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quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Aposentadorias precoces podem prejudicar fechamento das contas públicas, segundo Ipea



O número de beneficiários da Previdência Social no Brasil aumentou seis pontos percentuais de 1992 para 2015 – passou de 8,2% para 14,2%. E a tendência é que esse número aumente ainda mais, já que um terço da população em 2060 deverá estar com 60 anos de idade ou mais. As informações são do Instituto Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que divulgou nessa semana um estudo que avalia os efeitos do envelhecimento da população e das aposentadorias precoces.

Segundo a pesquisa, o número de aposentados há quase 30 anos com idade entre 60 e 69 anos era de 3,1 milhões. Em 2015, saltou para 9,4 milhões. Outro dado destacado no estudo foi o da sobrevida da população. O número de beneficiários aposentados entre 80 e 89 anos passou de 841,3 mil em 1992 para 2,6 milhões em 2015. “O envelhecimento já está tendo impacto e isso implica a necessidade de ajustes”, diz o coordenador de Previdência Social do Ipea e autor do estudo, Rogério Nagamine. O aspecto positivo, segundo ele, é que esse ajuste pode ser feito. “Uma saída é eliminar o que a gente chama de componentes regressivos no sistema previdenciário, como a aposentadoria precoce.”

A introdução de uma idade mínima para aposentadoria contribuiria para a sustentabilidade fiscal da Previdência a médio e longo prazo, segundo a pesquisa. A idade média de aposentadoria no Brasil no ano passado foi de 54 anos, sendo 55 para os homens e 53 para as mulheres – a chamada aposentadoria precoce. “O problema maior é uma distorção que eu acho conceitual, que é, na verdade, você estar pagando um benefício de aposentadoria para pessoas que estão em plena capacidade laboral e que, muitas vezes, continuam trabalhando.”


Idade produtiva


 O especialista em finanças Marcos Melo endossa o discurso e afirma que a população tem uma ideia errada em relação à aposentadoria. “As pessoas estão considerando a previdência como um prêmio. ‘Ah, eu vou trabalhar até os meus 55 anos, porque depois disso eu não vou mais trabalhar e vou receber.’ Mas com 55, 60 anos você ainda está com grande produtividade hoje em dia.”
Segundo o estudo do Ipea, “parece fundamental eliminar, mesmo que gradualmente, a aposentadoria por tempo de contribuição sem idade mínima (...)”. O pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (IBRE-FGV) Fernando de Holanda Filho comenta que nosso país tem regras privilegiadas em relação aos demais. “A gente tem uma regra que permite as pessoas se aposentarem muito cedo com benefícios muito elevados.”

O Congresso Nacional estuda votar ainda neste ano a reforma da Previdência, na tentativa de frear o rombo no setor. Segundo dados do Governo Federal, o déficit previdenciário deve ultrapassar os R$ 181,6 bilhões. O ex-ministro de Previdência Social José Cechin diz que é preciso que o País estipule um teto para quem quer se aposentar, hoje inexistente. “O Brasil é um dos poucos países que não tem idade mínima para efeito de aposentadoria. Portanto, introduzir essa idade mínima universal, para todos, é um passo muito importante numa reforma.” A ideia é que homens se aposentem aos 65 e as mulheres, aos 62.

Para 2060, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) projeta 24 jovens economicamente ativos estarão trabalhando para pagar a aposentadoria de 63 idosos. O IBGE mostra, também, que o número de pessoas idosas cresceu 16% entre 2012 e 2016. As taxas de vida e de sobrevida também aumentaram – em 2015, uma pessoa com 60 anos tinha chance de viver mais 22,1 anos e em 2060 pode chegar a viver 25,2 anos a mais.


População idosa no Brasil

As regiões brasileiras apresentaram crescimento na população de idosos em 25 anos. A região Sudeste, por exemplo, passou de 8,4% para 15,7% em 2015. O número de beneficiários idosos com 60 anos ou mais era de 5,7% e passou a ser de 11,6%. Já no Sul, a população idosa pulou de 7,8% em 1992 para 16% há dois anos, sendo 12,2% o percentual de idosos com 60 anos ou mais beneficiados com pagamento de aposentadorias.


A região Norte saltou de 5,1% para 10,1% em 2015 no número de idosos na população total. O número de beneficiados com aposentadorias em 25 anos foi de 3,2% para 6,8%. No Nordeste, o número de idosos atualmente corresponde a 13,4% da população total, sendo que os beneficiários chegam a 10,5% - antes, eram 5,7%. No Centro-Oeste em 1992, a parcela idosa da população chegava a 5,3%. Em 2015, passou a ser de 12,2%. O número de beneficiários com 60 anos ou mais foi de 3,4% para 8,5% nesse mesmo intervalo.

As mulheres também já são maioria nessa estatística. Na década de 90, elas representavam 42,4% da população aposentada com 60 anos ou mais. Há dois anos, as mulheres ultrapassaram os homens nessa contagem, chegando a 50,4%.




Jalila Arabi

Fonte: Agência do Rádio Mais 




ANDA DIVAGANDO MUITO? SAIBA OS PRÓS E CONTRAS



Quando deixamos de prestar atenção em algo e nos permitimos divagar (“mind wandering”, divagação ou devaneio da mente), algumas áreas cerebrais especificas são ativadas, constituindo a chamada “rede de modo padrão” (“default mode network”). Grosseiramente falando, seria algo como o “ponto morto” no câmbio do carro; o motor está ligado, mas o carro está parado. A rigor, não ficamos sem pensar em nada, mas os pensamentos fluem sem uma direção especifica, de modo solto, “flutuando”, “viajando”. 

