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segunda-feira, 6 de março de 2023

A corrida por frete começou e embarcadores precisam se preparar

Com a expectativa de colheita recorde de grãos na temporada 2022/23, o preço do transporte rodoviário tende a ficar mais alto, por isso são fundamentais alternativas econômicas ao setor


Com a chuva dando uma trégua em importantes regiões produtoras de grãos do País, os agricultores voltaram a atenção total para as lavouras para acelerarem a colheita da soja da atual temporada, a qual promete ser recorde. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra de grãos brasileira está estimada em 310,6 milhões de toneladas, um incremento de 38,2 mi/ton em relação à temporada anterior.

Com as colheitadeiras a todo vapor no campo (dia e noite), a demanda do transporte rodoviário também começa a aumentar e acende o sinal de alerta à classe produtora em relação aos custos. Portanto, aqueles que não tiverem planejamento pagarão mais caro para escoar a produção até os portos.

Baseado no índice goFlux de frete (IGFF), que traz o preço do deslocamento por tonelada por quilômetro (R$t/km), considerando para a base de cálculo as transações de fretes que ocorreram na plataforma da empresa, o avanço da colheita da soja em alguns municípios do estado de Mato Grosso, por exemplo, vem pressionando o preço. “Sobretudo na segunda quinzena de janeiro, o IGFF-MT considerando o transporte de soja e milho, fechou o primeiro mês do ano com a cotação de R$ 0,27 t/km, refletindo aumento de 2% nos preços do serviço, em comparação ao mês anterior. Quando comparado ao mesmo período do ano anterior, o índice registrou alta de 7,8%”, destacou Tiago Scatena, especialista de mercado da logtech goFlux.

Ainda segundo o profissional, em janeiro, o IGFF-SP, considerando as informações de frete de açúcar, fechou o R$ 0,57t/km, queda de 12% em relação a dezembro, redução motivada pela fraca demanda do produto em São Paulo no início do ano. Já em relação a janeiro de 2022 houve aumento de 25% no preço do frete de t/km.


Tecnologia analítica

A goFlux possui uma ferramenta chamada goFlux View que mostra uma visão analítica sobre fretes do passado e do presente, e disponibiliza uma funcionalidade de predição de fretes que colabora para o melhor planejamento da operação logística dos seus usuários. A plataforma utiliza big data e algoritmos preditivos para ajudar empresas a precificar fretes futuros.

Estas informações são fundamentais no que tange o transporte na mesorregião Norte mato-grossense, com destinos ao Sudoeste do Pará e principais portos de escoamento de grãos, como também São Luiz e Porto Franco no Maranhão. “Isso é algo muito relevante em setores com preços de fretes voláteis como o agronegócio, auxiliando principalmente o embarcador na definição do preço a ser contratado com base numa amostragem exponencial do mercado”, finaliza Scatena.


goFlux
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view.goflux.com.br
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Observações sobre as propostas de reforma tributária

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Dificultar ou inviabilizar as atividades de empresas de serviços repercutirá sobre a oferta de emprego, sendo que em alguns segmentos desse setor os mais atingidos serão os mais pobres 

Segundo boletim da Receita Federal relativo a 2021, os encargos sobre folha de pagamentos responderam por 25,52% do total da carga tributária e 8,41% do PIB naquele ano, percentual superior à participação do Imposto sobre a Renda (23,92% da carga e 7,88% do PIB), perdendo apenas para a tributação de Bens e Serviços (44,02% e 14,50%, respectivamente).

Discutir reforma tributária ignorando o peso - e o impacto - da folha de pagamentos leva a distorções muito sérias, porque o pressuposto das PECs 110 e 45\19 é o de que, como Serviços é menos tributado, pode-se transferir parte da carga dos Bens para esse setor, para fazer justiça fiscal.

Os ônus sobre o trabalho equivalem a um tributo em cascata que permeia todo o sistema econômico, e apresenta peso maior nas atividades mais utilizadoras de mão de obra, especialmente Serviços.

Assim, onerar mais o setor Serviços com o IBS, sem considerar o peso dos encargos sobre as diversas atividades, pode levar a distorções significativas na distribuição da carga tributária, e inviabilizar muitas atividades intensivas em mão de obra, com reflexos negativos sobre o emprego e a informalidade.

O argumento de que “rico consome serviços e pobre consome produtos” precisa ser devidamente avaliado, porque existe uma ampla parcela da população que pertence à classe média mais baixa e que utiliza serviços públicos devido à insuficiência da oferta.

Além disso, o “cashback”, evolução de uma parcela de imposto, vai criar uma burocracia e pode gerar muita injustiça, pois qualquer valor que for estabelecido deixará de contemplar aqueles que estão ligeiramente acima do limite. Mais importante é o aumento do imposto sobre a cesta básica e outros itens, que irá impactar o IPCA que, com os mecanismos de indexação formal e informal da economia, aumentará a inflação, podendo pressionar também as taxas de juros.

É preciso considerar ainda que dificultar ou inviabilizar as atividades de empresas de serviços repercutirá sobre a oferta de emprego, sendo que em alguns segmentos desse setor os mais atingidos serão os mais pobres, isto é, os menos escolarizados.

A justificativa de que não haverá perdedores porque a economia crescerá significativamente entra em contradição com a necessidade de um período de transição.

A dedução lógica que se pode tirar dessa necessidade é a de que o prometido “crescimento chinês” somente se dará ao fim do período de transição, quando a nova sistemática estará totalmente implantada.

Isso significa que por oito ou dez anos o mais provável é que as mudanças provoquem inflação e recessão, pois aumentam a complexidade burocrática das empresas, com escrituração de dois tributos.

Se a complexidade atual é fator de obstáculo ao crescimento, por dez anos vamos ter a burocracia duplicada.

O setor Serviços sofrerá mudanças profundas na burocracia, sendo obrigado a escriturar o IBS, com todas as dúvidas e complexidade de um imposto novo.

Assim, a principal virtude alardeada da reforma tributária, a da simplificação, entra em contradição com a urgência desejada por todos de um sistema tributário simples, pois levará muitos anos para as mudanças serem implementadas por completo.

A promessa de não aumento da carga tributária esbarra não apenas na falta de dados precisos sobre o impacto das mudanças sobre os preços, mas também na autonomia dos municípios de poderem elevar suas alíquotas.

