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sexta-feira, 26 de julho de 2019

O silêncio na relação afetiva


Muitos casais utilizam o silêncio para expressar insatisfação, raiva e inconformismo na relação afetiva. 

Mas o silêncio é uma boa estratégia para lidar com problemas na relação?

Em primeiro lugar, precisamos diferenciar o silêncio que surge da vontade de por fim a uma discussão que se levada adiante pode trazer danos e colocar em risco o respeito entre os cônjuges, do silêncio que surge na perspectiva negativa, como forma de abandono ou punição ao cônjuge.

Na primeira perspectiva, o silêncio surge como forma de dizer “esgotamos nossas possibilidades de diálogo e entendimento, precisamos respirar e nos distanciar do impasse para enxergá-lo de outras perspectivas e retomar a conversa em outro momento”.  

Na maioria das vezes, esta forma de usar o silêncio é anunciada, ou seja, acordada entre o casal e se constitui como uma medida protetiva para a relação afetiva.

Se pensarmos que uma relação se faz na palavra, na escuta e no diálogo em busca da compreensão para as diferenças, à medida que, estes elementos abrem portas para a proposição de acordos, renúncias e renegociações, o silêncio, no enfoque negativo, estaria então, na contrapartida.

O silencio abre portas para a angústia. No silêncio, eu autorizo o outro a ficar sozinho, a mercê de suas próprias fantasias e interpretações, o que favorece mais desentendimentos e a mágoa na relação.

O que podemos observar é que o uso do silêncio, no contexto da punição e do abandono, aponta para o empobrecimento de recursos emocionais para lidar com opiniões contrárias, rever pontos de vista e fazer concessões.

Desta forma, usar o silêncio na relação afetiva não é uma forma saudável de resolver problemas e embora, caracterize-se como uma atitude passiva constitui-se também, como uma atitude agressiva, pois é uma forma velada de agredir o cônjuge e de estar no controle de uma situação.

Os efeitos deste comportamento na relação são destrutivos, uma vez que, rompe a comunicação e favorece a mágoa, o desrespeito, a anulação do outro e o distanciamento afetivo.





Fabiane Matias
Psicóloga Clínica | Psicoterapeuta de Família
CRP 06/68421


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