Pesquisar no Blog

quarta-feira, 3 de julho de 2019

Aprenda a ler a caixinha do seu medicamento


 Saber identificar cada informação na embalagem é importante para seu uso correto


O consumo inadequado de medicamentos é a principal causa de intoxicações registradas no Brasil, segundo dados da Anvisa e do Sistema Nacional de Informações Toxicológicas (Sinitox), que apontam que, a cada hora, três pessoas sofrem por intoxicação medicamentosa no país. Na maior parte dos casos, o problema é decorrente do uso de medicamentos sem orientação de um médico ou farmacêutico.

Além de não praticar a automedicação, saber interpretar as informações contidas na embalagem dos medicamentos é essencial para seu uso seguro e consciente. Todas as embalagens devem apresentar de forma visível o nome do medicamento, o nome da substância principal de sua composição, o nome do fabricante e o número de registro do produto, entre outras informações.

“É importante também ficar atento aos itens da embalagem que atestam a procedência do produto. Medicamentos falsos não só prejudicam o tratamento como podem piorar a saúde do paciente, pois muitas vezes podem conter substâncias prejudiciais ao organismo”, explica Adriano Heleno Ribeiro, farmacêutico da Extrafarma.

Saiba quais são as principais informações presentes nas embalagens dos medicamentos.


Nome

Nome comercial do medicamento (em caso de remédios de marca) ou “Medicamento Genérico” (no caso de genéricos), com o nome da substância principal. No caso dos fitoterápicos, o que deve constar é o nome botânico da planta. O nome também deve estar impresso em Braille.


Identificação do fabricante

Deve conter o nome, endereço, CNPJ da empresa fabricante e o local de fabricação do produto. Esses dados dão mais segurança ao consumidor e permitem procurar o local certo em caso de dúvidas ou problemas.


Dados individuais

Número do lote, que melhora o controle em caso de lotes defeituosos ou contaminações, data de fabricação e data de validade. Lembre-se de que medicamentos jamais devem ser usados fora do seu período de validade.


Número de registro

É o número de registro do medicamento na ANVISA, composto por 13 dígitos.


Informações farmacêuticas

Deve trazer a composição do medicamento, a quantidade e a via de administração indicada. As informações detalhadas são divulgadas na bula do medicamento, que deve ser lida com atenção antes do uso.


Nome do farmacêutico responsável

Todo medicamento precisa ter um farmacêutico responsável, com número de inscrição no Conselho Regional de Farmácia (CRF).


Telefone do Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC)

É indispensável ter o telefone do SAC na embalagem, para que o consumidor tire dúvidas e emita opiniões ou reclamações de forma fácil e simples.


Tarja do medicamento

Os medicamentos são classificados de acordo com o grau de risco que podem oferecer à saúde, e essa classificação é feita por meio de tarjas facilmente identificáveis nas embalagens. As tarjas podem ser vermelha, para medicamentos com contraindicações e que podem provocar efeitos colaterais graves, ou preta, para medicamentos com ação sedativa ou que ativam o sistema nervoso central, podendo causar dependência. A tarja amarela indica medicamentos genéricos e há ainda aqueles sem tarja, conhecidos como Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs), que, quando usados corretamente, apresentam poucos efeitos colaterais ou contraindicações.


Lacre de Segurança

Toda a embalagem precisa estar lacrada. Caso contrário, não adquira o medicamento e avise o farmacêutico.


Tinta reativa ou selo de rastreabilidade

Ao raspar a tinta com metal, a embalagem deve apresentar o selo de qualidade e o nome do laboratório responsável.

Saiba quais são os cuidados com os idosos na época mais fria do ano


Dr. Paulo Camiz explica os riscos e dá dicas para a terceira idade


Mesmo com o nosso clima tropical, o inverno exige atenção em decorrência das temperaturas mais baixas, já que é comum o aparecimento de doenças, principalmente as respiratórias. No entanto, entre os idosos o cuidado deve ser redobrado. O Dr. Paulo Camiz, clínico geral e geriatra, professor colaborador de Clínica Geral no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em São Paulo, explica por que a terceira idade precisa dessa cautela. 

“O envelhecimento está associado a uma menor taxa metabólica e a uma disfunção da regulação da temperatura corpórea. Isso é proporcionalmente relacionado à fragilidade daquele idoso e a sua quantidade de massa magra (musculatura). Com uma água corporal total menor do que a do jovem, o idoso também se encontra sujeito a sofrer mais facilmente uma variação na temperatura corpórea.”, afirma o Dr. Paulo Camiz.

