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quarta-feira, 14 de setembro de 2022

Zootecnista, Regina Herculano Pinto, alerta sobre os perigos da não adaptação do pet ao novo lar

A profissional alerta que os pets sabem demonstrar sua insatisfação e tristeza tanto quanto demonstram carinho e alegria

 

De acordo com a última pesquisa feita pelo Radar Pet, em 2021 houve um aumento de 30% na adoção de animais de estimação no Brasil. Segundo o levantamento, isso se deu principalmente durante a pandemia. É notório que boa parte dos tutores, cuidam de seus bichinhos como se fossem membros da família, criando laços cada vez mais fortes com eles. 

Entretanto, cerca de 23% dos entrevistados são “pais” de primeira viagem e apesar da maioria enxergar os animais com filhos, muitos ainda possuem dúvidas sobre a melhor maneira de adaptar o pet ao seu novo lar. A zootecnista, Regina Herculano Pinto, sugere o que você pode fazer durante e após a mudança de lar. 

Quais cuidados os tutores devem ter antes de levar o pet para o novo apartamento? 

“É importante que o pet, se possível, não acompanhe todo o estresse da mudança e que seja levado para o novo ambiente, quando o lugar onde ele passará mais tempo, já estiver organizado. Para que ele entenda a nova dinâmica deste ambiente de maneira mais rápida. Não lavar seus itens pessoais de uso também pode ajudar, já que sentir o próprio cheiro e reconhecer objetos familiares trará segurança e conforto ao ser introduzido em um novo local”. 

Como o pet pode demostrar, no comportamento, estar insatisfeito ou irritado com a mudança? 

“Os pets sabem demonstrar sua insatisfação e tristeza tanto quanto demonstram carinho e alegria. Basta que os tutores estejam atentos ao seu comportamento. Eles tendem a ter ações indevidas para chamar a atenção do tutor, e até destruir objetos. Alguns deles também podem ficar quietos, ou demostrarem sinais mais graves, como perca de apetite, etc.”. 

No caso dos cachorros, a zootecnista indica que coloquem a guia da coleira e andem pela casa com ele, apresentando toda a residência de uma vez. “Deixe-o cheirar tudo o que ele quiser, e gastar o tempo que precisar em cada espaço”.

 

Existe algum brinquedo ou produto que possa ajudar nessa fase? 

“Claro! A linha Aromadog da Adoleta Diversão Pet tem a tecnologia de aromaterapia, essa tecnologia funciona através da liberação do aroma pela manipulação da pelúcia pelos pets e desenvolvida especificamente para eles. O aroma de lavanda entra em contato direto com o sistema nervoso do animal quando inalada, trazendo a sensação de relaxamento e bem-estar, culminando na criação de um elo entre o pet e a pelúcia”.

 

O que os tutores devem evitar fazer nos primeiros dias? 

“É importante dedicar mais atenção aos pets durante esse período, para que o pet possa perceber que pode estar à vontade, assim como o tutor no seu novo ambiente. Não deixe o pet durante longos períodos sozinhos e dedique mais tempo ao pet no novo ambiente, para que ele possa associar o novo local a sensação de bem-estar”. 

Regina alerta para os tutores ficarem atentos a sinais de não adaptação. “Quando o seu pet não se acostuma à nova casa, ele pode apresentar alguns sintomas como: falta de apetite; choro; andar curvado; tremor; não brincar ou interagir; não urinar ou defecar; vômito e diarreia. Se eles persistirem por mais de 2 ou 3 dias, o ideal é consultar um veterinário”. 

Nascida em Campina Grande, Regina Herculano Pinto, 38 anos, é formada em Zootecnia pela Universidade Federal da Paraíba. Em 2019, a empreendedora lançou sua própria marca, a Adoleta Diversão Pet. A marca trabalha com 12 linhas de brinquedos no catálogo, entre elas a Comfort, Interativa, Space, Apito, Pelúcia, Mini Pelúcia Interativa, Fast Food e Rock e Feline Clean. 

A Adoleta não tem loja própria ou e-commerce. Os produtos podem ser encontrados em distribuidores e representantes comerciais. O contato pode ser feito pelo WhatsApp: (83) 98825-0729. Para mais informações: adoletadiversaopet.com.br


Investimento em treinamento de cães e operadores reforça segurança e evita entrada de doenças e pragas no país

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa)/Divulgação
Há oito anos o Brasil utiliza cães para impedir a entrada de produtos de interesse agropecuário irregulares. Além dos três cães treinados, outros três serão preparados ainda este mês para a mesma missão

 

O treinamento que permite a ação conjunta entre o cão e o auditor fiscal federal agropecuário (affa) na rotina de auditoria e fiscalização de aeroportos e nas agências de defesa agropecuária nos estados começou há oito anos e está sendo reforçado. A parceria é promissora para ambos, segundo relato de quem promove os treinamentos, como ocorreu recentemente, com o II Curso de Formação de Operadores de Cães de Detecção. O evento foi realizado este mês no Aeroporto Internacional de Brasília, Juscelino Kubitschek, com três animais que reforçarão a segurança nos aeroportos de Guarulhos (SP) e Galeão (RJ) a partir desta semana. Outros três devem iniciar treinamento ainda este mês. No dia 12 de setembro também foi inaugurado um Canil, uma estrutura própria para abrigar cães farejadores, dentro do Aeroporto Internacional de Guarulhos, o maior da América Latina. 

