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sexta-feira, 2 de julho de 2021

Mais que um pet, um membro da família

Para muitas pessoas a presença de um cachorro em casa vai além de um animal de estimação e recebe afeto e atenção e até tatuagem

 

A chegada de um cachorro de estimação à família costuma movimentar a rotina da casa. Com o tempo, ele passa a ser muito mais que um pet, virando mais um membro da família. Francine Ther, publicitária e responsável pelo portal meu Amigo PUG é desse time. “A chegada do Jotapeg mudou minha vida. Me apaixonei de tal maneira, que não parei mais de pesquisar sobre o assunto”.


O amor incondicional demonstrado por Fran aos seus pugs, é comum de se ver em diversos lares pelo país. A publicitária, inclusive, faz um adendo sobre o que ocorre após a chegada do pet, reforçando o quanto ele se torna um novo membro da família. “Desde a chegada do filhote, a gente que acaba se adaptando a ele. Não o contrário”.


De encontro à ideia de que os animais são, sim, parte da família, muitas pessoas optam por eternizar esse amor na pele, em forma de tatuagem. Embora ainda não tenha entrado para turma dos tatuados, Fran comenta seu interesse pelo tema. “Eu ainda não tenho tatuagem, mas gostaria muito de ter. Por isso, venho procurando alguns conteúdos sobre o assunto. Já vi diversos tipos de desenho: dos mais simples, passando pelos divertidos e chegando aos super-realistas. Sem dúvidas, o Jotapeg e o Pudim merecem essa homenagem”.


Mesmo diante do enorme afeto e carinho pelos cães, Fran destaca que é preciso entender a demanda gerada por cada bichinho, para que ele tenha todo o cuidado necessário. “Muita gente antes de comprar ou adotar um pug, me procura para perguntar o que eu acho. E a minha resposta é sempre a mesma: depende. E sempre listo algumas características da raça que devem ser consideradas no dia a dia de uma casa, como, por exemplo, a grande queda de pelos”. 


Ainda assim, Fran finaliza dizendo o quanto ter um animal de estimação equivale a aumentar a família. “Quem tem pug sabe, que eles são quase que nossa sombra, gostam de estar por perto, o tempo todo. Tem até que tomar cuidado para não pisar neles. Gostam tanto de ficar perto da gente, que vão te acompanhar até no banheiro! Não tem como não dizer que são como filhos e que fazem parte da família”.

 

 


AMIGO PUG - Francine Ther - Criadora do Conteúdo

 www.amigopug.com.br 


Saiba quais são os Direitos dos pets em caso de separação do casal

Como fica o animal numa situação de separação ou de falecimento do dono? Apesar de no Brasil o tema ainda não ser aprofundado, a tentativa de reconhecimento do pet como membro da família, denominado como uma família multiespécie, está transformando a maneira de como o Judiciário trata o tema.

Existe uma grande cobrança da sociedade de inserir o animal como membro da família para que tenha os mesmos Direitos de um ser humano incapaz, no caso de separação, ou morte de seu dono. No entanto, por aqui, a lei geral de proteção de animais ainda não inclui esse tema.

Nesse contexto, quando acontece um divórcio, os advogados usam a analogia do Direito da Família para definir a questão da guarda e custeio desse animal, mais direcionado a subsistência desse bichinho, como por exemplo, a alimentação e cuidados veterinários.

Para tratar essa questão é indicado que o advogado seja especializado em Direito da Família e, também especialista em Direito dos animais. Essa discussão sobre guarda de pets já existe há aproximadamente seis anos no Brasil.

Áustria, Alemanha e Suíça indicam expressamente em lei que os animais não são coisas. França e Portugal dispõem que são seres dotados de sensibilidade. Portanto, na Europa o animal é considerado um ser senciente – capaz de sentir sensações e sentimentos de forma consciente. E a tendência é que o Direito dos animais no Brasil siga exemplos da Suíça, Alemanha e Portugal, que já reconhecem os animais como seres vivos dotados de sensibilidade.

No Brasil, atualmente há quatro estados que, cada um a seu modo, consideram na lei os animais não humanos como sujeitos de direito: Paraíba, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Minas Gerais. Também há inúmeros julgados brasileiros que reconhecem a família multiespécie, ou seja, a que abarca também membros não humanos. Em Minas Gerais, Paraíba, Rio Grande do os animais já são reconhecidos como seres sencientes,. A legislação brasileira vai se moldando de acordo com as transformações da sociedade, mas nessa questão ainda há muito o que evoluir. O registro em cartório é apenas de forma simbólica. Também existe uma grande resistência do Judiciário na questão de Direito de animais pecuários, como porco, por exemplo, pelo próprio interesse de exploração desses animais.

O que vale é a possibilidade de um testamento definindo o tutor desses pets em caso de morte do seu dono, como é realizado no mundo dos famosos. Hoje, quando o dono morre, muitas vezes acontece do animal ser abandonado pela família. Além dele ficar desamparado, esse abandono onera o poder público aumentando a quantidade de animais na rua.

O cenário ideal seria uma lei que regulasse a situação dos animais em caso de divórcio e sucessão. Isso facilitaria questões como tipos de guarda de acordo com especificidades de cada espécie, observando o caso concreto, pensando além da subsistência, mas Direito a veterinário, creche, lazer, higiene, o que beneficiaria não somente o bem-estar do pet e da família, por saber que existe uma legislação resguardando os seus direitos, mas também o Judiciário.

Outra questão importante é a microchipagem ou cadastro de pets, isso auxilia o poder público a controlar a população de animais, coibir o abandono e responsabilizar as pessoas pelos animais abandonados. Essa é uma luta que está sendo cada vez mais cobrada pela sociedade brasileira e será um ganho para todas as esferas.

