Segunda
causa de morte em crianças no país, só perdendo para acidentes, o câncer
infantojuvenil é uma doença de evolução rápida, mas com rápida resposta ao
tratamento, de acordo com a Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica
(SOBOPE). No Brasil são diagnosticados por ano aproximadamente 12 mil crianças
e adolescentes com câncer e cerca de 70% destes pacientes possuem chances de
cura se diagnosticados precocemente, segundo dados do Instituto Nacional do
Câncer (Inca).
No
mês de conscientização sobre o câncer infanto-juvenil, Setembro Dourado, a
SOBOPE elenca sete mitos e verdades sobre a doença para esclarecer a população,
em decorrência das inúmeras dúvidas que surgem ao descobrir a doença.
Confira
os principais mitos e verdades sobre o câncer infantojuvenil, de acordo com a
SOBOPE:
1
- Os cânceres das crianças são iguais aos dos adultos. Mito. Os cânceres mais
comuns em adultos, como de pulmão e mama são parte de um grupo de cânceres chamados
carcinomas, que são causados, em parte, por fatores ambientais/estilo de vida,
quase nunca são vistos em crianças. Muitos cânceres infantojuvenis vêm de
células do período em que o bebê ainda estava se desenvolvendo, nos estágios
iniciais da gravidez.
2
– A culpa é dos pais. Mito. Ninguém é culpado pelo câncer infantojuvenil e não há
absolutamente nenhuma evidência científica que comprove que criação, atividades
rotineiras ou dieta causem câncer em crianças e adolescentes.
3
– O câncer infantil é genético. Depende. Ocasionalmente os cânceres da criança coincidem numa mesma
família. Por exemplo, quando uma criança é diagnosticada com um tumor ocular
raro, chamado retinoblastoma, a família será orientada se há necessidade de monitorar
a doença em outro parente. Na maioria das famílias onde uma criança foi
diagnosticada com câncer, haverá pelo menos outro membro familiar que já teve
câncer, mas quase todos estes cânceres ocorrem ao acaso. A doença é causado por
alterações nos genes que levam as células a se dividirem anormalmente. No
entanto, estas mutações genéticas provavelmente só ocorreram naquele indivíduo.
4
– O câncer pode ser curado. Verdade. Cerca de 70% dos cânceres infantojuvenis podem ser curados se
diagnosticados precocemente. Hoje, a maior parte das crianças não somente é
curada da doença, mas vive uma vida plena e ativa. Com o tratamento adequado,
os pacientes entram em remissão, isto é, não apresentam mais sinais e sintomas
da doença. Ao final de cinco anos após o diagnóstico em remissão, os pacientes
são considerados curados.
5
– Criança com câncer não pode tomar vacinas. Depende. As vacinas vivas, como as contra poliomielite, sarampo,
caxumba, rubéola, varicela e febre amarela estão contraindicadas em crianças
com câncer durante o período de tratamento quimioterápico, porque podem
provocar infecção similar à natural, o que deve ser evitado em quem está com o
sistema imunológico debilitado. Já as vacinas não vivas, como as contra
coqueluche, tétano, difteria e hepatite B, pneumococo, haemophilus e influenza
estão liberadas de acordo com cada paciente.
6
- Adolescentes com câncer podem congelar células reprodutivas. Verdade. Mesmo sendo poucos
os procedimentos que causam infertilidade, é possível que adolescentes em
tratamento oncológico congelem células reprodutivas para poderem ter filhos no
futuro.
7
– Crianças e adolescentes com câncer são mais suscetíveis a infecções. Verdade. Pessoas em
tratamento oncológico, como a quimioterapia, têm maior probabilidade de
desenvolverem quadros infecciosos porque o sistema de defesa do organismo fica
debilitado, o que dificulta para o paciente combater o processo infeccioso,
permitindo que ele se instale e progrida.
Sociedade
Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE)
Fundada
em 1981, a SOBOPE tem como objetivo disseminar o conhecimento referente ao
câncer infantojuvenil e seu tratamento para todas as regiões do País e
uniformizar métodos de diagnóstico e tratamento. Atua no desenvolvimento e
divulgação de protocolos terapêuticos e na representação dos oncologistas
pediátricos brasileiros junto aos órgãos governamentais. Promove o ensino da
oncologia pediátrica, visando à divulgação e troca de conhecimento científico
da área em âmbito multiprofissional.
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