Segundo José Luis Vargas, affa e diretor do Departamento de Serviços Técnicos (DTEC) da vigilância agropecuária internacional (Vigiagro) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), “os cães atuam de forma muito rápida e precisa na identificação de produtos e substâncias irregulares, economizando tempo e pessoal. É um reforço fundamental no trabalho dos auditores”, afirma. 

Romero Teixeira, chefe do Centro Nacional de Cães de Detecção (CeNCD) do Mapa e instrutor de cursos, afirma que cinco cães atuam hoje na Defesa Agropecuária brasileira, adquiridos por meio de Termos de Ajuste de Conduta (TACs), celebrados com o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT). "O cão é um reforço, uma ferramenta complementar à auditoria e fiscalização realizada pelos affas, em unidades da Vigiagro nos aeroportos, fronteiras, portos, Correios e outros pontos estratégicos”, informa e complementa: "Os cães não atendem só o Vigiagro, temos muitas solicitações para atuação deles nas agências de defesa agropecuárias nos estados, nas divisas internas", esclarece Romero. 

Na comparação com os equipamentos de Raio-x utilizados nos aeroportos também para detecção de produtos de interesse agropecuário suspeitos, os cães se sobressaem pela velocidade com que podem identificar bagagens, pacotes e cargas irregulares. Levam cerca de dois a três segundos, enquanto a máquina (Raio-X) demora de 30 segundos a um minuto. O mesmo vale para o custo-benefício do animal, que pode ser adquirido por preço médio de R 30 mil, contra R 1,5 a R 2 milhões da máquina de detecção. Sem falar na manutenção do bicho, menos onerosa. "Sozinho, o Raio-X não faz muita coisa. O cão é semelhante, mas é mais barato. Ele é um reforço no trabalho realizado pelos affas. São ferramentas complementares", resume Romero, que também faz questão de destacar o investimento feito no bem-estar do animal. 

Segundo ele, o trabalho de detecção realizado pelos cães é realizado pelos bichos como se fosse uma diversão e assim tem que ser. Explica que todos são muito bem tratados, têm plano de saúde veterinário completo, se alimentam da melhor ração disponível no mercado e têm local de descanso garantido onde atuam.

 

Treinamento

Não é só o cão que precisa de treinamento para trabalhar com o affa. Os auditores agropecuários também recebem treinamento para aprender a lidar com o animal. "É um trabalho que exige dedicação, atenção ao preparo físico do animal, aulas teóricas e práticas para os affas, com simulações de busca de materiais suspeitos, de interesse agropecuário. É fundamental que o operador do cão crie vínculo com o animal", informa. Esses treinamentos podem levar de três a seis meses. Outro treinamento também está programado para este mês, segundo o chefe do CeNCD, mas o destino dos cães ainda será definido pelo Mapa. 

No planejamento para operar o cão, um animal pode ser compartilhado com duas pessoas. Normalmente, o cão pode atuar até quando responder bem ao trabalho. Um bom exemplo é o Leo, cão que há oito anos trabalha no Aeroporto Internacional de Brasília, operado por Romero. "Ele tem oito anos e trabalha como se tivesse dois", revela. 

Protagonistas de operações que ocuparam manchetes de vários veículos de imprensa, os cães, especialmente o Leo, teve atuação marcante durante o encontro dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) em Brasília, em novembro de 2019. Assim como recentemente, com a vinda de comitiva de portugueses para o bicentenário da Proclamação da Independência do Brasil. Leo também já trabalhou no aeroporto do Galeão, em Natal e em Roraima. O Labrador Chocolate, Theo, ganhou notoriedade com a detecção de sementes suspeitas, vindas de países asiáticos, como China e Malásia e grande parte apreendida no Aeroporto de Curitiba. Quanto aos affas, após o recente curso, já são oito treinados e aptos a trabalhar com o auxílio de cães.

 

Cães no agro

Segundo o Centro Nacional de Cães de Detecção (CeNCD), que já tem andamento a ampliação das instalações em Brasília, no Cruzeiro, cidade próxima ao centro da capital, o objetivo desse espaço é servir ao treinamento de cães que vão reforçar a fiscalização agropecuária do país, com meta de realizar o treinamento de quase 40 animais, previstos para reforçar a Defesa Agropecuária, futuramente. 

Para o Sindicato dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (ANFFA Sindical), o CeNCD presta um serviço extremamente relevante para a segurança do país e de apoio aos affas. "A ampliação do trabalho com detecção de cães é um passo significativo que conta como atribuição exclusiva à carreira e auxilia os affas na auditoria e fiscalização durante a atuação nos aeroportos, portos, postos de fronteiras e correios, evitando a entrada de pragas e doenças", afirma Janus Pablo, presidente do ANFFA. 

O CeNCD informa ainda que hoje, após o segundo curso de formação para operadores de cães de detecção, a Defesa Agropecuária do país conta com cinco cães treinados: 1 Labrador, o Leo, (Aeroporto de Brasília); 1 Labrador Chocolate em Curitiba, o Thor; além de três cães recém-treinados que devem apoiar o Vigiagro do Galeão e de Guarulhos, sendo dois para o Rio e um para São Paulo.


Um Papo Rápido Sobre a Cirurgia Bariátrica!

Você Já Pensou Em Fazer Bariátrica? Você Sabe Como Fazer Um Acompanhamento Pós-Bariátrica?