 



Dra. Catia Sturari - advogada especializada em Direito de Família, atuando há 12 anos na área. Formada pela IMES (Hj, USCS), em São Caetano do Sul, atualmente cursa pós-graduação em Direito de Família pela EBRADI. Condutora do programa Papo de Quinta, no Instagram, voltado às questões que envolve o Direito de Família, também é palestrante em instituições de ensino e empresas e é conhecida pela leveza em conduzir temas difíceis de aceitar e entender no ramo do Direito de Família.

 

Dra. Cristina Dornelles - advogada, com MBA de Direito Civil e processo civil na Fundação Getúlio Vargas e especialização em Direito público pela FUMEC. É pesquisadora de Direito Animal e mediadora de conflitos, certificada pelo TJMG.


Técnica menos agressiva ao meio ambiente detecta agrotóxicos em abelhas e no pólen

Pesquisadoras do Instituto de Química de São Carlos (IQSC/USP) conseguiram reduzir o número de insetos e grãos de pólen necessários para a identificação de inseticidas

 

Nos últimos anos, apicultores e pesquisadores têm se preocupado com a diminuição da diversidade e população de abelhas, sendo que no Brasil, particularmente, são cada vez mais comuns episódios de mortandade desses insetos e de abandono de colmeias como consequência do uso extensivo de agrotóxicos. Mesmo em baixas concentrações, esses produtos químicos podem afetar o comportamento das abelhas, reduzindo seu tempo de vida e, consequentemente, evitando que elas façam seu nobre trabalho por mais tempo. Para os produtores de mel, por exemplo, identificar previamente se as abelhas estão expostas ou sendo intoxicadas por agrotóxicos é importante para a definição de estratégias que evitem prejuízos, como a transferência de colmeias para outro lugar.

No entanto, a determinação de agrotóxicos em matrizes biológicas, como no organismo de abelhas, é uma tarefa difícil de ser executada, já que geralmente os produtos se encontram em concentrações extremamente baixas. Isso faz com que, nos métodos convencionais, centenas ou até milhares de abelhas sejam sacrificadas para que os equipamentos consigam detectar os agrotóxicos, correndo ainda o risco de não encontrá-los. Para colaborar nesse sentido, pesquisadoras do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da USP desenvolveram uma nova técnica mais rápida, simples, barata e que exige quantidades bem menores desses insetos para que nanogramas de agrotóxicos sejam identificados nos tecidos de abelhas, no pólen presente nas colmeias e até mesmo no mel.
 

No estudo, as cientistas trabalharam com duas espécies de abelhas, as africanizadas (Apis mellifera L.) e as nativas Jataí (Tetragonisca angustula Latreille (1811)). O objetivo era utilizar o menor número possível desses insetos para que dois agrotóxicos muito utilizados no Brasil e no mundo, o imidacloprida e o tiametoxam, pudessem ser detectados. Os resultados foram expressivos. No método convencional, eram necessárias cerca de 150 abelhas da espécie Apis mellifera L. (aproximadamente 15 gramas) para que os agrotóxicos fossem identificados, mas no trabalho realizado no IQSC, com apenas três polinizadoras (0,3 gramas) esse resultado já foi possível de se obter, ou seja, um número 50 vezes menor. Já com relação à detecção de agrotóxicos no tecido das abelhas da espécie Tetragonisca angustula, com apenas 10 insetos (0,03 gramas) as pesquisadoras já conseguiram identificar os agroquímicos, enquanto no método padrão seria preciso contar com 5 mil abelhas (15 gramas), número 500 vezes maior. Apenas para referência, o número de abelhas que vivem em uma colmeia de Jataí pode variar de centenas até 5 mil polinizadoras. Isso indica que uma colmeia inteira da espécie poderia ser comprometida para que os produtos químicos possam ser identificados. 

“Pensando na principal função da abelha, que é realizar a polinização, se nós tirarmos uma quantidade menor desses insetos da natureza para fazer esse tipo de avaliação será uma grande vantagem. O avanço que conseguimos vai possibilitar a substituição das técnicas tradicionais por alternativas mais amigáveis ao meio ambiente, reduzindo a mortandade de abelhas para as análises”, explica Ana Maria Barbosa Medina, doutoranda do IQSC e autora do trabalho.  

Segundo a cientista, outro benefício que a nova técnica irá proporcionar ao meio ambiente é a redução da quantidade necessária de pólen para a detecção dos agroquímicos. No estudo, ela utilizou 150 vezes menos grãos de pólen para identificar os agrotóxicos abordados na pesquisa. Todos esses avanços, consequentemente, também possibilitaram que as análises ficassem mais rápidas e com menor custo, já que houve diminuição do uso de reagentes (cerca de 15 vezes menos produtos). A técnica pode ainda ser adaptada para detectar outros tipos de agrotóxicos e em outras espécies de abelhas.

“Com a utilização de pequenas quantidades de insetos é possível alertar a comunidade científica que esses agrotóxicos estão contaminando as abelhas e que medidas precisam ser tomadas. Em nosso estudo, conseguimos identificar concentrações menores (na faixa de ngL-1)) de agrotóxicos que o método tradicional. O apicultor quer saber se o local onde ele tem as colmeias está expondo as abelhas à contaminação e, caso ele descubra cedo que os insetos estão sendo afetados, pode se mudar para outro local e evitar prejuízos financeiros. A ideia é fazer esse tipo de monitoramento utilizando menos abelhas”, explica Eny Maria Vieira, professora do IQSC e orientadora de Ana. A docente conta que a quantidade de agrotóxico que elas conseguem detectar é tão pequena que é como se elas encontrassem no meio de um trilhão de carros brancos um pontinho preto em um dos veículos.

