O
consumo inadequado de medicamentos é a principal causa de intoxicações
registradas no Brasil, segundo dados da Anvisa e do Sistema Nacional de
Informações Toxicológicas (Sinitox), que apontam que, a cada hora, três pessoas
sofrem por intoxicação medicamentosa no país. Na maior parte dos casos, o
problema é decorrente do uso de medicamentos sem orientação de um médico ou
farmacêutico.
Além
de não praticar a automedicação, saber interpretar as informações contidas na
embalagem dos medicamentos é essencial para seu uso seguro e consciente. Todas
as embalagens devem apresentar de forma visível o nome do medicamento, o nome
da substância principal de sua composição, o nome do fabricante e o número de
registro do produto, entre outras informações.
“É
importante também ficar atento aos itens da embalagem que atestam a procedência
do produto. Medicamentos falsos não só prejudicam o tratamento como podem
piorar a saúde do paciente, pois muitas vezes podem conter substâncias
prejudiciais ao organismo”, explica Adriano Heleno Ribeiro, farmacêutico da
Extrafarma.
Saiba quais são as
principais informações presentes nas embalagens dos medicamentos.
Nome
Nome comercial do medicamento (em caso
de remédios de marca) ou “Medicamento Genérico” (no caso de genéricos), com o
nome da substância principal. No caso dos fitoterápicos, o que deve constar é o
nome botânico da planta. O nome também deve estar impresso em Braille.
Identificação
do fabricante
Deve conter o nome, endereço, CNPJ da
empresa fabricante e o local de fabricação do produto. Esses dados dão mais
segurança ao consumidor e permitem procurar o local certo em caso de dúvidas ou
problemas.
Dados individuais
Número do lote, que melhora o controle
em caso de lotes defeituosos ou contaminações, data de fabricação e data de
validade. Lembre-se de que medicamentos jamais devem ser usados fora do seu
período de validade.
Número de registro
É o número de registro do medicamento
na ANVISA, composto por 13 dígitos.
Informações farmacêuticas
Deve trazer a composição do
medicamento, a quantidade e a via de administração indicada. As informações
detalhadas são divulgadas na bula do medicamento, que deve ser lida com atenção
antes do uso.
Nome do farmacêutico responsável
Todo medicamento precisa ter um
farmacêutico responsável, com número de inscrição no Conselho Regional de
Farmácia (CRF).
Telefone do Serviço de Atendimento ao
Consumidor (SAC)
É indispensável ter o telefone do SAC
na embalagem, para que o consumidor tire dúvidas e emita opiniões ou
reclamações de forma fácil e simples.
Tarja do medicamento
Os medicamentos são classificados de
acordo com o grau de risco que podem oferecer à saúde, e essa classificação é
feita por meio de tarjas facilmente identificáveis nas embalagens. As tarjas
podem ser vermelha, para medicamentos com contraindicações e que podem provocar
efeitos colaterais graves, ou preta, para medicamentos com ação sedativa ou que
ativam o sistema nervoso central, podendo causar dependência. A tarja amarela
indica medicamentos genéricos e há ainda aqueles sem tarja, conhecidos como
Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs), que, quando usados corretamente,
apresentam poucos efeitos colaterais ou contraindicações.
Lacre de Segurança
Toda a embalagem precisa estar
lacrada. Caso contrário, não adquira o medicamento e avise o farmacêutico.
Tinta reativa ou selo de
rastreabilidade
Ao
raspar a tinta com metal, a embalagem deve apresentar o selo de qualidade e o
nome do laboratório responsável.


