Pesquisar no Blog

quarta-feira, 1 de junho de 2016

3 coisas que você deve saber antes de virar vegetariano




Quem explica é a nutricionista Flavia Salvitti


Manter hábitos saudáveis é uma tendência global cada vez mais presente no Brasil. E, quando o assunto é alimentação, o vegetarianismo também ganha força: mais de 15 milhões de brasileiros já se declararam adeptos à alimentação livre de proteína animal, segundo dados do Ibope.

Ainda que para muitos a escolha não esteja somente associada à comida, mas sim a uma filosofia de vida, é preciso atenção na hora de mudar os hábitos alimentares. A nutricionista Flavia Salvitti, do hospital San Paolo, pontua o que é preciso saber antes de aderir ao vegetarianismo para não prejudicar a saúde.

1 – É necessário se adaptar
Segundo a nutricionista, a eliminação da proteína animal da dieta é uma novidade para o corpo. “Por isso, o ideal é não cortar de uma única vez, mas ir eliminando o alimento aos poucos para condicionar o organismo ao novo hábito”.
2- A substituição deve ser levada a sério

As indicações de suplementação devem ser feitas sempre por um profissional da área, que levará em conta uma série de informações e antecedentes do paciente. “Normalmente, caso a pessoa não tenha nenhuma particularidade, os alimentos indicados são proteína texturizada de soja, milho, grão de bico, lentilha, feijão, soja em grão e frutas oleaginosas, como nozes, castanha-do-Pará e castanha-de-caju. Essas frutas são para suprir a falta de gordura, por isso o consumo deve ser moderado, em uma média de três unidades por dia”, explica Flávia.

3 – É preciso disciplina

A especialista revela que os vegetarianos que consomem a proteína animal por meio de ovos e leites conseguem ter uma fonte com algum valor biológico, mas não na quantidade ideal. “A dieta vegetariana também sugere refeições de três em três horas e um equilíbrio no cardápio. A ausência da vitamina B12, por exemplo, normalmente encontrada na proteína animal, faz parte da produção das hemácias (glóbulos vermelhos do sangue), e a sua carência pode causar anemia, principalmente nas mulheres, que já perdem sangue naturalmente por conta da menstruação”, finaliza.

Hospital San Paolo -  www.hsanpaolo.com.br

É baixa a adesão da vacinação contra H1N1 em mulheres grávidas






O risco para a gestante se dá devido à série de alterações fisiológicas que acontecem durante a gravidez

A vacinação contra o vírus H1N1 restrita a grupos especiais terminou, em quase todos os estados brasileiros, e foi liberada para o restante da população. As pessoas consideradas de risco para a influenza que receberam a vacina em primeira mão foram os idosos com mais de 60 anos, crianças com idade entre 6 meses e menores de 5 anos, mulheres grávidas, mães com bebês de até 45 dias, trabalhadores da saúde, doenças crônicos e a população carcerária. Foi baixa, no entanto, a adesão das gestantes à vacina.

Em mulheres grávidas é maior a probabilidade de complicações graves resultantes da gripe, especialmente a H1N1, como pneumonia, edema de pulmão, embolia pulmonar e insuficiência renal, o que põe em risco a saúde da mãe e do bebê.

Para o bebê, na verdade, pouco se sabe sobre os efeitos do H1N1, e acredita-se que a contaminação do feto via placentária seja rara. A complicação mais frequente nesse caso está relacionada ao aborto, sofrimento fetal agudo e nascimento prematuro, em especial devido à febre materna e à má oxigenação fetal, devido às alterações respiratórias maternas decorrentes da gripe. 

João Luis Ribas, professor da Escola Superior de Saúde, Meio Ambiente, Sustentabilidade e Humanidades da Uninter explica que o risco para a gestante se dá devido a série de alterações fisiológicas que acontecem durante a gravidez como, alterações no sistema imunológico que reduz as defesas em resposta aos antígenos fetais. Embora essa alteração ocorra para que o organismo tolere os antígenos paternos (portanto estranhos) apresentados pelo feto, torna a gestante mais suscetível a infecções. Além disso, a gestante sofre alterações cardíacas e respiratórias, com uma redução em sua capacidade pulmonar e aumento de líquidos circulantes. Isso faz com que ela favoreça a exacerbação de sintomas de uma contaminação por H1N1. “É muito importante que as gestantes tenham consciência desta série de riscos e que tomem a vacina.”, salienta o profissional.

A principal orientação às gestantes é que assim que identifiquem algum dos sintomas relacionados ao H1N1, procurem assistência médica imediatamente para evitar futuras complicações.