 

Como funciona o método? – Para avaliar se há agrotóxicos no tecido das abelhas, as pesquisadoras seguem um protocolo. Resumidamente, elas coletam uma certa quantidade de abelhas que são trituradas e misturadas com acetonitrila (solvente), que é um composto orgânico. A mistura é agitada e alguns sais são adicionados. Todo esse processo faz com que os agrotóxicos, se presentes, saiam do tecido das abelhas e se juntem ao solvente, já que eles possuem grande afinidade pelo produto orgânico. Essa mistura passa por uma centrifugação que separa tanto os sais quanto as abelhas e permite que a parte líquida composta pelo solvente e os agrotóxicos seja retirada e colocada no cromatógrafo, equipamento que faz a separação dos produtos químicos e os envia para outro aparelho, o espectrômetro de massas, responsável por detectar e quantificar os agrotóxicos. Para reduzir a quantidade de insetos, reagentes e pólen necessários para a identificação dos compostos tóxicos, as pesquisadoras realizaram inúmeros testes com diferentes medidas até alcançarem as mínimas possíveis que viabilizassem a detecção. 

O imidacloprida e o tiametoxam, ambos inseticidas da família dos neonicotinóides, foram introduzidos na década de 1990 e desde então seu uso vem aumentando ao longo dos anos. Mesmo banidos da União Europeia, eles estão entre os inseticidas mais utilizados nas plantações em todo o mundo, sendo aplicados em culturas de cana-de-açúcar, arroz, cereais, milho, girassóis, batatas, frutas, algodão, vegetais, entre outras. No Brasil, os dois produtos são autorizados para aplicação.

A Apis mellifera L., também conhecida popularmente como abelha “africanizada” ou “assassina”, é um polihíbrido originário do cruzamento de abelhas europeias (Apis mellifera mellifera, Apis mellifera ligustica e Apis mellifera carnica) com africanas (Apis mellifera scutellata). Elas vivem em colmeias, que podem ser artificiais ou naturais. Em seu interior, as obreiras usam cera para construir os favos, onde armazenam mel e pólen para alimentar tanto as larvas como os insetos adultos. As fêmeas diferenciam-se dos zangões (machos) por possuírem ferrão.

Já a Tetragonisca angustula, também chamada jataí-amarela, é uma abelha social da família dos meliponíneos, de ampla distribuição no Brasil. Mede até quatro milímetros e constrói ninhos de cera em espaços ocos na natureza. Sem ferrão, tem o hábito de morder as pessoas e de se enroscar nos cabelos se for provocada, mas é considerada uma abelha dócil e de fácil manejo pelos produtores de mel.

 

Importância para a humanidade – As abelhas são consideradas os agentes polinizadores mais importantes devido ao seu grande número, já que representam cerca de 25.000 das 40.000 espécies existentes. Elas polinizam uma ampla variedade de flores, contribuindo para manter a biodiversidade vegetal na Terra e garantir a produção de frutas e sementes, além da reprodução de várias plantas. De acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação (FAO), 85 % das espécies conhecidas de plantas com flores e 70 % das culturas agrícolas dependem dos polinizadores para se reproduzirem, principalmente das abelhas. 

Algumas plantas, inclusive, precisam de visitas frequentes, como a flor de maçã, que demanda de quatro a cinco visitas das abelhas para receber os grãos de pólen suficientes para sua fertilização. Acredita-se que aproximadamente 60 % das plantas cultivadas para o consumo humano no Brasil dependem da polinização feita por abelhas e, nesse contexto, estima-se que os valores globais do serviço de polinização das culturas representam entre US$195 e US$387 bilhões anuais para o setor agrícola. Além de aumentar a produtividade e qualidade dos frutos, as polinizadoras também são indispensáveis para a produção de mel e de outros produtos como geleias e própolis. 

Para desenvolver e comprovar a eficácia do método desenvolvido no IQSC, as pesquisadoras coletaram abelhas Apis mellifera L. de sítios e apiários do interior de São Paulo. Já para a validação e detecção da técnica em abelhas Jataí, as cientistas obtiveram amostras de abelhas e de pólen no meliponário do Centro de Recursos Hídricos e Estudos Ambientais (CRHEA), da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP, e de plantações de morango em Bom Repouso (MG). “Nós identificamos os dois agrotóxicos estudados no tecido das abelhas africanizadas. Já nas abelhas Jataí, nós detectamos o imidacloprida, que originalmente não é utilizado no morango, mas sim em culturas de batata e milho próximas da região. Isso comprova que as abelhas não procuram alimento em uma única fonte, viajando para outras regiões, com diferentes plantações”, explica Ana. Esse foi o primeiro estudo do mundo que identificou agrotóxicos em abelhas Jataí. 

A realização da pesquisa do IQSC contou com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

 


Henrique Fontes - Assessoria de Comunicação do IQSC/USP


Medicamentos para aves sem prescrição comprometem a saúde dos pets

Uso indiscriminado de substâncias gera principalmente quadros de intoxicação, além de complicações nos rins e fígado do animal

 

Os proprietários de aves pet frequentemente se deparam com propagandas de vitaminas e medicamentos em pet shops e nas redes sociais, além de conselhos para ministrar substâncias por conta própria. Essa cultura vai desde a recomendação de produtos veterinários até receitas caseiras, como pingar gotinhas de vinagre no bebedouro da ave pet.

