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quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Bateu a cabeça?



Apesar de parecerem simples, concussões podem representar problemas mais graves do que você imagina. Aprenda o que fazer nesses casos


A cena é clássica: alguém esquece a porta do armário da cozinha aberta e topa com ela ao se levantar. Ou o filho tropeça, cai e bate a cabeça contra um móvel. Qual a reação mais comum? Esfregar o local, exclamar que não foi nada e seguir com a rotina. Mas será que não foi nada mesmo? Esses episódios, na maioria das vezes, não são levados a sério, mas, em alguns casos, a avaliação médica é determinante para evitar complicações.

Dados da Associação Brasileira de Traumatismo Crânio Encefálico (ABTCE) registram 1,1 milhão de traumas desse tipo por ano, sendo que cerca de 40% deles são moderados ou graves. “O principal parâmetro para levar uma pessoa ao pronto-socorro é observar eventuais alterações no nível de consciência de quem sofreu a pancada. Tontura, dor de cabeça, vertigem, apatia e confusão mental são sinais de que é preciso procurar ajuda”, alerta Renato Anghinah, coordenador do Núcleo de Neurologia do Hospital Samaritano Higienópolis (São Paulo).

O médico complementa que, quando uma criança se machuca dessa forma, é esperado que ela chore, fique nervosa e, consequentemente, cansada, querendo dormir. “O importante é avaliar se ela está agindo como faria em seu estado normal. No entanto, como é difícil para os pais fazerem essa avaliação, o ideal é levar a criança ao hospital, sobretudo se ela estiver abatida, com uma reação não habitual a estímulos sonoros e visuais”, completa.

O bom senso também é válido. Se uma criança pequena cai da própria altura, provavelmente o trauma será menor do que se a queda ocorrer de um local mais alto, como um beliche. Na dúvida, vale uma ida ao hospital, onde os médicos normalmente solicitam um exame de tomografia em busca de indícios de lesão, inchaço ou sangramento. Mesmo que o resultado dê negativo, eles podem complementar com uma ressonância magnética, que fornece informações mais detalhadas das condições do cérebro. Porém, a avaliação clínica é que determina a necessidade de observação por mais tempo no hospital, independentemente dos resultados de imagem.

Outra circunstância que exige atenção são os acidentes de carro. “Mesmo que não ocorra um impacto diretamente na cabeça, a desaceleração brusca é capaz de afetar as células nervosas. O mesmo vale para traumas repetitivos, como no caso de lutadores e outras atividades que promovem batidas subsequentes na cabeça. Não à toa, nos Estados Unidos, é proibido cabecear a bola na prática do futebol antes dos 14 anos de idade”, afirma Anghinah.

Agora que você já sabe o que fazer diante de um episódio desses, que tal conhecer algumas medidas de prevenção de concussões? Veja só como é possível minimizar bem os riscos:

• Evite sacudir crianças pequenas ou jogá-las para cima, mesmo que seja por brincadeira;
• Carregá-las na sua bicicleta pode ser perigoso. O melhor é que ela vá pedalando em sua própria bike, ao seu lado. E sempre com capacete!;
• Atenção aos parquinhos. Oriente seu filho a não passar na frente ou atrás de uma criança que esteja em um balanço. Dê preferência a playgrounds com piso emborrachado. Note se o escorregador tem proteção lateral, na parte mais alta, e redobre a atenção no gira-gira.






Clima de verão fora de época antecipa cuidados para evitar o Aedes aegypti



             Se levarmos em consideração as altas temperaturas registradas nos últimos dias do inverno, a chegada da primavera e a proximidade do verão prometem dias ainda mais quentes. Como o calor é o clima que mais favorece a reprodução do Aedes aegypti, o mosquito transmissor do vírus da dengue, chikungunya e zika, é importante que as medidas de prevenção a essas doenças voltem a ser anunciadas à sociedade o quanto antes. 

            “O ideal é dar início à campanha de conscientização antes do surto se instalar. E o melhor jeito de evitar a infecção é impedindo a reprodução dos mosquitos”, defende o Biólogo Horácio Teles, membro do CRBio-01 – Conselho Regional de Biologia – 1ª Região (SP, MT e MS). Ele explica que, além de aumentar a reprodução, os dias mais quentes também favorecem a multiplicação do vírus dentro do mosquito, o que permite que as doenças sejam transmitidas em maior escala. 