A velha máxima de que prevenir é melhor do que remediar, vale ainda mais no inverno, por isso alguns pequenos cuidados ajudam bastante a impedir as doenças respiratórias nessa época. Evite manter os ambientes fechados, mesmo que esteja muito frio procure deixar as janelas minimamente abertas para a circulação do ar, sempre que possível use máscaras, elas mantêm as vias aéreas aquecidas melhorando a respiração, tratar a rinite com medicação específica e manter as vacinas contra a gripe em dia. Essas ações podem ser fundamentais para evitar uma complicação mais grave, como a pneumonia.

A hipotermia é um dos riscos mais preocupantes durante o inverno, a perda excessiva de calor do corpo (temperatura corpórea abaixo de 35ºC). No caso mais leve (35° a 32° C) os principais sintomas são tremores, pele pálida e taquicardia; já quando grave (28°C) apresenta arritmias e até perda de consciência. As chances de ocorrer hipotermia aumentam entre os idosos por causa do próprio envelhecimento e outros fatores como perda muscular, limitações físicas e abuso de substâncias, como o álcool.

Para evitar experiências dolorosas aos idosos, o Dr. Paulo Camiz afirma que o melhor método é a prevenção, por isso é importante reconhecer antecipadamente um risco. A principal dica são as atividades físicas. “De uma forma geral, a atividade física voltada para o fortalecimento muscular exerce um grande fator protetor sobre os idosos uma vez que proporciona um aumento da taxa metabólica com maior capacidade de produção de calor, além de se tratar de um tecido que apresenta mais água do que o tecido gorduroso, sendo esta última mais abundante proporcionalmente nos idosos”.

Outra dica é usar fontes externas de calor, como roupas adequadas para o frio, lareiras e banhos quentes. Por outro lado, fica o alerta para acidentes, em especial para os idosos dependentes. Como a sensibilidade ao calor é frequentemente menor, não é incomum que ocorram queimaduras ou incêndios relacionados ao uso de fogo.






Dr. Paulo Camiz - CRM 116103/SP - Médico clínico geral e geriatra com formação e especialização pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Geriatra pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, professor colaborador de Clínica Geral no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em São Paulo, membro da American College of Physicians (Sociedade Americana de Clínica Médica), titulado Fellow, pelo reconhecimento à prática de excelência da medicina, nos EUA, e também da American Geriatrics Society (Sociedade Americana de Geriatria). Fez vivência de um mês na cidade de Yokohama, Japão, país com a maior proporção de idosos do planeta. Faz parte do corpo clínico dos Hospitais Sírio-Libanês e Albert Einstein, além de atuação de rotina em seu consultório. Diretor clínico instituição de longa permanência pra idosos Hanami Sênior. Mestre de Ving Tsun Kung Fu (arte marcial chinesa) que pratica desde 1995.

Dia Mundial da Alergia: doença que atinge 30% da população brasileira e pode levar à morte

 Freepik 

Médica especialista em alergia e imunologia alerta sobre os tipos mais comuns de alergias e explica como prevenir e controlar crises alérgicas


Alertar as pessoas sobre a importância do tratamento de alergias, visto que em certos caso as alergias podem levar à morte, é o principal objetivo do dia 8 de julho, considerado o Dia Mundial da Alergia. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), no Brasil, 30% da população possui algum tipo de alergia. A rinite alérgica é uma das mais altas do mundo com 25% de prevalência e, seguindo pela asma alérgica, atingindo cerca de 20% da população infantil e adolescente do país.

A alergia é toda reação exagerada da defesa do organismo contra agentes que, a princípio, não deveriam fazer mal ao organismo, como, por exemplo, os ácaros (organismos visíveis apenas microscopicamente) presentes na poeira. Os tipos mais frequentes de alergia são as respiratórias, rinite alérgica e asma alérgica. Alergias de contato, de alimentos e urticárias também são comuns e precisam de atenção.

Abaixo a médica especialista em alergia e imunologia cooperada à Unimed Blumenau, Dra. Maria Claudia Schulz, informa sobre prevenções, tratamentos, cuidados e sintomas das alergias, bem como a importância da imunidade do indivíduo em combater crises alérgicas.


Prevenções e tratamentos

Algumas atitudes e cuidados podem contribuir para que o indivíduo não desenvolva alergias, ou, pelo menos, não tenha crises alérgicas recorrentes. O tratamento das alergias em geral são realizados com remédios como anti-histamínicos e corticoides, prescritos por médicos, para tratamento de crises agudas, bem como prevenção de novas crises.

