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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

O que esperar do e-commerce em 2022?


A NRF já aponta tendências como metaverso, inteligência exponencial e tecnologia quântica em no mínimo 5 anos. Mas, para o varejo chegar a esse ponto, a digitalização dos negócios precisa começar já

 

Digital é commodity, igual a energia elétrica. O recado da NRF 2022 é claro ao reforçar que, o negócio que ainda não tem estratégia de digitalização, mesmo após dois anos de pandemia, dificilmente vai sobreviver. 

E com a expectativa de um ano bastante desafiador, a economia digital será a saída para criar soluções e alternativas para os setores mais afetados pela pandemia voltarem à normalidade e garantirem os resultados.

Esse foi o principal insight destacado por Pedro Guasti, head de expansão internacional da Nubimetrics e fundador da consultoria Ebit, na palestra on-line sobre tendências e expectativas para o e-commerce em 2022, apresentada pelo Conselho Consultivo da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) na última segunda-feira (14). 

Após a aceleração do amadurecimento do consumidor on-line provocada pela pandemia, o setor, que cresceu 41% em 2020, e 26% em 2021 (dados estimados pela Ebit Nielsen), agora segue em tendência de estabilidade.

Mas isso não quer dizer que as vendas devem diminuir. De acordo com o Guasti, em 2022 a expectativa é que as vendas on-line cresçam entre 10% e 15% ante 2021, com faturamento estimado de R$ 125 bilhões. 

E os fatores que levarão a esse resultado são diversos. Além do amadurecimento a toque de caixa, consumidores que só adquiriam ingressos, passagens aéreas e bens duráveis on-line, passaram a comprar também perecíveis, considerados os produtos mais complexos para se vender pela internet.  

Os dispositivos móveis também caíram no gosto desse consumidor, ultrapassando as compras realizadas por desktop em junho de 2020, quando passaram a responder por 54% do consumo on-line. 



Até na Black Friday se observaram mudanças positivas puxadas pelo e-commerce. Em 2020, com a maioria dos comércios fechados, a data promocional cresceu 25%. 

Já em 2021 o "esquenta" ganhou força, crescendo 5% no total sobre a base expandida do primeiro ano de pandemia. Porém, apenas nos 7 dias anteriores à data, a alta foi de 31%. 

"Podemos entender que a 'Black November' ganha mais força a partir de agora", sinaliza Guasti. 

Mas, o que esperar do e-commerce brasileiro em 2022? De acordo com o head da Nubimetrics, se em termos de market share a pandemia fez o setor chegar a quase 12%, essa aceleração deve fazer com que chegue muito próximo de 15% do varejo total, que é praticamente a participação do varejo americano. 

Guasti reforça que adotar uma estratégia omnichannel hoje traz valor, resulta em eficiência operacional, agrega mais às margens de lucro e, principalmente, potencializa a satisfação dos consumidores. 

"Estamos em um movimento de consolidação do setor, mas ainda há preocupação quanto à sobrevivência do varejo - em especial o pequeno e médio. Por isso, quem ainda não começou, já está atrasado", alerta.

Em tempos de total commerce, como diz o especialista, o comércio eletrônico deve movimentar US$ 1 trilhão globalmente até 2025, de acordo com dados da consultoria global eMarketer.

Leia a seguir o que esperar para setor em 2022, e também os insights trazidos na NRF para os próximos cinco a 10 anos: 

FORTALECIMENTO DO SETOR - Uma boa parcela da população mundial que começou a comprar pela internet durante a pandemia continuará a usar este canal. "O consumidor entendeu que o tempo é um ativo precioso, e comprar em lojas virtuais lhe garante economia de tempo e dinheiro", afirma Guasti. 

CONSOLIDAÇÃO DOS E-COMMERCES 'LOCAIS' - Devido ao confinamento imposto pela pandemia, muitos comércios locais tiveram que acelerar e implementar alguma solução de venda não presencial para sobreviver e continuar atendendo seus consumidores de bairro. 

Neste quesito, vale a implementação de alternativas como vendas por WhatsApp, lançamento de lojas virtuais simplificadas em plataformas gratuitas, e a entrada em marketplaces, destaca o especialista. "E para 2022, a tendência é se especializarem mais ainda."

MARKETPLACES E O D2C - No primeiro semestre do ano passado, a participação no faturamento dos marketplaces no e-commerce brasileiro foi de 78% - um crescimento de 56% em apenas 1 ano. Por isso, a entrada de fabricantes e marcas nessas plataformas, conhecida como D2C (direct-to-consumer), "já é uma realidade", diz. 

A HORA E A VEZ DO OMNICHANNEL - Atualmente, especialistas do mercado vêm a estratégia omnichannel como a única alternativa de agregar valor às empresas. Portanto, destaca o especialista, 2022 será um ano no qual se assistirá movimentos importantes de consolidação do omnichannel nas redes varejistas que estão trabalhando forte o assunto, além da preocupação quanto à sobrevivência de outras que sequer iniciaram essa transformação.

LIVE STREAMMING OU LIVE COMMERCE - Segundo a consultoria global eMarketer, apenas na China, as vendas do live commerce chegaram a US$ 131 bilhões em 2021 e serão responsáveis por 37,4% do total das vendas do social commerce no país - algo como 10% do faturamento de todo o e-commerce na China.

Mesmo assim, apesar de o Brasil entrar um pouco atrasado nessa tendência em relação à Ásia, Guasti afirma que estamos com todas as condições mercadológicas para repetir o sucesso chinês.