Além disso, a aprovação da Emenda Constitucional será feita sem que se conheça o teor da Lei Complementar, de sorte que muitas das promessas feitas, de tratamento diferenciado para alguns setores, podem ser frustradas depois.

Uma conclusão que parece clara ao se considerar os tópicos mencionados é a de que será necessário ampliar o debate, e que seria mais lógico, ao invés de partir de modelos pré-concebidos, que se iniciasse o debate sobre as correções que podem ser feitas pela via infraconstitucional, para aprimorar o sistema e depois estudar uma reforma baseada na realidade. 



Marcel Solimeo -Economista-chefe da Associação Comercial de São Paulo
Fonte: https://dcomercio.com.br/publicacao/s/observacoes-sobre-as-propostas-de-reforma-tributaria

 

Dia do Consumidor 2023: especialista dá dicas para vender mais no varejo e engajar clientes

Consultora de negócios Luciana Locchi, especialista em varejo e no setor de Casa & Decoração, destaca a importância de colocar o cliente como protagonista da data e considerar suas preferências e desejos para ter sucesso nas vendas


Marcado para o dia 15 de março, o Dia do Consumidor é, cada vez mais, essencial para o varejo brasileiro. Considerada essa uma oportunidade para as empresas movimentarem as vendas, os números falam por si só: no ano passado, o faturamento total na data foi de R$722 milhões, quantia 22% maior que a de 2021, segundo relatório da Allin/Social Miner.

Sendo assim, é comum que varejistas e lojistas de todo o país se movimentem para conseguir tirar o melhor proveito da data. Mas, seguindo as tendências de mercado, não se trata apenas de oferecer produtos para garantir as vendas. Também é preciso pensar na experiência total do consumidor, considerando inclusive sentimentos, emoções e sensações. “O consumidor de hoje busca mais do que apenas promoções, descontos ou frete grátis. Ele espera que as marcas entendam suas necessidades e atendam suas demandas de forma eficaz e eficiente”, alerta a consultora de negócios Luciana Locchi.

Segundo ela, para isso é preciso oferecer produtos e serviços de alta qualidade, preços competitivos e atendimento personalizado. “A personalização tem sido uma tendência crescente entre os consumidores, que esperam soluções sob medida para suas necessidades e preferências. Isso pode ser na forma de produtos personalizados, atendimento ou recomendações”, explica Luciana.

Aliás, focar nesse tipo de estratégia não só atrai novos clientes, mas também os coloca como protagonistas e fideliza os que já conhecem a marca. Em outras palavras, mostra que o lojista conhece o seu consumidor, se importa com ele e busca ajudá-lo a solucionar um problema. Além disso, seguindo esse raciocínio, é mais fácil que o cliente se veja no produto, o que desperta desejo de compra.

E, de acordo com Luciana, “para tornar o Dia do Consumidor ainda mais especial, as empresas podem criar experiências exclusivas para os clientes. Isso pode incluir eventos presenciais, sessões de degustação, demonstrações de produtos e outras atividades que ofereçam uma experiência única e memorável.”

Para atender a essas demandas, é essencial que o lojista entenda o seu consumidor, antes de tudo. “As marcas precisam investir em pesquisas de mercado, análise de dados e monitoramento de tendências”, sugere a especialista. É por meio dessas ferramentas que as empresas costumam identificar o comportamento dos clientes, hábitos e preferências.

Por fim, para que a experiência seja completa e positiva, também é preciso pensar no atendimento ao cliente, tanto antes de uma possível venda, como depois. E, neste cenário, as redes sociais devem fazer parte da estratégia dos lojistas. Não só porque são uma fonte direta de contato, mas porque também funcionam como canal de consumo.

Conforme os dados da pesquisa sobre Tendências do Varejo 2023, feita pelo Opinion Box e pela Dito, 58% das pessoas realizaram compras diretamente pelo Whatsapp nos últimos 12 meses; no Instagram, o número chegou a 47%; no Facebook, 36%. E o resultado foi bom: especificamente no Whatsapp e Instagram, 87% e 85% das pessoas consideraram a experiência positiva, respectivamente.

Segundo a especialista e consultora de negócios Luciana Locchi, para terem sucesso, “as marcas precisam estar disponíveis, seja por meio de canais de comunicação tradicionais, como telefone e e-mail, ou plataformas digitais, como redes sociais e chatbots. Isso permite que os clientes entrem em contato sempre que tiverem dúvidas, sugestões ou reclamações, e recebam um atendimento rápido e eficiente”, finaliza.


Mulher e marketing: da objetificação ao poder de consumo

Nós, mulheres, vivemos, no passado, momentos complicados de exposição pública no universo da propaganda. Contudo, é notável uma caminhada nos últimos anos, especialmente pela emancipação das questões femininas na sociedade e pelo avanço das lutas do próprio feminismo: dados da Fundação Getúlio Vargas apontam que, entre 2014 e 2019, a taxa de participação feminina no mercado de trabalho cresceu continuamente e chegou a 54,34% em 2019, recuando para 51,58% em 2020, com a pandemia, com uma leve melhora em 51,56% em 2021. Embora haja oscilação, há sinais mais fortes de uma maior e necessária participação da mulher na economia que acresce o seu poder de compra. E isso se reflete no marketing das propagandas sobre as próprias mulheres.

Um dos termômetros que também medem essas mudanças está nas propagandas de cerveja, que deixaram de lado a visibilidade a bumbuns sarados de mulheres exuberantes, como objetos sexuais desprovidos de inteligência, e colocaram mulheres como consumidoras da bebida – a mulher mais real tomando cerveja com as amigas, embora ainda haja, sim, um toque sensual.

Mas, afinal, era mais do que na hora desta mudança ocorrer pois as mulheres são consumidoras de cerveja também! Como os números atestam, conforme a Consumer Insights, o terceiro trimestre de 2021 atingiu o maior número de consumidores da bebida desde o terceiro trimestre de 2019, com alta de 27%.  E foram justamente as mulheres de 40 a 49 anos pertencentes às classes A e B que mais contribuíram para esse aumento.

No entanto, no rastro das cinzas do Carnaval, no ano de 2015, indo na contramão dessa tendência, uma grande indústria cervejeira espalhou banners pela cidade de São Paulo no Carnaval com frases sexistas como, por exemplo,  “esqueci o não em casa” dando a entender que as mulheres nesse período seriam presas fáceis para os assediadores. Obviamente, essa ação foi rejeitada e criticada por várias pessoas, levando a empresa a tirar a propaganda das ruas  gerando muita repercussão negativa para a empresa. Já faz alguns anos que o fato aconteceu, mas nos lembra que esses problemas ainda acontecem na sociedade.

