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segunda-feira, 17 de abril de 2023

Entenda como a fisioterapia pode ser aliada no tratamento das sequelas da Covid

Especialistas explicam como a prática pode ajudar na recuperação dos pacientes 

 

A Covid-19 afetou a vida de diversas pessoas e continua deixando rastros até hoje, principalmente em quem ficou num quadro grave da doença. E, nesse sentido, muitas vezes é com a fisioterapia que pacientes com Covid Longa encontram uma grande aliada na recuperação.  

O fisioterapeuta Vinícius Gonçalves, professor do curso de Fisioterapia da Universidade Cruzeiro do Sul, diz que o tratamento fisioterapêutico pode ser feito por meio de reabilitação cardiopneumofuncional, exercícios aeróbicos e respiratórios capazes de favorecer a inspiração. “Cinesioterapia Respiratória e Motora, além de Condicionamento Respiratório, são alguns dos nossos principais métodos”, comenta.  

A Covid Longa remete aos sintomas iniciados após o quadro agudo da doença, que vão além dos respiratórios, como os neurológicos (por exemplo, falta de paladar), que indicavam alerta aos profissionais de saúde. “Uma parte dos sobreviventes relata quadros de prejuízos à atenção, à memória, ao raciocínio e à concentração. Existem relatos de instabilidade postural (desequilíbrio) associada a vertigens (tontura), incoordenação motora e fadiga muscular”, afirma o coordenador do curso de Fisioterapia do Centro Universitário Braz Cubas, Prof. Me. William Shimizu.  

Shimizu complementa que tais sintomas, isolados ou combinados, podem trazer limitações funcionais que prejudicam as atividades da vida diária do paciente. E, assim, há até impacto naquilo que se refere à qualidade de vida individual. Daí lidar com a parte neurológica por meio da fisioterapia pode ser essencial.  

Assim, dentre as abordagens fisioterapêuticas, o treino neurofuncional associado à prática mental são caminhos importantes para estimular o equilíbrio, a coordenação, bem como a atenção e memória.  

“A adoção de exercícios em circuitos terapêuticos com variações de estratégias sensoriais associadas à tarefa dupla e sempre focado na funcionalidade são fundamentais”, afirma Shimizu. “O fato de desenvolver um programa terapêutico em que o paciente seja exposto a um ambiente fisicamente desafiador, pensado para as limitações sensoriomotoras individuais em que requeira concentração e raciocínio, são elementos que pautam essas terapêuticas”, complementa.  

Na maioria dos casos, o tratamento com a fisioterapia pode ser recorrente, visto que as sequelas causadas por quem esteve em um quadro agudo de Covid-19. “Dependendo do resultado, o tratamento será recorrente, pois o paciente, em sequelas mais graves, pode ser dependente de oxigênio ou até mesmo de ventilação mecânica domiciliar”, ressalta Vinicius Gonçalves.  

“Já é comprovado que algumas sequelas podem permanecer de forma permanente, entretanto, no aspecto da reabilitação, estimular a funcionalidade é o objetivo primordial. A avaliação da Fisioterapia é fundamental para estabelecer os diagnósticos, elencar os objetivos terapêuticos e proporcionar ao paciente condutas para reabilitação de acordo com o prognóstico de evolução. Portanto, esse tratamento pode ser momentâneo ou prolongado, a depender do que for identificado no momento da avaliação”, completa Shimizu, coordenador de Fisioterapia da Braz Cubas.  

Por fim, Vinícius Gonçalves, professor de Fisioterapia da Universidade Cruzeiro do Sul, finaliza dizendo que: “A fisioterapia tem um papel fundamental para recuperar e minimizar as sequelas provenientes da Covid Longa e, assim, promover melhor qualidade de vida para os pacientes”. 

 


Universidade Cruzeiro do Sul
www.cruzeirodosul.edu.br


Centro Universitário Braz Cubas
www.brazcubas.br

 

7 perguntas comuns sobre cannabis medicinal

Mesmo com o significativo aumento da utilização da terapia canábica, ainda há muitas dúvidas sobre o assunto



O consumo de produtos à base de cannabis tem aumentado fortemente ano após ano. De acordo com dados divulgados recentemente pela Associação Brasileira da Indústria de Canabinoides (BRCANN), a comercialização nas farmácias avançou 304% no ano passado – foram 155,8 mil unidades entre janeiro e dezembro de 2022, contra 38,6 mil em 2021. A importação também teve uma crescente: foram solicitadas 79.995 novas autorizações para importação de produtos medicinais de cannabis, o que representa um crescimento de 99% sobre os números registrados no ano anterior.

 Esses números indicam um grande aumento do interesse das pessoas pelo tratamento à base de cannabis medicinal, algo que deve continuar crescendo em ritmo acelerado. Da mesma forma, existe também uma evolução das pesquisas sobre o produto, que tem se mostrado muito eficaz no tratamento de diversas doenças, sinalizando uma contribuição significativa para a melhora da qualidade de vida de muitos pacientes. Segundo a médica da Clínica Gravital Amanda Medeiros, a abertura cada vez maior de mercado para o tratamento com a cannabis é uma evolução importante para diversos tipos de doenças. “Os componentes da cannabis, chamados de canabinoides, possuem poderoso potencial medicinal”, explica ela. Entretanto, apesar dos diversos benefícios, ainda existe muita desinformação ou até mesmo dúvidas sobre o assunto. A seguir, esclarecemos algumas delas.

 

Afinal, cannabis é a mesma coisa que maconha? 

A Cannabis sativa L. é o nome científico da maconha. Ou seja, são a mesma coisa. Entretanto, para se referir à aplicação terapêutica dos componentes extraídos da planta, o termo que vem sendo empregado é cannabis medicinal. “A planta cannabis sativa é composta por mais de 500 compostos químicos, incluindo THC e CBD, que são os canabinoides mais abundantes e estudados em humanos. Estes canabinoides têm características próprias e efeitos terapêuticos específicos”, explica o médico da Clínica Gravital André Cavallini.

 

Qual é a diferença entre CBD e THC? 

