Dia da Saúde e Nutrição: apenas 22% da
população brasileira têm alimentação saudável
Recomendação
da OMS é consumir cinco porções diárias de frutas, legumes e verduras
Em 31 de março comemora-se o
Dia Nacional da Saúde e Nutrição, data importante para refletir e avaliar como
anda a alimentação. Pesquisa divulgada anualmente pelo Ministério da Saúde
apontou, em 2013, que apenas 22,7% da população brasileira consomem a
quantidade diária de frutas, legumes e verduras recomendada pela Organização
Mundial de Saúde: cinco porções ou 400 gramas.
Esse dado aliado às
facilidades do dia a dia – era do carro, do controle remoto, da internet e da
comida pronta industrializada – e ao crescimento do sedentarismo tem
contribuído para o aumento da obesidade, transformando-a em epidemia mundial.
A doença já é
reconhecida como sério problema de saúde pública, pois afeta, em todo o mundo,
um número crescente de pessoas, acarretando graves problemas sociais e de
saúde. De
acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade já atinge mais de
400 milhões de pessoas em todo o mundo. Dados do
Ministério da Saúde mostram que a obesidade atinge 17% da população brasileira.
Em 2006, esse dado era de 11%.
Segundo o
cirurgião do Núcleo de Gastroenterologia do Hospital Samaritano de São Paulo,
Sizenando Ernesto Lima, a obesidade está ligada a um desequilíbrio na
alimentação e no consumo excessivo de comida. “Além do fator genético, existe o
comportamental. Sempre que as pessoas aumentam a ingestão de alimentos e diminuem
a atividade física, engordam. O correto é fazer as três principais refeições do
dia – café da manhã, almoço e jantar –, intercaladas com pequenas porções de
frutas”, orienta.
O médico explica
que a obesidade pode ser classificada como leve (IMC entre 30 e 35 kg/m²),
moderada (entre 35 e 40kg/m²) e mórbida (acima de 40 kg/m²). Mais perigosa, a
mórbida está, na maioria das vezes, associada à hipertensão arterial, diabetes
e doenças respiratórias.
Cirurgia bariátrica -
Para esses pacientes, que atingiram o grau de obesidade mórbida, a única
alternativa para não correr riscos de morte e voltar a ter uma qualidade de
vida é a cirurgia. Atualmente, são realizados no Brasil 80 mil procedimentos por ano.
vida é a cirurgia. Atualmente, são realizados no Brasil 80 mil procedimentos por ano.
O preparo para a intervenção
leva de dois a seis meses. O especialista explica que devido à alta
complexidade, diversos profissionais devem atuar em conjunto antes, durante e
depois do procedimento.
O nível de glicemia tem de
estar regulado, em caso de diabetes, e muitos pacientes precisam perder 10% do
peso antes da cirurgia. A recuperação da cirurgia passa por um período de
total aprendizagem. No primeiro mês, o paciente se alimenta exclusivamente de
líquidos – água, sucos, gelatina, chá e isotônicos.
Depois, entra a alimentação
pastosa que evolui gradativamente para uma consistência cada vez mais próxima
do normal. Em cerca de 90 dias o paciente poderá comer praticamente de tudo,
devagar e em pequenas porções. Alimentos doces devem ser suprimidos porque
provocam dumping – mal-estar acompanhado de náuseas, suor frio e tremedeira – e
para evitar ganho de peso.
Mesmo recuperado e se
alimentando normalmente, o paciente precisa de acompanhamento para não ter
recaídas, com recuperação do peso – além das visitas ao cirurgião, deve
participar de reuniões periódicas de apoio com equipe multiprofissional. O
objetivo é buscar o bem-estar físico e emocional, através da seleção dos
alimentos que contenham os nutrientes mais saudáveis e adequados às
necessidades de cada indivíduo, para que a rápida perda de peso não leve à
desnutrição. Diariamente, e para sempre, o operado tem de tomar um complexo
vitamínico e ingerir 100 gramas de carne, para evitar anemia.
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