Sintomas

Os principais sintomas são febre alta, dor de garganta, tosse, cansaço, dor de cabeça e pelo corpo. No entanto, sintomas como dificuldade de respirar ou falta de ar, catarro com sangue, dor ou pressão no peito, pele azulada, tontura e confusão mental, vômitos, redução dos movimentos do bebê e febre alta que não cede.

Prevenção

Para Ribas, medidas simples podem reduzir e até mesmo impedir a contaminação pelo vírus H1N1, tais como: lavar as mãos frequentemente, usar álcool 70, evitar colocar as mãos no nariz, na boca e nos olhos, não beijar e nem cumprimentar, com as mãos, pessoas com sintomas de gripe, abrir e arejar diariamente os ambientes.

Conferência Humanitária da ONU e a crise civilizatória



                         
No último dia 25 de maio a Marinha Italiana divulgou imagens de um barco lotado com mais de 500 imigrantes, balançando violentamente antes de virar jogando ao mar as pessoas que transportava. Cinco deles morreram.
As imagens chocaram o mundo e somaram-se a inúmeras outras que permeiam o noticiário dos telejornais quase que diariamente.

A crise humanitária evidenciada nos últimos anos pela fuga de milhares de pessoas que tentavam escapar das guerras, de perseguições e da pobreza no Oriente Médio e África é que levaram a ONU a realizar a Conferencia Humanitária Mundial, em Istambul, entre os dias 23-24 de maio.

Embora tivesse a participação de representantes de mais de 170 países, somente 55 chefes de Estado ou de governo compareceram. Das grandes potências somente a chanceler alemã Angela Merkel esteve. A baixa presença de líderes mundiais pode parecer decepcionante, mas considerando ser a primeira conferência sobre o tema, pode se tornar uma iniciativa que dará início a uma mobilização mais ampla para enfrentar o problema.

O cenário global mostra a necessidade de haver um consenso internacional para melhorar a ajuda às vítimas de conflito armado e desastres naturais. O volume de pessoas deslocadas na atualidade colocou em colapso o sistema de ajuda internacional. Inclui-se nessa conta 130 milhões de deslocados fugindo da guerra na Síria ou no Sudão, da fome na África ou os desabrigados pelo terremoto no Equador.

Nesse contexto, a realização da Conferencia já é um fato positivo pois a ação humanitária tem ficado em segundo plano diante de outros desafios globais, como a questão climática que tem conseguido mobilizar lideranças globais a participarem de seus encontros.

Durante a Conferência os participantes buscaram desenvolver novos métodos para o sistema humanitário centrados em cinco âmbitos de responsabilidade: prevenção de conflitos, proteção de civis, não deixar ninguém para trás, colocar fim à necessidade de ajuda humanitária e investir na humanidade.

Como resultado da Conferencia Humanitária foi acordado um “Grande Pacto” contemplando 51 medidas que buscarão criar um sistema de ajuda humanitária mais eficiente e flexível, localizado e colaborativo. O objetivo é “não somente manter as pessoas vivas, mas dar-lhes a oportunidade de terem uma vida digna”, como observou Ban Ki-Moon, Secretário Geral da ONU.

Discutiu-se que uma forma de tornar mais efetiva e eficiente a ajuda humanitária é fortalecer as comunidades locais como a melhor maneira de enfrentar as crises humanitárias. O sistema, em vigor, privilegia as organizações intermediárias que absorvem boa parte da ajuda, atualmente menos de 2% do financiamento total vai para os atores locais, que estão em contato direto com as pessoas afetadas. A ONU buscará incrementar essa taxa em 20 e 30% para o ao de 2020 como apoio das medidas propostas no Grande Pacto.

Durante a Conferencia 30 doadores e agencias assistenciais assinaram o documento final e países individualmente como a Bélgica e a Suíça, se comprometeram a ajudar financeiramente.

Essa primeira Conferencia Humanitária é um passo à frente e a sua realização reunindo mais de 5000 delegados para reestruturar o atual sistema humanitário é de grande significado. Seu efeito multiplicador dependerá de muitos atores que acompanharam o debate e tenderão a apoiar a implementação das 51 medidas. A atual crise humanitária na realidade questiona os fundamentos de nossa civilização.

Somente com a participação de milhares de indivíduos e organizações superaremos essa crise civilizatória resgatando e reforçando valores como o de solidariedade, sintetizado nas palavras do Secretário Geral da ONU no encerramento: “Somos somente uma humanidade com uma grande responsabilidade compartilhada”.


Reinaldo Dias - professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, campus Campinas. Doutor em Ciências Sociais e mestre em Ciência Política. É especialista em Ciências Ambientais.

Posts mais acessados