“Quando as crises são frequentes, existem casos que o indivíduo precisa recorrer à imunoterapia, tratamento com vacinas e medicamentos orais, que ajudam a evitar ou prolongar o espaço de tempo entre uma crise e outra. Em casos extremos, o paciente poderá precisar ainda fazer uso de adrenalina”, informa.

De acordo com a especialista, os cuidados são essenciais, principalmente no local onde o indivíduo trabalha ou mora. “É preciso ser rígido com a limpeza dos ambientes. Trocar os lençóis pelo menos uma vez na semana, usar capas anti-ácaros nos colchões e travesseiros, lavar cortinas e tapetes pelo menos a cada dois meses e, usar o aspirador de pó são alguns métodos eficazes. Realizar um controle ambiental adequado é uma das principais formas de evitar crises alérgicas”.

Uma dica importante para as mães evitarem o desenvolvimento de alergias em bebês é a amamentação. “As mães devem amamentar seus filhos exclusivamente até os seis meses de vida, pois o leite materno passa para o bebê imunoglobulinas, dentre outras proteínas e vitaminas que vão atuar fortalecendo o sistema imune da criança, podendo evitar que elas tenham algum tipo de alergia”, informa Dra. Maria Claudia.


Imunidade x alergias

As alergias não estão diretamente relacionadas à imunidade baixa, entretanto, em algumas situações, podem ser importantes comorbidades. “Uma pessoa que apresente, por exemplo, asma, se estiver debilitada com a imunidade baixa, pode apresentar infecções respiratórias que complicam ainda mais o quadro de asma”. O exemplo citado acima pode ser aplicado à rinite alérgica e sinusites infecciosas.


Atenção! A alergia pode levar à morte

Conhecida como anafilaxia, esta é uma reação alérgica, de hipersensibilidade imediata e severa, que afeta todo o corpo e que pode levar à morte do indivíduo. “A manifestação mais grave ocorre quando se provoca inchaço e obstrução das vias aéreas superiores, neste caso a pessoa precisa de tratamento de emergência”.

Medicamentos, látex, alimentos e venenos de insetos são os principais causadores de anafilaxia. Os alimentos mais comumente envolvidos em casos de anafilaxia no Brasil são crustáceos (camarão), oleaginosas (amendoim), clara de ovo e leite de vaca. Entre os insetos, pode-se destacar vespas, abelhas e formigas. “A causa mais comum de reação anafilática são os medicamentos em todas as faixas de idade, principalmente analgésicos e anti-inflamatórios”, informa.


Atente-se aos sintomas

As manifestações das alergias são diversas. No caso das rinites alérgicas ou da asma brônquica, o afetado é o sistema respiratório, enquanto nos casos mais graves, como na anafilaxia, afeta todo o organismo e pode conduzir à morte.

Abaixo, verifique quando se deve suspeitar de uma alergia:
- Se aparecerem lesões na pele, como placas vermelhas, inchaços que provoquem comichão ou ardor;

- Vermelhões ou lesões que provocam comichão ou ardor;

- Inchaço ou tumefacção da pele, especialmente se afetar lábios ou pálpebras;

- Rinites, conjuntivites ou irritação na boca ou na garganta;

- Tosse contínua ou persistente, respiração sibilante, sensação de sufoco ou insuficiência respiratória;

- Queda abrupta da pressão arterial.

“Ao sentir esses sintomas, informe alguém mais próximo e solicite atendimento médico de urgência!”, conclui Dra. Maria Claudia.



Uso contínuo de descongestionantes nasais pede atenção


 O medicamente pode causar vício e prejudicar a saúde


A congestão nasal é uma reação do organismo a processos infecciosos alérgicos, virais ou bacterianos, como a gripe, os resfriados e a sinusite, ou por problemas anatômicos, como o  desvio do septo. “Com a mucosa nasal irritada, os vasos sanguíneos se dilatam, o volume de sangue e também de secreção aumentam na região, dificultando a respiração. Com o uso do descongestionante, que contêm substâncias vasoconstritoras, os vasos se contraem, desincham e sobra mais espaço para a passagem do ar”, explica Dr. Arnaldo Tamiso, otorrinolaringologista do Hospital Paulista.