"Temos uma população jovem, um varejo eletrônico fortalecido com grandes players, avançamos na logística, temos democratização do 3G e 4G, avanço no 5G e 160 milhões de pessoas com dispositivos móveis."   



FOTO: Freepik


Karina Lignelli 

Repórter lignelli@dcomercio.com.br

Fonte: https://dcomercio.com.br/categoria/negocios/o-que-esperar-do-e-commerce-em-2022


Carteira de vacinação da Covid-19 é o serviço mais procurado do app Poupatempo Digital

Comprovante de imunização de crianças, jovens e adultos pode ser acessado nas versões português e inglês; mais facilidade e comodidade para quem precisar apresentar o documento 

 

Disponível na versão digital desde o início da campanha de vacinação contra a Covid-19, em 2021, a carteira de vacinação é o serviço mais procurado no app Poupatempo Digital, disponível para Android e iOS. O comprovante já teve mais de 15 milhões de acessos, sendo 3,2 milhões apenas no primeiro mês de 2022.   

As versões em português e inglês dos comprovantes das três doses do imunizante podem ser acessadas e baixadas também pelo portal www.poupatempo.sp.gov.br. A carteira emitida pelo Poupatempo, que tem a possibilidade de ficar salva no celular, tem a mesma validade legal do papel entregue no momento da vacinação e pode ser utilizada para viagens internacionais e lugares que exigem o documento.   

Através do aplicativo e do portal é possível ainda realizar o pré-cadastro para a vacina, validar carteiras de vacinação e consultar a data prevista para a próxima dose a ser tomada, de acordo com o calendário anunciado pelo governo paulista.   

Com cor diferenciada, a carteira de vacinação infantil para as crianças de 5 a 12 anos, que começaram a se vacinar contra a Covid-19 em janeiro, também está disponível nas plataformas do Poupatempo. 


A recuperação global continua em 2022, mas uma estrada acidentada está por vir – Publicação ‘Coface Barometer 4°TRI 2021’

  

Paris – Dois anos após o início da pandemia, a economia global continua a se recuperar, mas ainda enfrenta desafios significativos. Após a calmaria do 3º trimestre de 2021, a Ômicron destacou a imprevisibilidade da pandemia e exacerbou um dos principais fatores que afetam a recuperação: as interrupções nas cadeias de suprimentos. O outro grande risco é a derrapagem duradoura da inflação.

 

Neste ambiente altamente incerto, a Coface fez poucas alterações nas suas avaliações de risco após as ondas de melhora nos trimestres anteriores. No total, foram quatro melhores avaliações de risco-país, incluindo a Dinamarca, e dois rebaixamentos. Em termos de riscos setoriais, a Coface melhorou doze avaliações, notavelmente nas indústrias do papel e da madeira, onde os preços se mantêm em alta, e fez cinco rebaixamentos, principalmente no setor da energia na Europa.

 

Onda após onda: a economia continua desacelerando, mas em menor grau

 

A situação sanitária mais uma vez exigiu a implementação de restrições em muitos países. No entanto, embora alguns países europeus tenham implementado medidas de bloqueio parcial, as medidas foram muito menos drásticas do que antes. Os efeitos econômicos diretos foram, portanto, menos significativos, ainda que as consequências se mantenham negativas para alguns setores como o setor do transporte aéreo, do turismo, da hotelaria e da restauração.

 

As interrupções na cadeia de suprimentos vão continuar

 

Depois de afetar inicialmente a indústria automotiva, as dificuldades em cadeia de suprimentos se espalharam para a maioria dos setores, da manufatura à construção. Embora o tempo de retorno à normalidade permaneça difícil de prever, parece que o consenso de uma flexibilização gradual a partir do 1º semestre de 2022 é excessivamente otimista e que as interrupções e a escassez de materiais provavelmente continuarão. Isso levou a Coface a reduzir suas previsões de crescimento do PIB em 2022 para vários países europeus, bem como para os EUA e a China.

 

Além disso, embora a recuperação continue, o número de insolvências, que ainda é muito baixo no momento na maioria dos países, incluindo Estados Unidos, França e Alemanha, deve aumentar gradualmente em 2022, como já acontece no Reino Unido.

 

Inflação, uma preocupação fundamental para todas as economias em 2022

 

O outro grande risco, a inflação, está se tornando cada vez mais importante, principalmente à medida que a recuperação dos preços das commodities continua, alimentada pela inércia da oferta de curto prazo e pelas tensões geopolíticas. Essa inflação agora também está sendo impulsionada pelos preços dos produtos manufaturados em muitas economias, já que as empresas repassam os aumentos dos custos de produção para os preços ao consumidor.

 

Esses preços altos das commodities estão beneficiando os grandes vencedores usuais. Espera-se que a região do Golfo apresente um forte desempenho de crescimento em 2022. A Noruega registrou seu maior superávit comercial de todos os tempos, graças às fortes exportações de petróleo e gás. Finalmente, muitos países africanos, mesmo aqueles afetados por conflitos armados ou convulsões políticas, ainda se beneficiam dos preços altos de energia, de minerais, de madeira e de produtos agrícolas.

 

Nos Estados Unidos, a inflação e os problemas com a oferta amortecem o ímpeto de recuperação. Embora se espere que o crescimento do PIB permaneça sólido em 2022 (+3,7%), esses fatores continuarão a pesar na atividade. No 4º trimestre de 2021, a taxa de inflação anual atingiu 7,0%, o seu nível mais elevado em 40 anos. Em resposta a esse aumento de preços, o Federal Reserve dos EUA tornou-se mais agressivo e insinuou um aumento iminente da taxa, desencadeando aperto monetário em alguns países emergentes.

