Ginecologista do Grupo Alliar esclarece as principais dúvidas sobre o assunto e reforça a importância de vacinação
Em um momento em que o
debate sobre vacinação está em alta, devido à pandemia, especialistas reforçam
a importância de não se deixar de lado os demais imunizantes do calendário
nacional. A vacina contra o HPV é uma delas e, de acordo com estudo publicado
no New England Journal of Medicine, sua aplicação pode reduzir a
incidência do câncer de colo de útero em até 90%. Mesmo com tantos benefícios,
a adesão ao imunizante ainda é baixa, seja por desconhecimento da população ou
preconceito. A ginecologista do Grupo Alliar Raquel Coelho explica que o vírus
do HPV, que é sexualmente transmissível, também está relacionado a outros tipos
de câncer, como vagina, vulva, ânus e pênis. A seguir, a especialista esclarece
as principais dúvidas sobre a vacinação e a doença.
- A vacina do HPV é
apenas para meninas e mulheres?
Não, de acordo com a
médica, esse é um ponto importante, já que muitos homens não têm esse cuidado e
prevenção. "A vacina HPV Quadrivalente é indicada para meninas e mulheres
de 9 a 45 anos de idade e meninos e homens de 9 a 26 anos de idade. Fora dessa
faixa de idade, é possível se vacinar com prescrição médica", explica.
Nos postos de saúde, o
imunizante é fornecido até 14 anos, mas na rede particular está disponível para
os demais casos, com a aplicação de duas ou três doses, de acordo com a faixa
etária.
- Quem já teve HPV
precisa se vacinar?
Sim, pode e deve
tomar. A ginecologista ressalta que, muitas vezes, não se sabe qual o tipo do
vírus afetou o paciente, por isso é importante tomar a vacina para estar
protegido com anticorpos contra outros subtipos, que também podem causar
câncer.
"Nossa
recomendação é que todos tomem a vacina o quanto antes, para que possam gerar
uma melhor resposta imune para produção de anticorpos. Essa é a forma mais
eficaz para prevenir o câncer e as verrugas genitais, pois o uso do
preservativo por si só pode não ser capaz de proteger contra a doença".
- Muitos falam que
a vacina irá estimular um início precoce da vida sexual. É verdade?
Segundo Raquel, muitos
estudos apontam que o início da atividade sexual tem sido cada vez mais cedo
tanto para meninos quanto para meninas. Para a médica, a aplicação da vacina
não seria uma forma de incentivo e sim de proteção e segurança para esses
jovens.
Ela ressalta também
que o imunizante é seguro, com grande eficácia e poucos efeitos colaterais
observados (eventual dor e vermelhidão no local da aplicação, dor de cabeça,
febre).
"É importante
lembrar que, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), tirando o
câncer de pele não melanoma , o câncer de colo do útero é o terceiro tumor
maligno mais frequente na população feminina (atrás do câncer de mama e do
colorretal), e a quarta causa de morte de mulheres no Brasil relacionada à
doença. Além disso, correspondeu a 16.710 casos novos em 2020 , representando
7,5 % de todos os tumores malignos registrados no país", aponta.
- Como diagnosticar e
tratar o HPV?
A ginecologista afirma
que a doença pode ser subclínica, ou seja, sem lesões, verruga ou outros
aspectos perceptíveis a olho nu. Dessa forma, ela reforça a importância da
consulta de rotina ao médico para a realização de exames preventivos, entre
eles o Papanicolau.
Em
relação aos tratamentos, existem várias opções, mas os principais são os de
aplicação local, como uso de medicações tópicas, cauterização química ou a
laser ou até realização de cirurgia, dependendo do grau de comprometimento. A
médica lembra que as lesões podem voltar ou aparecer novas, causadas por
diferentes subtipos, por isso é essencial esse acompanhamento do ginecologista
e o rastreio.
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