Nacional de Saúde (PNS), em 2019, 82,3% das mulheres procuraram, em algum momento do ano, um auxílio médico. Já o índice de homens foi de 69,4%", aponta Dr. Marco Túlio Cintra, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG).

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, sendo superado apenas pelo câncer de pele não-melanoma. Entretanto, não é apenas o câncer de próstata que exige atenção, como afirma Dr. Marco Túlio: "As taxas de doenças cardiovasculares, diabetes e hipertensão arterial são, em geral, mais elevadas em homens".

Ainda segundo o vice-presidente da SBGG, uma das principais causas dessa falta de cuidado masculino com a saúde é de ordem cultural. "Os idosos atuais foram educados, desde pequenos, com alguns estereótipos, como o que diz que o homem deve ser forte, que não pode parar suas atividades por qualquer problema de saúde, que não pode demonstrar fraqueza. Então, por vergonha, receio, orgulho ou desconhecimento, os homens não costumam frequentar os consultórios".

Por fim, Dr. Marco Túlio esclarece com qual periodicidade os homens idosos devem realizar as consultas médicas preventivas: "O ideal é que eles façam a avaliação periódica de saúde anualmente. Quanto ao câncer de próstata, especialmente quando há histórico familiar da doença e o paciente for da raça negra, deve-se considerar o exame anual a partir dos 45 anos. Nos demais casos, deve-se discutir caso a caso, sendo a evidência mais elevada a realização do exame anual entre os 55 e 69 anos. "Só com o diagnóstico precoce é que conseguiremos diminuir um pouco essa diferença de quase dez anos na expectativa de vida entre homens e mulheres e, principalmente, permitir que os homens envelheçam com independência, autonomia e qualidade de vida. É necessário que todos tenham claro que cuidar da saúde também é coisa de homem", finaliza o vice-presidente da SBGG.


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