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segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Estudo da NTT Data aponta que 80% dos colaboradores esperam que as empresas respeitem sua vida pessoal e seu tempo com a família, amigos e passatempos

Levantamento "Profissional do Futuro" coletou em percepções de mais de 3 mil profissionais de 10 países, entre eles o Brasil, para entender o que fará a diferença para o ambiente de trabalho daqui a cinco anos

 

A NTT Data, uma das maiores companhias de tecnologia do mundo, acaba de lançar o estudo "Profissional do Futuro". O trabalho buscou captar as expectativas dos colaboradores e líderes sobre o futuro do trabalho e traçou as competências, tanto de líderes como colaboradores, que eles devem ter em 2025 - capacidades vistas como diferenciais no futuro do trabalho.

O estudo, feito a partir de questionário com 3.249 profissionais e entrevistas com 34 líderes executivos de 10 países (entre eles o Brasil), mostrou que cerca de 80% dos colaboradores esperam que as empresas no futuro respeitem a vida pessoal e o tempo deles com a família, amigos e passatempos. E quase 97% dos entrevistados responderam que preferem trabalhar num formato diferente do tradicional, totalmente presencial. Menos de 1,5% dos entrevistados desejam o retorno do trabalho exclusivamente no escritório.

"O home office mostrou que é possível ser produtivo sem a necessidade de estar fisicamente presente no escritório, além de benefícios como o ganho de tempo com a família, fuga do trânsito, redução de custos, entre outros. Isso não significa que não exista quem sinta falta do convívio social, mas mostra que a flexibilidade virou um desejo profissional", diz Leylah Macluf, diretora de talento e transformação da NTT Data na América Latina.

Em relação às expectativas, quase metade dos colaboradores (47%) afirmaram ter um grau de preocupação médio sobre a dificuldade em manterem-se atualizados num mundo de constantes mudanças e sobre a possibilidade de não terem um emprego.

O trabalho identificou que as qualidades mais desejáveis dos colaboradores nos próximos cinco anos serão: capacidade de aprendizado, flexibilidade, boa comunicação e equilíbrio. Já para os líderes, os entrevistados esperam que eles sejam integradores, que conversem e escutem suas equipes, tenham a sensibilidade de entender as pessoas, trabalhem ao lado deles - e, além disso, sejam inspiradores.

"Os profissionais estão vivendo um momento desafiador sobretudo por conta da pandemia. Eles precisam ser os eternos aprendizes, ou seja desenvolver a capacidade de adaptação, flexibilidade e equilíbrio para lidar com as mudanças que estão ocorrendo. E os líderes devem ser sensíveis, que tenham a capacidade de perceber o que está acontecendo com sua equipe ou indivíduos e saibam lidar com essas situações.", diz Leylah.


Saúde mental e suporte para o desenvolvimento profissional

A saúde mental é apontada como um fator preocupante para a maior parte dos entrevistados. 44% possuem um alto grau de preocupação se a quantidade de trabalho irá afetar a saúde mental das pessoas. Outros 43% destacam uma preocupação média sobre o tema.

Os participantes da pesquisa apontam um desejo de contar com o suporte das empresas para seu desenvolvimento profissional. Pouco mais de 65% dos entrevistados esperam que a empresa do futuro daqui a cinco anos invista na sua educação e desenvolvimento.

Outro fator relevante destacado no estudo é uma política de benefícios por parte dos empregadores. Quase 45% esperam que a empresa do futuro daqui a cinco anos ofereça benefícios flexíveis como plano de saúde, alimentação, transporte, seguro de vida, creche, etc.


Características dos profissionais do futuro

52% dos entrevistados acreditam que será importante aprender constantemente. Metade aposta que a adaptabilidade também será fundamental. 44% acreditam que ter um perfil comunicativo e saber interagir, se expressar e relacionar será um diferencial. Outro dado importante aponta que 31% destacaram inteligência emocional como um fator relevante para o futuro, ou seja, entender que conflitos podem existir e saber lidar com eles em diferentes situações.

Sobre o perfil de um profissional de grande destaque daqui cinco anos, 81% dos entrevistados responderam que profissionais com criatividade e capacidade analítica terão um alto grau de importância para as empresas no futuro. 84% acreditam também que profissionais que tem visão de inovação, conseguem ir além do óbvio, têm mente aberta terão alto grau de sucesso.

Além disso, 71% afirmam que capacidade analítica e senso crítico serão características importantes e 60% destacam que entender a importância da diversidade como impulsionadora da inovação precisa fazer parte dos skills do profissional de sucesso.