A cannabis possui mais de 100 canabinoides já identificados e encontrados nas flores, folhas e caule da planta. Dentre esses, os mais conhecidos são o tetrahidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD). “O THC é a substância que ‘dá barato’, mas isso só vai acontecer quando há uma grande concentração dessa substância. No uso medicinal, o THC não é utilizado com esse objetivo e conta com benefícios significativos, pois tem a capacidade de oferecer relaxamento, aumento de apetite, alívio de dores, etc.”, explica Amanda.

 

As leis brasileiras autorizam o uso da cannabis medicinal? 

A Anvisa autorizou o uso terapêutico de cannabis medicinal em maio de 2015, por meio da RDC 17/2015. Essa resolução permitiu ao paciente importar o produto mediante autorização expressa da Anvisa e receita médica. Posteriormente, a RDC 327/2019 regulamentou inclusive a venda de produtos à base de cannabis em farmácias brasileiras. Mas, a oferta ainda é limitada e cara. Com a escassez de produtos no Brasil, a solução para os pacientes é a importação. Apesar das simplificações, esse é um processo que costuma levar 30 dias desde a data da consulta até a data do recebimento do produto. "Uma vez que você passe por uma consulta médica, tenha a receita e esse produto seja autorizado pela Anvisa, você vai entrar no portal do Governo Federal, preencher o formulário e anexar documentos, como o de identificação e a receita médica. Se o médico prescritor for habilitado e os documentos e dados estiverem todos corretos, você receberá sua autorização de imediato", afirma a médica Amanda.

 

De que forma é administrada a cannabis no tratamento? 

Os óleos são a forma mais comum de administração da cannabis medicinal, mas dia a dia as pesquisas e estudos avançam e novas práticas surgem. A composição do óleo pode variar de acordo com a concentração dos canabinoides, como por exemplo: óleos com CBD isolado (puro), óleo rico em CBD com até 0,3% de THC, óleos balanceados com concentrações de metade de CBD e a outra metade de THC ou até mesmo óleos ricos em THC. Há também óleos ricos em outros canabinoides e a prescrição vai depender do diagnóstico do paciente. No caso de produtos importados, há diversas outras formas de administração, já que eles são fabricados em cápsulas gelatinosas, gomas, sprays, tinturas, pastilhas, supositórios, cremes e pomadas. “É muito importante o acompanhamento de um médico na prescrição do tratamento e ao longo dele para analisar a evolução do caso e para que se debatam novas formas de uso e até novos produtos com canabinoides”, diz a médica.

 

Como a cannabis age no organismo?

Todos os seres humanos têm um sistema endocanabinoide. O médico André Cavallini explica que endocanabinoides são neurotransmissores à base de gordura que o corpo produz, responsáveis por uma variedade de funções corporais, incluindo a modulação da inflamação, função do sistema imunológico e neurotransmissores. “Os canabinoides encontrados na planta de cannabis, incluindo THC e CBD, podem ativar o sistema endocanabinoide no corpo e podem ajudar a resolver dores crônicas, enxaquecas, dores abdominais, inchaço e outros problemas”, diz.

 

Quais os benefícios da cannabis em relação a outras medicações? 

Em comparação às alopatias convencionais, a cannabis medicinal possui a vantagem de ter menos efeitos colaterais, além de não haver risco de overdose ou problemas hepáticos por sobrecarga do fígado. “É necessário entendermos que os produtos criados para uso terapêutico contam com uma série de procedimentos que visam garantir a qualidade de vida dos pacientes. São produtos naturais, que contam com processos de testagens seguros e que oferecem uma solução economicamente mais viável e mais saudável do que produtos sintéticos”, explica a médica Amanda.

 

Em quais condições é possível utilizar o tratamento com cannabis medicinal? 

Algumas delas são: anorexia, ansiedade, autismo, câncer, náuseas e vômitos induzidos por quimioterapia, dor crônica, depressão, distonia, epilepsia, síndromes intestinais, fibromialgia, enxaquecas, dores neuropáticas, dependência de opióides, cuidado paliativo, doenças, neurodegenerativas, polimialgia reumática, neuropatia pós-AVC, TEPT, radiculopatias, artrite reumatoide, espasticidade de condições neurológicas e tremores. “É importante entender que a cannabis medicinal não é uma panaceia e nem a cura para todo mal. Tudo vai depender de cada caso. Em algumas situações, os medicamentos à base de cannabis são associados ao tratamento alopático convencional, com o objetivo de trazer mais qualidade de vida ao paciente. Em outras, conseguimos fazer o desmame e, com o tempo, até mesmo a suspensão dos remédios tradicionais. Isso varia caso a caso e cada pessoa deve ser avaliada e acompanhada de perto por seu médico”, finaliza Amanda.

 


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Implante Hormonal não pode ser banalizado e vendido como "chip da beleza"

• Especialista explica que o implante jamais deve ser utilizado pensando em qualquer benefício estético para a paciente. 

 

A terapia com implante hormonal é um método indicado para tratamento de distúrbios ginecológicos para endometriose, adenomiose, TPM intensa e outras patologias.

Implante hormonal é um dispositivo implantável embaixo da pele, que libera hormônios de maneira progressiva por um período de até um ano. Trata-se de um tubinho de silástico inerte ao organismo, contendo substâncias ativas que são liberadas diretamente na corrente sanguínea. A estrutura de silicone controla de forma segura as doses de hormônio liberadas diretamente pelo implante, proporcionando um tratamento eficaz e minimizando os efeitos colaterais.

Os implantes hormonais devem ser colocados somente por médicos ou enfermeiros capacitados e podem permanecer no corpo mesmo após o período de liberação do medicamento, uma vez que o material é inócuo ao organismo. Além disso, diferentemente dos implantes biodegradáveis, em caso de sensibilidade ao princípio ativo ou desistência do tratamento por qualquer motivo, o paciente poderá interromper o seu tratamento a qualquer momento.

Dr. Elsimar Coutinho, médico que criou o primeiro anticoncepcional injetável de uso prolongado no Brasil e se dedicou às pesquisas neste setor, formou uma equipe especializada na clínica que leva seu nome.