Porém quanto mais “viajamos” no passado das propagandas, mais bizarrices encontramos. Na década de 1940, era comum as mulheres serem retratadas ajoelhadas servindo seus maridos. Inclusive, em 1949, havia uma marca de camisa alemã que fez uma campanha mostrando uma mulher sendo agredida: ela estava deitada no colo do marido enquanto levava uns tapas. Ou seja, a mulher era retratada como se fosse um ser submisso, com o marido dono dela podendo fazer o que bem entendesse com a esposa. Depois, a mulher foi paulatinamente se transformando em um objeto de sensualidade, como podemos acompanhar com evidência nos anos 1990 e início dos anos 2000, principalmente no setor cervejeiro, como já comentado.

Outro setor que se transformou e está mais atualizado é o automobilístico, que enfim parece ter percebido que as mulheres também dirigem e compram carro. Até pouco tempo atrás, era raro ver mulheres pilotando carro em propagandas de automóveis.  Contudo, recentemente, as empresas estão se posicionando de forma diferente. Em 2021, a Chevrolet fez uma propaganda retratando várias mulheres bem-sucedidas, como chefs de cozinha e pilotos de avião, mostrando que “elas pilotam o que bem quiserem” rebatendo aquela antiga frase machista dirigida às mulheres no trânsito para largarem o carro e irem “pilotar um fogão”.

O que percebemos com esse movimento é que a mulher passou, finalmente, da mera objetificação pelas propagandas e o marketing, para uma posição protagonista, muito em função do seu poder de consumo e opinião. Nessa caminhada, as próprias mulheres passaram a fazer marketing para outras mulheres, o que também explica em parte essas mudanças, considerando um novo olhar no mercado.

Por sua vez, as gerações atuais não toleram mais serem retratadas num enquadramento de subalternidade ao homem. Se a mulher do passado não tinha tanta voz, a atual vai para as redes sociais reclamar, se incomoda, viraliza posicionamentos e cancela marcas que julga não estarem de acordo com seus valores.

Outra questão importante em relação a mulher na propaganda é que comumente ela é retratada com um padrão inatingível de beleza: muito magra, sem imperfeições, extremamente produzida e com imagens tratadas por photoshop para ficar ainda mais bonita. Mesmo sendo uma pessoa irreal, suas imagens venderam durante muito tempo, influenciando todo mundo.

Contudo, as empresas passaram a se preocupar com essa representação, porque as mulheres em geral não se viam nessas modelos perfeitas. Assim, diferentes formatos de corpo, cor de pele e tipo de cabelo surgiram e agora povoam a nossa mente, nos aproximando de um mundo mais palpável. Nessa linha, percebemos movimentos contra o ageísmo (que expressa preconceito com pessoas em razão da idade), por exemplo, em propagandas de cosméticos, que forçaram as empresas a colocar modelos mais reais e mudar um status quo poderoso, no qual por muitos anos apenas modelos jovens anunciavam produtos antiage. Isso é uma vitória: proporcionar de fato uma representação mais justa e fidedigna das mulheres

Assim, não só a indústria cervejeira ou automobilística, mas outros segmentos tiveram que se adaptar aos novos tempos, e o marketing, claro, vem junto, sendo mais responsivo e realista, porque tudo está interconectado. O que é ótimo, inclusive, para a saúde mental de nós, mulheres reais.

 

Professora Shirlei Camargo Reconhecida pela excelência acadêmica e atuação no mercado profissional, a Professora Shirlei Camargo conta com habilidades que a diferenciam ao aliar conhecimentos da ciência do marketing e empreendedorismo. É mestre e doutora em Marketing pela UFPR, com formação em Design e especialização na FAE Business School. Também atua como palestrante e consultora, estabelecendo pontes entre as mais diversas abordagens para o mercado consumidor. Atualmente, ministra aulas junto aos cursos de Administração e Ciências Contábeis da UFPR, faz mestrado em Neuromarketing na Escuela Superior de Comunicación y Marketing (ESCO), da Espanha, e foi professora do Centro Universitário Internacional (Uninter). Publica artigos científicos e para imprensa e, entre seus trabalhos acadêmicos, foi premiado pela Emerald Literati Awards de 2019. É coautora dos livros “Introdução ao Neuromarketing: desvendando o cérebro do consumidor”, “O cidadão é rei!: marketing e atendimento em serviços públicos” e  “Varejo Digital 5.0”, ambos de 2022. Já passou por empresas como grupo Boticário (previsão de vendas) e Record Internacional (ministrando treinamentos).

 

Mulheres também investem em cripto

Sócia da KRIP.TOOLS avalia perfil das mulheres que não têm medo de arriscar nos ativos digitais e conta sua história


Quando se fala em investimentos, o que normalmente se sabe é que as mulheres tendem a ser mais conservadoras que os homens. A 5ª edição do Raio X do Investidor Brasileiro, pesquisa da Anbima em parceria com o Datafolha, apontou, por exemplo, que 83% delas escolhem a poupança ao investir, contra 68% dos homens. Ainda assim, há aquelas que não têm medo de arriscar. E, para diversificar, elas também investem em cripto ativos. 

Segundo a advogada Alessandra Zanetti, sócia fundadora da KRYP.TOOLS, plataforma de SaaS (Software as a Service) e única para quem já investe em cripto ativos e gerencia ou negocia carteiras em mais de uma conta ou usa diversas exchanges, diversos estudos internacionais mostram que as mulheres investem, sim, em ativos digitais. 

“Um relatório da Grayscale Investments, uma empresa de gerenciamento de ativos digitais, constatou que as mulheres representavam 43% dos investidores em seu Fundo de Investimentos em Bitcoin. Além disso, uma pesquisa realizada pela empresa de serviços financeiros Bankrate, em 2021, constatou que as mulheres eram mais propensas do que os homens a investir em cripto ativos. A pesquisa constatou que 16% das mulheres tinham investido neles em comparação com 11% dos homens”, conta.

Segundo Alessandra, existem algumas características comuns que vêm sendo observadas em estudos focados nas mulheres que investem em cripto ativos. Uma delas, por exemplo, é a idade. Outra é a renda.

