Expectativa é de volta dos turistas ao Estado, garantindo a recuperação das economias locais depois da devastação provocada pelas chuvas em maio
Cidades
turísticas do Rio Grande do Sul afetadas pelas chuvas que devastaram o Estado,
em maio, estão prestes a ganhar um importante impulso com a volta da operação
de três aeroportos, segundo o empresário Marcos Jorge, CEO do Grupo RTSC. O
Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, tem previsão de ser reaberto no dia
21 de outubro, com expectativa de operar 100% da sua capacidade a partir de 16
de dezembro. Agora sob responsabilidade da Infraero, passam a receber voos
comerciais os aeroportos de Canela, na Serra Gaúcha, e de Torres, no litoral
norte do Estado.
Para Marcos Jorge, a reabertura dos três
aeroportos, resultado de reivindicação coordenada de lideranças empresariais do
Rio Grande do Sul, deve minimizar o impacto negativo do fechamento dos
terminais em decorrência dos efeitos provocados pelas enchentes. “Da
perspectiva da cadeia do turismo, não é pouca coisa. Facilitar a chegada dos
turistas é fundamental para fazer girar novamente a economia de municípios do
Rio Grande do Sul que dependem principalmente do turismo – casos da própria
cidade de Canela, de Gramado e do entorno na Serra Gaúcha”, diz.
De acordo com o CEO da RTSC, cidades como Gramado,
Canela e Bento Gonçalves viram a quantidade de turistas de outros Estados e
países, responsáveis por até 40% da ocupação dos hotéis da região, cair
significativamente durante as férias de julho e o Festival de Inverno. Com a
reabertura dos aeroportos, no entanto, a expectativa é de retorno dos
visitantes de outros Estados, assim como de países vizinhos, como a Argentina e
o Uruguai.
Marcos Jorge avalia que a cadeia do turismo no Rio
Grande do Sul é bastante diversificada, envolvendo desde hotéis e restaurantes
até agências de passeios e fábricas de chocolate e vinícolas. “Trata-se de um
segmento relevante, capaz de atrair crescentemente investidores interessados em
alocar recursos em complexos multipropriedade”, diz o empresário.
No modelo de multipropriedade, o investidor compra
uma fração (cota) do empreendimento hoteleiro, garantindo o direito de usufruir
de um imóvel em determinadas datas durante o ano, conforme sua quantidade de
cotas.
Em outra ponta, cabe destacar, os incorporadores
dos empreendimentos hoteleiros também podem captar recursos via fundos de
investimentos imobiliários – neste caso, os investidores desses fundos são
remunerados pelo fluxo de recebíveis garantidos pelos pagamentos das
hospedagens pelos turistas e gastos com refeições, ingressos em parques de
diversão, entre outros serviços. O Grupo RTSC, por exemplo,
congrega gestoras de fundos de recursos de investidores para o setor de turismo
no Rio Grande do Sul.
Mobilização
Com participação ativa no movimento empresarial que
garantiu a volta da operação dos aeroportos de Canela e Torres, Marcos Jorge se
reuniu nos últimos meses com representantes do governo federal, como o ministro
do Turismo, Celso Sabino, e o ministro-chefe da Secretaria Extraordinária de
Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta. “A reabertura e
ampliação de aeroportos regionais sempre esteve entre nossas alternativas de
curto e médio prazos para viabilizar a retomada da economia”, destaca.
“Acreditamos no potencial do nosso turismo como impulsionador dessa
mobilização.”
A fim de habilitar os aeroportos para que as
companhias aéreas possam operar voos regulares para Canela e Torres, o governo
federal está investindo na melhoria das pistas de pouso e decolagem, das pistas
de taxiamento e dos pátios para as aeronaves. Também recebem investimentos os
equipamentos de auxílio à navegação aérea, o terminal de passageiros e as
cercas de proteção, entre outros pontos importantes dos dois aeroportos. Antes
de a operação passar para a Infraero, a gestão era do governo gaúcho.
O terminal de Canela poderá operar com aeronaves de
categoria 1B (Grand Caravan – até 9 passageiros) e o de Torres, com aparelhos
de categoria 2C (ATR-72 – para até 72 passageiros). Em 45 dias após o início da
gestão, Canela poderá receber aeronaves 2C e Torres terá condições para a
operação de aviões da categoria 3C (Boeing 737, Airbus A320, para uma média de
165 passageiros).
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