 

A bariátrica, que é uma técnica de redução do estômago que traz enormes expectativas para aquelas pessoas que desejam emagrecer, mas geralmente vem como uma solução milagrosa. E o aumento da procura por essa técnica também se deve ao isolamento social por causa da pandemia, onde muitas pessoas acabaram ganhando muito peso durante esse período extenso, ficando presas em suas casas, o que gerou um aumento na ansiedade, e muitas pessoas acabaram descontando essa ansiedade na comida.

Ainda muito polêmica a cirurgia de estomago, ou bariátrica, vem crescendo no mercado, isso porque há uma campanha de Marketing por trás, com especialistas em bariátrica que orientam o paciente sobre a importância de um pré-requisito médico, envolvendo exames endocrinológicos, psicológicos, cardiológicos, além do histórico médico da pessoa interessada em fazer a bariátrica.

Isso porque, se não for bem planejada o pré-operatório e o pós-operatório, incluindo orientação e acompanhamento em cada fase, a cirurgia pode se tornar desastrosa. Embora considerado ideal para pessoas com obesidade mórbida, a cirurgia também pode servir para aquelas pessoas que já tentaram de tudo, como dieta alimentar, atividade física e tratamento medicamentoso, e mesmo assim não tiveram sucesso para emagrecer.

É preciso levar em conta que nem sempre o procedimento bariátrico estará isento de complicações durante a cirurgia e no pós-cirúrgico.

Além da bariátrica não garantir ao paciente que ele não sofrerá com reganho de peso depois da cirurgia, o paciente precisará fazer uso contínuo para o resto de suas vidas de alguns suplementos.

É comum, pacientes na pós-bariátrica, ficarem com deficiência grave de ferro e desenvolverem anemia, deficiência de B12, nível de cálcio baixo e que pode causar osteoporose, desequilíbrio hormonal, entre outros problemas. E quais os suplementos que terá que tomar pelo resto da vida?

Bem, todos os pacientes que mexeram no intestino precisam de três suplementações; cálcio, vitamina D, que para uma melhor absorção do organismo deve se tomar diariamente, e um polivitamínico que seja eficaz, devendo buscar orientação com profissionais médicos sobre tipos e marcas no mercado, já que uma vez que seu estomago estará reduzido e interligado diretamente ao intestino, sua absorção é bem menor do que a de uma pessoa não operada.

Além disso, uma consulta periódica ao psiquiatra ou terapia constante é uma excelente ideia, já que a maioria dos casos de obesidade, acontece por compulsão e não é difícil vermos pessoas trocando o vício que tinham em comida por outros vícios, dentre eles álcool, drogas, sexo promíscuo, jogos, entre outros.

Bem, que a bariátrica é uma solução para o obeso mórbido, sem dúvida é, mas antes de faze-la, converse com seu endocrinologista de confiança, vejam se já exploraram todas as possibilidades e veja o que ele te aconselha.

De qualquer forma, é preciso colocar os prós e contras na balança.

Boa Sorte!

 

Dra. Gabriela Iervolino - Médica, Endocrinologista formada pela UNIFESP e FMABC, titulada pela SBEM – Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
https://dragabrielaiervolino.com.br/

@dra.gabrielaiervolino

 

Artrose: 5 dicas que ajudam a prevenir a doença que acomete mais de 15 milhões de brasileiros

Hábitos de vida saudável, controle do peso, exercícios de baixo impacto e acompanhamento ortopédico em casos de predisposição podem retardar o diagnóstico e evolução dos desgastes nas articulações 

 

Embora seja uma doença que acometa com mais frequência as pessoas acima dos 65 anos de idade, a artrose tem vitimado uma população cada vez mais jovem. Maus hábitos alimentares, obesidade e modalidades de exercícios físicos de alto impacto e consequente traumas provenientes dessas práticas, tem feito com que pacientes na casa dos 30 aos 50 anos procurem ajuda profissional, relatando dores causadas pelo desgaste de articulações como as do joelho. De acordo com o último levantamento divulgado pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), cerca de 20% dos indivíduos na faixa dos 30 anos já sofrem com a doença no país. 

Por se tratar de uma enfermidade degenerativa e irreversível, a melhor maneira de evitar um diagnóstico de artrose é seguir algumas medidas básicas de cuidados, voltadas aos hábitos de vida saudável, a prática regular de exercícios e o acompanhamento frequente com um médico ortopedista, especialmente em casos de predisposição por fatores hereditários. Veja, a seguir, algumas dicas que podem ajudar a preservar a saúde das articulações. 


Mantenha uma alimentação saudável e equilibrada 

A escolha por alimentos naturais e saudáveis, refeições equilibradas em termos de grupos alimentares e na quantidade correta para atender as necessidades diárias de nutrientes e calorias, podem contribuir diretamente para o estado de saúde em geral, incluindo as cartilagens das extremidades ósseas. Excluir da dieta os alimentos processados e ultraprocessados como os industrializados e os fast foods, ricos em sódio, açúcar e gorduras ruins também reduz o potencial de inflamação do organismo, que acomete diferentes órgãos e funções. A inflamação das articulações, conhecida como artrite, desencadeia, com o passar do tempo, a presença da artrose.  


Controle constantemente seu peso corporal 

Não se trata de uma obsessão com a balança, mas o acompanhamento nutricional e endócrino, com dietas equilibradas e a avaliação de algumas funções do corpo pode ser uma boa maneira de controlar o peso corporal e evitar a obesidade. O excesso de peso, com o passar do tempo, sobrecarrega e provoca o desgaste das articulações, levando precocemente ao diagnóstico da artrose.   