Embora esses conselhos possam parecer inofensivos ou até mesmo confiáveis, na verdade, eles representam um sério risco para a saúde de aves como calopsitas, periquitos, papagaios, entre outras espécies de psitaciformes. A cultura de ministrar substâncias sem prescrição e acompanhamento de um médico veterinário envolve perigos relacionados com a ausência de diagnóstico, administração de doses inadequadas, riscos de intoxicação e desenvolvimento de resistência aos medicamentos.


Medicamentos para aves

O uso de um medicamento deve ser certeiro, levando em consideração a espécie de ave atendida e o peso do animal, então a definição de dose depende do caso clínico de cada paciente. “Para cada medicamento, seja qual for, dentro da classe de vitaminas, anti-inflamatórios, antibióticos e antiparasitários, a gente tem uma dose específica para as espécies de aves psitaciformes. As doses são diferenciadas, existem cálculos que fazemos de acordo com o peso”, explica a médica veterinária Dra. Marta Brito Guimarães, que é doutora em Ciências e professora no Ambulatório de Aves da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo.

Quando um tutor de ave decide ministrar um medicamento por conta própria, pode gerar dois erros graves: superdose e subdose. Com a superdosagem, o excesso de medicamento pode causar alterações hepáticas e renais na ave, a depender da metabolização da medicação. Já com a ocorrência de subdose, a substância não vai provocar o efeito desejado para algum tratamento. Além disso, no caso dos antifúngicos e antibióticos, as subdoses representam um grande problema porque geram o risco de desenvolvimento de resistência de patógenos ao uso de medicamentos, comprometendo a eficácia das substâncias.

Em razão de desconhecimento e venda inapropriada de medicamentos veterinários, proprietários de aves estão colocando a saúde dos pets em perigo. Isso pode agravar uma doença ou ferimento pré-existente e em alguns casos até mesmo levar ao óbito do animal. “Existem as medicações que chamamos de nefrotóxicas ou hepatotóxicas. Isso significa que os medicamentos têm uma ação tóxica para os rins, fígado ou até para o desenvolvimento do animal e isso acaba acarretando numa piora do quadro clínico”, alertou a Dra. Marta em entrevista ao podcast Psitacast.

Supondo o caso de uma ave que tenha lesão ou resistência renal, se ela receber um medicamento nefrotóxico, poderá ter insuficiência renal e até morrer, por exemplo. Além disso, a atitude de um proprietário de ave que medica o animal sem prescrição acaba prejudicando o atendimento veterinário. Como exemplo, se um tutor ministra um antiparasitário sem a solicitação do médico veterinário, a medicação pode camuflar o quadro real da ave e dificultar o posterior atendimento do paciente. “A medicação acaba mascarando sinais clínicos, dificultando principalmente o diagnóstico das doenças”, alerta a Dra. Marta.

Segundo ela, as substâncias mais utilizadas indevidamente são os antibióticos. “Como os sinais clínicos das aves são inespecíficos, tudo se confunde, e quando o tutor fala o que está acontecendo em um pet shop, na maioria das vezes é indicado o uso de um antibiótico”, afirmou a médica veterinária em entrevista ao Psitacast.

Enquanto, para a medicina humana, a comercialização de antibióticos é restrita e as farmácias só liberam a venda do produto mediante apresentação de receita médica, o mesmo não acontece na área de saúde animal. A venda indiscriminada principalmente de antibióticos por meio da indicação de balconistas de pet shops e sem prescrição é preocupante. “No campo veterinário, ainda há uma luta para que não possam comprar diretamente no balcão. A indústria veterinária está levando isso em consideração para que não haja resistência ao uso de antibióticos”, disse a Dra. Marta.

O uso indiscriminado de vermífugos também representa um problema. O ideal é que a ave seja medicada somente após diagnóstico e realização de exame coproparasitológico para identificar a presença de um determinado parasita. Assim, o tratamento será assertivo de acordo com o patógeno encontrado, com o remédio correto e a dose adequada para não intoxicar a ave.

Até mesmo receitas caseiras que parecem inofensivas trazem sérios prejuízos para as aves pet. A cultura de adicionar vinagre na água de banho e no bebedouro da ave é um exemplo disso, segundo a Dra. Marta. “Colocar vinagre na água de banho interfere diretamente na pele e secreção que é produzida pela ave para impermeabilização das penas. A gente tem que tomar muito cuidado com produtos tópicos porque quando as penas perdem a oleosidade natural, isso acaba interferindo na conservação da temperatura do animal”, alertou a médica ao Psitacast.

As penas das aves desempenham a função de controle de temperatura do animal, com o objetivo de manter a ave aquecida e protegida. Ou seja, interferir na oleosidade e qualidade das penas pode fazer com que a ave passe frio, entre outras complicações. O hábito de adicionar gotas de vinagre no bebedouro da ave também não traz vantagens. Em tese, essa cultura popular visa reduzir o PH da água e dificultar a sobrevivência de parasitas que preferem ambientes alcalinos. No entanto, a água com vinagre também vai impactar na saúde da ave e a acidez dessa água pode prejudicar a flora intestinal do pet, por exemplo.


Vitaminas para aves

De acordo com a Dra. Marta, as rações extrusadas para aves pet já são fabricadas especialmente com a quantidade ideal de vitaminas e sais minerais para nutrir esses animais. Além disso, é indicado complementar a alimentação das aves com legumes e verduras. A dieta adequada supre a necessidade nutricional das aves e a rotina do pet não requer nenhum uso de produtos vitamínicos.

