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terça-feira, 8 de outubro de 2024

Congelamento de óvulos: Mitos e verdades que você não conhece

Muitas mulheres desconhecem o assunto. Ginecologistas especialistas em fertilidade e reprodução assistida desmistificam 10 mitos sobre a técnica utilizada por diversas famosas

 

Não é de hoje que o congelamento de óvulos vem ganhando espaço principalmente na vida de mulheres que desejam retardar a maternidade. Famosas como Paolla Oliveira, Natália Lage, Fernanda Paes Leme, Nicole Bahls, Paula Burlamaqui, Mariana Ximenes, Mariana Goldfarb, Monique Alfradique e Paula Fernandes, por exemplo, se beneficiaram da prática.

 Mas, afinal, o que é verdade e o que é mentira sobre o congelamento de óvulos? 

A seguir, Dra. Karina Tafner Ginecologista especialista em Reprodução Assistida da Febrasgo e Dra. Graziela Canheo Ginecologista e Obstetra especialista em reprodução humana na La Vita Clinic, revelam o que é fato e o que é boato nesse campo:

 

Mito: Congelar óvulos garante 100% de sucesso na maternidade 

“A fertilização in vitro, mesmo com óvulos frescos, não possui uma taxa de sucesso de 100%, e o mesmo se aplica aos óvulos congelados”, explica a Dra. Karina Tafner. “Quanto mais óvulos congelados e quanto mais jovem a mulher for no momento do congelamento, maiores são as chances de sucesso, mas não há garantia absoluta.” 

Verdade: O congelamento permite manter as características dos óvulos no momento em que foram congelados 

“O que você congela é o que você preserva. Se uma mulher congela seus óvulos aos 35 anos e os utiliza aos 43, suas chances de gestação serão as mesmas de quando ela tinha 35 anos”, destaca a Dra. Karina.

 

Mito: O congelamento de óvulos é perigoso 

“Não há evidências de que o procedimento cause danos às mulheres ou aos futuros filhos”, tranquiliza a Dra. Karina, ao prosseguir: “Os efeitos colaterais das medicações utilizadas são mínimos e ocorrem em apenas 10% das mulheres. O procedimento é realizado com sedação leve, e o desconforto pós-coleta é passageiro.”

 

Verdade: O congelamento de óvulos é uma excelente maneira de preservar a fertilidade feminina

“A criopreservação é como uma reserva de óvulos mais jovens. Mulheres que desejam postergar a maternidade ou que passarão por tratamentos que podem afetar a fertilidade têm no congelamento uma chance real de tentar engravidar no futuro”, afirma a Dra. Graziela Canheo, especialista em reprodução humana.

 

Mito: O congelamento de óvulos diminui a reserva ovariana da mulher 

“Os óvulos congelados são aqueles que seriam naturalmente eliminados pelo corpo naquele ciclo. Portanto, o congelamento não afeta a quantidade total de óvulos disponíveis”, esclarece a Dra. Graziela.

 

Verdade: É possível realizar o congelamento de óvulos mesmo após o diagnóstico de câncer 

“O tratamento oncológico pode afetar a fertilidade e, por isso, o congelamento de óvulos é uma opção importante para mulheres que desejam preservar sua fertilidade antes de tratamentos como quimioterapia ou radioterapia”, destaca a Dra. Graziela.

 

Mito: Todas as mulheres devem congelar seus óvulos 

“O congelamento de óvulos não é obrigatório para todas. Trata-se de uma decisão muito pessoal e que deve considerar fatores como planos futuros, histórico de saúde e a condição de cada mulher”, comenta a Dra. Karina.

 

Verdade: O congelamento é mais eficaz quando feito precocemente 

“A qualidade dos óvulos diminui com a idade, então o procedimento é mais eficiente quando realizado em mulheres mais jovens. Além disso, isso reduz o número de ciclos necessários para garantir um número suficiente de óvulos viáveis, diminuindo o custo total”, acrescenta a Dra. Karina.

 

Mito: O tempo de congelamento diminui a qualidade do óvulo 

“O tempo que o óvulo passa congelado não afeta sua qualidade. Mesmo após anos de armazenamento, ele pode ser utilizado com a mesma eficiência”, reforça a Dra. Graziela.

 

Verdade: O processo é rápido e pode ser concluído em cerca de 14 dias

“O congelamento de óvulos é mais simples e rápido do que muitas pessoas imaginam, levando, em média, 14 dias do início ao fim”, finaliza a Dra. Karina.

 



Dra. Graziela Canheo - CRM 145288 | RQE 68331 - Ginecologista e Obstetra. Reprodução Humana. Médica Graduada pela Universidade Metropolitana de Santos (2010). Residência médica em ginecologia e obstetrícia pelo Hospital do Servidor Público Estadual do Estado de São Paulo (2013). Título de Qualificação em Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia pela ABPTGIC (2014). Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (2015). Fellowship em Reprodução humana pelo Instituto Idéia Fértil de Saúde Reprodutiva (2014 – 2016). Pós-graduação em videolaparoscopia e histeroscopia pelo Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo (2018 – 2019). Membro das principais sociedades nacionais e internacionais da área da Ginecologia e Reprodução Humana. Diretora técnica e médica

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