Pratique exercícios que fortaleçam a musculatura e as articulações 

A prática regular de atividades como ioga, pilates, natação, exercícios aeróbicos e alongamentos ajudam a fortalecer a elasticidade das articulações. Alternar esses exercícios com os de fortalecimento muscular, como a musculação, evita a sobrecarga das extremidades ósseas, já que os músculos atuam de forma a absorver impactos e lesões na região. 


Evite exercícios de repetição e de alto impacto 

Esportes como vôlei, futebol, basquete e o recente crossfit, que demandam esforços concentrados, repetitivos e de alto impacto, podem acabar lesionando articulações como as do joelho. É preciso ter cautela nessas práticas, garantindo o uso de equipamentos e acessórios adequados, assim como o acompanhamento de um instrutor ou educador físico capacitado.  


Predisposição genética requer acompanhamento ortopédico 

Este é um fator que jamais deve ser ignorado, inclusive, trata-se de um motivo importante para redobrar os cuidados com as articulações. A boa notícia é que como todo fator genético/ predisposição, é possível ser contornado ou, pelo menos, postergado, a partir dos cuidados básicos com alimentação e exercícios. Em todos os casos, o acompanhamento da saúde articular junto a um médico ortopedista pode fazer toda a diferença nessa rotina de prevenção e diagnósticos precoces.  

Pensando em ajudar pacientes que sofrem com doenças ósseas ou articulares e têm interesse em saber mais sobre a saúde musculoesquelética, a Zimmer Biomet lançou recentemente o portal The Ready Patient. Por meio de diversos artigos publicados no canal é possível entender um pouco mais sobre a temática, diagnósticos, curiosidades, dicas de vida saudável, preparo e recuperação de cirurgias como as de quadril e joelho. Basta acessar www.thereadypatient.com.br e conferir o conteúdo completo. 

 

Zimmer Biomet

 www.zimmerbiomet.com

http://linkedin.com/showcase/zimmerbiometbrasil 


Dia Mundial de Conscientização Sobre Linfomas: cerca de 60% dos diagnósticos são descobertos em estágio avançado

Detecção precoce é essencial no combate à doença; Oncohematologista esclarece principais dúvidas e sintomas que devem ser investigados

 

Na última década, o termo Linfoma ganhou as manchetes após uma série de personalidades famosas revelarem o diagnóstico da doença. E não é à toa que ouvir falar sobre esse tipo de câncer está mais comum: no Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que para cada ano do triênio 2020-2022 sejam diagnosticados 2.640 casos de linfoma de Hogdking e 12.030 de linfoma não Hodgking . E, segundo a entidade, por motivos ainda desconhecidos, o número duplicou nos últimos 25 anos, principalmente entre pessoas com mais de 60 anos. 

De acordo com uma pesquisa feita pelo Observatório de Oncologia, entre 2008 e 2017, foi mostrado que o linfoma costuma ser diagnosticado tardiamente no Brasil. Cerca de 58% dos pacientes descobrem a doença em estágio avançado e 60% dos homens e 57% das mulheres têm um diagnóstico tardio.
 

Mas, do que se trata esse tipo de tumor? 

De forma simplificada, os linfomas podem ser classificados como Hodgkin, mais raro e que afeta em especial jovens entre 15 e 25 anos e, em menor escala, adultos na faixa etária de 50 a 60 anos, ou não-Hodgkin, cujo grupo de risco é composto por pessoas na terceira idade (mais de 60 anos). Para a Dra. Mariana Oliveira, oncohematologista da Oncoclínicas São Paulo, apesar de não haver prevenção por desconhecimento do que leva ao surgimento da neoplasia, a chave para deter a evolução progressiva do tumor é o conhecimento. "A boa notícia é o fato de os linfomas terem alto potencial curativo. O diagnóstico precoce é fundamental para alcançar o êxito no processo terapêutico, por isso o esclarecimento à população é essencial", afirma.
 

Sintomas e Tratamento 

Os sintomas em geral são aumento dos gânglios linfáticos (linfonodos ou ínguas, em linguagem popular) nas axilas, na virilha e/ou no pescoço, dor abdominal, perda de peso, fadiga, coceira no corpo, febre e, eventualmente, pode acometer órgãos como baço, fígado, medula óssea, estômago, intestino, pele e cérebro.
 

"As duas categorias - Hodgkin e não-Hodgkin -, contudo, apresentam outros subtipos específicos, com características clínicas diferentes entre si e prognósticos variáveis. Por isso, o tratamento não segue um padrão, mas usualmente consiste em quimioterapia, radioterapia ou a combinação de ambas as modalidades", explica Mariana Oliveira.

Em certos casos, terapias alvo-moleculares, que tem como meta de ataque uma molécula da superfície do linfócito doente, podem ser indicadas. "Estas proteínas feitas em laboratório atuam como se fosse um ‘míssil teleguiado’ - que reconhece e destrói a célula cancerosa do organismo", ressalta o médico. Ainda, dependendo da extensão dos tumores e eficácia das medicações, pode haver a indicação de transplante de medula óssea.
 

Diante dos desafios impostos pela crescente incidência da doença, novas alternativas terapêuticas vêm surgindo para combater os linfomas, especialmente para os que não respondem aos tratamentos convencionalmente indicados. "A medicina tem avançado nos últimos anos principalmente através da terapia celular", afirma a especialista.
 