O fornecimento de vitaminas para as aves sem recomendação veterinária gera muitos problemas porque provoca a hipervitaminose, que é o excesso de vitaminas. Segundo a médica veterinária, os perigos estão relacionados com o excesso das chamadas vitaminas lipossolúveis, ou seja, vitaminas solúveis em lipídios.

Nesse grupo das lipossolúveis estão as vitaminas A, D, E e K, que dependem de gordura para serem absorvidas e se acumulam no corpo do animal ao longo do tempo. “A hipervitaminose é algo que não conseguimos reverter. Essas vitaminas vão se acumulando, levando para um processo tóxico. No caso de vitamina D, por exemplo, o excesso pode levar a calcificações de tecidos em rins e regiões vasculares, entre outras consequências”, explica a Dra. Marta. É por isso que o fornecimento de vitaminas deve ocorrer apenas mediante prescrição do médico veterinário, de forma controlada e responsável. O uso de vitaminas só deve ocorrer durante tratamentos, para cuidar da ave em fases de excesso de postura, muda de penas, entre outros casos conforme o quadro clínico do paciente.


Tem pet em casa? Cuidado com plantas tóxicas

Divulgação/DogHero
Médica veterinária fala sobre as espécies de plantas mais comuns nos lares do Brasil que são prejudiciaisà saúde dos animais de estimação


Para deixar a casa mais bonita, com um toque mais acolhedor e renovado, muitas pessoas optam por inserir plantas na decoração. Por causa do isolamento social, cultivá-las em casa, em vários ambientes do lar, virou tendência e até mesmo uma atividade terapêutica para a família.

No entanto, para quem é pai ou mãe de pet, algumas espécies precisam ser avaliadas. Os tutores precisam ter um critério a mais na hora da escolha, pois existem plantas ornamentais, que apesar de serem lindas, são consideradas tóxicas para os animais de estimação.

De acordo com a médica veterinária, Thais Matos, da área de Confiança & Segurança da DogHero, maior empresa de serviços para pets da América Latina, uma boa parte das plantas que a maioria dos brasileiros gostam de ter em casa pode ser venenosa para cães e gatos, prejudicá-los ou até levá-los à óbito.

"Intoxicação é algo grave e pode colocar a vida dos pets em risco. Os tutores precisam ficar atentos. Muitas vezes, por curiosidade (em especial filhotes) ou por tédio, os pets acabam mordiscando e comendo partes do arranjo. Em caso de intoxicação, os primeiros sinais costumam aparecer já nas primeiras horas seguintes e, em alguns casos, podem durar dias", alerta Thaís.

A especialista orienta ainda que o melhor procedimento, quando o pet tem contato com tais plantas, é limpar a boca dele com água corrente. "Mas, cuidado para não fazer ele engolir os resíduos e não afogá-lo! Assim, você retira quaisquer resquícios da planta ou de seiva que sobrou por ali. Não provoque vômito e não dê nada para o pet comer ou beber, nem água . Em seguida, procure imediatamente um médico veterinário e não se esqueça de levar uma amostra ou uma foto da planta tóxica. É fundamental que o profissional saiba qual foi ingerida para poder escolher o melhor tratamento".

A veterinária da DogHero , listou 11 plantas tóxicas para cães e gatos mais comuns em casas e apartamentos no Brasil. Confira!

Violeta (Viola)

Suave e aparentemente inofensiva seus caules e sementes possuem ativos tóxicos. Com isso, ela se torna perigosa para os animais de estimação. Ao ingerir a violeta o pet pode ter náuseas e vômitos. Pode causar gastrite severa, depressão circulatória e respiratória.

Lírios e os Lírios-da-paz (Lilium e Spathiphyllum wallisii)

Também são plantas muito encontradas nos lares brasileiros e consideradas tóxicas para os animais de estimação. Pode causar alterações nas funções renal e neurológica nos pets, além de dificuldade de engolir, irritação ocular e oral nas mucosas, e graves problemas respiratórios.

Tulipa (Tulipa)

Esta encantadora flor possui uma grande variedade de espécies e cores e é muito usada para decorar jardins e ornamentação de ambientes. Porém, é prejudicial para os pets se ingerida em grandes quantidades. Pode causar alergia na pele, vômito, desânimo, diarreia e salivação excessiva.

Dama da noite (Cestrum nocturnum)

De diversos gêneros e espécies ela exala um aroma que contagia todo o ambiente. Todas as partes da planta são tóxicas. Poucas horas após o consumo da dama da noite, o pet pode ter náusea, vômito, boca seca, falta de coordenação motora, pupilas dilatadas e visão alterada, comportamento anormal, tremores e até convulsões (que podem durar dias).

Hortênsia (Hydrangea macrophylla)

São exuberantes e também contam com uma característica peculiar: um princípio ativo que pode torná-la venenosa para cães e gatos. O cianeto de hidrogênio, presente em todas as suas partes, é um veneno que se ingerido em grandes quantidades pode causar sérios problemas. A ingestão da hortênsia causa boca arroxeada, dificuldade respiratória, vômito, dor abdominal, diarreia e convulsões nos pets.

Azaleia e Espirradeira (Rhododendron simsii e Nerium oleander)

Ambas possuem uma substância que pode causar problemas digestivos e cardíacos nos pets. Os sinais mais comuns são: animal se recusa a comer, aumento ou diminuição da frequência cardíaca, diarreia persistente ou com sangue, dor abdominal, enjoo, vômito, perda de coordenação motora, desânimo e convulsões.

Samambaia (Nephrolepis polypodium)

Existem muitas espécies de samambaia e todas são tóxicas para cães e gatos. Sua ingestão prejudica a produção de glóbulos vermelhos e provoca sinais agudos como sangramentos, pontinhos vermelhos pelas mucosas da boca e sangue na urina. Em casos crônicos, podem causar grave anemia.