 O Dr. Luiz Calmon, ginecologista, explica que o implante jamais deve ser utilizado pensando em qualquer benefício estético para a paciente.

Quando o tratamento é feito de forma correta e com um produto de qualidade, os principais benefícios são o aumento da disposição, melhora da libido, alívio de cólicas menstruais e sangramentos intensos.

 “Nem todas as mulheres devem e podem usar implantes hormonais, pois o uso inadequado, a falta de especialização, procedência do produto e dos profissionais, podem causar um efeito totalmente oposto ao desejado”, explica o especialista.


 Como funciona

O tratamento com implantes hormonais é realizado por meio da implantação subcutânea de um segmento de tubos de silicone semipermeáveis. Esses tubos medem de 4 a 5 cm e comportam cerca de 40 a 50 mg de uma substância hormonal pura, que pode ser estradiol, testosterona bioidêntica ou progestínico.

Após a implantação, o hormônio é liberado gradativamente na corrente sanguínea, de maneira segura e com dosagem personalizada, por um período de seis meses a um ano. Em suma, o método bloqueia a ovulação, fazendo com que a mulher não menstrue ou tenha TPM.

 Entre os principais motivos que fazem com que os implantes hormonais sejam cada vez mais procurados estão:  eficácia, praticidade, segurança, conforto e bem-estar.

Dr. Luiz Calmon explica que a mulher que tem interesse em utilizar o método, deve passar por uma avaliação clínica e laboratorial minuciosa. 

“Saber a procedência do implante, o que contêm em cada um deles e ser acompanhada constantemente pelo médico que prescreveu o método é fundamental para o sucesso e segurança do tratamento”, finaliza. 

 

Dr. Luiz Carlos Calmon – Médico Ginecologista e obstetra. Possui uma larga experiência e reconhecimento quando o assunto é Saúde da Mulher. Ginecologista e Obstetra, Dr. Luiz se formou na Escola de Medicina e Saúde Pública na Bahia, e possui registro nos conselhos regionais para atendimento em 4 importantes Estados do País (Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília). Especialista em Histeroscopia pela Sociedade Brasileira de Endoscopia, realizou diversos cursos de extensão nos Estados Unidos, em Oncologia, no Roswell Park Memorial Institute – Buffalo e também Fellowship no Departamento de Prevenção de Câncer Ginecológico do Detroit Medical Center – Michigan..


Anabolizantes e esteroides: o que muda, na prática, depois da nova regulamentação do Conselho Federal de Medicina?

Publicada recentemente, nova resolução proíbe formalmente prescrição médica de anabolizantes e esteroides androgênicos para ganhos estéticos e de performance muscular 

 

Uma nova resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) ganhou o noticiário do país na última semana. A partir de agora, a prescrição médica de anabolizantes e esteroides androgênicos com finalidade estética, incremento de massa muscular e melhora do desempenho esportivo passam a ser proibidos. A medida foi publicada oficialmente no Diário Oficial da União no último dia 11 de abril e atendeu uma solicitação de seis diferentes sociedades médicas que pressionaram o CFM a votar uma regulamentação mais clara sobre o tema. Com a mudança, muitas pessoas têm se perguntado sobre o que muda na prática a partir das novas diretrizes, e os riscos atrelados ao uso contínuo destes tipos de produto.

O endocrinologista credenciado da Paraná Clínicas, Dr. Caoê Índio do Brasil von Linsingen (CRM-24267/RQE-17646), explica que a regulamentação apenas oficializa uma conduta ética que já deveria ser praticada por todos os profissionais de saúde que atuam na área: “Nunca foi correto prescrever esteroides anabolizantes para fins estéticos ou para ganho de performance esportiva. O que muda é que, agora, com a proibição publicada no Diário Oficial da União, fica mais fácil punir disciplinarmente os maus colegas que receitavam este tipo de aditivo sem nenhuma justificativa médica adequada”, explica. Ainda de acordo com o especialista, nada muda para pacientes que fazem uso ético destes medicamentos a partir da indicação de profissionais de saúde, o que acontece geralmente em casos onde o indivíduo possui deficiências hormonais comprovadas e não reversíveis de forma natural.

Há diferentes tipos de anabolizantes e cada um deles tem um propósito médico bem definido. Basicamente, são dois os principais: os esteroides, que incrementam a performance física e muscular, e os não esteroides, tais como o GH – também conhecido como hormônio do crescimento – e a insulina. Os EAA, chamados esteroides anabolizantes androgênicos, são derivados sintéticos da testosterona.

A testosterona é naturalmente produzida nas células de Leydig dos testículos, e também em menor quantidade nos ovários e glândulas adrenais nas mulheres. Ainda assim, homens têm fisiologicamente de 10 a 30 vezes mais testosterona em seus corpos. Ele é o hormônio responsável por definir as características masculinas, estimular crescimento muscular, ósseo, e interfere também no comportamento e agressividade. No músculo, estimula a síntese (efeito anabólico) e inibe a degradação de proteínas (efeito anticatabólico), ação que favorece o ganho de força.

Tais características tornam o uso de anabolizantes muito atraente para pessoas em busca de ganho muscular, tanto para finalidade esportiva quanto por fins estéticos. O problema é que o uso não prescrito deste tipo de hormônio pode trazer sérias consequências à saúde do paciente, com uma série de efeitos colaterais significativos. “A lista de possíveis complicações é bem extensa: no coração, há aumento do risco de arritmia, infarto e embolias; há piora do colesterol; disfunções hepáticas, com casos registrados de hepatite fulminante; acne grave, queda de cabelo, ginecomastia (aumento das mamas) em homens e clitoromegalia (aumento do clitóris) em mulheres, além da alteração do timbre da voz feminino – muitas vezes irreversível, alterações bruscas de humor e agressividade” explica von Linsingen.