            Para evitar o Aedes aegypti, o Biólogo do CRBio-01 lembra alguns cuidados que devem ser tomados para não criar ambientes propícios à reprodução dos mosquitos:

- Tonéis e caixas d’água devem estar bem fechadas;

- Fazer a manutenção periódica da limpeza das calhas;

- Armazenar garrafas com a boca para baixo;

- Utilizar tela nos ralos;

- Manter lixeiras sempre bem tampadas;

- Colocar areia nos pratos de vasos de plantas;

- Limpar os bebedouros de animais com escova ou bucha;

- Acondicionar pneus em locais cobertos;

- Eliminar água sobre as lajes;

- Fazer a coleta e eliminar detritos e entulhos em quintais e jardins.






Taxa de suicídio é maior em idosos com mais de 70 anos



Dados inéditos do Ministério da Saúde apontam ainda que suicídio é a quarta causa de morte entre jovens. Diagnóstico orientará qualificação e expansão da rede de atenção à saúde mental


Em alusão ao setembro amarelo, mês de conscientização sobre a importância da prevenção do suicídio, o Ministério da Saúde divulga, nesta quinta-feira (21/9), o primeiro Boletim Epidemiológico de Tentativas e Óbitos por Suicídio no Brasil. Um dos alertas é a alta taxa de suicídio entre idosos com mais de 70 anos. Nessa faixa etária, foram registradas média de 8,9 mortes por 100 mil nos últimos seis anos. A média nacional é 5,5 por 100 mil. Também chamam atenção o alto índice entre jovens, principalmente homens, e indígenas. O diagnóstico inédito vai orientar a expansão e qualificação da assistência em saúde mental no país.

O Ministério da Saúde, com base nos dados do boletim, lança uma agenda estratégica para atingir meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) de redução de 10% dos óbitos por suicídio até 2020. Entre as ações, destacam-se a capacitação de profissionais, orientação para a população e jornalistas, a expansão da rede de assistência em saúde mental nas áreas de maior risco e o monitoramento anual dos casos no país e a criação de um Plano Nacional de Prevenção do Suicídio. Desde 2011, a notificação de tentativas e óbitos é obrigatória no país em até 24h.

“Temos o compromisso de reforçar agora toda nossa rede de atenção psicossocial junto aos gestores locais, visando fortalecer e ampliar a assistência a todos os indivíduos que necessitam de atenção e cuidado neste momento”, afirmou o Secretário de Vigilância em Saúde, Adeilson Cavalcante.

O diagnóstico registrou entre 2011 e 2016, 62.804 mortes por suicídio, a maioria (62%) por enforcamento. Os homens concretizaram o ato mais do que as mulheres, correspondendo a 79% do total de óbitos registrados. Os solteiros, viúvos e divorciados, foram os que mais morreram por suicídio (60,4%). Na comparação entre raça/cor, a maior incidência é na população indígena. A taxa de mortalidade entre os índios é quase três vezes maior (15,2) do que o registrado entre os brancos (5,9) e negros (4,7). “A reúne esforços entre as áreas de vigilância e assistência em saúde com programas de prevenção e cuidado da saúde mental para diminuir a mortalidade por suicídio”, ressaltou Quirino Cordeiro Junior, coordenador geral de Saúde Mental, álcool e outras drogas do Ministério da Saúde.

Entre os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio é maior entre os homens, cuja taxa é de 9 mortes por 100 mil habitantes. Entre as mulheres, o índice é quase quatro vezes menor (2,4 por 100 mil). Na população indígena, a faixa etária de 10 a 19 anos concentra 44,8% dos óbitos. “A notificação de casos é muito importante para que consigamos visualizar onde se encontram as regiões com maiores indicadores e reunir esforços para diminuir as taxas de suicídio. Já trabalhamos com ações de prevenção nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) que, em breve, devem chegar nas áreas de maior incidência”, enfatizou Maria de Fátima Marinho, Diretora do Departamento de Doenças e Agravos Não-Transmissíveis do Ministério da Saúde.

