Dia Nacional de
Conscientização sobre a Esclerose Múltipla
Conheça os principais mitos e verdades
sobre a doença
A enfermidade
pode causar dificuldades motoras, sensitivas e visuais, que impactam
diretamente na qualidade de vida dos pacientes
O mês de agosto representa
uma época importante no quesito saúde, pois reforça a importância da
conscientização sobre uma doença que pode ser grave e é pouco conhecida: a
Esclerose Múltipla, que acomete mais de 35 mil brasileiros, segundo a Associação
Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM), e cerca de 2 milhões de pessoas no
mundo, de acordo com a Federação Internacional da EM.
A doença é do
tipo autoimune, crônica, responsável por comprometer o sistema nervoso central
e prejudicar a neurotransmissão, provocando dificuldades motoras e sensitivas
que impactam diretamente na qualidade de vida dos pacientes. "Embora
sua causa ainda seja desconhecida, os mecanismos da EM vêm sendo estudados e
identificados no mundo todo, o que possibilita uma melhora na indicação do
tratamento e consequentemente na vida das pessoas afetadas", afirma
Profa. Dra. Soniza Alves-Leon, Professora de neurologia da Universidade
Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e chefe do centro de referência em
Esclerose Múltipla do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da UFRJ.
Para entender uma
doença complexa como a EM de forma mais clara, abaixo estão alguns mitos e
verdades sobre o assunto, que poderão contribuir para o conhecimento tanto de
pessoas que convivem com a doença direta ou indiretamente.
MITOS E VERDADES
- EM é uma doença mental e suscetível de prevenção.
MITO. Por ser uma doença neurológica que pode
comprometer a dicção e cognição, além de alterações motoras, há uma percepção
equivocada em relação ao problema, que não pode ser considerado uma doença
mental. Trata-se de uma doença desencadeada pelo sistema imunológico da pessoa
acometida.
Devido ao
desconhecimento sobre as causas da doença, não é possível, até o momento, falar
em prevenção. O melhor a fazer é buscar o máximo de informações possível
para lidar e tratar a enfermidade.
- Pode ser silenciosa e se manifestar de diferentes formas ao longo do tempo, tornando difícil o diagnóstico.
VERDADE. As lesões no cérebro e na medula espinhal
causadas pela doença podem ocasionar diferentes sintomas, que podem se
apresentar de forma sutil e transitória, e que vão desde visão dupla ou
embaçada, fadiga, formigamentos, perda de força e falta de equilíbrio, até
incontinência urinária, ocorrendo de forma isolada ou em conjunto. A
diversidade e intensidade de sintomas podem levar os pacientes a buscar ajuda
de diferentes especialistas e usar diversos tratamentos até chegar ao correto
diagnóstico, em geral feito por um neurologista.
- Tem relação direta com a idade avançada.
MITO. Apesar de muitas pessoas associarem esta patologia a idade
avançada, os pacientes têm,
em média, 30 anos quando recebem o diagnóstico da doença, sendo que o principal
grupo de risco são mulheres jovens, segundo dados do Atlas da Esclerose
Múltipla 2013, da Federação Internacional de Esclerose Múltipla. A doença
também pode acometer homens, crianças e, eventualmente, pessoas acima dos 50
anos.
- A esclerose múltipla é uma doença fatal em todos os casos.
MITO. Apesar de ser crônica e autoimune, que atinge
o sistema nervoso central, a enfermidade não é considerada fatal. "A
maioria das mortes associadas à EM são devido a complicações em estágios
avançados e progressivos da doença. Por isso o tratamento precoce é de extrema
importância, pois pode contribuir na desaceleração da progressão da doença,
além de ajudar a prevenir complicações", completa a neurologista.
- Tem tratamento, mas não é curável.
VERDADE. Embora não haja cura para a esclerose múltipla,
existem tratamentos disponíveis que atenuam os efeitos e podem impactar a
progressão da doença. O uso de imunomoduladores, como os interferons beta 1-b,
beta 1-a e acetato de glatiramer diminuem a frequência dos surtos, agindo sobre
os mecanismos imunológicos e minimizando a atividade inflamatória. O estudo
BENEFIT, acompanhado ao longo de 11 anos pelos Comitês Americano e Europeu para
Tratamento e Pesquisa em Esclerose Múltipla em Boston, Massachusetts, revela
que o tratamento precoce com betainterferona-1b diminui os efeitos das
complicações motoras e sensitivas dos portadores em estágio inicial.
De acordo com a
ABEM, transtornos emocionais podem ser indicativos da doença, ou seja, em
alguns casos, os pacientes se tornam depressivos ou sofrem de excesso de
ansiedade. Dessa forma, o tratamento muitas vezes é combinado com
antidepressivos. Além disso, uma forma de complementação do tratamento com
medicamentos é a realização de fisioterapia, para alongamento e fortalecimento
muscular, que pode tornar atividades diárias mais fáceis de se praticar e menos
cansativas para os pacientes. A Esclerose Múltipla deve ser tratada de forma
multidisciplinar.
Curiosidade: Entre as opções de tratamento adjuvante, está o Cognifit®, uma ferramenta inteligente
utilizada para minimizar alguns dos sintomas da esclerose múltipla e que
pode ser acessado via computador, tablet ou smartphone. O mecanismo tem como
função principal treinar e estimular os aspectos cognitivos, com jogos que
permitem avaliar o estágio do comprometimento da doença e as habilidades
cognitivas. O dispositivo, que auxilia no desenvolvimento de atividades
cognitivas, funciona como aliado na melhora
da qualidade de vida dos pacientes.
Bayer: Ciência para
uma vida melhor
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