Além disso, durante as estações com clima frio e seco, os agentes alérgenos, como poeira e poluição, ficam mais tempo suspensos no ar, aumentando mais a irritação da mucosa nasal e favorecendo o entupimento do nariz.  “Mesmo assim, o descongestionante só deve ser usado em casos específicos, por exemplo, durante um resfriado, quando a pessoa não consegue dormir porque não está respirando bem. Mas o uso deve ser pontual e por, no máximo, cinco dias”, diz o especialista.


Riscos e alternativas

Uma das consequências do uso frequente deste medicamento é que o efeito tende a diminuir, e o nariz volta a ficar entupido cada vez mais rápido. Assim, a passagem do ar só acontece de forma satisfatória com o uso do produto. “Outros problemas mais graves podem surgir, tais como a rinite medicamentosa, taquicardia e hipertensão. O ideal seria existir a necessidade de prescrição médica para a venda desse remédio nas farmácias”, alerta o otorrinolaringologista.

Uma alternativa para aqueles que desejam parar com o uso contínuo de descongestionantes nasais é fazer uma avaliação com um otorrinolaringologista para identificar possíveis desvios no septo e inchaço nasal, podendo, até mesmo, realizar uma cirurgia para a correção.

Para casos pontuais, como resfriados e sinusites, é importante evitar a irritação da mucosa. “Aplicar soro fisiológico nasal com frequência, manter-se hidratado e conservar a casa limpa e arejada podem ajudar muito”, afirma Dr. Tamiso.


Sobre o Hospital Paulista de Otorrinolaringologia

Fundado em 1974, o Hospital Paulista de Otorrinolaringologia, durante sua trajetória, ampliou sua competência para outros segmentos, com destaque para Fonoaudiologia, Alergia Respiratória e Imunologia, Distúrbios do Sono, procedimentos para Cirurgia Cérvico-Facial, bem como Buco Maxilo Facial.

Em localização privilegiada (próximo ao Metrô Vila Mariana e às novas estações da linha 5-Lilás – AACD Servidor, Hospital São Paulo e Santa Cruz), possui 42 leitos, UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e 10 salas cirúrgicas, realizando em média, mensalmente, 500 cirurgias, 7.500 consultas no ambulatório e pronto-socorro e, aproximadamente, 1.500 exames especializados.

Referência em seu segmento e com alta resolutividade, apresenta índice de infecção hospitalar próximo a zero. Dispõe de profissionais de alta capacidade e professores-doutores, sendo catalisador de médicos diferenciados e oferecendo excelentes condições de suporte especializado 24 horas por dia.

Enxaqueca é a sexta doença que mais incapacita, mas tratamentos diminuem crises


 Com várias possibilidades de tratamentos e medicamentos, neurologista da NeuroAnchieta explica como tratar a doença e levar uma vida com mais qualidade


A enxaqueca é conhecida por provocar uma dor de cabeça que dura algumas horas e muitas vezes vem acompanhada de náuseas, sensibilidade à luz, ao som, tontura, fadiga e falta de apetite. A doença é a sexta mais incapacitante do mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), e atinge 15% da população mundial.

No Brasil, cerca de 31 milhões de brasileiros sofrem com enxaqueca, a maioria com idade entre 25 e 45 anos. As mulheres representam 25% das pessoas que convivem com a patologia, o dobro da prevalência entre os homens. Em relação às crianças, a ocorrência é de 3% a 10%, afetando ambos os sexos antes da puberdade e após tendo predomínio no sexo feminino.

Uma pesquisa feita pela Novartis e a European Migraine and Headache Alliance (EMHA) mostra que as pessoas com enxaqueca chegam a perder cerca de uma semana de trabalho por mês em decorrência do problema. Esse foi o maior estudo global já realizado com pacientes que enfrentam a doença e envolveu mais de 11.266 pessoas de 31 países, incluindo o Brasil.


Diagnóstico simples e rápido

A patologia, na maioria das vezes, é diagnosticada de forma rápida e simples, a partir de informações reunidas no consultório. “A enxaqueca é um tipo de dor de cabeça que ocorre em pessoas geneticamente predispostas. É desencadeada por alterações neuroquímicas em diversos componentes do Sistema Nervoso Central que levam à sensibilização de estruturas como nervos, músculos e vasos sanguíneos. O diagnóstico é clínico, ou seja, os sintomas e o exame neurológico no consultório são suficientes, não sendo necessário exame complementar para diagnosticar a enxaqueca”, explica a neurologista da NeuroAnchieta, Dra. Fernanda Ferraz.