 

Na Europa, as interrupções nas cadeias de suprimentos, combinadas com uma forte demanda, levaram a preços mais altos ao produtor e à energia. A Alemanha experimentou a inflação mais alta em mais de 30 anos. A situação é um pouco mista no resto da área do euro: a inflação permanece relativamente moderada na França, enquanto os preços dispararam na Espanha. No Reino Unido, a inflação subiu para 5,4% e levou o Banco da Inglaterra a se tornar o 1º grande banco central a aumentar sua taxa de juros em dezembro de 2021, antes de fazê-lo pela 2ª vez no início de fevereiro.

 

Nosso cenário central continua sendo de inflação próxima do pico, que diminuirá à medida que os preços da energia e os gargalos da cadeia de suprimentos diminuírem no segundo semestre do ano.

 

A inflação pode agravar as pressões sociais

 

Este aumento acentuado dos riscos de inflação agrava as pressões sociais nos países emergentes e em desenvolvimento, que já tinham sido reforçadas pelo aumento da desigualdade associado à pandemia. Na África, os altos preços da energia e dos alimentos, que pesam muito nas famílias, limitaram o consumo na medida em que a insegurança alimentar e a pobreza aumentaram. O apoio fiscal, já muito limitado no continente devido aos níveis de dívida pública, foi retirado e o desemprego é alto na maioria dos países. África do Sul, Argélia, Angola, Moçambique, Nigéria, República Democrática do Congo, Zimbábue, Etiópia, Guiné e Tunísia são exemplos de países que sofrem pressões sociais crescentes como resultado da crise.

 

China indo contra a corrente

A desaceleração da China se aprofundou no 4° trimestre de 2021, com uma taxa de crescimento anual de 4,0%, o ritmo mais lento desde o pico da pandemia em 2020. A recuperação econômica da China foi afetada pela desaceleração do mercado imobiliário, a continuação da estratégia ‘zero-COVID’, que pesou nos gastos das famílias, no fraco crescimento do investimento e na escassez de energia. Em 2021, o PIB chinês cresceu 8,1%.

 

Fortemente afetada pela variante Delta no 3° trimestre de 2021, as economias da Ásia-Pacífico se recuperaram no final do ano. As economias do Pacífico recuperaram no final do ano, em linha com a flexibilização das restrições. A maioria das economias da região retornou aos níveis de PIB pré-crise até o final de 2021, com as notáveis exceções do Japão e da Tailândia. No entanto, a recuperação contínua pode aumentar as pressões inflacionárias, especialmente se os mercados de trabalho se apertarem.

 

A versão inglês da publicação completa está disponível aqui.


quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

MAIS SHOPPING PROMOVE CAMPANHA DE CONSCIENTIZAÇÃO DE SAÚDE COM SERVIÇOS GRATUITOS À POPULAÇÃO

 Em parceria com a Proz Educação Profissional, o Shopping, localizado na zona sul da capital paulista, realiza ação nos dias 17, 18 e 19 de fevereiro, com orientações sobre fibromialgia e Alzheimer, aferição de pressão arterial e glicemia, lembrando que a ação é totalmente gratuita 

 

Manter a saúde em dia é essencial para quem deseja viver bem e com qualidade de vida. Entre os cuidados e hábitos imprescindíveis, podemos destacar a importância de exames de rotina para diagnósticos precoces. Por conta dessa questão tão importante, o Mais Shopping, em parceria com a Proz Educação Profissional (uma das principais escolas técnicas de São Paulo, que oferece cursos técnicos, cursos de capacitação e especialização), anuncia a campanha de conscientização de saúde, com serviços gratuitos à população, orientações sobre fibromialgia e Alzheimer, aferição de pressão arterial e glicemia.

 

Seguimos comprometidos em conscientizar e incentivar a preservação da saúde, bem como a busca do diagnóstico precoce, para engajar não apenas nossos clientes, mas colaboradores, lojistas e, também, parceiros. Cuidados com a saúde são extremamente necessários, movimentos como esse são indispensáveis, queremos espalhar essa correte do bem, alertando a todos sobre a importância da prevenção.”, afirma Rodrigo Moysés, Superintendente do Mais Shopping.


Durante os dias 17, 18 e 19 de fevereiro, a ação será realizada no 2º piso próximo ao espaço Coworking do shopping. O atendimento é gratuito e será disponibilizado das 12h às 18h, por ordem de chegada. 


Para mais informações sobre o empreendimento acesse www.maisshopping.com.br ou baixe o App do Mais Shopping (http://onelink.to/ya7bjv). O Mais Shopping fica na Rua Amador Bueno, 229, em Santo Amaro, São Paulo.


 

SERVIÇO:

“Campanha de Conscientização de Saúde”

Data: 17, 18 e 19 de fevereiro

Horário: das 12h às 18h (por ordem de chegada)

Local: 2º Piso, Próximo ao Espaço Coworking – Mais Shopping (Rua Amador Bueno, 229, Santo Amaro, São Paulo)

Entrada: Gratuita 


Dia Nacional do Combate ao Alcoolismo


O dia 18 de fevereiro se apresenta como uma data deveras importante para reflexões e lutas por posicionamentos cada vez mais conscientes da população brasileira sobre o mal, os danos e doenças que o consumo excessivo de bebidas alcoólicas pode causar a um ser social ou à própria sociedade. 

Historicamente somos lembrados que o uso de substâncias psicoativas faz parte de nossa cultura, contexto social e está inclusive relacionada a rituais religiosos. O fácil acesso à esta droga lícita (apresentada como símbolo de sofisticação, ousadia ou liberdade), além do gigantesco impulsionamento nas mídias sociais por meio de seus principais fabricantes, contribui diariamente para o aumento do consumo da bebida, induzindo facilmente a geração mais jovem. 