“Os estudos mostram que elas tendem a ser mais jovens do que seus pares masculinos. Um estudo da Grayscale Investments observou que 84% das investidoras de seu fundo Bitcoin tinham menos de 45 anos de idade, em comparação com 78% dos investidores masculinos”, afirma Alessandra.

Sobre a renda, ela afirma que as investidoras de cripto tendem a ter rendimentos mais altos do que a população em geral. 

“A mesma pesquisa constatou que 41% das mulheres que investem em ativos digitais têm uma renda anual de US$75.000 ou mais, em comparação com 28% dos homens”, diz.

Além disso, uma pesquisa realizada pela empresa de pesquisas Chainalysis constatou que 49% das mulheres que investem em criptomoedas possuem formação superior em comparação a apenas 38% dos homens.

“Elas também tendem a ser mais tolerantes ao risco do que as mulheres que não investem em ativos digitais. Uma pesquisa realizada pela empresa de serviços financeiros Bankrate constatou que 57% das mulheres que investem em moedas criptográficas se consideram investidoras "agressivas" ou "um tanto agressivas" em comparação a 47% dos homens”, diz.

A própria Alessandra é uma investidora em cripto ativos há mais de 10 anos, além de empreendedora serial que tem participação em algumas startups. 

 

“Desde cedo atuei com tecnologias disruptivas. Em relação a cripto ativos, invisto há mais de 10 anos e, foi por isso que, junto com meus sócios, lançamos a KRYP.TOOLS, plataforma de automação e gestão de cripto ativos, que nasceu da nossa necessidade de potencializar resultados de forma automatizada nesses investimentos”, conta. 

 


Alessandra Zanetti - Sócia fundadora da KRYP.TOOLS, Alessandra é advogada e tem a carreira focada em tecnologia e inovação. Aos 26 anos, se tornou uma das mais novas CEOs de uma empresa multinacional de tecnologia presente em 16 países, na qual permaneceu por mais de 15 anos e através da qual lançou uma das primeiras agências digitais do Brasil. Também idealizou um dos primeiros marketplaces de moda do País, em 2012, o Fashionera, que teve sucesso estrondoso e foi vendido após 2 anos para um grupo japonês. Em 2016, Alessandra fundou o IGLOO Network, um ecossistema de inovação com incubadora e aceleradora de startups, além de venture builder. Como empreendedora serial, ela possui algumas startups, entre elas a Squad, startup de marketing de influência.



KRYP.TOOLS
@kryp.tools_br



Investimentos em ESG favorecem reputação e resultado financeiro

Companhias com atenção a meio ambiente, impacto social e boa governança são bem vistas por seus públicos, desde consumidores até investidores


Os valores definidos pela já famosa sigla ESG estão ganhando espaço na reputação corporativa e rendem pontos nos mais diferentes stakeholders, ou públicos de interesse das companhias. Afinal, nem só de consumidores vivem as empresas, cujos destinos podem ser influenciados por comunidades vizinhas, por funcionários, fornecedores, bancos, governos e investidores. E os investimentos reais feitos pelas empresas para se inserirem com franqueza na realidade que as cercam não estão passando despercebidos.

Entretanto, o movimento ainda é mais bem avaliado fora do que dentro das empresas. Pesquisa recente realizada pela EY Brasil indica que os donos do dinheiro miram ESG para decidir destino de investimentos, inclusive no Brasil. O estudo foi feito com 1050 líderes financeiros seniores nas empresas e 320 investidores ao redor do mundo.

Entre os últimos, 99% usaram divulgações ESG das empresas para apoiar suas decisões. Além disso, embora 80% dos investidores digam que muitas empresas não conseguem articular adequadamente justificativas para investimentos de longo prazo em sustentabilidade, 78% acreditam que empresas devem investir em ESG mesmo com redução de lucros no curto prazo. Mas só 55% dos líderes financeiros creem que suas empresas devem abordar questões na área – principalmente porque, segundo 53% deles, as empresas enfrentam pressões de ganho de curto prazo.

Segundo a EY, investidores afirmam ter dificuldade em obter relatórios e insights baseados em dados para justificar suas decisões e avaliações sobre crescimento e perfil de risco das empresas, principalmente porque, segundo 76% deles, as empresas são seletivas na escolha de informações ESG fornecidas, o que desperta questionamentos sobre greenwashing (quando o discurso é superior ao resultado real) e sete em cada dez falham em criar relatórios mais aprimorados.

De acordo com Claudia Bouman, especialista em reputação de marca e sócio da Percepta Marketing e Comportamento, “a conta fica mais fácil de fechar quando o quesito reputação entra em campo. O desafio é objetivar uma questão na maioria das vezes intangível. Trazer alguns elementos para a mesa, entre eles definição de valores e sondagens com públicos de interesse, podem ajudar. Encontrar formas de reportar investimentos e resultados com mais objetividade, também. Consultorias e serviços especializados na área podem ajudar a colocar tudo isso em perspectiva”.

O resultado já começa a se delinear, principalmente, no campo financeiro. Nos Estados Unidos, no ano passado, o Índice de Sustentabilidade Morningstar caiu menos do que o famoso S&P 500, 18,9% contra 19,4%. Em escala global fundos ESG atraíram fluxos até de fundos mais amplos, conforme dados da Refinitiv Lipper. ESG representou 65% de todos os ETFs europeus em 2022. Por aqui, o número de empresas listadas que assumiram metas de redução de impacto ambiental aumentou de 37%, em 2021, para 45% no ano passado.

Em uma pesquisa realizada pela Somatório para a Percepta, em fevereiro de 2022, por exemplo, sete em cada 10 executivos avaliam que a priorização da agenda ESG teve alto impacto em suas empresas. Além disso:

  • Destacam a grande importância reputacional da agenda ESG;
  • Reconhecem que a necessidade de integrar a agenda ESG às estratégias de negócios vem exigindo uma revisão sistêmica de diversos processos.

Ainda, em um exercício de autoclassificação do estágio atual de maturidade da agenda ESG de suas companhias, a maioria dos executivos admite a necessidade de aperfeiçoamentos, tais como:

  • Documentação de processos;
  • Definição de metas e KPIs;
  • Implementação de projetos de sustentabilidade;
  • Alinhamento com fornecedores e parceiros da cadeia de negócios;
  • E, principalmente, comunicação com stakeholders.