Hibisco (Hibiscus)

De aspecto exótico e rara beleza, o hibisco também é uma das preferidas para casas e apartamentos. Esta planta pode ser bastante perigosa para os pets. As flores e as folhas do hibisco são tóxicas e causam vômito, diarreia, náusea e perda de apetite.

Comigo-ninguém-pode (Diffenbachia)

Uma das plantas mais tóxicas para os pets (todas as partes são nocivas) e facilmente encontrada em vários lares do Brasil. O contato com os olhos pode gerar edema, fotofobia e lacrimejamento. O animal de estimação pode sofrer com cólicas abdominais, náuseas, vômitos, inchaço nos lábios, língua e palato.

Babosa (Aloe vera)

Além da finalidade medicinal também é usada para fins decorativos em casa. Ao ingerir babosa, o pet pode apresentar sinais como vômito, desânimo, diarreia, tremores e ter alteração na cor da urina.

Begônia (Begoniaceae)

Uma planta ornamental com flores e folhagens coloridas, muito utilizada na decoração da casa ou jardim. O consumo de begônia pelos animais de estimação causa irritação e queimação na boca, língua e nos lábios, salivação em excesso, vômito e dificuldades de engolir.

DogHero  

Como lidar com a mancha da lágrima em cães e gatos

Crédito: Shutterstock/Divulgação PremieRpet®
A alteração causa escurecimento da pele e do pelo na região abaixo dos olhos do pet

 

A mancha da lágrima é uma preocupação muito comum entre os tutores de cães e gatos. A alteração, que consiste no escurecimento da pele e do pelo na região logo abaixo dos olhos, pode ser observada principalmente em gatos persas e cães com focinho achatado, como pug e bulldog, além de outras raças como o poodle, bichon frisé, maltês e lhasa apso.

Apesar de ser popularmente conhecida como “lágrima ácida”, esse termo pode induzir o tutor ao erro, já que o pH da lágrima não é ácido, e sim neutro. Segundo artigo do Blog de Nutrologia de Cães e Gatos, “essa alteração ocorre pelo contato da lactoferrina e a porfirina, substâncias presentes na lágrima, com os pelos, resultando na alteração de coloração da pelagem”. 

E, apesar da mancha ser o sinal mais evidente da lágrima ácida, a tonalidade em si não é o principal problema, mas uma consequência da má absorção ou produção em excesso de fluidos oculares. Há várias causas possíveis para seu aparecimento: obstrução do ducto naso lacrimal, pelos abundantes na região, inflamação do sistema ocular, infecções bacterianas, problemas na pálpebra, crescimento anormal dos cílios, anatomia (como no caso do focinho achatado, que prejudica a drenagem da secreção), entre outras.

 

Mancha da lágrima e alimentação

Há quem diga que essa alteração na pele e pelagem está relacionada com a dieta e que determinados alimentos poderiam causá-la ou agravá-la. Mas é importante ressaltar que até hoje não existe nenhuma comprovação científica da relação entre a alimentação e as lágrimas em excesso. Ou seja, a troca de alimentação não é uma indicação para resolver esses casos. 

“Vale ressaltar, no entanto, que independentemente da questão da lágrima, uma dieta de alta qualidade sempre traz inúmeras vantagens à saúde e qualidade de vida dos cães e gatos”, afirma Flavio Silva, mestre em nutrição de cães e gatos e supervisor de capacitação técnico-científica da PremieRpet®. 

De acordo com o especialista, a primeira recomendação para o controle da mancha da lágrima é fazer a limpeza da região com soro fisiológico e algodão e remover o excesso de pelos próximos ao olho. “Além disso, é sempre recomendado ofertar um alimento balanceado de alta qualidade, que irá auxiliar na prevenção de alterações na pele e pelagem de cães e gatos”, esclarece Flavio. 

Embora a ocorrência de lágrima ácida normalmente seja inofensiva e sua consequência puramente estética, há casos mais complexos e é importante sempre consultar um médico-veterinário para definir a causa e o tratamento mais adequado para o pet. Se detectado, por exemplo, um severo entupimento no ducto, eventualmente pode até haver uma indicação cirúrgica, que deve ser feita por um especialista em oftalmologia. 

 

 

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Cuidados com os pets no inverno: saiba como cuidar do seu animalzinho na época mais fria do ano

Assim como os seres humanos, no inverno os pets também precisam de alguns cuidados específicos. O veterinário Orlando Neto dá algumas dicas dos cuidados que podem ser adotados com seu bichinho de estimação


O inverno está chegando e com ele aquele clima mais frio com temperaturas bem mais baixas. Tem quem goste muito do inverno, outros que são mais chegados ao calor, mas, preferências à parte, o que todos concordam é que a estação exige alguns cuidados com a pele, a alimentação e com a rotina diária.

Assim como as pessoas, os animais também sentem e sofrem com o frio, por isso é importante ter cuidados especiais para dar mais conforto ao animal. Providenciar roupinhas, cobertores, óleos para hidratação da pele e do pelo e até banhos mais quentes não é exagero quando se trata de cães e gatos.

Embora algumas raças consigam enfrentar invernos mais rigorosos, como é o caso do São Bernardo, Samoieda, Husky siberiano, no Brasil a maior parte dos cães preferem temperaturas mais amenas e acabam dando sinais de que estão com muito frio. Segundo o veterinário Orlando Neto, filhotes e idosos estão entre os que mais sofrem com a queda de temperatura. Mas é bom lembrar que os cuidados com os pets no inverno devem ser para animais de todas as idades. Pensando nisso trouxemos algumas dicas para cuidar do seu pet na estação mais fria do ano.