Mesmo com tantos riscos, a busca pela prescrição médica destes medicamentos é tão comum e ostensiva que associações que representam profissionais de saúde da área passaram a pressionar o CFM a proibir oficialmente uma prática que, apesar de eticamente questionável, ainda era praticada livremente por alguns médicos. O Dr. Caoê Indio do Brasil von Linsingen relata suas experiências em consultórios para dimensionar o quão frequente são os pedidos por receitas do tipo: “Vejo casos desse tipo toda semana, hoje mesmo atendi um jovem paciente usuário de esteroides anabolizantes. Como profissionais responsáveis, orientamos estas pessoas de que não existe a falácia do uso seguro mesmo com acompanhamento médico e as aconselhamos a suspendê-lo imediatamente. Ainda assim, muitas vezes, os efeitos colaterais já são tão graves que precisamos receitar o uso de medicamentos para controlar os sintomas e restabelecer o pleno estado fisiológico do paciente. Temos percebido um aumento importante nos últimos anos de usuários destes tipos de aditivos, sendo prescritos por maus colegas ou mesmo sendo usados de forma clandestina, administrados por conta própria”, conta.


Substituto natural?

Um dos maiores desafios enfrentados por especialistas e entidades médicas na luta contra o uso indiscriminado de anabolizantes é que, basicamente, não há como substituir naturalmente os efeitos de ganho de performance na mesma velocidade proporcionados por estes aditivos, algo que faz com que muitas pessoas simplesmente assumam os graves riscos de saúde que podem acontecer. Na prática, o uso destes aditivos trará ganho de massa magra maior para um indivíduo em relação a uma pessoa que não os usa e também se exercita da mesma intensidade. Em função disso, comissões atléticas do mundo todo classificam o uso de anabolizantes como doping.

Neste sentido, embora possa soar como uma alternativa aceitável para a busca de ganhos musculares rápidos e expressivos, o uso de anabolizantes não deve ser encarado como saudável ou sustentável, mesmo que naturalmente não exista nenhum meio de proporcionar resultados de performance tão rápido. “Não há atalhos para termos corpos saudáveis. Todos nós queremos que os pacientes se exercitem regularmente, comam de maneira saudável e ganhem bastante massa magra com exercícios resistidos. Manter um bom porte muscular aumenta a longevidade e qualidade de vida e é recomendável para todos, mas isso precisa ser feito de forma natural. Quem usa destes artifícios ou outros atalhos faz o oposto, e está encurtando sua vida. Não há dose segura do uso de anabolizantes e os riscos de seu consumo são muito maiores que os benefícios”, concluiu von Linsingen.

 

Paraná Clínicas
panaclinicas.com.br

  

Uma em cada 36 crianças são autistas, segundo estudo

Mês de Conscientização do Autismo, comemorado em abril, estimula a pesquisa e o diagnóstico como forma de melhorar a qualidade de vida

 

A incidência do Transtorno do Espectro Autista (TEA) é cada vez mais frequente no Brasil e embora seja percebido nos primeiros anos da infância, alguns autistas podem chegar a vida adulta sem o devido diagnóstico. Uma pesquisa realizada a cada dois anos, nos Estados Unidos, pelo Centro de Controle de Prevenção e Doenças (CDC) em 2020, apontou que uma em cada 36 crianças, de até oito anos, são autistas no país.

Diálogos sobre o TEA estão sendo cada vez mais difundidos, especialmente com o mês de conscientização do autismo, comemorado em abril, e com isso é essencial buscar compreender as possíveis causas do autismo.

Sandro Matas, neurologista na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, explica que a ciência não tem uma resposta comprovada do que pode causar autismo. “Há diversas hipóteses do que pode causar o TEA, dentre elas, a herança genética seria a que desempenha um papel essencial”, comenta.

A incidência entre homens e mulheres é de 4:1. Portanto, a cada 5 pessoas com TEA, quatro são homens e uma é mulher, de acordo com o CDC, mostrando uma prevalência considerável da condição entre os homens. As principais hipóteses para essa questão, segundo Letícia Oliveira Faleiros, neuropediatra da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, é de que o transtorno pode realmente atingir mais os homens ou até mesmo pode se manifestar de forma diferente em mulheres, o que levaria a um diagnóstico incorreto ou tardio.

“Existem alguns sintomas de autismo que podem não ser lidos como parte do espectro, por exemplo, dificuldade de interação social, reconhecimento de expressões faciais e também no entendimento de piadas, sarcasmo, indiretas e sinais de comunicação não verbal”, explica o neurologista.

Outros sintomas associados são hiperatividade, falta de atenção ou interesse intenso em atividades específicas, sensibilidade ao som ou ao toque, ansiedade, falta de contato visual, movimentos repetitivos e irritabilidade.

O que pode estar por trás da maior incidência da condição vai desde a melhora na forma de diagnóstico do autismo, na presença de mais médicos especializados no assunto e até a vida movimentada e estressante que vivemos hoje, com hábitos alimentares e sono inadequados.


Autismo na vida adulta

Na vida adulta, os sintomas podem se manifestar de forma diferente, assim como os autistas que possuem sintomas mais leves e não são diagnosticados também podem aprender a mascarar as manifestações do transtorno em busca de levar uma vida mais “normal”.

“Quando o indivíduo sempre teve sintomas leves, desde a infância, e os familiares não levaram em conta a possibilidade de ser TEA, essa criança pode crescer em conflito, almejando agir como um neurotípico e aprendendo a mascarar os sintomas, o que se torna doloroso para o autista estar o tempo todo usando essa máscara ao invés de poder trabalhar as questões referentes ao autismo para levar uma vida normal dentro de quem ele é”, esclarece a neuropediatra.

Um maior número de neurologistas e psiquiatras especializados no diagnóstico da síndrome do espectro autista poderá auxiliar na identificação de adultos com estes sintomas. Mesmo tardia, a definição diagnóstica contribui no autoconhecimento destas pessoas, melhorando a qualidade de vida. 

 

Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo
@hospitalsaocamilosp


Dormir e acordar mais ou menos no mesmo horário faz bem ao coração

Segundo estudo brasileiro, não ter uma rotina de sono pode contribuir para o aumento da pressão arterial 

 

Quando falamos em sono, não podemos olhar somente para a duração e qualidade – embora esses aspectos sejam, sim, muito importantes. É preciso levar em conta também a sua regularidade. É o que apontam novas pesquisas na área.