Ela conta que o autotransplante, tratamento no qual é realizada uma quimioterapia mais intensa seguida pela infusão da medula do próprio paciente, é uma delas. A terapia com imunoterapia é outra. Com bons resultados apontados por estudos e pesquisas de referência global, o tratamento estimula o organismo do paciente a reconhecer e combater as células tumorais. "De forma bastante simplificada, podemos dizer que os imunoterápicos desativam os receptores dos linfócitos e, assim, permite que as células doentes sejam reconhecidas. Isso faz com que o organismo volte a combater o tumor - e sem causar efeitos colaterais comuns a outras medicações habitualmente adotadas nos processos terapêuticos", finaliza Mariana Oliveira.
 


Grupo Oncoclínicas

www.oncoclinicas.com


Faculdade oferece mil vagas para atendimento nutricional gratuito

Podem se consultar pessoas obesas, praticantes de atividades físicas, entre outras  
 

O Ambulatório de Nutrição da Faculdade Santa Marcelina está com inscrições abertas para mil vagas, gratuitas, para atendimento nutricional à população. As consultas contam com planos alimentares individualizados, considerando a proposta de mudança de hábitos alimentares e atendendo situações relacionadas à perda ou ganho de peso, reeducação alimentar, portadores de doenças crônicas, praticantes de atividades físicas e orientação nutricional. 

Os atendimentos têm duração de uma hora e acontecem de terça e quinta-feira, às 8h, 9h e 10h. As consultas são realizadas por alunos do último ano do curso de Nutrição da Faculdade Santa Marcelina com supervisão direta de um professor. Para utilizar o serviço não é preciso obter encaminhamento médico. 

Segundo Irani Gomes dos Santos Souza, coordenadora do curso de Nutrição da Faculdade Santa Marcelina, a proposta dos atendimentos é de acompanhamento nutricional e não apenas de ações pontuais. “As consultas visam auxiliar na melhora da qualidade vida da pessoa a quem o cuidado será prestado, visando desde controle de peso e evitar ou minimizar ação de algum fator que possa agravar a saúde”, explica. 

As consultas devem ser agendadas de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h, diretamente na recepção da Faculdade Santa Marcelina ou pelo telefone (11) 2217-9110 - Ramal 9142. O Ambulatório de Nutrição da Instituição fica localizada no 4º andar da unidade Itaquera, localizada na rua: Cachoeira Utupanema, 40 - Vila Carmosina, São Paulo.
 

Agendamento: 

Ambulatório de Nutrição da Faculdade Santa Marcelina

Local: Rua: Cachoeira Utupanema, 40 - Vila Carmosina, São Paulo

Atendimento gratuito

Telefone: (11) 2217-9110 - Ramal 9142
 

Faculdade Santa Marcelina

 

Crianças podem usar lentes de contato?


Setembro Safira reforça a importância da educação e conscientização sobre o uso das lentes de contato


Estamos no Setembro Safira, mês eleito para debater o uso correto das lentes de contato. O tema é muito importante na medida em que muitos problemas podem surgir quando o usuário não segue as recomendações do oftalmologista no que diz respeito à higiene, tempo de uso e outros aspectos relacionados às lentes corretivas.  
Uma das dúvidas mais comuns é se existe contraindicação das lentes de contato para crianças e adolescentes. A princípio, crianças maiores de 10 anos e adolescentes podem usá-las. Contudo, é preciso muita cautela.
 
De acordo com a oftalmopediatra Dra. Marcela Barreira, a prescrição de lentes de contato para crianças e adolescentes é uma decisão que deve ser tomada pelo médico junto aos pais. “O uso de lentes de contato não é isento de riscos. Pelo contrário, exige comprometimento com as recomendações do oftalmologista para o uso responsável nesse público”.
 
Um estudo publicado no periódico Pediatrics, apontou que 20% das crianças que passam por consultas de urgência anualmente nos Estados Unidos apresentam complicações relacionadas às lentes de contato. 


 
Lentes de contato podem causar lesões na córnea
 
A principal preocupação quando se fala em lentes de contato é a córnea,  camada externa do olho essencial para a visão. 

"A pior consequência do mau uso das lentes de contato é a ceratite, inflamação grave da córnea. Quando não tratada ou tardiamente diagnosticada, pode causar danos irreversíveis na visão”, aponta Dra. Marcela.

A falta ou a má higiene das lentes de contato somada ao tempo prolongado de uso são fatores que aumentam de forma considerável o risco da ceratite.
 
“A ceratite pode ser causada por bactérias, fungos, vírus e pela Acanthamoeba, sendo muito comum em usuários de lentes de contato. Normalmente, esses micro-organismos aderem às lentes por má limpeza ou em contato com águas contaminadas de piscinas, lagos, rios e até mesmo na água encanada, dependendo da localidade”, diz a médica.


 
Autonomia

Um dos principais critérios para prescrição de lentes de contato em crianças é o quanto essa criança é independente e o quanto ela consegue assumir a responsabilidade necessária para usar lentes no  lugar dos óculos.

"O oftalmologista precisa considerar a capacidade de autonomia da criança em colocar e remover as lentes. Além disso, é necessário que a criança compreenda a importância de higienizar corretamente as lentes e que respeite o tempo de uso", aponta a médica. 
 
“Naturalmente, é mandatório que os pais supervisionem o uso das lentes de contato em crianças e adolescentes. Quanto a idade, dependendo da maturidade da criança, podemos trocar os óculos pelas lentes de contato a partir dos 10 anos”, explica Dra. Marcela.
 
