Aceleração, automatização e digitalização. Essas palavras iniciam um amplo debate quando consideramos conceitos como sustentabilidade, humanização e inclusão, especialmente no contexto industrial. Unificar esses pontos em um setor que passa por avanços significativos, com novos cenários desenhados na velocidade de um piscar de olhos, é visto como um desafio que vem se mostrando um divisor de águas. Quem acompanha de perto essa realidade percebe que estamos diante de um momento que pode modificar por completo os processos industriais e seus impactos na sociedade como um todo.
Esse novo momento tem nome: Indústria 5.0. E os
números que ela traz já mostram a magnitude de uma nova revolução. Um estudo da
Research
Nester apontou que, até o final de 2036, o mercado da Indústria 5.0
atingirá US$ 866 bilhões, com crescimento médio anual de 20% de 2024 a 2036,
mostrando que ela veio para movimentar o setor. A lista das inovações que puxam
esse movimento é longa e traz tecnologias como cobots (robôs
colaborativos), computação quântica, manufatura aditiva, edge
computing e dark analytics. Iniciativas que colocam
a automação, o desenvolvimento de novos materiais, o armazenamento e a análise
de dados e a produção inteligente em patamares talvez antes impensáveis.
A surpresa para muitos é que esse desdobramento
natural da Indústria 4.0 - que já trazia um vasto sistema de tecnologias
avançadas, como o armazenamento em nuvem, a robótica e, mais recentemente, a
inteligência artificial (IA) - coloca máquinas e humanos mais próximos do que
poderíamos imaginar.
Desde 2011, temos vivenciado diariamente as
transformações trazidas pela Indústria 4.0, que ainda predomina no cenário
atual com inovações que geram impactos positivos no setor industrial, mas
também apresentam desafios, como a necessidade de entender cada vez melhor o
papel da mão de obra humana nos processos. O debate se a IA vai substituir os
trabalhadores é amplo e divide opiniões, sem ainda oferecer uma resposta
definitiva.
De fato, muitas tarefas ainda não podem ser
automatizadas e outras tantas serão criadas. Ou seja, o ser humano não será
substituído nem pela tecnologia, nem pela digitalização, mas sim por quem sabe
usá-las e sabe que será essencial repensar nosso papel. É o que mostram os
inúmeros cursos de formação que têm surgido no mercado e que capacitam os
trabalhadores na gestão dos sistemas inteligentes, trazendo o olhar humano para
as novas demandas da sociedade e das organizações a partir da utilização de
tecnologias como Big Data, Inteligência Artificial e IOT (Internet das
Coisas).
A Indústria 5.0 está aqui para confirmar isso. Ela
se destaca pela percepção de que a tecnologia necessita do humano para operar
eficientemente. Uma não substitui a outra; elas se complementam. O foco está na
colaboração e no bem-estar dos trabalhadores industriais no processo de
produção. Assim, o desenvolvimento mais recente da revolução industrial
minimiza o risco de substituição da força de trabalho pela tecnologia e propõe
a Super
Smart Society (termo que descreve uma sociedade baseada na
conectividade), com 100% de cooperação entre humanos e máquinas.
Enquanto a Indústria 4.0 se concentra na automação
e na interconexão, a Indústria 5.0 foca na colaboração mútua entre pessoas e
tecnologia, na personalização de produtos e na experiência do cliente. Dessa
forma, podemos concluir que o futuro da indústria será híbrido, combinando o
humano e o tecnológico para se manter competitiva e inovadora. São novos
caminhos para reforçar e repensar conceitos como a otimização dos custos, a
rastreabilidade dos produtos e a transparência dos processos cada vez mais
inteligentes e integrados.
Ao aplicar essas considerações ao setor industrial
da saúde, por exemplo, observamos impactos positivos, especialmente na
possibilidade do desenvolvimento de produtos e serviços cada vez mais
inovadores e pensados para as necessidades específicas de quem está na ponta da
cadeia. É a agilidade e a destreza da tecnologia atuando a partir da observação
e do conhecimento de mentes profissionais. Forças que se unem para melhorar a
qualidade de vida da população, com iniciativas de prevenção e tratamentos mais
avançados dia após dia.
Estamos diante e tendo o privilégio de vivenciar
mudanças no setor industrial que representam a busca por um ambiente mais
sustentável, humanizado e inclusivo. Transformações que amplificam os debates
que envolvem aceleração, automatização e digitalização. Sem dúvida, essa é uma
nova revolução com o potencial de transformar o mundo. E precisamos fazer parte
dela.
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