É muito difícil acreditar que, no contexto contemporâneo, o álcool seja eliminado completamente da sociedade. Portanto, se faz necessário, com muito mais afinco, publicar com clareza os efeitos sociais desastrosos e lutarmos por mais inclusões de políticas públicas assertivas no trato de comportamentos sociais compatíveis para o então uso consciente. Precisamos urgentemente de estudos e, consequentemente, intervenções educativas efetivas de prevenção e promoção em saúde pública, que levam em consideração os diferentes contextos culturais, econômicos e psicossociais. 

Uma rápida apreensão sobre os prejuízos causados pelo excesso de álcool em um cérebro jovem, em processo de maturação neurológica, apresenta fatores incontestáveis: Dificuldades para aprendizagem, para ajustamento social e profissional, aumento de vulnerabilidade para problemas de saúde mental, além de maior chance de uso prejudicial, abusivo de outras substâncias causadoras de danos próprios e sociais, uma verdadeira “porta de entrada” para muitos outros males em diversos setores da sociedade. 

O álcool continua sendo uma droga lícita com efeitos depressores sobre o sistema nervoso central, que manifesta prejuízos na coordenação motora, revela desinibição do comportamento, modificando a capacidade de julgamento do indivíduo. Neste contexto, surgem leis (diga-se de passagem: pequenos começos) que acertadamente proíbem, penalizam (Código de trânsito -- Art. 306), na direção da correção de quem conduz veículos automotores quando alterados em sua capacidade psicomotora em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência. 

Não é difícil concordar que ações de prevenção para o uso abusivo sejam implementadas urgentemente, contudo estas primeiras ações não podem ficar desacompanhadas de outras tão relevantes, como por exemplo, ações contra a facilitação do acesso, produção, circulação; neste ponto ainda encontramos muita resistência capital pela implementação. Não devemos esquecer também de ações voltadas para reabilitação de pessoas que se tornaram dependentes, quadro com características de maior gravidade para o cuidado, tendo em vista que a dependência de álcool é uma doença crônica multifatorial. 

Como país, podemos e devemos muito investir em prevenção, “combate” e reabilitação, sobrepujando preconceitos sociais existentes que focam como âmago do problema a droga lícita e não o cuidado, a atenção e direcionamento às pessoas. Neste ponto, como capelão, finalizo sugerindo a bendita reflexão no exemplo de Cristo, que preocupado com a transformação do ser, sugere: "Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso” (Mateus 11.18).

  

Esdras E. de Souza - capelão do Colégio Presbiteriano Mackenzie Palmas, secretário geral do Trabalho com Adolescentes da IPB e ministro do Evangelho pela Igreja Presbiteriana do Brasil.


Fevereiro Laranja: Diagnóstico precoce da leucemia infantil pode ampliar de forma significativa as chances de cura

 Sociedade Brasileira Oncologia Pediátrica alerta que os sinais clássicos da doença (gânglios aumentados, manchas roxas, palidez acentuada) nem sempre estão presentes


Entre outros temas, o mês de fevereiro é marcado pela campanha de conscientização sobre a leucemia, tipo de câncer no sangue, e a importância da doação de medula óssea. Conhecida como Fevereiro Laranja, a iniciativa tem o objetivo de chamar a atenção para a doença. A Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE) reforça a importância do diagnóstico precoce.
 

As leucemias agudas representam aproximadamente 30% dos diagnósticos de câncer em menores de 15 anos, sendo considerado o câncer mais comum nessa faixa etária, segundo dados do Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (GRAACC). As leucemias agudas representam 95% dos casos em pediatria, sendo a leucemia linfóide aguda (LLA) responsável por 85% desses diagnósticos. Por essa razão, a LLA é considerada o câncer mais comum da infância. 

Uma das coordenadoras do protocolo nacional de tratamento da LLA infantil (GBTLI LLA), que está inserido no escopo de atuação da SOBOPE, Dra. Maria Lucia de Martino Lee, destaca que a apresentação clínica das leucemias é bastante heterogênea: "Os chamados sinais clássicos da doença (gânglios aumentados, manchas roxas, empalidecimento) nem sempre estão presentes”. 

“Por outro lado, dores articulares de caráter migratório ou claudicação de causa injustificada precisam ser encarados como um alerta. Em bebês com menos de um ano de vida, lesões de pele já podem ser consideradas manifestações da doença. Nem sempre o hemograma (exame de sangue) estará alterado, ou seja, na vigência de uma suspeita clínica de leucemia, um hemograma normal nunca deverá descartar a hipótese diagnóstica”, alerta. 

Ela reforça que o pediatra precisa estar atento ao histórico do paciente e a todas essas características para um diagnóstico precoce, além de dar atenção às queixas e sintomas. "Vale lembrar que se uma criança tiver um câncer, a grande possibilidade é que seja uma leucemia. Quando adequadamente tratada, a LLA hoje tem chances de cura de cerca de 85% e a LMA (leucemia mielóide aguda) em torno de 60-70% nos países desenvolvidos". 

Dra. Maria Lucia de Martino Lee relata que "no Brasil, ainda não estamos dentro dessa realidade, infelizmente”. “Por isso, a Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE) dedica-se a reforçar a importância do olhar atento à doença e a participar de protocolos cooperativos que concretamente resultam na melhoria desses resultados", finaliza a hematologista pediátrica.


