Educador
financeiro explica que planejamento é essencial para a data comemorativa e dá
dicas de outras formas para comemorar sem necessariamente comprar um presente
O Dia das Crianças, celebrado em 12 de outubro, é
uma data bastante popular no Brasil. É o momento em que adultos, como pais,
tios, padrinhos e professores, presenteiam as crianças ao seu redor. Para o Dia
das Crianças de 2024, espera-se que a data movimente aproximadamente R$ 18
bilhões no comércio brasileiro, um crescimento de 12,8% em relação ao ano
anterior.
O gasto médio por presente deve ficar em torno de R$ 231,00 e cerca de 60% dos
brasileiros pretendem comprar algo para a ocasião. Um destaque importante é a
preferência por compras em lojas físicas, com 69% dos consumidores optando por
esse canal, enquanto 28% devem fazer as compras pela internet. No entanto, para
muitos, essa comemoração pode acabar pesando no bolso, principalmente quando
não há um planejamento financeiro.
O educador financeiro, João Victorino, alerta para a
importância de encontrar um equilíbrio nos gastos, especialmente com o Natal
logo à frente. Segundo ele, é comum que as crianças, principalmente as mais
novas, façam diversos pedidos de presentes para a ocasião. Porém, é essencial
que os pais e responsáveis sejam conscientes dos limites do orçamento familiar
para evitar comprometer as finanças nos meses seguintes.
João explica que é possível presentear sem exagerar. “Você pode presentear os
seus filhos, mas não precisa extrapolar o orçamento. Com o Natal chegando em
poucos meses, pode ser interessante planejar um presente agora e outro no final
do ano, ambos com valores compatíveis. Ou, se for viável e a criança
compreender, pode-se dar um presente mais caro no Dia das Crianças e algo menos
grandioso no Natal (ou vice-versa)”, sugere.
O especialista destaca a importância de ensinar, desde cedo, o valor do
dinheiro. Para ele, é fundamental que as crianças entendam que não é possível
ter tudo ao mesmo tempo, pois ter essa noção ajuda a formar uma consciência
financeira para o futuro. Além de que o ideal é que os pais se programem com
antecedência para a data, evitando compras de última hora que podem ser
influenciadas pela alta nos preços ou pelo impulso de gastar mais.
Por essa razão, João reforça que o planejamento financeiro é o segredo para
evitar surpresas desagradáveis. “Com antecedência, você pode comparar preços em
diferentes lojas, tanto físicas como online, e definir o quanto pode gastar.
Também é possível avaliar qual a melhor forma de pagamento: à vista ou
parcelado. Comprando antes, há mais chances de aproveitar promoções e evitar o
estresse de última hora”, ressalta.
Além de presentes, outras formas de celebrar a data podem ser igualmente
marcantes e menos custosas. Algumas experiências, como um passeio especial,
atividades em família ou até mesmo a construção de presentes feitos à mão podem
trazer muita alegria sem sobrecarregar o orçamento. Uma opção é aproveitar
brinquedos reutilizados, mesmo os de plástico, ensinando assim sustentabilidade
para os pequenos.
Sobre o bem-estar das crianças, o especialista informa que existem estudos que
indicam que crianças que passam mais de 75 minutos por dia em frente a telas
aos 3 anos e meio têm maior probabilidade de apresentar explosões de raiva um
ano depois. “Em vez de priorizar presentes tecnológicos, incentive atividades
de interação humana, como brincadeiras ao ar livre ou jogos educativos. São
opções mais saudáveis e benéficas para o desenvolvimento emocional, promovendo
um equilíbrio mais positivo para a criança e a família”, afirma João.
Outra dica fornecida pelo educador financeiro é dividir o valor de presentes
mais caros com outros familiares, como tios ou avós, para não comprometer o
orçamento de uma pessoa. Além disso, envolver as crianças no planejamento e na
escolha dos presentes pode ser uma lição valiosa, pois aprendem desde cedo a
tomar decisões financeiras e a compreender a importância de equilibrar desejos
e realidade (a partir das faixas etárias adequadas).
Um outro gesto fora do comum, mas que também pode fazer a diferença, é incluir
a solidariedade nas celebrações. “Que tal reaproveitar materiais e incluir as
crianças em uma doação? Você pode doar brinquedos antigos dos seus filhos
(desde que em bom estado) para comunidades carentes ou entidades que precisam de
recursos. Isso não apenas ajuda quem precisa, mas também coloca a mente do seu
filho para pensar sobre solidariedade - algo tão em falta hoje em dia, não é
mesmo?”, finaliza João.
João Victorino - administrador de empresas, professor de MBA do Ibmec e educador financeiro, formado em Administração de Empresas, tem MBA pela FIA-USP e Especialização em Marketing pela São Paulo Business School. Após vivenciar os percalços e a frustração de falir e se endividar, a experiência lhe trouxe aprendizados fundamentais em lidar com o dinheiro.Hoje, com uma carreira bem-sucedida, João busca contribuir para que pessoas melhorem suas finanças e prosperem em seus projetos ou carreiras. Para isso, idealizou e lidera o canal A Hora do Dinheiro com conteúdo gratuito e uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.
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