 

Mantenha seu pet aquecido

Para evitar que os pets sintam frio e acabem ficando doentes é importante protegê-los das baixas temperaturas mantendo-os abrigados, principalmente durante a noite. Se for possível, prepare um local dentro de casa, com caminhas e cobertores especiais para que fiquem aquecidos. Se eles ficarem no quintal o ideal é que tenham uma casinha para que possam se proteger.

As roupinhas também ajudam muito, principalmente as raças de pelo curto “Quando o cão tem pelos longos, eles funcionam como uma proteção contra o frio, e ajudam a manter a temperatura corporal o que não acontece com os de raça de pelos curtos e nesse caso as roupinhas são importantíssimas”, destaca Orlando.

 

Banho e tosa dos animais

A higienização dos animais é importante, mas no frio é necessário diminuir a frequência de banhos

“Evite dar banho nos dias mais frios e se não tiver opção de preferência para água morna”, destaca.

Sobre a tosa o veterinário indica que o espaço entre uma e outra fique maior para que o animal tenha uma cobertura natural para os dias mais frios. “A pelagem é uma barreira natural contra o frio, por isso muitos cães passam por uma troca de pelos no outono, ganhando uma pelagem mais espessa no inverno. O ideal é manter essa pelagem para que eles possam se aquecer”.

Orlando ressalta ainda que “As tosas higiênicas devem continuar, também é de extrema importância a escovação de pelos para evitar a formação de nós”.

 

Alimentação:

No frio, a dica é oferecer uma alimentação mais natural e sempre de acordo com a indicação do veterinário do seu pet. Uma boa dica é incluir o óleo de coco orgânico na dieta do animal.

O óleo de coco na dieta dos pets pode ser um belo diferencial promovendo a função normal da tireoide, ajudando a prevenir e controlar a diabetes, além de ajudar a construir ossos fortes, melhorar a saúde bucal, reduzir reações alérgicas e melhorar a saúde da pele do animal.

“O óleo de coco é um ingrediente rico não só para a dieta dos seres humanos e pode colaborar muito com a saúde dos pets. Além de seu uso deixar o pelo do pet macio e sedoso, o óleo também melhora doenças da pele, melhora a digestão e a absorção de nutrientes, auxilia na cura de distúrbios digestivos, elimina o mau hálito entre outros benefícios", destaca o veterinário.

O que não pode faltar é acesso a água!

 

Vacinação:

Todos os animais devem ser vacinados mesmo se forem resgatados já adultos. Para cães, as obrigatórias são: a V8 ou V10 (conhecida como vacina das doenças) e a raiva. A vacina da tosse dos canis não é obrigatória, porém é essencial.

Para os gatos as obrigatórias são: a V4 e a raiva. Assim como nós, a vacinação é um modo de prevenção para nossos filhos de 4 patas não contraírem doenças.

“É importante destacar que os donos de animais devem estar atentos a vacinação dos pets independente da fase do ano, as vacinas previnem de muitas doenças” afirma.

 

Passeios e atividades que tragam conforto ao animal

É recomendado e é essencial, levar o pet para passear mesmo no inverno. Uma rotina de exercícios ajuda o animal a se desestressar. No inverno o ideal é procurar os horários mais quentinhos do dia para passear.

Outra dica para acalmar o pet e promover um momento de interação entre o animal e o seu dono é uma massagem com óleo de coco, que ajuda a manter a hidratação da pele e do pelo do animal no inverno.

“Assim como nas pessoas, aplicar óleo de coco na pele do seu cão pode ajudar a infundir a umidade da pele dele, o que é especialmente importante nos meses de inverno. Além disso, evita descamação ou outros sinais de irritação. Então, se o cão já tem pele seca ou caspa, o óleo de coco é altamente eficaz e colabora com a hidratação”, comenta o veterinário.

Orlando explica como fazer a massagem: "Basta esfregar uma pequena quantidade nas mãos e massagear a pele, passando os dedos no pelo. É importante ressaltar que apesar da segurança do óleo de coco, se o seu pet tiver uma condição de saúde delicada, ele precisa ser avaliado por um profissional antes do uso do produto final.


Você Sabia?

Crédito da foto: Edjane Madza 
Pets filhotes requerem cuidados especiais no primeiro ano de vida

Quem já levou para casa um cão ou gato filhotinho sabe que os primeiros meses de convivência são desafiadores. É o que afirma a veterinária da DrogaVET, Bárbara Scherer. “Quando vemos para aquelas bolinhas de pelos não imaginamos quanta energia eles têm para gastar!”, afirma. 

Segundo a profissional, os filhotes passam por desafios no primeiro ano de vida, pois não é fácil deixar de conviver com a mãe e irmãos e ir para um lugar que nunca viu. “Assim que chegam, o universo é novo à sua volta. Uns choram, outros latem e miam bastante”, exemplifica Bárbara, informando que para amenizar esse estresse, só há uma fórmula: paciência, atenção, carinho e acolhimento. “É importante disponibilizar comida de qualidade, água limpa e fresca, tapete higiênico ou caixa de areia, local para descanso e objetos próprios para enriquecer o ambiente”, pontua a veterinária. 

Logo nos três primeiros meses, os pets trocam a dentição decídua (dente de leite) pela permanente e, para a surpresa de muitos tutores, a mastigação de objetos da casa se torna constante. “A culpa é do incômodo que sentem na gengiva, que os levam a fazer os sapatos e móveis de brinquedos de morder”, brinca Bárbara, informando que a dica é presenteá-los com brinquedos próprios para este fim. 

