O período de férias é um bom momento para
entrar em contato com a natureza. Mata Atlântica é destino para observar
pássaros diversos
Das
10 mil espécies de aves existentes no mundo, 1,9 mil podem ser encontradas no
Brasil, sendo que cerca de 250 são vistas apenas em terras brasileiras. A
diversidade de características e comportamentos atraem um segmento do
ecoturismo que vem movimentando a economia brasileira e mundial: a observação
de aves, também conhecida como birdwatching. A
prática já mobiliza cerca de 30 mil brasileiros, segundo a organização
Conservação Internacional.
Só a
Mata Atlântica, bioma localizado predominantemente na costa brasileira, reúne
45% das espécies de aves presentes no País. “A observação de aves é como
colecionar figurinhas em um álbum. Além de ser divertido, faz bem para a saúde
e para a conservação da natureza. Qualquer pessoa pode observar aves no quintal,
em praças e principalmente em áreas protegidas, como parques e reservas.
Registrar a ave observada é bem importante para ajudar a identificar a espécie
e isso pode ser feito em um caderninho ou em aplicativos como o E-bird, que
gera informações para observadores e cientistas do mundo todo”, afirma a
administradora da Reserva Natural Salto Morato, Ginessa Correa Lemos. A reserva
está localizada em Guaraqueçaba (PR) e é mantida pela Fundação Grupo Boticário.
Para
observar aves, é preciso disposição e paciência. No início, os registros podem
ser feitos com o celular e a olho nu, mas os binóculos são equipamentos que se
tornam fundamentais com o tempo. Fica mais fácil usando trajes adequados e
confortáveis para o contato com a natureza, de cores camufladas para evitar que
os pássaros dispersem. Também é importante ficar em silêncio e manter certa
distância para não assustar as aves.
As
primeiras horas da manhã e o final da tarde são os horários de maior atividade
das aves, mas algumas espécies têm hábitos diferentes. Por isso, é importante
estudar as características do pássaro antes de tentar procurá-lo. O contato com
a natureza pode ainda trazer benefícios para a saúde física e mental, já que
reduz o estresse e relaxa a mente.
Confira
curiosidades de dez aves que você não pode deixar de observar:
Arapaçu-de-bico-torto
Além
do canto estridente, a característica mais marcante dessa ave é o bico longo,
fino e curvado, que pode chegar a 6,5 centímetros de comprimento. Esse formato
permite que o arapaçu-de-bico-torto alcance partes da árvore que as outras aves
não conseguem chegar, o que facilita a sua alimentação. Seu habitat natural são
as florestas subtropicais ou tropicais úmidas, de baixa e alta altitude,
localizadas desde a Bahia até o Rio Grande do Sul. Um bom lugar para
encontrá-lo é no Parque Nacional do Itatiaia, que fica entre o Rio de Janeiro e
Minas Gerais.
Gavião-carijó
O
gavião-carijó é uma das poucas aves de rapina presentes em centros urbanos. Por
ser um predador, ele possui um papel indispensável como regulador da fauna,
evitando a superpopulação de roedores e pombos nas grandes cidades. Para
sobreviver, o gavião-carijó depende de árvores altas, com muitas folhas. Por
isso, a escassez de arborização nas cidades pode colocar a espécie em risco. A
ave pode ser encontrada em toda a costa brasileira, com destaque para a cidade
de São Paulo, onde é mais comum.
Guaxe
No
caso do guaxe, o que chama mais a atenção são os seus ninhos, construídos pelas
fêmeas em forma de bolsa, medindo de 40 a 70 centímetros de comprimento. Por
viverem em grupos, essas aves formam colônias, com até 50 ninhos, dando mais
proteção aos filhotes. A localização também é estratégica: normalmente os
ninhos ficam no alto de árvores nas florestas ou em palmeiras, nas bordas de
matas, principalmente nas regiões Sul e Sudeste do País. Um bom lugar para
encontrá-lo é no Parque Natural Braço Esquerdo, em Santa Catarina.
Papagaio-de-cara-roxa
A
intensa exploração da mata colocou os papagaios-de-cara-roxa em risco durante
muitos anos, mas trabalhos recentes de conservação tiraram a espécies da Lista
Vermelha, o que permitiu retomar uma característica dessas aves: a revoada dos
papagaios-de-cara-roxa. No início da manhã e ao final da tarde, milhares de
pássaros voam juntos, em um cenário único, principalmente durante o outono.
Para encontrar essas aves, o lugar mais indicado é o Parque Nacional de
Superagui, no Paraná, onde fica localizado o principal dormitório do
papagaio-de-cara-roxa do País.