Fevereiro laranja: Congelamento de óvulos contribui para preservar a fertilidade das mulheres que precisam de quimioterapia

O contêiner de nitrogênio liquido armazena o material genético a uma temperatura de -196ºC

 

Fevereiro é destinado à conscientização e prevenção da leucemia, câncer que substitui as células normais no sangue por células doentes formadas na medula óssea. Para os casais que desejam ter filhos, o tratamento para combater o câncer pode influenciar negativamente a fertilidade. 

Segundo o médico especialista em reprodução humana Ricardo Beck, a quimioterapia pode alterar o DNA dos materiais genéticos da mulher e do homem. “Agentes quimioterápicos podem causar anormalidades no DNA, bem como danos oxidativos nos óvulos e espermatozóides. Já a radioterapia pode lesionar diretamente o tecido ovariano e testicular”, afirma. 

Entre os homens, alguns fatores associados ao próprio câncer também podem afetar negativamente o potencial reprodutivo. Entre esses fatores estão as alterações hormonais que podem refletir em queda da produção do esperma, lesão direta ao tecido germinativo como resposta imune tóxica, febre e desnutrição.  


Preservação da fertilidade 

Homens e mulheres com diagnóstico de câncer podem preservar a fertilidade por meio do congelamento de material genético. Esse procedimento consiste na coleta de óvulos ou espermatozóides antes do início da quimioterapia ou radioterapia, quando o material genético é saudável e fértil. 

Segundo Patrícia Cunha Pereira, médica ginecologista e especialista em reprodução assistida na clínica Ricardo Beck Reprodução Humana, sempre que possível a paciente com diagnóstico de câncer, que será submetida a terapias de quimioterapia e/ou radioterapia, deve ser orientada sobre a possibilidade de preservação da fertilidade se houver tempo e estabilidade clínica para realizar o procedimento. 

“Mulheres com diagnóstico de câncer de mama, câncer de ovário ou colo de útero que ainda não tenham sua prole constituída são candidatas a procedimentos de preservação de oócitos ou até mesmo embrião. Homens com diagnóstico de câncer que irão ser submetidos a quimioterapia ou radioterapia também podem preservar sua fertilidade”, explica a Dra. Patrícia.

  

Congelamento de material genético 

Para o congelamento de óvulos, o processo inicia com estímulo hormonal para indução de ovulação na mulher, o que pode levar, em média, 15 dias de injeções diárias. Após esse período é agendada a punção ovariana, dia em que os folículos são aspirados e posteriormente armazenados em laboratório. Para os homens, o procedimento consiste em coleta do sêmen e posterior congelamento. “Em uma temperatura de -196ºC, os espermatozóides ficam no estado de vítreo, o que impede a formação de cristais de gelo e evita danos celulares. Assim é possível preservar a qualidade dos óvulos e espermatozóides por anos, até que a pessoa termine a quimioterapia e queira ter um filho”, afirma a Dra. Patrícia. 

Após o término da quimioterapia ou radioterapia, os casais podem solicitar o descongelamento do material genético e iniciar o processo de fertilização in vitro em uma clínica especializada. Estudos sugerem aguardar pelo menos 3 meses após o término da quimioterapia para, então, engravidar. Também é necessária a autorização do oncologista para iniciar as tentativas.


Os riscos da automedicação para a saúde

Muitas pessoas se automedicam na expectativa de aliviar sintomas rapidamente e não gastarem tempo indo ao médico, mas os riscos desse ato podem ser extremamente graves. Ingerir medicamentos sem consultar previamente um profissional de saúde especializado pode prejudicar o tratamento da enfermidade e até levar a óbito. Em plena pandemia de Covid-19, apesar desse cuidado se mostrar ainda mais evidente e importante, dados do Conselho Federal de Medicina (CFM) indicam que 77% dos brasileiros fazem o uso de medicamentos sem qualquer orientação médica.  

Infelizmente, o problema não se restringe ao Brasil. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais da metade de todos os remédios são prescritos, vendidos ou dispensados de maneira inadequada. Por esse motivo, para que as pessoas se mantenham saudáveis, elas precisam consultar um profissional da área de saúde que prescreva o medicamento da forma apropriada. 

 

Inclusive, é importante que o paciente seja acompanhado pelo seu médico durante todo o processo de tratamento; as visitas ao mesmo são essenciais tanto antes da ingestão do remédio quanto depois, para que as causas e efeitos sejam perfeitamente avaliadas. Esse processo pode ser desgastante e cansativo e, em determinados momentos, a automedicação pode ser vista como uma alternativa rápida para aliviar a dor. No entanto, é um ato muito perigoso e que pode ter diversas consequências, sendo várias delas muito severas.

 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também salienta que a escolha de uma medicação deve ser feita a partir de critérios técnicos e científicos, pois "os benefícios para o paciente devem superar os riscos associados ao uso do produto". De acordo com dados, de 2006, da Abifarma (Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas), que servem como base para o estudo de especialistas até hoje, anualmente cerca de 20 mil pessoas morrem no país vítimas da automedicação.

 

Contudo, há vários outros problemas que podem ser provocados pelo uso inadequado de medicamentos, como uma intoxicação devido à quantidade incorreta de doses, ou a alergia a uma substância específica presente no remédio. Há também a possibilidade do remédio mascarar o diagnóstico correto da enfermidade da pessoa e, se combinado com algum outro medicamento, provocar uma superdosagem. Além disso, o paciente pode ser levado a algum tipo de dependência com a automedicação.