Comunicação essa que impacta diretamente na formação de imagem e reputação das empresas.

“O tema está na mesa. Os esforços em ESG serão mais recompensados na medida de sua estruturação e divulgação, principalmente baseados em metas concretas e previsões de resultados. Como certamente impactarão na reputação corporativa em todos os sentidos, pode ser um bom ponto de partida buscar ajuda para construir os pilares deste futuro”. Finaliza Claudia.

 

Mulheres em TI: como superar as barreiras na profissão?

Ser mulher não é fácil. Em uma carreira tipicamente masculina, fica ainda mais difícil. Os desafios começam cedo, ainda durante o período de formação acadêmica. Ser a única mulher em uma turma de mais de 80 pessoas, infelizmente, é algo comum.

Superada essa fase, vem os desafios no processo seletivo, visto que muitas vagas buscam prioritariamente por perfis masculinos. Para as que conseguem o tão sonhado emprego, começa uma nova etapa de obstáculos.

Ter atenção especial à vestimenta é apenas um deles. O que incomoda mesmo é ter de provar a sua competência o tempo todo. A questão é tão relevante que motivou a realização da pesquisa “Os principais desafios de mulheres em tech”, conduzida pela Yoctoo, consultoria de recrutamento e seleção especializada nesse segmento.

De acordo com esse estudo, mais de 78% delas já sofreram preconceito. E é nas empresas onde mais acontece, sendo em 61% dos casos, seguido por 36% no ambiente escolar e 32% em processos seletivos.

Entre as situações que mais incomodam estão o manterruping, que são interrupções feitas por homens, apontadas por 46% delas; o mansplaining, que são explicações óbvias de um homem para uma mulher, com 35%; e bropriating, que é quando um homem leva créditos por uma ideia de uma mulher, com 33%.

O assédio moral é sentido por 21% das mulheres que trabalham em tecnologia. Mais 19% se queixam de gaslighting, que é o abuso psicológico que faz a mulher duvidar do seu próprio senso de percepção e sanidade, chegando a questionar sua própria capacidade. Na prática, a sensação é a de que nunca seremos melhores que eles.

Os desafios são enormes, em especial quando chegamos aos cargos de liderança e precisamos gerenciar homens – principalmente os mais velhos. E esse tipo de situação não se limita apenas aos colaboradores, mas se estende também aos clientes, que são resistentes em serem atendidos por nós.

Mas, nada pode parar uma mulher determinada. Todas essas questões significam apenas que nós precisamos ter uma dedicação três vezes maior – e deixar isso muito claro! É preciso registrar seus feitos e evidenciar suas conquistas para ser reconhecida por seus méritos. Precisamos provar o tempo todo que merecemos estar ali. Não somos a favor de uma política de cotas. As mulheres têm que chegar aos cargos de liderança por competência e não por metas de diversidade.

As empresas precisam desenvolver uma cultura baseada em entregas. Os objetivos, regras e estratégias precisam estar claros para todos a fim de que as promoções sejam justas, permitindo que os melhores cheguem ao topo, independentemente do gênero. Se isso não acontecer, é melhor mudar de emprego.

Ao enxergar claramente o seu potencial, fica muito mais fácil se impor e ser respeitada dentro da área de tecnologia. E, talento não nos falta. Comumente, as mulheres são mais organizadas e se comunicam de forma mais assertiva. Esses recursos precisam ser usados a nosso favor. Não se pode abaixar a cabeça e muito menos ter medo de se colocar.

Oportunidades não faltam. Há um déficit enorme no segmento. Milhares de vagas que simplesmente não são preenchidas por falta de profissionais qualificados. As mulheres são a verdadeira chave para mudar essa realidade e criarmos um mundo verdadeiramente digitalizado.

Para isso, precisamos fazer um esforço extra, estudar e enfrentar os desafios que vierem. Não se deixar abater é o primeiro passo para criar uma carreira de sucesso. As mulheres precisam acreditar que esse mercado também é delas. Nós somos capazes não apenas de atuar como também de empreender em tecnologia. Essa área é de todos e para todos!


Ana Senko - sócia na K33P, Tangotech e Sales Journey.Mariana Xavier - coordenadora de service desk na K33P, consultoria especializada em SAP Business One.

K33P
https://www.k33p.com.br


Empresas destacam iniciativas que aceleram a prosperidade das mulheres no mercado de trabalho

Especialistas da Intelligenza IT e da Women On the Way, dão um panorama de como o mercado pode evoluir com a causa por meio de ações afirmativas


Em meio aos constantes avanços da sociedade, a presença e valorização de pessoas que se identificam com o gênero feminino no mercado continua sendo uma pauta e ponto de atenção para as principais empresas do país. Atualmente, o Brasil ocupa a 78ª posição no ranking sobre igualdade de gênero, segundo o Índice de Gênero dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável de 2022. 

Dentro deste cenário, e seguindo a ótica do RH voltada para a gestão de pessoas, segundo Flávio Legieri, especialista da área, CEO e Cofundador da Intelligenza IT, maior consultoria nacional de tecnologia SAP para RH, “uma das principais iniciativas que as empresas precisam adotar para transformar o cenário do mercado atual é investir em ações inclusivas,  a fim de garantir uma gestão cada vez mais sustentável e alinhada às práticas ESG, com projetos voltados para a manutenção e garantia de um ambiente de trabalho diverso e responsável”. 

Levando seus fundamentos a prática, hoje, a HRTech conta com mais de 280 colaboradores, dos quais 42% representam pessoas que se identificam com o gênero feminino, um percentual acima da média do segmento, uma vez que o mercado de TI concentra 12,7% de mão de obra feminina no Brasil, segundo estudo da Revelo, e apenas 28% no mundo todo, conforme a IDC (International Data Corporation). 

Deste recorte institucional, 48% das profissionais da Intelligenza ocupam cargos de liderança, indo na contramão dos indicadores do mercado, que apontam uma diminuição na presença de mulheres nesses cargos nas empresas brasileiras, tendo passado de 39% em 2021, para 38% no último ano, segundo pesquisa da Grant Thornton. 

Em um contexto de mercado, para Cláudia Marquesani, fundadora da  Women On the Way, consultoria pessoal que auxilia mulheres da tecnologia a evoluírem suas carreiras, é importante para as organizações trabalharem em iniciativas internas, a fim de entender qual sua responsabilidade no contexto social em que está inserida e identificar como pode contribuir para apoiar e estimular o sucesso feminino no mercado. 