Dentro de certos limites, o cérebro humano tem capacidade de fazer o sistema ligado à atenção e a rede de modo padrão funcionarem em paralelo. Eles não são mutuamente excludentes. Muitas vezes, estamos concentrados em algo e, ao mesmo tempo, nossa mente está divagando, seja de forma consciente ou não. Por exemplo: estou escrevendo este texto e, ao mesmo tempo, pensando que daqui a alguns dias é aniversário de uma pessoa amiga, e que tenho que comprar um presente, etc. 

Na realidade, o cérebro é programado para funcionar por um certo período de tempo, durante o qual estamos acordados. O descanso principal do cérebro ocorre quando dormimos. Nesse período, ele se refaz, organiza e consolida memórias. Quando estamos em um momento de lazer, por exemplo, muitas vezes não estamos concentrados em algo especifico que demanda muito do cérebro. Com isso, a possibilidade de divagações passa a ser mais possível. 

No entanto, a divagação pode prejudicar o rendimento de algumas atividades, principalmente as intelectuais, como estudo ou trabalho. A possibilidade de deixar o cérebro divagar durante o período de trabalho depende muito da própria atividade que a pessoa desempenha. Além disso, há indivíduos que têm mais facilidade para se distrair com qualquer coisa. Estes devem ficar mais atentos nos momentos em que a concentração é fundamental. Mas se você é daqueles que, quando necessário, consegue foco total no que está fazendo, não há nada de mal em tirar umas pausas para divagar um pouco, desde que consiga finalizar a tarefa a tempo! 

Na rotina frenética em que vivemos, fazer pausas ao longo do dia, nos momentos certos, é benéfico para mente e corpo. O famoso “dolce far niente” (do italiano, “doçura de não fazer nada”) é como dar fôlego ao cérebro e, também, ao organismo todo.





Prof. Dr. Mario Louzã - médico psiquiatra e psicanalista. Doutor em Medicina pela Universidade de Würzburg, Alemanha. (CRMSP 34330)





Nutrólogo do São Luiz dá seis dicas contra os exageros de fim de ano



 Se preparar para as festas pode ser fundamental para passar ileso às comemorações, orienta


 O ano de 2017 está acabando, mas antes é preciso celebrar todas as conquistas e resultados que tivemos ao longo do ano. É hora de juntar os amigos do trabalho, ir ao churrasco com a família, e deixar as mesas repletas de comida com as ceias de natal e ano novo.

Dezembro é um mês especificamente mais ligado à alimentação, as comemorações são sempre regadas a bebida e comida em excesso. Vale lembrar que esses alimentos nem sempre são de boa qualidade ou valor nutricional adequado. Fato é que o corpo reage muito mal aos estímulos que são feitos de forma abrupta, como a ingestão em excesso de alimentos ricos em gorduras, por exemplo. Por outro lado, nosso corpo reage bem aos estímulos harmônicos, como a ingestão de saladas e alimentos com bons valores nutricionais.

O Dr. Celso Cukier, nutrólogo do Hospital São Luiz Morumbi, explica que nós temos a tendência a ter certa atração por alimentos mais ricos em carboidratos e gorduras. E quando isso vem associado a pouco sono e redução da prática de atividade física, o resultado disso acaba sendo muito ruim para a nossa saúde. “A preparação para uma situação significa transformar o corpo aos poucos. É importante pensar nas escolhas do dia-a-dia como combustível, que no caso é a alimentação. É isso o que vai proporcionar o bom andamento do nosso motor”, explica.

O especialista listou 6 práticas que devem ser seguidas para a manutenção da saúde:

1.   A número um é ser totalmente contra os exageros, pois a oferta de alimentos com pouco valor nutricional e bebidas alcoólicas é bastante grande nessa época do ano. Para isso, Dr. Celso recomenda que as pessoas se alimentem um pouco em casa para não chegar com fome aos locais de ceia, o que favorece o exagero. “Uma salada e um suco de frutas pode ajudar a evitar as frituras ou alimentos gordurosos”, orienta.

2.   Lembrar sempre que a bebida alcoólica também tem calorias. Quanto maior a concentração de álcool, maior é a quantidade de calorias que são muito mal utilizadas pelo organismo e vão ser acumuladas de alguma forma.

3.   O consumo de alimentos com procedência desconhecida merece cuidados. É importante conhecer as formas de armazenamento e produção destes alimentos, como salada de maionese, a forma com que as pessoas fazem gelo ou a água que misturam nas bebidas. “Tudo isso pode ser um risco a saúde”, alerta.

4.   Outra dica importante é que a compra desses alimentos no supermercado precisa ser feita por alguém que tenha uma lista em mãos e não esteja com fome, o que evita a escolha por alimentos gordurosos e com pouco valor nutricional.

5.   É preciso lembrar que a ceia pode conter alimentos gordurosos, mas precisa conter a carne mais magra, frutas e nozes, por exemplo. “Não precisamos abrir mão de algo de qualidade porque é uma ceia, mas podemos ter uma ceia saudável se preferirmos alimentos menos gordurosos ou exagerarmos na quantidade de salada, por exemplo”, sugere. 

6.   Prefira carne de peru, chester, e adicione frutas nas farofas, a fim de enriquecer sempre os seus pratos. Escolha a gelatina como sobremesa.

Com relação a ressaca, se o excesso não foi evitado, o especialista explica que essa sensação é causada principalmente pela ação do álcool, que rapidamente interfere na saúde do estômago, principalmente quando ingerido em maiores quantidades, e também pela desidratação que ela vai causar.

“Neste caso, prefira comidas leves, frutas e sucos. Hidrate-se muito, evite atividades físicas durante a ressaca, ambientes muito quentes e, também, o uso de anti-inflamatórios ou aspirinas, pois elas podem agredir ainda mais o estomago”, finaliza.


 

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