O que esperar do e-commerce em
2022?
A NRF já aponta tendências como metaverso, inteligência exponencial e tecnologia quântica em no mínimo 5 anos. Mas, para o varejo chegar a esse ponto, a digitalização dos negócios precisa começar já
Digital é commodity, igual
a energia elétrica. O recado da NRF 2022 é claro ao reforçar que, o negócio que
ainda não tem estratégia de digitalização, mesmo após dois anos de pandemia,
dificilmente vai sobreviver.
E com a expectativa de um ano
bastante desafiador, a economia digital será a saída para criar soluções e
alternativas para os setores mais afetados pela pandemia voltarem à normalidade
e garantirem os resultados.
Esse foi o principal insight
destacado por Pedro Guasti, head de expansão internacional da
Nubimetrics e fundador da consultoria Ebit, na palestra on-line sobre
tendências e expectativas para o e-commerce em
2022, apresentada pelo Conselho Consultivo da Associação Comercial de São Paulo
(ACSP) na última segunda-feira (14).
Após a aceleração do
amadurecimento do consumidor on-line provocada pela pandemia, o setor, que
cresceu 41% em 2020, e 26% em 2021 (dados estimados pela Ebit Nielsen), agora
segue em tendência de estabilidade.
Mas isso não quer dizer que
as vendas devem diminuir. De acordo com o Guasti, em 2022 a expectativa é que
as vendas on-line cresçam entre 10% e 15% ante 2021, com faturamento estimado
de R$ 125 bilhões.
E os fatores que levarão a
esse resultado são diversos. Além do amadurecimento a toque de caixa,
consumidores que só adquiriam ingressos, passagens aéreas e bens duráveis
on-line, passaram a comprar também perecíveis, considerados os produtos mais
complexos para se vender pela internet.
Os dispositivos móveis também caíram no gosto desse consumidor, ultrapassando as compras realizadas por desktop em junho de 2020, quando passaram a responder por 54% do consumo on-line.
Até na Black Friday se
observaram mudanças positivas puxadas pelo e-commerce. Em 2020, com a maioria
dos comércios fechados, a data promocional cresceu 25%.
Já em 2021 o
"esquenta" ganhou força, crescendo 5% no total sobre a base expandida
do primeiro ano de pandemia. Porém, apenas nos 7 dias anteriores à data, a alta
foi de 31%.
"Podemos entender que a
'Black November' ganha mais força a partir de agora", sinaliza
Guasti.
Mas, o que esperar do
e-commerce brasileiro em 2022? De acordo com o head da Nubimetrics, se em
termos de market share a pandemia fez o setor chegar a quase 12%, essa
aceleração deve fazer com que chegue muito próximo de 15% do varejo total, que
é praticamente a participação do varejo americano.
Guasti reforça que adotar uma
estratégia omnichannel hoje traz valor, resulta em eficiência operacional,
agrega mais às margens de lucro e, principalmente, potencializa a satisfação
dos consumidores.
"Estamos em um movimento
de consolidação do setor, mas ainda há preocupação quanto à sobrevivência do
varejo - em especial o pequeno e médio. Por isso, quem ainda não começou, já
está atrasado", alerta.
Em tempos de total
commerce, como diz o especialista, o comércio eletrônico deve movimentar
US$ 1 trilhão globalmente até 2025, de acordo com dados da consultoria global
eMarketer.
Leia a seguir o que esperar
para setor em 2022, e também os insights trazidos na NRF para os próximos cinco
a 10 anos:
FORTALECIMENTO DO SETOR - Uma boa parcela
da população mundial que começou a comprar pela internet durante
a pandemia continuará a usar este canal. "O consumidor entendeu que o
tempo é um ativo precioso, e comprar em lojas virtuais lhe
garante economia de tempo e dinheiro", afirma Guasti.
CONSOLIDAÇÃO DOS E-COMMERCES
'LOCAIS' - Devido
ao confinamento imposto pela pandemia, muitos comércios locais tiveram que
acelerar e implementar alguma solução de venda não presencial para
sobreviver e continuar atendendo seus consumidores de bairro.
Neste quesito, vale a
implementação de alternativas como vendas por WhatsApp, lançamento de lojas
virtuais simplificadas em plataformas gratuitas, e a entrada em
marketplaces, destaca o especialista. "E para 2022, a tendência é se
especializarem mais ainda."
MARKETPLACES E O D2C - No primeiro semestre do
ano passado, a participação no faturamento dos marketplaces no e-commerce
brasileiro foi de 78% - um crescimento de 56% em apenas 1 ano. Por isso,
a entrada de fabricantes e marcas nessas plataformas, conhecida
como D2C (direct-to-consumer),
"já é uma realidade", diz.
A HORA E A VEZ DO OMNICHANNEL
- Atualmente,
especialistas do mercado vêm a estratégia omnichannel como a única
alternativa de agregar valor às empresas. Portanto, destaca o
especialista, 2022 será um ano no qual se assistirá movimentos importantes
de consolidação do omnichannel nas redes varejistas que estão trabalhando
forte o assunto, além da preocupação quanto à sobrevivência de outras que sequer iniciaram
essa transformação.
LIVE STREAMMING OU LIVE
COMMERCE - Segundo a
consultoria global eMarketer, apenas na China, as vendas do live commerce
chegaram a US$ 131 bilhões em 2021 e serão responsáveis por 37,4% do total
das vendas do social commerce no país - algo como 10% do faturamento de
todo o e-commerce na China.
Mesmo assim, apesar de o
Brasil entrar um pouco atrasado nessa tendência em relação à Ásia, Guasti
afirma que estamos com todas as condições mercadológicas para repetir o
sucesso chinês.
"Temos uma população
jovem, um varejo eletrônico fortalecido com grandes players, avançamos na
logística, temos democratização do 3G e 4G, avanço no 5G e 160 milhões de
pessoas com dispositivos móveis."
FOTO: Freepik
Repórter lignelli@dcomercio.com.br
Fonte: https://dcomercio.com.br/categoria/negocios/o-que-esperar-do-e-commerce-em-2022
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