Entre os tabus relacionados à enxaqueca, está o medo de uma doença grave cerebral, mas a especialista afirma que a patologia não costuma ter relação com algo mais sério. “Ela não é causada por tumores, aneurismas ou trombose cerebral. Exames de imagem do cérebro ou dos vasos sanguíneos cerebrais são solicitados pelo médico apenas quando há dúvida ou alguma suspeita de que a dor de cabeça não seja enxaqueca. Por isso, é importante procurar um profissional, porque sabemos, por meio de estudos, que alguns pacientes podem ter risco aumentado de AVC. Mas isso em casos específicos”, afirma a especialista.

Quando o paciente apresenta sinais de alerta normalmente são solicitados exames de imagem pra melhor avaliação do quadro. “Existem inúmeras causas de dor de cabeça na população em geral que vão desde privação do sono, estresse, cansaço, desidratação até causas mais graves e complexas. O neurologista poderá solicitar tomografia computadorizada e/ou ressonância magnética se suspeitar de alguma possível patologia. Esses exames são capazes de confirmar ou afastar uma causa de maior gravidade”, explica o responsável técnico do Anchieta Diagnósticos, Dr. Anderson Benine Belezia.


Mais de uma forma de enxaqueca

A enxaqueca é classificada quanto a frequência, sintomas associados e subtipos genéticos específicos. “Quando a dor ocorre até 14 vezes por mês é chamada de episódica. Acima de 15 vezes, com até oito episódios e características típicas por no mínimo 3 meses seguidos, é considerada crônica. Alguns pacientes têm a aura (manchas, raios, luzes, formigamento ou dormência, vertigem ou fraqueza em um dos lados do corpo), um sintoma neurológico que acontece antes ou durante a dor. É bom ter atenção a aura porque estudos dizem ser um fator de associação a maior incidência de doenças cardiovasculares. Mas isso não quer dizer que a pessoa terá um AVC, por exemplo. Basta fazer acompanhamento correto, preventivo”, enfatiza a neurologista.

Entre as possíveis alavancas de uma crise está a alimentação, frequentemente citada pelos pacientes. “A exposição a alguns embutidos, defumados, adoçantes, álcool, queijos, outros derivados de leite, chocolate pode desencadear uma crise em algumas pessoas. O que se deve fazer é evitar os gatilhos específicos que são identificados como causadores da dor. Não existe dieta específica para enxaqueca, então não adianta retirar alimentos se a pessoa não percebe o que desencadeia a enxaqueca”, acrescenta Dra. Fernanda Ferraz.


Novos medicamentos

Um novo medicamento, já utilizado em outros países, foi lançado no Brasil. O erenumabe é um anticorpo receptor para a substância CGRP (peptídeo relacionado ao gene da calcitonina) que é liberado em grande quantidade durante as crises, no cérebro e no nervo trigêmeo (estrutura responsável pela percepção dolorosa em grande parte da cabeça). “Ele é administrado via subcutânea com uma injeção mensal e não age dentro do cérebro, mas sim na meninge (membrana que envolve a superfície cerebral) e no trigêmeo. Até 40% dos pacientes com enxaqueca crônica e episódica apresentaram diminuição de 50% dos episódios de dor. Resultado positivo e com pouco efeito colateral”, conta a neurologista da NeuroAnchieta.


Automedicação e a enxaqueca

O Brasil ainda é recordista mundial de automedicação, hábito comum em 77% da população, de acordo com o Conselho Federal de Farmácias (CFF). Quase metade dos brasileiros, 47%, se automedica ao menos uma vez por mês e 25% faz isso todo dia ou uma vez na semana. A prática pode atrapalhar no controle das doenças. “Uso excessivo de analgésicos comuns por mais de 15 dias no mês e analgésicos para enxaqueca por mais de 10 vezes faz com que o sistema natural de controle de dor do cérebro não funcione adequadamente e a dor piora em intensidade e frequência. O principal problema associado a isso é a cronificação dessa dor”, explica a neurologista.

A medicação correta, prescrita por um especialista, pode diminuir as crises. E há variedade e possibilidades de tratamentos. “Existem diversos medicamentos para tratamento em longo prazo, como antiepilépticos, antidepressivos, ansiolíticos, antivertiginosos, antiarrítmicos, anti-hipertensivos e toxina botulínica. Eles foram desenvolvidos para outras doenças, mas estudos demonstraram efeito e segurança também para a enxaqueca”, acrescenta Dra. Fernanda Ferraz.