Em estudo brasileiro publicado recentemente no Journal of Hypertension (principal revista europeia voltada para o estudo da hipertensão), foi revelado que não ter um padrão regular do sono está associado com o aumento da pressão e com a hipertensão arterial. 

Para chegar a esse resultado, foram avaliados 1 720 participantes do estudo ELSA-Brasil – um dos maiores trabalhos epidemiológicos no País com enfoque nas doenças crônicas, incluindo problemas cardiovasculares. 

Com a ajuda de um relógio específico, os voluntários foram submetidos a uma avaliação objetiva da duração do sono por uma semana. 

De forma curiosa, foram encontradas diferenças no padrão de regularidade do sono, mesmo quando a quantidade de horas em repouso era semelhante. 

Nesse estudo, foi verificado que pessoas com maior irregularidade do sono apresentaram maior associação com aumento da pressão e com hipertensão do que as pessoas que tinham um padrão de sono regular. 

Esses achados seguem verdadeiros mesmo considerando ajustes para outros fatores que estão relacionados ao aumento da pressão arterial. 

Diante disso, o recado que fica é o seguinte: embora tenhamos demandas sociais que dificultam manter uma regularidade do sono impecável, buscar uma rotina nesse sentido pode trazer inúmeros benefícios, incluindo para o seu coração.

 

Cinco fakes e uma verdade sobre miomas uterinos

A doença é uma das mais comuns em mulheres brasileiras

 

O mioma é um tumor uterino benigno que se desenvolve a partir do tecido muscular e, segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), o problema pode acometer 50% das mulheres em idade fértil. Entretanto, não são todas que desenvolvem complicações mais graves. Sintomas como sangramentos em excesso no período menstrual ou fora dele, dores abdominais, e inchaços são frequentes, mas a causa ainda é desconhecida, mas sabe-se que seu crescimento depende de fatores ligados à hormônios e que na menopausa seus tamanhos tendem a diminuir.

Apesar de ser uma doença bem comum, muitas pessoas ainda acreditam em fake news ou informações incorretas sobre os miomas. O Dr. Marcos Tcherniakovsky, Ginecologista e Diretor de Comunicação da Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE), detalha cinco fakes comuns e uma verdade sobre os miomas uterinos mais vistos nas redes.

"As redes sociais são fontes inesgotáveis de informações, mas é importante ressaltar que existem muitas mentiras e dados distorcidos sobre saúde feminina. É bom ficar atento para não correr o risco de um autodiagnóstico errado", comenta. 

 

Confira a seguir as cinco fake news mais compartilhadas nas redes sociais.

Fake 1 - O mioma sempre é tratado com cirurgia: mesmo havendo sintomas, nem sempre é necessária a intervenção cirúrgica. Além dos medicamentos usados para controlar o tamanho e desconfortos do problema, é possível contar com métodos não invasivos ou minimamente invasivos para o tratamento.

Fake 2 - Não afetam a fertilidade: miomas podem dificultar a gravidez em alguns casos, dependendo da localização, tamanho e quantidade. É importante buscar a orientação de um médico especializado antes de qualquer autodiagnóstico feito nas redes sociais.

Fake 3 - Só surgem em mulheres mais velhas: embora seja mais comum em mulheres acima dos 30 anos, os miomas uterinos podem surgir em qualquer mulher em idade reprodutiva.

Fake 4 - Sempre causam sintomas: nem todas as mulheres com miomas apresentam sintomas. Em alguns casos, os miomas são descobertos durante exames de rotina ou por outros motivos.

Fake 5 - Eles desaparecem sozinhos: miomas não desaparecem sozinhos e podem crescer ao longo do tempo. É importante buscar acompanhamento médico e tratamento adequado assim que sentir algum desconforto.

Verdade - Mioma não vira câncer: se não tratado, o mioma pode comprometer o funcionamento dos órgãos como intestino e bexiga devido ao crescimento dos mesmos, mas não se torna cancerígeno. Por isso, é de extrema importância o acompanhamento com o especialista e o check-up no mínimo anual com o ginecologista.

Marcos Tcherniakovsky ressalta que recebe muitas dúvidas sobre infertilidade em seu consultório. "A OMS classifica como inférteis os casais que tentam engravidar e encontram dificuldades após o período de um ano, mesmo com relações frequentes e sem qualquer forma de contracepção. Ainda segundo a entidade, 15% dos casais em idade reprodutiva são afetados. Problemas como miomas estão entre as causas mais comuns. Caso perceba qualquer sintoma, busque a opinião de um especialista.", finaliza. 

 

Dr. Marcos Tcherniakovsky – Ginecologista e Obstetra - Especialista em Endometriose e Vídeoendoscopia Ginecológica (Histeroscopia e Laparoscopia). Atualmente é Médico Responsável pelo Setor de Vídeo-Endoscopia Ginecológica e Endometriose da Faculdade de Medicina da Fundação do ABC. É Médico Responsável na Clínica Ginelife. Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASGO e Diretor de Comunicação da Sociedade Brasileira de Endometriose. Membro da Comissão Nacional de Especialidades em Endometriose pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) Instagram: @dr.marcostcher  .

 

Estudo britânico sugere que aprendizado dos bebês pode estar atrelado ao sono


O estudo usou um sistema semelhante a uma touca de natação, para produzir
imagens do cérebro com alta resoluc
̧ão - Revista NeuroImagem - Volume 265 - 01-2023

A médica pós-graduada em Pediatria e sono infantil, Dra. Ana Jannuzzi explica que por meio da tecnologia usada no estudo, foi possível analisar o cérebro dos recém-nascidos e correlacionar com as fases do sono

 

Quando o assunto é o sono dos bebês recém-nascidos, o que se sabe é que eles dormem bastante. Isso porque, os padrões de sono nessa fase podem variar entre 10 e 18 horas por dia, espaçado durante as 24 horas, sem muita diferença entre o dia e a noite. Mas o que pesquisadores do Reino Unido descobriram é que os dois períodos de sono identificados nos recém-nascidos servem para que eles aprendam a reconhecer pessoas e espaços, além de fornecer ajustes no funcionamento de regiões do cérebro de forma individual. A descoberta foi publicada, recentemente, no periódico científico NeuroImage, abrindo portas para fornecer “pistas” do porquê os bebês dormem mais, além de informações sobre a maneira como eles aprendem.