 

Portanto, a comercialização de medicamentos e a acessibilidade é essencial, mas a responsabilidade deve vir em primeiro lugar. É preciso oferecer inteligência e maior assertividade em ações para prevenção e saudabilidade, por isso o tratamento deve ser feito ao lado de um profissional especializado em saúde.  

 

Alexandre Máximo - CEO da Medipreço, healthtech especializada no cuidado à saúde e bem-estar de colaboradores de empresas.

 

ISTs e saúde bucal: Entenda como as vias orais podem ser infectadas durante a relação sexual

Adobe Stock

Embora a probabilidade seja menor do que em outras práticas, as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) também podem ser adquiridas por meio do sexo oral desprotegido. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), divulgada em 2021 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 22,8% das pessoas acima de 18 anos no Brasil declararam fazer uso do preservativo em todos os tipos de prática sexual que tiveram nos últimos 12 meses anteriores à entrevista. 

Raul Silva, consultor da GUM, marca americana de cuidados bucais, afirma que doenças, como herpes, HPV, sífilis, gonorreia e, menos comumente, o HIV, são enfermidades que podem ser contraídas durante as relações sexuais orais, apesar de a mucosa bucal dispor de uma barreira natural. “Normalmente, a contaminação pode ocorrer quando existem microfissuras na boca e pele adjunta. Além disso, essa região também reflete sintomas de algumas doenças sistêmicas, mesmo que não tenham sido transmitidas por essa via, como a candidíase recorrente, por exemplo”. 

De acordo com o profissional, dentre os principais sintomas ocasionados por essas enfermidades, é preciso se atentar ao surgimento de bolhas, verrugas, secreções amareladas, feridas dolorosas que não cicatrizam e líquido branco espesso ao redor da mucosa das bochechas e no dorso da língua. “Esses sinais precisam ser examinados o quanto antes, para que haja um diagnóstico precoce e um prognóstico favorável. Outro ponto importante é que a testagem periódica deve se tornar um hábito, para manter a qualidade de vida sexual e proteger o parceiro”, declara. 

Mesmo que a essencialidade do uso da camisinha durante o sexo oral não seja de conhecimento e aceitação da maior parte das pessoas, fazendo com que sua transmissão cresça numericamente, o uso do preservativo é indispensável. Nos casos de aparecimento de feridas e verrugas, existem cuidados para as fases das doenças, como pomadas para alívio da dor e medidas de cauterização. 

“Algumas dessas infecções são perenes e apresentam sintomas ao longo da vida do paciente, sendo fundamental realizar tratamento constante e ter acompanhamento médico e odontológico”, conclui. Com a medicação adequada, o portador pode deixar de transmitir a doença e permanecer sem sintomas por muitos anos.

Por fim, é necessário ter em mente que para garantir a saúde bucal em dia, a higienização constante é imprescindível. A escovação realizada três vezes ao dia, acompanhada do uso do fio dental, evita o surgimento de outras doenças e problemas dentários, facilitando o processo de tratamento das ISTs.
  

Dicas de segurança para pacientes: consulta médica

A medicina moderna, o saneamento e outras evoluções da ciência melhoram muito a qualidade de vida e a longevidade das pessoas, mas com esta evolução também vieram grandes desafios. Entre eles está o de manter a segurança dos pacientes dentro de um ambiente tão complexo como os sistemas de saúde. Os atendimentos ambulatoriais (como os de consultórios médicos), apesar de menos complexos do que os atendimentos hospitalares, também apresentam riscos para a segurança dos pacientes. 

Seguem algumas dicas do que você, como paciente, pode fazer para uma melhor e mais segura consulta médica:

  • Antes da consulta, escreva seus questionamentos. Durante a consulta, anote as respostas. Infelizmente quando recebemos muitas informações nosso cérebro pode segurar na memória apenas uma parte, portanto, anotar ou pedir para o médico escrever ou fornecer algum material informativo pode garantir que você saiba as informações após a consulta;
     
  • Leve para a consulta os medicamentos que está utilizando (incluindo os isentos de prescrição, suplementos, vitaminas, fitoterápicos e qualquer tratamento alternativo) ou, minimamente, uma lista por escrito com os medicamentos, as doses e como você os utiliza (se por via oral ou outra via, com qual intervalo entre as doses, em quais horários etc.). Isso é de especial importância para os pacientes que usam vários medicamentos;
     
  • Informe seus médicos se você tem alguma alergia ou já teve reação a algum medicamento. Garantir que eles têm esta informação reduz a chance de que algo que já te fez mal seja novamente prescrito;
     
  • Caso tenha intenção de engravidar, suspeite estar grávida, esteja grávida ou esteja amamentando, informe seu médico e questione sobre a segurança de qualquer tratamento prescrito nestas condições;
     
  • Dos tratamentos propostos, questione qual é o benefício, quais são os riscos e quais são as alternativas. Informar-se destas questões faz com que você, como paciente e centro do cuidado, tome decisões sobre a sua saúde de forma mais esclarecida;
     
  • Tenha certeza de que você sabe qual é o plano de diagnóstico e de tratamento proposto. Não tenha receio de pedir alguma explicação adicional, se necessário, peça por escrito;
     
  • Antes de sair da consulta, se você ainda não souber, questione seu médico sobre como você deve proceder nos casos de o tratamento não funcionar, se você apresentar algum efeito colateral do tratamento, caso você piore ou seus sintomas mudem.

A responsabilidade de garantir o cuidado de saúde seguro é do sistema e dos profissionais de saúde, mas você, paciente, ao participar ativamente do seu cuidado, pode contribuir de forma significativa para que ele seja o melhor e mais adequado.

 

 Rodolfo Castro Cesar de Oliveira - professor de Clínica Médica da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR). Certified Professional in Patient Safety.


