Especialista alerta para o crescente desafio da doença no país, que já
afeta 56% da população
No Dia Nacional de Prevenção da Obesidade,
celebrado em 11 de outubro, é importante refletir sobre um dos maiores desafios
de saúde pública no Brasil e no mundo. Descrita como um mal do século, é
considerada uma doença crônica progressiva e uma epidemia global, de acordo com
a Organização Mundial da Saúde (OMS). Mais de um bilhão de pessoas em todo o
mundo estão acima do peso, destes, 500 milhões são considerados obesos.
Uma pesquisa apresentada no Congresso Internacional
sobre o tema em 2024, realizado em São Paulo, revela dados alarmantes: com base
nas tendências atuais, quase metade dos adultos brasileiros (48%) podem
apresentar sobrepeso até 2044. Isso significa que, em apenas 20 anos, três
quartos da população adulta do Brasil poderão ser classificados como obesos ou
com sobrepeso. Atualmente, 56% dos brasileiros já se enquadram nessas
categorias.
Segundo o Dr. Edson Ramuth, fundador do
Emagrecentro, rede referência nas áreas de emagrecimento e estética corporal,
entre os principais fatores que enfrentamos hoje, destacam-se:
Sedentarismo
“Vivemos em uma era marcada pela tecnologia e pela
conveniência, onde muitas atividades diárias são realizadas de forma
sedentária, como trabalhar em frente ao computador, assistir à televisão e
utilizar transportes motorizados para deslocamentos curtos”, explica Ramuth.
Ele também ressalta que a inatividade física leva à diminuição do gasto
calórico, resultando no acúmulo de gordura corporal. “Quando as calorias
consumidas excedem aquelas queimadas pelo corpo, o resultado é o ganho de massa
excessiva, que, ao longo do tempo, pode se transformar em algo grave”,
complementa.
Hábitos alimentares inadequados
Sabemos que os hábitos que temos hoje em nossa
sociedade contribuem negativamente para essa realidade. “A rotina insana muitas
vezes limita o acesso da população a uma alimentação adequada, levando-nos a
optar por alternativas mais rápidas, como o fast food, que resultam em uma
dieta pouco saudável, rica em calorias, gorduras e açúcares, criando um ciclo
vicioso”, relata Edson.
Em muitas regiões do Brasil, os produtos frescos,
como frutas e verduras, são escassos ou caros, enquanto os alimentos
ultraprocessados são mais acessíveis e baratos.
Doenças crônicas
Não podemos esquecer que a obesidade está ligada a
doenças crônicas, como diabete, hipertensão e problemas cardiovasculares, que
aumentam o risco de complicações. Pressões sociais e padrões de beleza criam
estigmas, contribuindo para problemas emocionais como ansiedade e depressão,
que podem resultar em comportamentos alimentares disfuncionais.
“É importante buscar profissionais qualificados
para diagnóstico e orientação. Para entender as causas e desenvolver
estratégias eficazes, proporcionando um plano individualizado que atende às
necessidades de cada pessoa e promovendo um estilo de vida melhor”, orienta o
médico.
Além disso, ele aborda a importância da prevenção e
como certos hábitos podem ajudar a evitá-los. Manter uma alimentação balanceada,
consumindo uma variedade de proteínas, saladas, verduras e legumes, e limitar a
ingestão de alimentos ultraprocessados e ricos em açúcares é fundamental.
A prática regular de atividade física também é
importante. Isso inclui aeróbicos, como natação e dança, fortalecimento
muscular, como alongamentos e musculação, além de opções recreativas, como
andar de patins, pedalar e jogar esportes coletivos. “Exercícios são aliados
poderosos já que contribuem para o controle do peso, fortalece músculos e ossos
e eleva o humor e a autoestima”, finaliza Ramuth.
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