“Para bebês recém-nascidos, nos classificamos o sono em ativo e tranquilo. O primeiro é o que chamamos também de sono REM, onde há movimentação ocular e de membros. O segundo é o que se tornará o sono profundo, com suas fases, tal como conhecemos no adulto. Um estudo com esta tecnologia, que permite analisar a hemodinâmica de cada área do cérebro e correlacionar com a fase do sono em que a criança se encontra é riquíssimo, já que é muito difícil fazer essas análises de forma convencional em bebês recém-nascidos. A integração cortical mais evidente que ocorre no sono ativo (que chamaremos também de sono REM) está de acordo com os resultados anteriores de diversos estudos em diferentes faixas etárias: o sono ativo do bebê é fundamental para seu desenvolvimento cognitivo. Vale lembrar que este sono ativo corresponde a cerca de 70% do tempo total de sono de um recém-nascido. Isso conversa diretamente com o padrão de sono do bebê, polifásico e com muitos despertares”, explica a médica pós-graduada em Pediatria e sono infantil, Dra. Ana Jannuzzi.

Ana Jannuzzi ressalta ainda que o sono do bebê vai modificando sua arquitetura conforme ele cresce e se desenvolve. “No início da vida, fase de maior desenvolvimento cerebral, ele tem cerca de 70% de sono REM (ou sono ativo). Este valor vai diminuindo até chegar a cerca de 30% no adulto. O sono ativo é justamente onde as memórias são consolidadas e também as conexões são formadas. Se você vê uma caneca azul e depois descobre uma bola vermelha, com as conexões formadas entre as memórias poderá, em algum momento, abstrair que existe uma caneca vermelha e uma bola azul. Essas conexões entre conhecimentos são fundamentais para a vida”, pontua a médica.
 

Sono dos recém-nascidos faz com que eles reconhecem pessoas e espaços, e ajustem o funcionamento do cérebro:

Estudos de eletroencefalografia (EEG) apontaram que esses estados demonstram dinâmicas funcionais distintas. Para monitorar e identificar essas fases, os estudiosos britânicos usaram um equipamento desenvolvido pelos cientistas da Universidade de Cambridge. O sistema é semelhante a uma touca de natação, e pode produzir imagens do cérebro com alta resolução. A touca foi conectada a um computador através de um único cabo e filmaram os bebês durante o monitoramento cerebral, para comparar os dados posteriormente. 

De acordo com o estudo, foram identificadas diferenças no cérebro durante as duas fases: sono ativo e sono tranquilo. Dessa forma, os bebês ficaram mais inquietos na fase do sono ativo, com o estímulo de regiões dos hemisférios direito e esquerdo do cérebro ao mesmo tempo e da mesma maneira. Além disso, observaram a formação de novas e longas conexões em toda a estrutura do cérebro. Já durante o sono tranquilo, foram observadas conexões mais curtas nas regiões cerebrais. Com isso, o estudo avalia que o sono ativo é momento fundamental para que o cérebro, por exemplo faça o reconhecimento de pessoas ou de espaços. Já no sono tranquilo a conclusão é que ele serve para ajustar o funcionamento de regiões do cérebro de forma individual. 

Por fim, o estudo britânico avalia que as descobertas podem abrir caminhos para o desenvolvimento de técnicas de aprimoramento de recém-nascidos prematuros. Isso porque, o design da touca foi pensado para não incomodar o bebê e ser facilmente transportado, para que por exemplo, durante o monitoramento o bebê possa permanecer no berço ao lado de sua mãe. Com isso, os pesquisadores acreditam que, isso pode facilitar o monitoramento de recém-nascidos vulneráveis, como bebês prematuros em UTIs.
 

A íntegra do estudo pode ser lido aqui.



Ana Jannuzzi - médica, formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, pós-graduação em Pediatria pela Universidade Cândido Mendes e pós-graduação em Sono na Infância e Adolescência pela ESSCV-Lisboa. É mãe de três meninas. A carioca ainda é a autora do best-seller “O ano de Ouro”, obra com mais de 7 mil exemplares vendidos, um guia para mães e famílias sobre o 1 ano do bebê. Com mais de 1 milhão de seguidores nas redes sociais (@drajannuzzi), a especialista também é palestrante e referência no mercado de Educação em Saúde para famílias, com mais de 23 mil alunas de seus cursos relacionados ao sono do infantil, gestação, parto e cuidados com o bebê. Destaque para a Capacitação em Sono e Rotina, em parceria com a Faculdade de Brasília. É a única formação profissional de Consultoras de Sono no Brasil que oferece certificado registrado pelo Ministério da Educação (MEC).

 

A milenar tuberculose: estamos perto de sua erradicação?

Tuberculose e alguns tipos de câncer, como o de colo do útero, podem estar com os dias contados, a partir de políticas públicas de prevenção e testagem em larga escala dos quadros populacionais 

 

No mês de abril, onde celebra-se oficialmente o Dia Mundial da Saúde, torna-se imprescindível uma forte reflexão sobre os cuidados e prevenção às doenças de maior incidência global, responsáveis pelo impacto no bem-estar e qualidade de vida dos seres humanos. Além de toda conscientização sobre os bons hábitos alimentares e a prática constante de atividades físicas, a data configura uma ocasião propícia para mobilizar governos e autoridades de saúde sobre as práticas adotadas localmente, inclusive no que diz respeito ao rastreio de doenças previsíveis, curáveis e que muitas vezes podem ser evitadas, como a tuberculose e alguns tipos de câncer, entre eles, o de colo do útero.  


A milenar tuberculose: estamos perto de sua erradicação?  

