Você
se considera criativo? Muitas pessoas pensam que criatividade é um dom especial
que poucos tem. Outros acham que se tornam mais criativos quando trabalham
sobre pressão, remetendo àquele velho ditado de que a necessidade é a mãe da
criatividade. Há os que pensam que criatividade é um processo solitário. Que
competir é melhor do que colaborar, com aquele receio de ter a sua ideia
“roubada” por alguém.
Além
de todos esses equívocos, ainda existem algumas crenças pessoais e limitantes
que prejudicam os processos criativos. Um dos mais comuns é o medo da crítica.
Com receio de virar alvo de piadas dos colegas, muitos acabam guardando para si
ideias que poderiam ser muito valiosas. O medo de errar e o conservadorismo
extremo fazem com que não haja ambiente fértil para a proliferação da
criatividade.
Outro
erro comum é a rejeição prematura. É o famoso “Não!”, que surge muito antes da
lapidação das ideias. Por outro lado, a satisfação prematura também pode ser
uma armadilha. Se apaixonar por uma ideia logo de cara faz com que ela fique
limitada, sem espaço para novas ramificações.
Bem,
acho que você já percebeu que a criatividade, assim como a inteligência, não é
algo nato ou imutável. Diversos estudos na neurociência já comprovaram que é
possível se tornar mais criativo ou inteligente. Tudo depende do quanto nós nos
desafiamos.
Mas,
o que é preciso fazer para se tornar uma pessoa mais criativa? Vários
estudiosos do assunto começam a responder essa pergunta a partir dos chamados
bloqueios mentais. São as crenças que nos fazem acreditar que as coisas são
como são.
Talvez,
o maior bloqueio da criatividade seja a chamada “resposta certa”. Desde
pequenos, aprendemos que há apenas uma resposta certa e é ela quem separa as
pessoas entre vencedoras e fracassadas. No entanto, quando você acredita que há
apenas uma única resposta certa, você ignora todas as outras possibilidades.
Infelizmente,
as escolas e seus gabaritos acabam com a espontaneidade e a criatividade da
criança. Inclusive, se você quiser se aprofundar nesse assunto, sugiro assistir
ao TED de Ken Robinson, autor do livro Libertando o oder criativo.
Robinson é um profundo crítico do modelo escolar atual.
Outro
bloqueio criativo é buscar lógica em tudo. A vida é cheia de ambiguidades e
contradições. Portanto, é limitado o número de coisas que podem ser pensadas
apenas de forma lógica. Somos doutrinados a seguir as normas. Na pré-escola,
nos ensinam que não podemos pintar fora do contorno. Receosos por punições,
obedecemos sem nem ao menos questionar ou procurar saber o motivo.
Outro
bloqueio mental que prejudica a criatividade é a mania que temos de ser
práticos e objetivos para tudo. Temos pressa e queremos os melhores resultados
no menor período de tempo. Esse hábito certamente não favorece a criatividade.
Por
fim, talvez o bloqueio mais limitante: o medo de errar. Numa sociedade que só
valoriza os acertos e as vitórias, o erro é algo a ser duramente punido. No
entanto, Thomas Watson, fundador da IBM, dizia que “o segredo para o sucesso é
dobrar a sua taxa de erros”. Para inventar a lâmpada, Thomas Edison encontrou
outras 1.800 maneiras de como não criá-la. A inovação é feita de tentativa e
erro e, se o erro for punido e evitado a qualquer custo dentro das
organizações, certamente a criatividade também será limitada. Cuide para não
deixar isso acontecer!
Marília Cardoso - jornalista, com pós-graduação em
Comunicação Empresarial, MBA em Marketing e pós-MBA em inovação. É
empreendedora, além de coach, facilitadora em processos de Design Thinking,
consultora e professora de inovação. É fundadora da InformaMídia, agência de
comunicação, e sócia-fundadora da PALAS, consultoria de inovação e gestão.
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