Nesse sentido, com relação aos principais desafios impostos às mulheres que buscam sua ascensão profissional, Cláudia afirma: “elas ainda enfrentam dezenas de obstáculos que são prejudiciais para o seu avanço profissional. A falta de presença feminina em alguns segmentos como a tecnologia, por exemplo, é algo que pode afetar as futuras gerações em termos de representatividade. Outras problemáticas, como a diferença salarial que essas profissionais ainda enfrentam em alguns setores, além do preconceito quanto à maternidade, são tópicos sensíveis e que precisam ser trabalhados e solucionados dentro das organizações”, afirma. 

“É urgente que as empresas enxerguem cada vez mais esses tópicos como os grandes problemas de mercado que eles são e comecem a trabalhar na evolução dessas temáticas de forma responsável. Aqui na Intelligenza, contamos ainda conta com o G-Pink, grupo de afinidades que discute questões e promove ações relevantes para o empoderamento feminino e faz parte do Programa Cores, que tem o propósito de conscientizar e incentivar a diversidade e a inclusão.” afirma Francisco Pereira, Gerente de Recursos Humanos da HRTech.

Para Cláudia, é necessário que neste momento especial dedicado às mulheres, as empresas entendam o quanto é importante atuar de forma mais inclusiva com essas profissionais, oferecendo mais oportunidades de emprego, além de valorização da presença delas em cargos de liderança, programas de treinamento, desenvolvimento de apoio e ações que promovam a igualdade de gênero e a diversidade nos postos de trabalho.

 

Intelligenza IT

https://intelligenzait.com/

 

Desafio Jovem Empreendedor 2023 terá como tema a Indústria de Games

Jovens de Minas Gerais e Pernambuco podem se inscrever gratuitamente até o dia 31 de março  

 

Estão abertas as inscrições para o Desafio Jovem Empreendedor 2023, um jogo virtual que simula o dia a dia de uma empresa, permitindo aos jovens vivenciar o universo do mundo empreendedor, por meio de uma experiência digital de aprendizagem. Podem se inscrever estudantes do Ensino Médio, Técnico e universitários, dos estados de Minas Gerais e Pernambuco. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas até o dia 31 de março, pelo site do desafio. 

 

Nesta edição, o tema do jogo será a Indústria de Games, setor de entretenimento com crescimento mais rápido do mundo, muito procurado por jovens cada vez mais conectados com tecnologia e inovação. “A proposta é oferecer aos estudantes um novo olhar sobre o mercado de trabalho, a carreira e, principalmente, sobre as profissões do futuro, para que eles consigam se conectar ao que acreditam e gostam de fazer”, explica a analista do Sebrae Minas, Jéssica de Oliveira. 

 

Para participar, os estudantes deverão formar equipes de no mínimo três (03) e no máximo quatro (04) estudantes, com um (01) professor mentor, que irá orientar o grupo sobre as melhores estratégias. Os estudantes deverão ser organizados em equipes de Ensino Médio e Técnico, ou Superior e Tecnólogo, e deverão ser da mesma instituição e nível de ensino, independente do curso ou período. 


 

O Desafio 

 

O Desafio Jovem Empreendedor visa disseminar a cultura empreendedora e estimular o desenvolvimento de atitudes e habilidades essenciais de gestão, ligadas ao dia a dia dos negócios. A competição possui quatro (04) fases, divididas em duas (02) etapas, uma estadual (virtual) e outra nacional (presencial). 

 

“O Desafio utiliza uma plataforma que avalia as decisões das equipes e compara com os concorrentes. Ao final de cada fase, as equipes acumulam pontos no ranking e, as que tiverem menor pontuação, vão sendo eliminadas, até chegar à equipe vencedora da grande final”, explica Jéssica. 

 

As equipes vencedoras irão ganhar troféus, medalhas, certificado, e participação no Big Festival, principal evento de lançamento de jogos da América Latina. O local da Final Nacional (presencial) será divulgado em breve.  

 

O Desafio Jovem Empreendedor 2023 é promovido pelo Sebrae Minas, Sebrae PE, Sebrae Nacional, em parceria com a empresa Inova GS. Esta é a quarta edição do desafio. No ano passado, 6035 estudantes se inscreveram na competição, divididos em 1.291 equipes de nível médio/técnico e 346 equipes de nível tecnólogo/superior.




Desafio Jovem Empreendedor 2023
Inscrições gratuitas até 31 de março
Edital e inscrições: https://desafiojovemempreendedor.com.br/


8 de março, Dia Internacional da Mulher: de quais mulheres estamos falando?

Sempre que se aproxima do Dia Internacional da Mulher, há uma grande movimentação por parte das companhias para promover alguma ação para comemorar a data. Algumas decidem dar uma rosa para todas as funcionárias, outras dão um batom, algumas até promovem um dia da beleza, com direito a maquiagem, massagem e tudo mais. Há também aquelas empresas que organizam rodas de conversas, palestras e outros tipos de discussão a respeito dos desafios impostos pela sociedade para as mulheres. Porém, o que raramente se contempla são as inúmeras possibilidades do que é ser mulher no mundo.  

O que acontece na maior parte das vezes é uma padronização do gênero no tripé branca, cisgênero e jovem. E é justamente aí que mora o perigo. Porque quando pensamos apenas na mulher branca, jovem, cis, deixamos para trás uma infinidade de outras, afinal, onde estão as mulheres trans? E as mulheres velhas? E as mulheres negras? E olha que ainda assim essa lista que coloquei agora não abarca todas as possibilidades. Há que se pensar nas mulheres com deficiência, nas gordas, nas que não querem ser mães, nas que odeiam cosméticos, naquelas que romperam com todos os padrões ditos “normais” por essa sociedade que insiste em tentar nos colocar em caixinhas.  

Dei um nó na sua cabeça, né? Eu sei. Afinal, é quase impossível contemplar as infinitas possibilidades de ser mulher no mundo e eu concordo contigo. Mas essa impossibilidade não pode ser paralisante a ponto de não nos deixar ir minimamente além daquilo que o status quo nos ensinou como sendo a única perspectiva para o gênero feminino.  