Guará
Com
plumagem em tom vermelho vivo, o guará é considerado uma das mais belas aves
brasileiras. A coloração vem da cataxantina, substância encontrada em
abundância na casca do caranguejo, que é a sua principal fonte de alimento.
Devido a sua alimentação, o guará pode ser encontrado em mangues na Bahia, São
Paulo, Paraná e Santa Catarina. Na cidade de Cubatão, no interior paulista, é
comum encontrar essas aves próximas às áreas naturais.
Maria-leque-do-sudeste
Em
situações normais, a maria-leque-do-sudeste parece não ter características que
chamem a atenção. Ao se sentir ameaçada, ela exibe sua crista, que é semelhante
a um leque colorido, abre bem o bico e move a cabeça para os lados. O leque
pode ser escarlate, preto e azul nos machos e variar entre o vermelho e o
laranja nas fêmeas. Essa ave ocorre até 800 metros de altitude e é normalmente
encontrada em grupos, principalmente nos estados do Paraná, São Paulo e Rio de
Janeiro. É possível encontrá-lo no Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira
(Petar), em São Paulo.
Tangará-dançarino
Além
das cores chamativas, o tangará-dançarino desperta a atenção devido a sua dança
pré-nupcial. Entre agosto e janeiro, os machos se reúnem em grupos de quatro a
seis indivíduos enfileirados e se revezam em acrobacias para se exibirem para a
fêmea. Após o ritual, a fêmea toma sua decisão e escolhe um parceiro. A dança
se tornou tão famosa que virou destaque no documentário “Nosso Planeta”,
lançado este ano pela Netflix. O pássaro pode ser encontrado nas regiões Sul e
Sudeste do País, principalmente na Reserva Natural Salto Morato, onde foi
gravado o documentário.
Saíra
Se
estiver em busca de aves chamativas, procure o saíra-sete-cores, o
saíra-de-lenço e o saíra-militar. Preto, vermelho, verde, azul e laranja são
algumas das cores presentes nessas espécies, em diferentes tons e intensidades.
Normalmente, os machos adultos costumam ter um colorido mais vivo. Essas aves
também são do gênero dos Tangarás, que possui cerca de 22 espécies no Brasil,
conhecidas por serem pássaros tropicais muito coloridos e vistosos. As aves
podem ser encontradas da Bahia até o Rio Grande do Sul, como no Parque Estadual
Xixová Japuí, em São Paulo.
Andorinha-grande
Também
conhecida como andorinha-doméstica-grande, ela é a maior andorinha do Brasil,
medindo de 16 a 22 centímetros de comprimento, com peso que varia entre 33 e 50
gramas. A ave costuma viver em áreas abertas, em fazendas e cidades. Ao
escurecer, milhares de indivíduos se juntam e sobrevoam a cidade, fazendo
manobras sincronizadas, até pousarem em árvores, fios de eletrificação ou no
solo. Essa andorinha pode ser encontrada em cidades das regiões Sul e Sudeste
do País.
Tico-tico
Uma
das aves mais populares no País, o tico-tico virou até personagem de uma canção
escrita por Eurico Barreiros e interpretada por Carmem Miranda. Diferentes das
outras aves, esses pássaros costumam viver sozinhos ou em casal, passando a
maior parte do tempo saltitando pelo chão. Por ser muito comum, ele pode ser
encontrado em quase todos os tipos de ambiente, inclusive em áreas urbanas. É
mais fácil de ser visto na Serra do Mar paranaense e catarinense.
Sobre
a Fundação Grupo Boticário
A
Fundação Grupo Boticário é fruto da inspiração de Miguel Krigsner, fundador de
O Boticário e atual presidente do Conselho de Administração do Grupo Boticário.
A instituição foi criada em 1990, dois anos antes da Rio-92 ou Cúpula da Terra,
evento que foi um marco para a conservação ambiental mundial. A Fundação Grupo
Boticário apoia ações de conservação da natureza em todo o Brasil, totalizando
mais de 1.500 iniciativas apoiadas financeiramente. Protege 11 mil hectares de
Mata Atlântica e Cerrado, por meio da criação e manutenção de duas reservas
naturais. Atua para que a conservação da biodiversidade seja priorizada nos
negócios e nas políticas públicas, além de contribuir para que a natureza sirva
de inspiração ou seja parte da solução para diversos problemas da sociedade. A
instituição defende que o patrimônio natural bem conservado é a base para o
desenvolvimento econômico e bem-estar social. Também promove ações de
engajamento e sensibilização, que aproximam a natureza do cotidiano das
pessoas.










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