Asperger: entenda a síndrome e seus sinais mais comuns

Especialista do Hospital São Camilo SP fala sobre a importância de os pais observarem os comportamentos de seus filhos desde a infância 

 

Conhecida pela sigla SA, a síndrome de Asperger é uma alteração no desenvolvimento de uma pessoa, que acaba por afetar suas habilidades de socialização, seu contato com o mundo externo e sua capacidade de expressar suas emoções. Pouco ainda se sabe sobre a condição. Por ter um diagnóstico demorado e características mais leves, muitos ainda não conseguem reconhecê-la.

Por esse motivo, 18 de fevereiro carrega consigo um apelo especial, em comemoração ao Dia Internacional da Síndrome de Asperger. A data passou a ser celebrada em 2007, dia do aniversário de Hans Asperger, um pediatra que viveu na Áustria e foi o primeiro a identificar a síndrome.

Alguns sinais, entretanto, podem ser observados ainda na primeira infância. “A criança com Asperger vai ter interesses restritos, é comum que ela fique fascinada por determinado assunto ou objeto e passe a focar nisso por um bom período. Imagine uma criança que demonstra um enorme interesse por trens, ao ponto de saber muito sobre eles. Essa criança não apresenta alterações em seu aprendizado, pelo contrário, ela busca a fundo saber sobre o que lhe interessa. Muitas vezes, esses traços passam despercebidos aos olhos dos pais”, afirma Dr. Paulo Scatulin Gerritsen Plaggert, neuropediatra da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

É comum que essas crianças falem da forma correta e tenham discursos ricos nesse sentido. Mas, ao mesmo tempo, são pessoas sem filtros sociais em seus diálogos. “Na infância, essas características também passam despercebidas, mas na fase adulta podem ficar mais evidentes. Quem tem a síndrome costuma ter dificuldade em entender palavras de duplo sentido, os significados por trás das coisas, as intenções e os tons. Tudo isso interfere nas interpretações desse sujeito e na sua forma de socializar”, acrescenta o especialista.

Dificuldade em realizar contato visual, propensão a ser uma pessoa sistemática, metódica, seguir rotinas à risca e tendência ao isolamento social também são particularidades de quem vive na pele a Asperger.

“É necessário observar a criança, suas atitudes e comportamentos. Para, a partir disso, ter a orientação correta de algum profissional. Pediatras, psicólogos e psiquiatras podem conduzir os pais da melhor maneira”, explica Dr. Paulo.

É importante enfatizar que a síndrome não é uma doença e sim um espectro do autismo. A condição não tem cura, mas pode ser tratada. “É comum que essas pessoas também sofram com ansiedade ou falta de atenção. Medicamentos podem ser utilizados para tratar esses sintomas, mas não a síndrome em si. Investir em psicoterapia cognitivo-comportamental pode ser um caminho interessante para que essas pessoas possam se entender melhor e entender o seu entorno”, finaliza o médico. 


 

Hospital São Camilo

@hospitalsaocamilosp

Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo é celebrado neste domingo

Pesquisa chama atenção para o número de pessoas que sofrem de transtornos associados ao uso de drogas

 

Dia 20 de fevereiro é celebrado o Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo, uma data que tem como objetivo alertar e conscientizar a população sobre o mal que as drogas e o álcool trazem para a saúde de inúmeras pessoas. 

Sabemos que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a dependência química é considerada uma doença crônica, que está relacionada a diferentes fatores, o que inclui aspectos genéticos, psicológicos e/ou sociais. 

Segundo Maria Eduarda Bernardi, psiquiatra da Clínica Maia, o fator genético tem um grande peso no desenvolvimento da doença: entre os motivos que propiciam o surgimento da dependência química, de 40% a 60% estão relacionados a questões genéticas, uma porcentagem bastante significativa. Mas, além disso, é preciso considerar vários outros pontos. 

“Traumas de infância, perdas que ocorreram ao longo da vida, conflitos familiares, convivência em ambientes que facilitam o acesso às substâncias, uso de álcool e drogas dentro de casa são contextos que também influenciam na probabilidade de uma pessoa desenvolver ou não a dependência química”, explica a especialista. 

Esse vício, a longo prazo, traz muitos prejuízos para a saúde como um todo, inclusive, alterações no sistema gastrointestinal, desencadeando cirrose, pancreatite, refluxo gastroesofágico e hemorragias, assim como pode contribuir também para casos de anemia, hipertensão arterial sistêmica, arritmias e até mesmo Acidente Vascular Cerebral (AVC). Também podem ocorrer problemas cognitivos, como quadro demencial e neuropatia periférica crônica. 

No âmbito social podemos citar as dificuldades nos relacionamentos e no controle do comportamento, o que resulta em agressividade, isolamento, faltas no trabalho e em compromissos.  

Também não podemos esquecer da saúde mental. De acordo com o Relatório Mundial sobre Drogas, divulgado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), mais de 36 milhões de pessoas sofreram de transtornos associados ao uso de drogas no ano de 2020.  

Segundo Maria Eduarda, os principais transtornos psiquiátricos comumente associados ao consumo de álcool e outras drogas são os de ansiedade e humor, o que inclui depressão, transtorno afetivo bipolar, transtornos de personalidade antissocial e esquizofrenia. 

Vale ressaltar que depois que a pessoa se torna dependente química, o uso não é uma escolha pessoal, tampouco um indício de falha moral, mas uma doença séria, que necessita de cuidados e tratamentos adequados para cada situação.

Nessa hora, o apoio de amigos e familiares é uma parte muito importante do tratamento. 

