Distúrbios no ritmo do coração podem ter consequências graves, como desmaios, insuficiência cardíaca e até morte súbita
Uma recente tragédia que ocorreu no campo de futebol fez com que a população conhecesse as arritmias cardíacas e descobrisse o maior perigo da doença que é uma das mais prevalentes em todo o mundo. Segundo a Sociedade Europeia de Cardiologia, estima-se que o risco de uma pessoa desenvolver o problema ao longo da vida é de uma a cada três indivíduos. De acordo com dados divulgados pela Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas, no Brasil mais de 20 milhões de pessoas sofrem com a doença.
Em um ritmo normal, o coração de uma pessoa em repouso bate de 50 a 90 vezes por minuto (bpm). Quando as batidas ficam mais lentas, mais aceleradas ou irregulares, é caracterizada a arritmia cardíaca. “Muitas vezes, a descoberta da doença acaba sendo acidental, tendo a morte súbita como a primeira e única manifestação. Nos casos em que apresenta sinais, os mais comuns são palpitações, escurecimento da vista, tonturas, desmaios, palidez, sudorese, mal-estar, dores no peito e falta de ar”, explica o Dr. José Carlos Pachón, cardiologista e diretor do Centro de Arritmias do Hcor.
O problema pode atingir pessoas de qualquer idade, porém é mais
comum na faixa etária de 45 a 74 anos. “Aqueles que já possuem histórico
cardiovascular ou alguma doença preexistente devem ficar mais atentos e tornar
as idas ao médico mais regulares. Outras condições importantes que podem ser
causadoras de arritmias, são: hipertensão, obstrução de artérias coronárias,
envelhecimento do coração e até mesmo doenças virais, como a Covid-19”, afirma.
O diagnóstico dessas condições frequentemente requer o uso de
tecnologias avançadas, como monitores cardíacos implantáveis e exames de
eletrofisiologia, “Uma vez diagnosticado, o tratamento pode incluir o uso de
medicamentos específicos, ablação por cateter ou a implantação de dispositivos,
como marcapassos e desfibriladores automáticos. Fazendo a intervenção adequada
no tempo correto, a pessoa consegue se recuperar rapidamente, retornar às
atividades cotidianas e ter uma vida com qualidade”, conta.
Autoexame do pulso
Como a maioria das arritmias não apresenta sintomas, fazer o
autoexame da pulsação pode ajudar a identificar sinais de alterações nos
batimentos do coração. Para começar, é preciso estar em repouso.
- Coloque os dedos indicador e médio sobre o punho do braço
oposto, com a palma da mão virada para cima;
- Quando encontrar a pulsação (próxima da base do polegar),
conte os batimentos por 30 segundos. Multiplique o número por 2 para ter o
valor por minuto.
- Repita algumas vezes para confirmar e fique atento a
alterações entre os batimentos, como pausas ou acelerações.
O ideal é realizar o autoexame do pulso regularmente. Ao perceber
qualquer alteração ou se tiver dúvidas sobre os achados, procure um médico
imediatamente.
Hcor
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