Cuidar da saúde tem de ser uma constante na vida do ser humano. Isso envolve exercícios físicos, alimentação saudável, mudança de estilo de vida e acompanhamento médico. Uma forma de medir se o ‘trabalho’ está sendo feito de forma efetiva é conhecer a idade biológica. Essa informação é uma espécie de “termômetro” para cada um de nós. Quanto mais avançada ela for, com relação à idade cronológica, mais a pessoa tem que ficar alerta e mudar hábitos -- urgentemente.
E por que saber disso é importante? Estamos atravessando - e, quem sabe, nos livrando - de uma das maiores epidemias já vistas na história da humanidade, a da Covid-19. A rede de pesquisadores defende que, quanto menor for a idade biológica, maior é a chance de vencer o coronavírus. Isso porque, toda vez que o nosso organismo é desafiado, entra em contato com um vírus, precisamos desenvolver uma resposta para combatê-lo.
Chamamos isso de resposta imune. Para que ela funcione adequadamente, o organismo precisa produzir algumas células e ativar outras. Assim, faz-se a divisão celular, que só ocorre de forma correta quando a célula tem o telômero (sequências repetitivas de DNA que existem nas extremidades de todos os cromossomos) adequado. Quanto mais encurtado ele for, mais propensa é a chance de a célula ser disfuncional e não dar o resultado necessário.
Agora, se a pessoa tem uma idade biológica boa - leia-se menor do que a cronológica -, mesmo sendo mais velha, o sistema imune está mais competente e capaz de combater o coronavírus rapidamente. Com o processo de senescência (degradação das funções celulares), as células perdem a capacidade de desenvolverem a função de defesa e o organismo fica mais frágil.
Em janeiro deste ano, a pesquisadora em oncologia molecular Maria Blasco publicou um artigo em que afirma que os telômeros de comprimento mais curto são observados em pacientes que apresentam evolução grave de Covid. Esses seriam os pacientes envelhecidos biologicamente. No mesmo texto afirma-se ainda que um dos mecanismos do envelhecimento é o encurtamento gradual dos telômeros, que são estruturas protetoras nas extremidades dos cromossomos.
Telômeros extremamente curtos alteram a capacidade de regenerar tecidos e desencadeiam perda de homeostase e doença tecidual. O vírus SARS-CoV2 infecta muitos tipos diferentes de células, forçando a renovação e regeneração celular para manter a homeostase tecidual. A hipótese levantada, portanto, é que a presença de telômeros curtos em pacientes mais velhos limita a resposta efetiva contra a infecção do coronavírus.
Nesse novo contexto é muito importante ter tecnologia para avaliar como o nosso organismo se comportará nessas condições. Assim, tenho muito orgulho do trabalho desenvolvido por nossa equipe de pesquisadores em Mato Grosso do Sul para o desenvolvimento do teste que avalia a idade biológica.
O exame inovador permite medir com precisão essa idade por meio da aferição do comprimento dos telômeros. Logo, a ciência nacional traz benefícios à população e isso precisa ser propagado. O BioAge Teste, da Biological Age, empresa brasileira de tecnologia, faz a medição dos telômeros. Quanto mais bem-cuidada a pessoa, menor é a idade biológica dela e mais longo são os seus telômeros.
O exame utiliza o DNA extraído da amostra de sangue que permite a avaliação do PCR. Com o material é possível quantificar o número de pares de bases que formam os telômeros que protegem as pontas dos cromossomos e guardam todo material genético - e medir seu tamanho. O comprimento deles é comparado com uma curva de referência, com tamanhos de telômeros esperados para uma população de pessoas saudáveis. A partir dessa comparação, estabelece-se a idade biológica do indivíduo, que deveria ser sempre menor do que a idade cronológica.
Com
este número em mãos, será possível o especialista avaliar a necessidade de
acompanhamento médico, suplementação alimentar e, principalmente, a mudança no
ritmo de vida do paciente, o que interfere, diretamente, no envelhecimento da
idade biológica. Esta é uma das armas mais eficientes se, por um acaso, o vírus
da Covid-19 chegar. A chance de sair vencedor nessa guerra contra o ‘inimigo invisível’
tende a ser maior e menos dolorosa, em todos os sentidos. Então devemos cuidar
dos nossos telômeros e da nossa idade biológica.