De acordo com o II Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (II LENAD), realizado pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas (INPAD), entre os anos de 2012 e 2013, estima-se que pelo menos 28 milhões de pessoas convivam no Brasil com um dependente químico. Por isso que, quando falamos de dependência química, as famílias e pessoas que fazem parte do convívio social são peças fundamentais.  

A médica pontua que conversar, estar presente, ter atitudes positivas, usar palavras de incentivo e estabelecer uma relação de confiança com a pessoa faz toda a diferença. Mas é essencial ir atrás de esclarecimentos e ajuda. 

“Busque informações de qualidade para compreender o que é dependência química, suas bases neurológicas e psicológicas, porque isso minimiza as pressões e os preconceitos que giram em torno da doença. É também primordial que o dependente e seus familiares busquem o suporte profissional e também grupos de apoio”, conclui a psiquiatra.


ALERTA PARA A POPULAÇÃO

 AVC mata 11 pessoas por hora no Brasil, alertam angiologistas e cirurgiões vasculares

 

Segue uma sugestão de pauta para o dia. Trata-se de um levantamento atualizado sobre o número de mortes decorrentes do Acidente Vascular Cerebral (AVC), a doença que vitimou o jornalista e escritor Arnaldo Jabor nesta terça-feira (15). Ela ocupa o segundo lugar no ranking de enfermidades que mais causam óbitos no Brasil. Perde apenas para as mortes decorrentes de problemas cardiovasculares. 

De acordo com dados oficiais, apurados pela Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) junto ao Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, a cada hora, 11 brasileiros morrem em decorrência de um AVC. Em 2020, último ano em que há dados disponíveis, morreram no País quase 100 mil pessoas. O AVC também pode deixar o paciente com sequelas graves, como perda da fala e da capacidade engolir, além da perda dos movimentos de um ou mais membros. 

Ao longo da última década (2010-2020), houveram mais de 1 milhão de vítimas fatais. Cerca de 60% dos casos afetaram pessoas com menos de 80 anos. Dentre as regiões, neste período, se destacam o Sudeste, com 432.179 óbitos, e o Nordeste, com 284.050.

 

Óbitos por AVC*, segundo a Região e Ano de Ocorrência



Fonte: Sistema de Informações sobre Mortalidade. Elaboração: SBACV e 360° CI. *Categoria CID-10: G45; I60; I61; I62; I63; I64; I67; I69 **Dados preliminares para 2020 

Acesse aqui o quadro de óbitos por Ano e Estado

 

Internações - No ano passado, quase 195 mil pessoas foram internadas para tratamento de AVC somente no Sistema Único de Saúde (SUS). Desse total, perto de 33 mil pacientes tiveram alta da internação por óbito. Em comparação ao ano anterior, 15 estados registraram aumento no volume de atendimentos. No caso de Alagoas, por exemplo, houve aumento de 61% nos casos de hospitalizações no SUS. 

“Durante esse período de pandemia muitos sinais de AVC foram negligenciados. Por um lado, o medo de contágio afastou as pessoas dos hospitais e consultórios. Além disso, ficaram comprometidas a prática de atividades físicas e a adoção de hábitos saudáveis que, se forem abandonados, podem contribuir para o aumento do risco de doenças”, lamentou Julio Peclat.

 

Internações no SUS por AVC*, segundo a Região e Ano de Ocorrência



Fonte: Sistema de Informações sobre Mortalidade. Elaboração: SBACV e 360° CI. Procedimentos 0303040149 Tratamento de AVC (Isquêmico ou Hemorrágico Agudo) e 0303040300 Tratamento de AVC Isquêmico Agudo com uso de trombolítico.

 Acesse aqui o quadro de internações por Ano e Estado

 

Sinais de alerta -- Para o presidente da SBACV, Julio Peclat, que recentemente assumiu o comando da Sociedade, na prevenção do AVC é essencial que o paciente faça visitas regulares ao médico, discutindo sinais e sintomas, pesquisando por fatores de risco e que realize exames direcionados para a sua idade, história familiar e co-morbidades associadas. Na sua avaliação isso permite a identificação precoce de quadros de risco e a introdução de medidas para reduzir as chances de que o problema ocorra de fato. 

“Trata-se de uma doença de manifestação aguda ou subaguda. A pessoa que percebe o surgimento de perda de força, dificuldade de fala ou perda de visão de maneira súbita deve procurar atendimento médico imediatamente. Se houver demora, o paciente com AVC aumenta as chances de sofrer comprometimento grave, com surgimento de sequelas ou, em casos extremos, até mesmo morte. Por isso, a prevenção e o diagnóstico precoce são importantes”, destaca. 

Existem dois tipos de AVC: o isquêmico, tipo mais frequente que representa 80% dos casos e caracterizado pelo entupimento das artérias por um coágulo ou por placas de ateroma; e o hemorrágico, quando um vaso intracraniano rompe. 

Entre os sinais de alerta mais comuns, segundo os angiologistas e cirurgiões vasculares, especialistas diretamente implicados na prevenção e tratamento dessa doença, estão: perda unilateral da visão (amaurose fugaz), alteração da fala (disartria) e perda de força nos membros em um lado do corpo (paresia). O principal fator de risco para a ocorrência do AVC é a hipertensão arterial, doença altamente prevalente na população mundial. 

O AVC também é uma das principais causas de incapacidade funcional no país e no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O paciente atingido pelo AVC pode ficar com sequelas como dificuldade para se locomover, falar, sofrer paralisia em um dos lados do corpo e perda de algumas funções neurológicas, entre outras.



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