O documento apresenta ainda que, entre os anos de 2011 e 2016, ocorreram 48.204 tentativas de suicídio. Ao contrário da mortalidade, foram as mulheres que atentaram mais contra própria vida, 69% do total registrado. Entre elas, 1/3 fez isso mais de uma vez. Por raça/cor, a população branca (53,2%) registrou maior taxa. Do total de tentativas no sexo masculino, 31,1% tinham entre 20 e 29 anos. Além disso, 58% dos homens e mulheres que tentaram suicídio utilizaram substâncias que provocaram envenenamento ou intoxicação.

Entre os fatores de risco para o suicídio estão transtornos mentais, como depressão, alcoolismo, esquizofrenia; questões sociodemográficas, como isolamento social; psicológicos, como perdas recentes; e condições clínicas incapacitantes, como lesões desfigurantes, dor crônica, neoplasias malignas. No entanto, tais aspectos não podem ser considerados de forma isolada e cada caso deve ser tratado no Sistema Único de Saúde conforme um projeto terapêutico individual.


ASSISTÊNCIA É FATOR DE PROTEÇÃO – Os serviços de assistência psicossocial tem papel fundamental na prevenção do suicídio. O Boletim apontou que nos locais onde existem Centros de Apoio Psicossocial (CAPS), uma iniciativa do SUS, o risco de suicídio reduz em até 14%. Existem no país, 2.463 CAPS e, no último ano, foram habilitadas 146 unidades, com custeio anual de R$ 69,5 milhões do Ministério da Saúde. Por isso, a agenda estratégia prevê a expansão dessas unidades nas regiões de maior risco.

Outro ponto para ampliar o atendimento é a parceria com o Centro de Valorização da Vida (CVV). O Ministério da Saúde tornou gratuito a ligação para a instituição que faz o apoio emocional por para prevenção de suicídios. A partir do dia 30/09, além do Rio do Grande do Sul, o 188 ficará disponível sem custo de ligação para mais oito estados: MS, SC, PI, RR, AC, AP, RO e RJ. A expansão beneficiará 21% da população brasileira. Para se ter ideia do impacto da medida, no Rio Grande do Sul, onde já funciona desde setembro, número de atendimento aumento em treze vezes: de 4.500 ligações em setembro de 2015 para 58.800 em agosto deste ano. Além disso, a entidade também presta assistência pessoalmente, via e-mail ou chat. A representante do CVV, Leila Herédia, ressalta a importância da gratuidade das ligações para o aumento dos atendimentos. “O custo das ligações era um fator impeditivo na hora das pessoas procurarem ajuda. No momento de angústia, as pessoas querem ser ouvidas, querem conversar. A medida vai facilitar o acesso da população aos serviços do CVV”, afirmou.

Também está previsto materiais de orientação para ampliar a comunicação social e qualificar a informação aos jornalistas, profissionais de saúde e a população. Por isso, o Ministério lançou um folheto informativo para os jornalistas, com sugestões sobre como abordar o tema. Para a população, foi feito um folder com foco na identificação de sinais de alerta, como o que fazer e o que não fazer diante de uma pessoa com risco de suicídio. Já para profissionais de saúde, foi feito documento sobre a importância da notificação compulsória da tentativa de suicídio em até 24h e que traz informações técnicas sobre acolhimento na rede do SUS. Todos os documentos estão disponíveis para download no Portal da Saúde (www.saude.gov.br).

Já para a Educação Permanente dos profissionais de saúde na prevenção do suicídio, o Ministério da Saúde oferta, em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), um curso à distância sobre Crise e Urgência em Saúde Mental. Desde 2014, já foram capacitados 1.994 profissionais. A próxima turma, prevista para 2018, capacitará outros 1.500 profissionais da RAPS, com capítulo sobre suicídio. Outra capacitação prevista é a Oficina Nacional de Qualificação das Ações de prevenção suicídio entre povos indígenas, que será realizada em novembro. Também para os índios, ainda nesta ano, haverá a implantação das linhas de cuidados de prevenção do suicídio com capacitações em 16 DSEI prioritários e formação de jovens indígenas multiplicadores em estratégias de valorização da vida nas regiões com maior incidência de suicídio.






Victor Maciel
Agência Saúde





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