Considerado um problema de saúde pública mundial pela própria OMS, a doença foi responsável por 1,6 milhão de óbitos em 2021. No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, em 2021 foram 74.385 novos casos da doença, sendo mais de 5 mil deles, fatais – um percentual 11% maior quando comparado ao período de 2020. Em 2022, os índices de contaminação foram ainda maiores, ultrapassando o marco de mais de 78 mil novos casos.  

“As metas de erradicação da tuberculose, que segundo a OMS deveriam ser cumpridas até 2030, sofreram, de fato, um grande atraso em virtude da pandemia. Tivemos casos subnotificados, redução na oferta e procura por diagnósticos e tratamentos. Para que esse objetivo seja cumprido, uma das medidas mais efetivas de conter essa transmissão e sanar suas ocorrências se dá pelo diagnóstico e tratamento precoces da tuberculose ativa e da prevenção reativa da patologia, através do tratamento da infecção latente (ILTB), quando ainda não apresenta sintomas”, destaca Paulo Gropp, VP da QIAGEN na América Latina, multinacional alemã especialista em tecnologia para diagnósticos moleculares. 

 Para fazer esse rastreio efetivo nos quadros populacionais, o executivo destaca que um dos meios mais precisos, analisados e recomendados pela OMS é o teste IGRA, ou ensaio de liberação de Interferon-gama. “É um teste sensível, específico e objetivo, realizado com uma pequena amostra de sangue e que requer apenas uma visita ao médico, apresentando resultado rápido e seguro, com a precisão de testes laboratoriais. O que talvez muitas pessoas não saibam e cabe a nós trazer essa conscientização, é que esse tipo de exame está disponível à população brasileira pelo SUS e em todos os planos de saúde”, complementa.  


HPV e o câncer de colo do útero  

Considerado o terceiro tipo de câncer mais comum entre as mulheres, excluídos os tumores de pele não melanoma, o câncer de colo do útero tem entre seus principais causadores o vírus do HPV. De acordo com dados do INCA – Instituto Nacional do Câncer –, são esperados mais de 17 mil novos diagnósticos da enfermidade ainda neste ano de 2023; um índice de risco em torno de 13,25 casos para cada 100 mil mulheres. 

“Uma das maneiras mais efetivas de diagnóstico é o monitoramento frequente da presença do vírus no organismo. Embora 90% dos casos de HPV representem uma contaminação transitória, onde o próprio sistema imunológico consegue se defender, o risco aumenta quando a presença do patógeno prolonga-se e acaba por gerar lesões no colo do útero, que se tornam feridas e evoluem de forma maligna”, explica Gropp. 

Além dos exames mais comuns como a colposcopia e o Papanicolau, que identificam alterações nas células do útero por diferentes causas, existe um teste molecular muito mais sensível, capaz de detectar o DNA do vírus, antes mesmo do surgimento da lesão inicial: a Captura Híbrida. 

 Embora o exame esteja disponível às mulheres brasileiras apenas no sistema de saúde privado, ou seja, para mulheres que possuem planos de saúde, o executivo destaca a importância dessa disponibilidade a um número maior de pacientes, como as que fazem seus acompanhamentos pelo SUS.  

“Milhões de mulheres já realizaram a captura híbrida e muitas vidas já foram poupadas pela contribuição dessa tecnologia. E é neste ponto que pedimos a atenção das autoridades em saúde. O câncer de colo do útero é totalmente previsível, os avanços tecnológicos têm nos ajudado com isso. É preciso fazer uma profunda análise sobre o quanto diminuiria a sobrecarga do sistema público, inclusive financeiramente, ao adotar essas ferramentas de prevenção e evitar que novos casos de câncer sejam manejados. Os ganhos são ainda maiores para as mulheres, que têm sua saúde física e mental poupadas, pelo fato de não terem que enfrentar esse diagnóstico”, conclui Gropp.  


QIAGEN
https://www.qiagen.com/us/

Dor e dormência nas mãos? Conheça os sintomas da Síndrome do Túnel do Carpo

Quando comprimido ao nível do punho, o nervo mediano
é responsável pela síndrome que pode gerar dor,
 cãimbras e dormência na área.

Causada por uma compressão no nervo mediano ao nível do punho, a síndrome do túnel do carpo provoca um tipo de Dor Neuropática Localizada que pode afetar o cotidiano dos pacientes

 

Muitas das atividades que as pessoas realizam diariamente envolvem a execução de movimentos contínuos e repetitivos com as mãos e punhos, sejam elas tarefas domésticas ou de trabalho, como uso do celular ou computador, ou até mesmo praticar esportes. No entanto, o mau posicionamento do punho e o uso de força excessiva(1) em algumas dessas ações podem causar inflamação e deterioração dos nervos sensitivos e motores localizados ao nível do punho, causando danos ou alterações em suas funções(2).

 

Esse tipo de compressão é conhecida como síndrome do túnel do carpo (STC), a neuropatia por encarceramento de nervo mais comum, estimando-se que afete até 5% da população mundial(3). Sabe-se também que entre 50% e 90% dos casos de STC estão ligados às atividades laborais e ao esforço que elas implicam em função do trabalho físico(4). Segundo o doutor André Tsai, Presidente do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura (CMBA) e Presidente do Comitê de Dor da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT-ABDOR), "as pessoas com esta condição chegam a sentir formigamento, cãibras, dormência e até mesmo dor na região afetada, a qual geralmente é a mão dominante, mas pode se estender até o ombro. Tudo isso impacta na qualidade de vida, nas funções físicas e atividades cotidianas das pessoas”.

 

Além disso, essa síndrome pode originar outras complicações que agravam a situação do paciente, como a dor neuropática localizada (DNL), um tipo de dor cuja principal característica é desenvolver-se em áreas consistentes e limitadas a uma superfície menor que uma folha de papel tamanho carta(5). Estima-se que a DNL afete 60% dos pacientes de dor neuropática(6), sendo esta a que tem maior probabilidade de causar incapacidade, pois tende a se tornar crônica.