“Além de todos os cuidados com a colocação e limpeza, crianças que usam lentes de contato precisam ir ao oftalmopediatra com mais frequência para avaliar possíveis alterações e lesões oculares causadas pelas lentes”, alerta a especialista.
 
Por fim, a decisão de prescrever lentes de contato para o público infantojuvenil deve ser baseada na necessidade funcional e não somente na estética.


 
Há benefícios?
 
Apesar de todos os cuidados e restrições, as lentes de contato podem trazer benefícios como a oportunidade de praticar alguns esportes, melhorar a autoestima e até a acuidade visual, dependendo do tipo de problema ocular que a criança apresenta.
 
“Em muitos casos as lentes de contato são usadas para doenças que demandam esse tipo de dispositivo como catarata congênita, irregularidades na córnea, ceratocone, estrabismos e anisometropia (grande diferença de grau entre os dois olhos)”, aponta Dra. Marcela.


 
Quando se preocupar
 
A partir do momento em que a criança começa a usar lentes de contato, os pais precisam ficar atentos a possíveis sinais e sintomas oculares que podem indicar uma possível inflamação ou lesão na córnea. Também é comum que algumas crianças desenvolvam alergias e irritação nos olhos.


 
Sinais de Alerta 

  • Ardência ocular
  • Coceira
  • Vermelhidão
  • Sensação de areia nos olhos
  • Lacrimejamento em excesso
  • Visão embaçada
  • Dor nos olhos
  • Acúmulo de secreção
 
No caso de a criança apresentar qualquer um desses sintomas, os pais devem procurar o oftalmopediatra para avaliação.

Cirurgia de catarata evita 7 internações por hora

Levantamento indica 17 internações/hora de idosos causadas por queda. Cirurgia de catarata reduz o risco em 40%. Entenda.

 

Queda entre idosos pode causar invalidez e é uma importante questão de saúde pública. A cena de um idoso em cadeira de rodas é mais frequente do que se pode imaginar.  Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto de Instituto Penido Burnier um levantamento realizado pelo hospital no Sistema de Informações Hospitalares (SIH) do Ministério da Saúde aponta aumento de 75% no número de hospitalizações de idosos por queda de janeiro a junho do ano em relação ao mesmo período de 2012.  Passou de 45,7 mil para 74,7 mil, indicando que hoje a queda causa 17 internações/hora. A internação hospitalar por queda representa alto risco de invalidez porque só acontece quando o acidente é grave. Pior: soma mais da metade das internações por causas externas no País. 

A pesquisa também mostra que as mulheres correm mais risco. Sofreram no primeiro semestre do ano 45,7 mil (62%) das 74,7 mil internações/queda. Queiroz Neto explica que as mulheres são maioria porque têm mais problemas de visão, o diabetes é mais frequente entre elas e estas duas variáveis podem interferir no equilíbrio. A população feminina, comenta, também tem maior predisposição à osteoporose conforme envelhece devido a diminuição dos estrogênios após a menopausa que torna as quedas mais perigosas entre elas

 

Catarata lidera causas

Queiroz Neto ressalta que de acordo com a Pasta só 20% dos que sofrem quedas precisam de internação. A maioria, 80%, recebe tratamento ambulatorial. Nesta parcela muitos sofrem acidentes oculares, alguns graves, como é o caso das perfurações que podem levar à perda definitiva da visão.  O oftalmologista ressalta que a catarata é a doença ocular que mais contribui com as quedas a partir dos 60 anos. Isso porque, é a mais frequente, altera a visão de profundidade e de contraste e geralmente progredir mais rápido em um olho que no outro. A boa notícia é que a cirurgia de catarata reduz em 40% o risco de cair e o levantamento no Ministério da Saúde mostra que a diminuição dos casos de covid abriu espaço para a retomada da cirurgia. No primeiro semestre do ano foram realizados no País 22,8 mil cirurgias ante 23,6 mil no mesmo período de 2019, depois de uma forte queda no número de procedimentos causado pela covid nos dois últimos anos. “O problema é que muitos só buscam por tratamento depois de um acidente. Este foi o caso de que um paciente que escorregou em um tapete e teve uma perfuração da córnea com descolamento da íris. “Fizemos uma cirurgia de emergência porque a perfuração da córnea pode provocar infecção generalizada no olho e perda da visão. Felizmente a cirurgia correu bem, mas exigiu meses de acompanhamento com higienização da pálpebra para reforçar o tratamento tópico com colírios anti-inflamatórios e antibióticos que dura meses”, afirma Queiroz Neto

 

Sintomas

O oftalmologista explica que a catarata resulta da aglomeração de proteínas no cristalino, lente interna do olho, que lentamente vai se tornando opaco. A cirurgia tem indicação quando surge dificuldade para realizar as atividades cotidianas. Os principais sintomas elencados por Queiroz Neto que indicam estar na hora de operar são:

·         Troca frequente dos óculos.

·         Enxergar halos ao redor das luzes

·         Incapacidade de enxergar com pouca luz.

·         Maior sensibilidade à luz e perda repentina da visão dirigindo com faróis contra.

·         Visão embaçada que dificulta a leitura.

·         Redução da visão noturna.

·         Dificuldade de adaptação a diferentes níveis de iluminação.

·         Insônia decorrente da menor entrada de luz azul nos olhos que reduz a produção de melanopsina, uma substância que regula nosso estado de alerta e sono.