Foi por um incômodo parecido com o meu que Kimberlé Williams Crenshaw, uma mulher negra, defensora dos direitos civis, norte-americana, nascida em 1959, cunhou o termo interseccionalidade. Kimberlé é uma das principais estudiosas da teoria crítica da raça. Ela é professora em tempo integral na Faculdade de Direito da UCLA e na Columbia Law School, onde se especializa em questões de raça e gênero.  

Crenshaw foi responsável por introduzir e desenvolver a teoria interseccional, o estudo de como identidades sociais sobrepostas ou interseccionadas, em especial as identidades minoritárias, se relacionam com sistemas e estruturas de opressão, dominação ou discriminação. 

Fico imaginando que Kimberlé olhava para os estudos sobre o feminismo e percebia que eles eram, em sua esmagadora maioria, a partir da perspectiva branca e rica e que foi daí que ela deve ter feito uma pergunta muito parecida com a minha: mas e as mulheres negras? E as mulheres pobres? E aí, minha mente fértil me leva a crer que ela deve ter concebido o estudo sobre interseccionalidade para contemplar essas sobreposições.  

No Brasil, Carla Akotirene lançou o seu primeiro livro autoral intitulado "O que é Interseccionalidade?" em 2018. A publicação faz parte coleção Feminismos Plurais, elaborado pela filósofa Djamila Ribeiro. Nele, ela faz reflexões sobre o conceito de Interseccionalidade. Akotirene é uma militante, pesquisadora, autora e colunista sobre o tema feminismo negro no Brasil. Carla é professora assistente na Universidade Federal da Bahia (UFBA) e ela afirma: “O racismo é diferente do patriarcalismo, que por sua vez é diferente da opressão de classe. Mas, frequentemente, eles podem se interligar criando complexas intersecções em que dois, três ou quatro eixos acabam se cruzando”. 

Em um país como o Brasil, onde, conforme a PNAD Contínua de 2021 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), do IBGE, 51,1% da população é composta por mulheres e o maior grupo populacional (28%) é formado por mulheres negras, é inconcebível que as marcas continuem a negligenciá-las nas suas estratégias em uma data tão importante como o Dia Internacional da Mulher.  

Precisamos trazer para a mesa discussões sobre a empregabilidade de mulheres negras, mulheres trans e mulheres com deficiência. Um estudo feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) baseado nos indicadores da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC), realizada pelo IBGE, entre os segundos trimestres de 2019 e 2022, mostrou que as mulheres negras são as que mais sofrem para entrar no mercado de trabalho. Enquanto a taxa de desemprego geral ficou em 9,3% no segundo trimestre deste ano, entre as mulheres negras o indicador ficou em 13,9%. Já entre os homens negros a taxa é menor que taxa nacional: 8,7%. Entre as mulheres brancas, o desemprego constatado foi de 8,9%; e os homens brancos, 6,1%, a menor taxa entre os grupos. Comparando com os mesmos períodos de 2019 a 2022, é possível ver que as mulheres negras têm a maior taxa de desocupação em todos os trimestres. E os homens brancos mantêm as menores taxas de desocupação entre os grupos. 

Um outro tema que é necessário abordar no Dia Internacional da Mulher é a violência contra as mulheres trans. O Brasil ainda continua encabeçando a lista dos países que mais matam pessoas trans no mundo. De acordo com a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), em 2021 aconteceram no nosso país pelo menos 140 assassinatos de pessoas trans, sendo 135 travestis e mulheres transexuais, e 5 casos de homens trans e pessoas transmasculinas. Isso nos mostra que novamente as mulheres são as que mais morrem.  

Quando pensamos nas mulheres com deficiência, há um dado muito importante para abordarmos nessa data: por dia, 7 mulheres com deficiência sofrem violência sexual no Brasil, conforme levantamento. E mais, 54% dessas vítimas são negras e, em 34% dos casos, o sexismo foi a motivação. Esses dados são do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). 

Diante de tantos dados e fatos, não podemos continuar tendo uma visão míope, considerando apenas uma perspectiva do que vem a ser a vivência das mulheres. Portanto, se você quer fazer bonito nesse 8 de março, considere as interseccionalidades. Elas nos direcionam para um mundo de outros atravessamentos e ampliam o nosso olhar sobre o existir feminino.

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Tânia Chaves - palestrante, professora e LinkedIn Top Voices Equidade de Gênero. Ela é graduada em comunicação e especializada no uso de tecnologias em comunicação social. Tem mais de 30 anos de atuação nas áreas de publicidade e marketing. Atualmente está especialista em diversidade e inclusão na Globo e é fundadora da Academia de Diversidade, onde já formou mais de 100 alunos. Tânia acredita que negócios que contemplam a diversidade, a equidade e a inclusão são mais inovadores, criativos, sustentáveis e lucrativos.  


Quatro tendências de inovação para o setor de energia

O Brasil é referência global em termos de energia. Dentre tantos motivos que justificam tamanha conquista, está a compreensão da importância do papel da inovação para o crescimento deste setor e, principalmente, para a busca de alternativas sustentáveis e econômicas que reduzam os custos de operação deste segmento sem que isso afete seu desempenho. E, apesar de ainda termos um longo caminho a ser percorrido, grandes tendências estão despontando como ferramentas valiosas a serem implementadas internamente nessa missão.

Independentemente se for aplicada no modelo de negócios, processos, serviços, produtos ou na organização como um todo, essa já se mostra como uma das principais ferramentas para que o setor de energia alcance resultados positivos – melhorando sua eficiência, aumentando a segurança e permitindo que sejam desenvolvidas soluções criativas tornando-a mais acessível para os consumidores.

Aqui no país, como exemplo, de R$ 6,7 bilhões em aportes entre 1999 e 2019 foram investidos em projetos desenvolvidos através do programa de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da Agência Nacional de Energia Elétrica ANEEL. Muitas janelas de oportunidade podem ser exploradas em prol deste melhor desempenho e destaque no mercado, principalmente se as empresas se atentarem às seguintes tendências que estão moldando este cenário:

#1 Conectividade e digitalização: o uso de mecanismos inteligentes e modernos pautados na conectividade e digitalização permite que as empresas de energia desenvolvam uma verdadeira infraestrutura digital – criando formas de atender aos desafios da indústria e conseguindo, assim, diminuir o consumo de energia, tornar o processo mais eficiente e melhorar a relação entre o setor e o consumidor.

