Vício, seja ele químico
(provocado por droga, álcool, tabaco ou medicamento) ou comportamental (jogo,
compras, sexo ou internet) se caracteriza por uma compulsão, ou seja, um ato
sem controle por parte da pessoa, muitas vezes percebido como um ato
indesejado.
O vício (ou dependência)
apresenta três aspectos: o desejo intenso (“fissura” ou “craving”) pelo
elemento do vício; a abstinência, com sintomas como ansiedade; agitação;
irritabilidade devido à falta do elemento do vício; e tolerância, quando a
pessoa precisa de doses cada vez mais altas (ou atos cada vez mais intensos ou
frequentes) para obter a mesma sensação de prazer.
A pessoa pode se viciar em
algo quando, ao experimentar o elemento (droga ou jogo), o cérebro ativa um
circuito neuronal chamado “sistema de recompensa”. A repetição deste circuito
retroalimenta o desejo de estimulá-lo, gerando o vício. Aspectos psicossociais
e culturais podem influenciar no comportamento da pessoa viciada (dependente),
perpetuando o círculo vicioso da dependência, seja química ou comportamental.
Os princípios gerais do
tratamento de vícios são parecidos. A primeira conduta é obter a “abstinência”,
o que não é fácil, pois a síndrome de abstinência gera uma sensação de total
desconforto pela falta do elemento. A vontade incontrolável de tê-lo novamente
pode fazer com que ele o busque a qualquer custo, se não estiver 100% empenhado
no tratamento.
Nos primeiros dias da
privação, a pessoa pode se sentir ansiosa, inquieta, insone, depressiva e
irritável. Se os sintomas de abstinência (química) forem muito intensos, é
possível que o médico indique medicações para aliviar o mal-estar ou até mesmo
uma internação em uma clínica especializada (que dará segurança ao dependente e
apoio 24 horas por dia). O período mais difícil de abstinência dura cerca de
semanas, até que a pessoa esteja “desintoxicada”.
Abordagens psicoterápicas são
utilizadas para auxiliar o dependente a lidar com a ausência do elemento do
vício. A psicoterapia pode ajudá-lo também a entender a origem do vício, como
lidar com os fatores que podem ter gerado este problema e quais alternativas
adotar para se livrar do vício. É importante que os familiares se envolvam com
o tratamento, que participem das orientações e/ou que façam psicoterapia
familiar, que ajudará a própria família a entender melhor o problema e a lidar
com o dependente da forma mais acolhedora possível.
Alexandre Pedro - psicanalista
pela Sociedade Internacional de Psicanálise de São Paulo; Master Practitioner
de PNL filiado ao NLP Academy; Hipnoterapeuta filiado ao International Board of
Hipnosys e ao National Guild of Hipnotists
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