Doença
responsável por mais de 300 mil mortes no Brasil sofre influência direta de
baixas temperaturas
Os três meses que seguem durante o inverno trazem com ele a queda da
temperatura e algumas interferências diretas n a saúde, especialmente sobre o
sistema cardiovascular, o que inclui o funcionamento do coração.
De acordo com a American Heart Association (AHA), entidade referência
mundial sobre saúde cardiovascular, os quadros de arritmias cardíacas e morte
súbita, infarto agudo do miocárdio e Acidente Vascular Cerebral, o famoso
derrame, crescem em até 25% durante esta época.
“Este crescimento se explica pelo aumento da pressão sanguínea e a
vasoconstrição, processo que diminui o diâmetro das artérias e ocorre como uma
resposta do organismo para compensar a perda de calor. Em alguns casos, esta
atividade dificulta a circulação normal do sangue em determinadas regiões, gerando
disfunções agudas do sistema cardiorrespiratório”, explica o arritmologista
presidente da SOBRAC, Dr. Jose Carlos Moura Jorge.
O especialista também explica que o frio ainda ativa os receptores nervosos da pele, desencadeando uma maior
liberação de adrenalina, hormônio que contrai os vasos sanguíneos. A redução
das vias de circulação sanguínea, mesmo pequena, pode provocar a rupturas de
placas de gordura que irrigam o coração, e essa ocorrência leva à possibilidade
de formação de coágulos - em razão de uma tentativa de equilíbrio natural feita
pela concentração de proteínas e plaquetas presentes no sangue.
Todo esse processo, por fim, pode entupir as artérias e
provocar um infarto. “Caso ocorra uma obstrução das artérias carótidas,
que levam o sangue ao cérebro, podemos ainda ter um AVC”, pontua o
especialista.
Outro fator preponderante neste contexto são regiões poluídas, em que o
pulmão é sobrecarregado e altera a quantidade de oxigênio presente no sangue, o
que consequentemente modifica a frequência cardíaca e propicia o aparecimento
das arritmias, alterações elétricas responsáveis por distúrbios no ritmo das
batidas do coração.
“Por este motivo, é preciso ter atenção e fazer algumas mudanças simples
na rotina, especialmente se o indivíduo em questão já tem doença cardiovascular
ou histórico na família. Neste momento, é preferível andar sempre agasalhado e
evitar esforços repentinos ou exercícios intensos ao ar livre, evitando além de
prejuízos ao coração, a hipotermia. E esta é uma recomendação que vale de
crianças e idosos a até mesmo atletas de alta performance”, relata Moura Jorge.
O médico lista abaixo mais cinco dicas para cuidar do coração durante o
inverno:
- Apesar da tentação, evitar alimentos muito calóricos e gordurosos, que atuam diretamente no espessamento do sangue e, assim, facilitam o entupimento das veias e dificultam a circulação do sangue;
- Praticar atividades físicas moderadas e sob a supervisão de um profissional, ajudando a fortalecer o sistema imunológico e combater doenças cardiovasculares;
- Controlar a pressão arterial frequentemente, a fim de detectar alterações e, ao menor risco, procurar um especialista;
- Realizar consultas e exames preventivos com um cardiologista, a fim de identificar eventuais problemas e iniciar um tratamento seguro e efetivo;
- Em casos de portadores de arritmias cardíacas, manter a doença sobre controle.
Fontes:
Nenhum comentário:
Postar um comentário