Domínio da tecnologia: fundamental, mas não diferencial competitivo

Para especialistas e executivos, o domínio tecnológico será fundamental - mas apenas como requisito de entrada no mercado de trabalho, não como um diferencial.

"O conhecimento sobre o uso da tecnologia não se sustenta sozinho. Ele precisa do lado humano que a crie, desenvolva e gerencie. Estamos falando de uma perspectiva humana sobre a tecnologia. A capacidade de criar, analisar, criticar virá do lado humano e não da máquina", destaca Leylah.

Três em quatro profissionais que responderam à pesquisa acreditam que o domínio da tecnologia e da robotização terá um alto grau de importância para as empresas no futuro. 70% acreditam que profissionais que dominam plataformas digitais e têm facilidade com tecnologia terão alto grau de sucesso no futuro.


Sentimentos: otimismo ou pessimismo sobre o futuro do trabalho?

Sentimentos opostos são naturais no atual contexto de mundo. Todas as pessoas estão passando por uma montanha russa de experiências e emoções. O estudo coletou a percepção das pessoas a respeito de seus sentimentos sobre o futuro do trabalho e 47% dos profissionais demonstraram um sentimento de otimismo. 28% destacaram um sentimento de esperança e 27% afirmaram ter confiança sobre esta questão.

Outro dado interessante do estudo foi o de 47% dos profissionais sentirem-se curiosos em relação ao futuro do trabalho. Naturalmente, esta curiosidade pode acarretar alguns sentimentos negativos como incerteza, apontada por 29% dos profissionais, ansiedade, destacada por 15% e também de preocupação, mencionada por 15%.


Imprevisibilidade traz preocupações

Esta Imprevisibilidade traz preocupações de nível médio para a maioria dos participantes. O estudo aponta que 48% dos entrevistados possuem um grau de preocupação média sobre a juventude ser mais valorizada que a experiência daqui cinco anos.

No entanto, para os especialistas e executivos entrevistados, o que fará a diferença serão a atitude e a capacidade do profissional estar preparado para lidar com novas situações e desafios.

Outro conflito que aparece com nível de preocupação médio é a relação humana x máquina, pois 41% dos entrevistados temem que a tecnologia possa substituir as pessoas em algumas funções.

"Esses pontos reforçam a importância de o profissional estar aberto e apto a aprender e reaprender o que for necessário, não somente para se manter atualizado, mas para estar preparado para as mudanças que poderão afetar o mercado de trabalho", afirma Leylah.


Brasil: uma opinião humana sobre o profissional do futuro

O recorte da visão brasileira sobre o profissional do futuro daqui a cinco anos é muito similar ao recorte global. No entanto, questões culturais e sociais, associadas às experiências vividas na pandemia, trazem uma maior importância para alguns fatores levantados na pesquisa.

O primeiro deles está relacionado aos formatos de trabalho. Cerca de 35% dos brasileiros gostariam de trabalhar de maneira totalmente remota, diferente da visão global, onde trabalhar totalmente remoto teve 25% das escolhas. A importância do home office pode estar associada a dois motivos: a conclusão que é possível ser produtivo fora do escritório e a dificuldade de locomoção em grandes cidades. "A consciência do ganho de tempo por não precisar enfrentar o trânsito, percebida durante a pandemia, é um fator que pode ter influenciado a opinião dos profissionais brasileiros", afirma a diretora de talento e transformação da NTT Data na América Latina.

Outra questão está relacionada ao bem-estar emocional. Quase metade dos colaboradores têm uma preocupação alta de que a quantidade de trabalho afetará a saúde mental das pessoas no futuro, e, exatamente por isso, 56% acreditam que os líderes precisam ter capacidade para identificar quando as pessoas de sua equipe não estão bem mental/emocionalmente e saber lidar com isso.

Sobre as caraterísticas do profissional do futuro daqui a cinco anos, o que chama a atenção em relação à opinião dos brasileiros é que 92% deles acreditam que a flexibilidade, a capacidade de adaptação e o aprendizado serão características muito valorizadas pelas empresas. Além disso, 68% dizem que quem entender a importância da diversidade como impulsionadora da inovação terá um alto grau de sucesso no mercado de trabalho do futuro.

"Todas essas informações levantadas no estudo reforçam a visão de um futuro em que a sensibilidade humana será um diferencial, tanto para os profissionais, quanto para as empresas", diz Leylah.

 

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