 

Diagnóstico e Exames pré-cirúrgicos

O oftalmologista afirma que o diagnóstico da catarata é feito durante um exame de rotina. O preparatório da cirurgia inclui exame biométrico da curvatura, espessura e superfície da córnea, tamanho da pupila, imagem do globo ocular com características da íris (parte colorida), vasos sanguíneos que influem na visão, diagnóstico de pequenas imperfeições ópticas que surgem com o envelhecimento e escolha da lente intraocular a ser implantada na cirurgia, de acordo com o estilo de vida, hábitos, expectativa após a cirurgia   e  presença de  comorbidades como diabetes, glaucoma, ceratocone, alterações na retina e mácula.

 

Como é feita a cirurgia

Ao contrário do que muitos imaginam, a cirurgia de catarata não dói. Queiroz Neto afirma que a cirurgia conta com um sistema que permite a portabilidade dos exames pré-cirúrgicos aos equipamentos do centro cirúrgico para lhe oferecer a mais precisa correção. Na cirurgia o olho é anestesiado com uma gota de colírio e o paciente recebe uma sedação para relaxar. Uma pequena incisão de dois milímetros é feita na borda externa da córnea para aspirar a catarata através de um equipamento de ultrassom e a lente escolhida é suavemente inserida em seu olho. Queiroz Neto afirma que no mesmo dia você recebe alta e a maioria das pessoas ficam surpresas com o mundo novo que começa a ver no dia seguinte quando é retirado o curativo. A visão é o mais dominante de todos os nossos sentidos. Por isso merece cuidado, conclui.

 

Setembro Vermelho: praticar atividades físicas é fundamental na rotina de cuidados com o coração


Em setembro é comemorado o mês de cuidados com o coração. A campanha Setembro Vermelho visa conscientizar as pessoas a respeito dos problemas cardiovasculares. No Brasil, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) divulgados em 2020, há 14 milhões de pessoas com cardiopatias — doenças responsáveis por mais de 30% das mortes no país. Na prática, a cada 40 segundos uma pessoa morre no Brasil devido às principais doenças do coração. O mais alarmante é que são óbitos decorrentes de enfermidades que podem ser prevenidas e tratadas. 

Além de realizar exames de check-up frequentes, a prática de atividade física é importante para prevenir o surgimento dessas doenças. Alguns fatores de risco que levam ao desenvolvimento das doenças cardiovasculares se relacionam ao estilo de vida, sendo o sedentarismo e padrão alimentar inadequado dois fatores agravantes para os problemas com o coração.

O Ministério da Saúde publicou em 2021 o Guia de Atividade Física para a População Brasileira que explica que 150 minutos de atividades físicas moderadas ou 75 minutos de atividades físicas intensas por semana são suficientes para a manutenção da saúde e a prevenção de doenças. “A prática regular de exercícios melhora a capacidade cardiorrespiratória, assim como do perfil lipídico e da pressão arterial, além de auxiliar na redução dos níveis de glicose sérica e o risco de trombose. Começar a praticar exercícios físicos pode ser difícil, mas é um hábito importante e que trará inúmeros benefícios para a saúde física e emocional”, explica Eduardo Curaçá, personal trainer do Trainiac By Gympass, aplicativo líder em treino com personal.

Para quem está com dificuldade de incluir os exercícios como parte da rotina, Eduardo dá as seguintes dicas:

 

  • Busque uma atividade que você gosta

Nada melhor para se sentir motivado do que fazer algo que você goste. E é por isso que é importante testar diferentes esportes e atividades para encontrar uma que sinta prazer em praticar. Com o Gympass fica mais fácil praticar diferentes modalidades, o aplicativo conta com mais de 50.000 parceiros fitness. Se estiver com preguiça de sair, o aplicativo tem 1.300 aulas sob demanda para treinar em casa e centenas de personal trainers disponíveis para acompanhar o aluno ao vivo.

  • Faça um treino em grupo

Quando estamos em um grupo que está focado em atingir metas parecidas, temos um estímulo a mais, vemos a troca de experiências, o apoio pra não desistir e isso é fantástico. Danças, lutas, crossfit, beach tennis e futevôlei são alguns exemplos de práticas em grupo que você pode praticar.

  • Encaixe na sua rotina

Algumas pessoas preferem treinar de manhã, outras se sentem mais dispostas para praticar exercícios à noite, não existe regra e cada pessoa precisa identificar como é possível encaixar o exercício na rotina para que se torne uma atividade prazerosa e possível de conciliar com as demais demandas do dia a dia.


 Gympass


Transplante de fígado oferece nova esperança para pacientes com câncer colorretal

Hospital São Lucas Copacabana é o primeiro na América Latina a realizar procedimento desenvolvido na Noruega

 

O transplante hepático vem sendo utilizado como alternativa de tratamento para casos de câncer colorretal que apresentam metástase no fígado. O procedimento inovador foi desenvolvido na Noruega e realizado pela primeira vez na América Latina no Hospital São Lucas Copacabana, da Dasa, a maior rede de saúde integrada do Brasil. A técnica, ainda pouco realizada no mundo, tem sido uma esperança para os pacientes oncológicos.

Segundo o dr. Eduardo Fernandes, cirurgião especialista em transplante de órgãos do abdome do hospital São Lucas Copacabana e, criador do protocolo brasileiro desse tipo de cirurgia, o transplante beneficia pacientes que apresentam lesões metastáticas no fígado que são consideradas inoperáveis. 