 

“Em estágios avançados, quando as compressões nervosas são muito severas ou prolongadas, podem ser gerados danos irreparáveis, gerando atrofias, fraqueza muscular e até perda de sensibilidade, limitando significativamente o desenvolvimento da vida profissional e pessoal das pessoas”, alerta Tsai. 

O especialista destaca ainda que um tratamento integral e gradual é importante para evitar que a dor se torne crônica. 

“O primeiro passo no tratamento dessa síndrome é evitar os fatores de risco que causam a STC, como má postura na região das mãos e punhos. Isso é acompanhado pelo manejo farmacológico da dor neuropática, que pode ser sistêmica ou pela aplicação de drogas localizadas na área afetada, e também tratamentos como a fisioterapia e acupuntura, que também ajudam a atenuar os sintomas da STC”, conclui o doutor. 

 


Referências

(1) Causas, características y síntomas del Síndrome de Túnel Carpiano. Cómo diagnosticar el síndrome del túnel carpiano (2013). Disponível em https://mgyf.org/wpcontent/uploads/2017/revistas_antes/V2N8/V2N8_244_247.pdf

(2) Social determinants of health and physical activity are related to pain intensity and mental health in patients with carpa tunnerl syndrome (2023). Disponível em https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2468781223000085?via%3Dihub

(3) Prevalencia mundial del Síndrome de Túnel Carpiano. Factores asociados con la calidad de vida en pacientes con síndrome de túnel carpiano (2014). Disponível em http://www.scielo.org.co/pdf/anco/v30n2/v30n2a04.pdf

(4) Análisis de factores de riesgo laborales y no laborales en Síndrome de Túnel Carpiano (STC) mediante análisis bivariante y multivariante (2016). Disponível em https://scielo.isciii.es/pdf/medtra/v25n3/original1.pdf

(5) e (6) Características y prevalencia del dolor neuropático localizado (DNL). Consenso multidisciplinario de diagnóstico y tratamiento del dolor neuropático periférico y localizado en México (2019). Disponível em https://www.scielo.org.mx/pdf/gmm/v155n4/0016-3813-gmm-155-4-428.pdf


Câncer colorretal: incidência aumenta entre os mais jovens

Mas há uma ferramenta inovadora na guerra contra o câncer: o Teste Onco-PDO 

 

Estudo recente publicado pela American Cancer Society, indica que um em cada cinco casos de câncer colorretal diagnosticados hoje ocorre em pessoas com menos de 55 anos, em comparação com um em cada 10 casos em 1995. 

Ainda não foi descrita a causa dessa tendência, mas um artigo recém-publicado na Science sugere algumas razões possíveis, incluindo fatores ambientais e genéticos. 

As descobertas também revelaram um aumento nos diagnósticos de doença avançada, o que é particularmente preocupante. As taxas crescentes em adultos mais jovens levaram os Serviços Preventivos dos EUA a mudar sua recomendação em maio de 2021 para iniciar os exames aos 45 anos em vez de 50, mas aqueles com fatores de risco podem precisar começar ainda mais cedo.

O câncer colorretal é o terceiro tipo mais comum no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), que estima o surgimento de 41 mil novos casos por ano no país. Este tipo de câncer pode não causar sintomas imediatamente, mas é importante observar: uma mudança nos hábitos intestinais, como diarreia, constipação ou estreitamento das fezes, a sensação de que você não se sente aliviado ao ter uma evacuação, sangramento retal com sangue vermelho vivo, sangue nas fezes, o que pode fazer com que elas pareçam marrom-escuras ou pretas, cólicas ou dor abdominal, fraqueza e fadiga, além de perda de peso não intencional.

A detecção precoce do câncer, por meio do exame de colonoscopia, em todas as pessoas acima dos 50 anos é uma estratégia fundamental para encontrar um tumor numa fase inicial e, assim, aumentar a chance de tratamento. Os principais fatores de risco são: idade acima dos 50 anos, histórico familiar, dieta pobre em fibras, ingestão excessiva de carnes vermelhas e processadas. 


Com chances de cura, a guerra contra o câncer já é travada com inovadoras ferramentas 

Para os casos de diagnóstico positivo com recomendação de quimioterapia, os avanços científicos têm apresentado novas ferramentas. Uma delas foi trazida pela Invitrocue Brasil ao país. Os investimentos da empresa na tecnologia de organoides levaram ao desenvolvimento do teste Onco-PDO (Organoides Derivados do Paciente) que auxilia os médicos a individualizar o tratamento do paciente. Com ele, as células do paciente são cultivadas e testadas para diferentes drogas quimioterápicas e drogas de terapia alvo, analisando como respondem às diferentes terapias.  

Trata-se de um cultivo celular tridimensional, que melhor reflete in vitro as condições observadas in vivo do seu tumor de origem. O Teste Onco-PDO leva em conta que cada paciente é único, e isso ajuda o médico a traçar a melhor escolha para aquele paciente específico. Alguns tumores mostram-se resistentes a certos medicamentos e saber previamente as respostas das células tumorais do paciente para os diferentes tratamentos em laboratório contribui para a tomada de decisão dos médicos oncologistas.

O benefício é que, ao invés de fazer previsões de como um o câncer pode responder a uma terapia, o Teste Onco-PDO permite verificar especificamente o efeito dessa terapia no tumor do paciente e trabalhar diretamente com as células vivas que formam o câncer em cada caso.

Disponível no Brasil para câncer de mama, pulmão, colorretal, pancreático, gástrico, próstata e ovário, o Teste Onco-PDO permite que o médico escolha 8 de 60 drogas para testagem e o resultado demonstrará como as células responderam em laboratório. O relatório, gerado em até 21 dias, fornece informações de como os organoides derivados do paciente reagiram aos diferentes tratamentos testados.  O Teste Onco-PDO  está disponível para coletas em todo o Brasil. Para mais informações, consulte a Invitrocue Brasil.

O futuro da medicina agora depende de ações de precisão. Para que as novas ferramentas possam ser utilizadas, converse com o seu médico para uma avaliação precisa e análise das opções de tratamento!

 


Invitrocue Brasil
www.invitrocuebrasil.com.br /
invitrocue@invitrocue.com.br

 

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