Em relação ao comportamento, a veterinária conta que os gatos são mais noturnos e solitários, adaptando-se bem à vida de “filho único”. Já os cães, animais de comunidade, gostam de estar rodeados de amigos caninos sempre que possível. “Os felinos, ancestralmente, caçavam melhor ao anoitecer por terem visão noturna aprimorada e têm as patas dianteiras como aliadas para se defender e explorar o mundo, com garras afiadas e retráteis. Já os cães têm o olfato e audição mais aguçados e se comunicam com o mundo externo através da boca, mordendo ou lambendo. Gatos têm melhor memória que os cães, mas não aprendem truques com a mesma facilidade”, detalha Bárbara. 

Nos fatores saúde e alimentação, os filhotes contam apenas com a imunidade que receberam da mãe por meio da placenta e do colostro, a amamentação das primeiras 24 horas. “Nesse ponto, a vacinação é primordial para o desenvolvimento do sistema imunológico e de combate às doenças, bem como a vermifugação, que deve começar a partir do primeiro mês de vida, seguindo, então, o calendário de reforço. A alimentação deve ser específica para filhotes, com atenção à quantidade e qualidade necessárias para cada raça e peso. Oferecer a mesma comida que a nossa, por mais que eles insistam, nem pensar, pois pode gerar problemas digestivos”, alerta Bárbara. 

Para auxiliar os tutores, a profissional indica alguns medicamentos ideais para essa fase da vida dos pets. “Há o colostro manipulado para pets que, por algum motivo, não puderam ser amamentados pelas mães e formulações de vermífugos líquidos, facilmente ministrados a filhotes. Além disso, há sachês para tratamento de coprofagia, afastando o hábito que algumas raças têm de ingerir as fezes, e também formulações para banho seco e lenços umedecidos, indicados para a higiene dos pets bebês que ainda não completaram o protocolo vacinal e, por conta disso, não podem ir ao pet shop. Os desafios desse período são muitos, mas entendendo os estágios, comportamentos e necessidades tudo será mais tranquilo”, finaliza a veterinária.

 


DrogaVET

 https://drogavet.com.br 

campanha: https://agenteentendeseupet.com.br 


O que fazer quando seu pet dá trabalho durante a pandemia?

Veterinária e terapeuta Dra. Melanie Marques mostra como os donos dos animais devem lidar com seus pets neste cenário que afetou toda a sociedade. 

As medidas de isolamento social e distanciamento físico impostas pela pandemia não mudaram apenas a realidade da sociedade, como também afetou milhões de animais domésticos que convivem diariamente com seus donos. 

“Essa relação de afeto, amor e companhia trouxe uma melhora significativa para ambos”, analisa a veterinária e terapeuta Dra. Melanie Marques. Essa união é perfeita para combater a sensação de solidão e monotonia, “afinal, já é comprovado que quando a pessoa está sozinha sua saúde psíquica é profundamente afetada, podendo até levá-la à depressão”, revela. 

Mas, diante de medo de contaminar com o vírus ao sair na rua, inclusive quando for sair para passear com seu pet, muitos donos acabam ficando reclusos em casa, e, consequentemente, os animais ficam sem passeios e brincadeiras, o que pode ser um péssimo sinal: “Os bichinhos ficam acumulando energia e sem o estímulo da natureza, e isso pode ser algo preocupante”. 

O resultado disso? Dra. Melanie explica que eles “passam a se entender e a demonstrar comportamentos destrutivos como morder, estragar objetos, os latidos passam a ser excessivos e pasmem, até começam a comer de forma obsessiva”. “Com isso as clínicas veterinárias estão ficando cada vez mais lotadas, enquanto muitos tutores estão buscando consultorias comportamentais para seus pets”, reforça a terapeuta. 

Diante deste cenário tão adverso, Dra. Melanie destaca que os animais se tornaram a extensão da família, por isso eles sentem o que os donos estão passando e acabam somatizando isso em seus comportamentos: “Em um momento de insegurança, estresse e sensação de perigo iminente (essa que tem predominado durante a pandemia), os bichinhos acabam percebendo isso e reagem à nossa condição emocional”. 

Nesta atmosfera tensa, Dra. Melanie pondera que os animais ficam querendo ser o centro das ações, mas, como isso não acontece, seus hábitos mudam: “Eles passam a desenvolver lambeduras constantes das patas e isso leva a problemas dermatológicos. Eles podem ficar mais agitados, como se fosse um pedido para terem suas necessidades de atividades mantidas”. O extremo também pode acontecer: “Sim, eles podem permanecer apáticos, enfadonhos, alheios à rotina da casa. Isso também deve ser observado”. 

Mas, como reverter isso? Para a veterinária e terapeuta, é primordial que “as pessoas se cuidem física e emocionalmente. Que gastem energias e liberem endorfinas para continuarem tendo prazer em viver. E é fundamental ter empatia pelo seu pet, pois ele entende o que está acontecendo, apenas reage”. 

E para fazer isso, atitudes simples podem ser tomadas: “Tire uma hora do dia sem celular ou televisão para estar com seu bichinho por inteiro. Se for possível, saia com ele em segurança, nem que seja dentro de condomínio ou em uma rua que não tenha muito movimento. Ao voltar para casa, você pode higienizar as patinhas dele com gotinhas de vinagre e bicarbonato diluídas em água para limpar as patinhas. É importante secar bem para evitar ambiente úmido propício para fungos e bactérias. Portanto, seque bem. Assim, se você dedicar este tempo, tenha certeza de que todo o ambiente em volta ficará mais agradável, inclusive para seu bichinho”, completa Dra. Melanie.



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