“O tumor colorretal é muito comum, e, em grande parte da população que apresenta metástase hepática, ele é irressecável porque ocupa uma área muito grande do órgão ou porque as lesões são inúmeras e não é possível removê-las por meio de cirurgia. Até esse novo protocolo, desenvolvido na Noruega, a única opção de tratamento para esses pacientes era a retirada da parte do fígado atingida pelo tumor. Mas quando o câncer tomava todo o órgão, não havia nada mais a ser feito”, explica o dr. Fernandes. 


Uma nova solução para um problema frequente 

Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam que o câncer colorretal é o segundo mais comum entre homens e mulheres, com mais de 40 mil novos casos por ano, além de ser o terceiro tumor mais letal na população. 

Segundo Eduardo Fernandes, no momento do diagnóstico, cerca de 30% dos pacientes já apresentam metástase, e o fígado é o órgão mais acometido (em 80% dos casos). Ou seja, 3 em cada 10 pessoas já apresentam a doença espalhada para esse órgão e outros 30% vão desenvolver metástase hepática no futuro. 

É nesse contexto que a substituição do fígado se faz necessária. Contudo, a indicação do transplante obedece a alguns critérios, como aponta Fernandes: “Para estar elegível ao procedimento, o paciente precisa ter operado o tumor primário – no caso, o colorretal – há, pelo menos, um ano, ter lesões metastáticas restritas ao fígado e consideradas irressecáveis e que a doença esteja controlada por quimioterapia.” 

Como foi o caso do empresário Fabiano José de Oliveira Rufino Ribeiro, pernambucano de 47 anos que recebeu parte do fígado de seu filho mais velho, Fábio Vítor de Oliveira Rufino Ribeiro, de 22 anos, estudante universitário de publicidade. Fabiano conta que tinha cerca de 80% do fígado lesionado por metástases decorrentes de um adenocarcinoma colorretal já operado em sua cidade natal. Ele chegou ao Rio de Janeiro com seu irmão, seu filho Fábio Vítor e uma irmã que já reside na cidade para realizar os testes de compatibilidade do órgão. E foi o filho que apresentou os resultados de doador potencial mais compatível.   

“Perguntei ao Fábio, mais de uma vez: ‘Meu filho, você tem certeza de que quer ser o doador? Se você não estiver preparado, eu vou entender.’ E ele, decidido, nunca teve dúvidas. Disse que seria o doador com certeza. Só posso dizer que tudo no mundo se resume a um ato de amor. Eu jamais me envergonhei de minha doença. Nunca a escondi de ninguém. Enfrentei o câncer com muita fé. Sabia que não seria fácil, mas sempre acreditei na cura. Tenho convicção de que a autoridade médica é constituída por Deus”, ressaltou Fabiano, com lágrimas nos olhos. 

Antes do transplante, Fabiano e sua família precisaram fazer algumas pontes aéreas entre Recife e Rio de Janeiro para a realização de consultas e exames a fim de verificar se o caso dele era elegível ao procedimento e compatível com todos os critérios do protocolo brasileiro. 

No dia 18/6/2022, pai e filho estavam prontos para entrar no centro cirúrgico e realizar o transplante de fígado intervivos, procedimento que durou cerca de sete horas. “Lembro-me da voz do dr. Eduardo na sala cirúrgica, mesmo com todos os ruídos que os equipamentos fazem. Ele me disse com alegria: ‘Fabiano, vitória! Sua cirurgia foi um sucesso’”, enfatiza o transplantado. 

Pai e filho passam bem e tiveram alta hospitalar no dia 8/7/22. A família permanecerá em território carioca por algumas semanas para as consultas e os exames de praxe de revisão. Fabiano, que é um homem muito temente a Deus, diz que quando voltar para sua terrinha, onde é muito conhecido, inclusive já foi prefeito da cidade de Bom Jardim, vai ajudar a divulgar a doença e os tipos de tratamento. “Meu caso foi um milagre, é sobrenatural”, finaliza.

 

Pioneirismo brasileiro 

Além de oferecer melhores perspectivas aos pacientes, a cirurgia também coloca o país na vanguarda da cirurgia de transplante de fígado. Ainda são poucos os casos de cirurgias semelhantes realizadas no mundo. “Eu sei que já houve quatro procedimentos nos Estados Unidos e um caso no Canadá, na Turquia e na África do Sul”, conta o cirurgião.

 

O protocolo adotado no São Lucas Copacabana teve a chancela dos médicos noruegueses, e todo o processo foi feito em parceria com a Universidade de Oslo. 

Atualmente, o transplante hepático para tratamento de metástases colorretais só pode ser feito em situações que envolvam protocolos de pesquisa e com doadores vivos. 

 

Sucesso no tratamento também depende da especialização 

Como o primeiro médico a realizar o transplante hepático para o tratamento de metástases colorretais na América Latina, Eduardo Fernandes afirma que casos de alta complexidade como esses exigem uma equipe multidisciplinar qualificada e um serviço de saúde especializado em transplante e oncologia. 

“A estrutura que utilizamos para tratar esses pacientes requer um ecossistema de saúde apto a receber casos de alta complexidade, com uma equipe de hepatologia, oncologia clínica, cirurgia, medicina nuclear e genética e radiologia bem preparada para oferecer o que há de mais atual na medicina mundial, o Transplant Oncology, ou seja, um conceito de tratamento que envolve oncologia, transplante e cirurgia para melhorar a sobrevida e a qualidade de vida dos pacientes, como tem acontecido com os cânceres hepatobiliares, com resultados significativos”, finaliza Fernandes.


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