#2 Mercado Livre de Energia: essa é uma das maiores tendências deste setor, justamente por suas promessas de garantir uma maior sustentabilidade, economia, autonomia, acessibilidade e liberdade tanto para as indústrias quanto para os consumidores. Apenas em agosto de 2022, este mercado foi responsável por 38% da eletricidade consumida no país segundo dados da Abraceel – o que o torna uma importante alavanca para a transição energética nacional intensificando a diversidade de fontes energéticas mais ecológicas.

#3 Fontes Renováveis: uma das maiores conquistas do Mercado Livre de Energia foi impulsionar o setor nacional a investir em fontes mais renováveis, que gerem menor impacto ao meio ambiente sem comprometer a entrega da demanda à população. Além da matriz hidrelétrica e das fontes solar e eólica nas quais o Brasil já se destaca, muitos esforços estão sendo vistos na transição do setor em termos de descarbonização.

#4 Hidrogênio Verde: o Plano Nacional de Energia 2050 (PNE 2050) apontou o hidrogênio verde como uma das melhores tecnologias disruptivas no âmbito da inovação no setor de energia. Seu processo é 100% livre de carbono, considerada hoje como uma das fontes renováveis mais promissoras a ser investida nos próximos anos, capaz de promover resultados muito positivos para o mercado.

Mesmo diante de tantas opções de recursos inovadores a serem implementados no setor elétrico, iniciar essa jornada não é algo simples. Seu sucesso depende do desenvolvimento de um mindset de inovação, o estímulo em todas as equipes a inovar, a adoção de ferramentas que permitam o monitoramento dos resultados constantemente e, principalmente, contar com o apoio da ISO de inovação.

Essa metodologia inteiramente flexível aponta as diretrizes a serem seguidas pelas companhias conforme suas necessidades. Ao invés de burocratizar, ela oferece uma maior liberdade às empresas, analisando o grau de maturidade do negócio frente à inovação e os possíveis caminhos a serem percorridos. Assim, cabe à própria organização escolher aquela que faça mais sentido a suas demandas.

A inovação no setor de energia tem um papel fundamental na construção de uma economia limpa, sustentável e resiliente. Por isso, é essencial que o mercado invista vigorosamente essa prática – criando modelos de negócio irão impulsionar este segmento para um futuro mais limpo e econômico para a população.



Alexandre Pierro - mestrando em gestão e engenharia da inovação, bacharel em engenharia mecânica, física nuclear e sócio-fundador da PALAS, consultoria pioneira na ISO de inovação na América Latina.


ISO de inovação
www.isodeinovacao.com.br

 

Mulheres ainda enfrentam a barreira do gênero na ciência

Mulheres representam 58% dos pesquisadores brasileiros, mas apenas 7% na Academia Brasileira de Ciências


O número de mulheres na ciência brasileira é superior ao número de homens. O número de mulheres na mais alta instância da ciência brasileira é inversamente proporcional. Tal discrepância pode estar relacionada ao contexto social em que a sociedade privou, por muito tempo, as mulheres do acesso à educação e, ainda hoje, reflete em como a sociedade científica a enxerga. 

O estudo de caso “Androcentrismo no Campo Científico: Sistemas Brasileiros de Pós-Graduação, Ciência e Tecnologia”, 2019, apontou que 58% dos bolsistas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) são mulheres. Contudo, elas são a minoria quando se fala em coordenação de grupos de pesquisa, somando apenas 38%; ou, ainda, 25% como bolsistas de pesquisa no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Já, no diz respeito ao número de cadeiras ocupadas na Academia Brasileira de Ciências (ABC) esse número cai drasticamente e corresponde a 7% apenas. 

Para a cientista e professora do IBMR, Anna Léa Silva Barreto, apesar do acesso, as mulheres ainda enfrentam muitas barreiras invisíveis para conquistar seu espaço. “Muitas vezes, nós não temos crédito e precisamos provar nossa eficiência, o nosso conhecimento. Entendo que essa é uma questão social, em que as mulheres sempre foram subjugadas de alguma forma pelos homens em uma sociedade patriarcal. Para esse cenário mudar, é preciso mudança de mentalidade que precisa acontecer não só nos homens, mas nas próprias mulheres também”, afirma a professora. 

Bióloga, atuante na área de microbiologia, Anna Léa vê na ciência uma alternativa de quebra de barreiras e paradigmas estabelecidas ao longo da história. “É contribuir como a gente pode com o nosso trabalho, com o nosso olhar para ciência no mundo de uma maneira geral”, analisa. 

De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a cada 10 ocupações em ciência, tecnologia, engenharia e matemática no Brasil, apenas três são ocupadas por mulheres. No âmbito global, o relatório "Decifrar o código: educação de meninas e mulheres em ciências, tecnologia, engenharia e matemática" aponta que apenas 28% dos postos de pesquisadores de todo o mundo são ocupados por mulheres. A complexidade desses dados faz com que Anna, que também é pós-doutoranda na área de Microbiologia e Parasitologia se sinta uma vitoriosa em sua trajetória acadêmica. “Eu me considero uma vitoriosa por chegar onde eu cheguei. Quantas mulheres negras são doutoras nesse país? Eu fui a segunda pessoa da minha família a me graduar, a primeira da família a ter doutorado. Então eu me considero, sim, uma vitoriosa”, se emociona.

 

Barreiras além do gênero

Ser preta, de origem humilde e se tornar cientista. A realidade da professora Anna Léa faz parte da minoria apontada por uma pesquisa do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que evidencia o baixo número de mulheres negras doutoras:  inferior a 3%. Número que motiva a cientista a encorajar outras mulheres a persistirem pelos seus objetivos, especialmente, se forem científicos. “Ser cientista é fascinante. É poder descobrir coisas novas, enxergar as coisas de uma forma diferente. Então eu digo a todas as meninas, a todas as mulheres que têm o desejo de um dia serem cientistas que sigam em frente e quebrem as barreiras que forem impostas a elas. Mesmo que essas barreiras sejam muitas vezes invisíveis. Estudem, sejam curiosas, conversem, conheçam pessoas do nicho que vocês querem atuar e sejam cientistas. A gente precisa de mais mulheres cientistas e só vamos agregar ao mundo como um todo com o nosso conhecimento e com a nossa percepção. Sejam negras, trans, indígenas, brancas, sejam cientistas. Vocês podem o que vocês quiserem”, incentiva.

 

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