Pais que buscam informações sobre como ajudar seus
filhos a evitarem constrangimentos causados pelas orelhas de abano descobrem em
novas técnicas de otoplastia a solução.
Apoiada nas
novas técnicas utilizadas em cirurgia plástica, cada dia menos invasiva e mais
segura, a procura de pais por orientação sobre procedimentos cirúrgicos em suas
crianças tem crescido em muitas clínicas. De acordo com o cirurgião
plástico Mauro Speranzini, a otoplastia - operação que corrige orelhas de abano
- é o tipo de procedimento cirúrgico mais comum na fase infantil e visa
evitar traumas psicológicos na idade adulta.
A
cirurgia para o reparo da deformidade pode ser realizada a partir dos 6 anos
quando, as orelhas já atingiram o tamanho adulto. É justamente nesta época que
a criança que tem o problema passa a notar a deformidade; quando as
brincadeiras de mau gosto e os apelidos na escola são frequentes. Esta situação
é bastante constrangedora para ela e, ainda que não comente abertamente com os
pais, danos de ordem psicológica podem ocorrer, afetando o desenvolvimento
sadio da personalidade. De acordo com o Dr. Speranzini, neste caso, a
otoplastia é fortemente recomendada.
Em geral
as crianças desconhecem a possibilidade de correção e se angustiam com o
problema. Privam-se de atividades que exponham as orelhas. Evitam prender o
cabelo e optam por penteados inadequados com o intuito de “esconder” o
problema. Quando os pais, professores ou familiares próximos notam tais
comportamentos, é recomendável procurar ajuda de um especialista. A
desinformação leva muitas pessoas a procurarem uma solução somente na fase
adulta, quando revelam ao cirurgião plástico suas angústias e também seu sonho.
Como
o pais podem ajudar
O médico
destaca ainda que quando se fala em cirurgia plástica em crianças, o assombro
causado pela crença de ser desnecessário pode impedir que pais e responsáveis
busquem informações importantes que colaboraram na formação da autoestima infantil. Segundo
o especialista, que é criador de novas técnicas cirúrgicas capazes de evitar a
recidiva e extrusão de pontos, não há motivos para impedir que a criança faça a
reparação. “A cirurgia é segura, eficaz e, por mais que pareça um
capricho, pode evitar apelidos na escola e na vizinhança (bullying) que, muitas
vezes, resultam em reações violentas, podendo chegar, inclusive ao quadro de
depressão, interferindo inclusive, no desempenho escolar da criança”, explica o
médico.
Novas
técnicas
Quando se fala em cirurgia para corrigir orelhas de abano,
a recidiva é sempre a complicação mais temida pelos pacientes. Os riscos de
insucesso nos resultados, no que se refere à volta do problema, podem ocorrer
meses depois do procedimento e chegam a atingir até 15% dos casos. Para evitar
essa situação, o cirurgião plástico Mauro Speranzini criou e uniu técnicas
capazes de reduzir a zero a recidiva nas otoplastias.
Também criador da “Técnica do Enxerto em Sanduíche” - que
reduziu a chance da extrusão de pontos de 5% para apenas 1% dos casos -,
Speranzini associou técnicas cirúrgicas para aprimorar os resultados das
cirurgias de correção de orelha de abano, também capazes de evitar a recidiva
De acordo com o médico, em uma única operação, podem ser
associadas de uma a sete técnicas para garantir melhores resultados na
cirurgia, com a consequente redução de complicações. Dentre as quais se
destacam a Técnica do Enxerto em Sanduíche, onde a cartilagem retirada da
concha é usada para acolchoar os pontos de nylon, evitando a sua extrusão; e
a Técnica de Enfraquecimento da Antélice com a micro lâmina, que é
usada para enfraquecer a cartilagem e reduzir a chance recidiva. A
associação das duas técnicas reduziu essa chance de 15% para zero (nos últimos
cem casos). “Com a micro lâmina, as incisões são uniformes, rápidas,
eficientes”, explica o médico.
Dr. Mauro
Speranzini - Formou-se na Faculdade de Medicina da USP
(FMUSP) em 1987 e especializou-se em Cirurgia Plástica no Hospital dos Defeitos
da Face. Obteve o Título de Especialista na Sociedade Brasileira de Cirurgia
Plástica, onde é Membro Titular com tese de dissertação sobre cirurgia da
orelha, é também membro da American Society of Plastic Surgeons. Em
2000, obteve o Título de Mestre pelo Departamento de Cirurgia da FMUSP com sua
tese de Mestrado, sobre a “Correção de Orelhas de Abano”, aprovada com
distinção. É o criador das Técnicas de Enxerto de Cartilagem em Sanduíche e de
Enfraquecimento da Antélice com a Micro-lâmina, reduzindo a recidiva de 15%
para zero (nos últimos cem casos). Escreveu ainda o capítulo:
“Correção de orelhas de abano” no livro Cirurgia Plástica – Dr. José Marcos
Mélega, publicado em 2011 e do livro “Cirurgia Plástica na infância e
Adolescência”, do Dr. Juarez Avelar – a ser publicado em 2016.
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