Conviver com a doença é possível, seja com medicamentos, atenção aos possíveis fatores que desencadeiam as dores ou terapias alternativas. “A atividade física é uma aliada no tratamento e prevenção. Para efeito significativo são necessários pelo menos 150 minutos de exercícios aeróbicos por semana. Outras estratégias adjuvantes são a acupuntura, biofeedback e o estimulador transcutâneo do nervo trigêmio. Procurar um especialista, fazer acompanhamento correto e seguir o protocolo recomendado são fundamentais para garantir qualidade de vida”, conclui a neurologista.




Hospital Anchieta

ADENOMIOSE PODE SER TRATADA COM DIU MEDICADO, EVITANDO ASSIM, UMA POSSÍVEL CIRURGIA


Claro que cada caso é um caso, mas se diagnosticada precocemente, os sintomas podem ser aliviados com esse tratamento


A adenomiose é uma doença ginecológica crônica benigna do útero, em que há crescimento do tecido endometrial dentro do músculo do útero e que frequentemente está associada com a endometriose. É uma doença que provoca inflamação das paredes do útero provocando sintomas como dor, sangramento e cólicas fortes, especialmente durante a menstruação, podendo também, causar infertilidade. “ É importante ressaltar que o uso do DIU medicado é apenas uma opção de tratamento controlado, porém, a cura dessa doença só ocorre com a cirurgia de retirada do útero” alerta a ginecologista Barbara Murayama. 


O TRATAMENTO COM DIU MEDICADO

O DIU medicado, também conhecido pelo seu nome genérico LNG-20, é um dispositivo de plástico, em forma de T, que contém levonorgestrel, um tipo de progesterona que ajuda a evitar o desenvolvimento do endométrio.
Dessa forma, o DIU medicado pode ser indicado para o tratamento, especialmente para aliviar os sintomas como cólicas intensas e sangramentos.

“É um tratamento que tem mostrado eficácia e chega a evitar até 70% das cirurgias. principalmente em mulheres que desejam engravidar após o tratamento. Dois a três meses após a sua inserção espera-se uma melhoria sintomática, entretanto recomendamos que se complete seis meses. Além da ação sobre o endométrio, pensa-se ainda que atue diretamente sobre os focos adenomióticos, diminuindo os receptores de estrogênios, com diminuição do seu tamanho e do volume uterino. Há uma melhora da contratilidade uterina, diminuição da perda sanguínea e ainda redução da cólica, podendo ainda bloquear a menstruação por completo em diversas mulheres” explica a médica

O DIU medicado geralmente pode ser usado pela maioria das mulheres que não desejem engravidar e também como forma de manutenção do tratamento após a cirurgia caso ela tenha sido feita de forma conservadora, preservando o útero.
É importante ressaltar que o tratamento para a adenomiose varia de acordo com os sintomas sentidos por cada paciente e devem ser orientado por um ginecologista.





BARBARA MURAYAMA - Médica Ginecologista da Gergin Ginecologia. Especialista em Histeroscopia e Videolaparoscopia. Coordenadora da Equipe de Ginecologia do Hospital 9 de Julho
 Instagram: @barbara.murayama

Cigarro faz tão mal aos olhos quanto aos pulmões



Estudo recém-lançado pela Associação dos Optometristas do Reino Unido afirma que milhares de pessoas põem em risco a visão ao ignorar os malefícios do cigarro. Apenas uma em cada cinco pessoas entrevistadas reconheceu o fumo como um fator de risco para a cegueira, enquanto quatro em cada cinco associou o vício ao câncer, principalmente de pulmão.  O alerta chama atenção para o fato de que fumantes têm duas vezes mais chances de perder a visão do que os não-fumantes e são 16 vezes mais propensos a desenvolver perda súbita de visão causada por neuropatia óptica – quando ocorre obstrução do suprimento de sangue no globo ocular. O problema também atinge fumantes passivos. Isto porque a fumaça do cigarro libera partículas bastante tóxicas de metais pesados, como chumbo e cobre.

De acordo com o oftalmologista Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo, o fumo compromete a circulação sanguínea da retina, reduz a quantidade de antioxidantes presentes no sangue, e afeta a visão em qualquer fase da vida, principalmente a partir dos 65 anos. “Até mesmo fumantes pesados que abandonaram o vício há vários anos têm mais chances de sofrer de doenças oculares do que aqueles que nunca fumaram. Portanto, quanto mais cedo parar de fumar, menores serão as chances de desenvolver catarata, glaucoma, degeneração macular relacionada à idade (DMRI) e enfrentar complicações da retinopatia diabética. Aliás, o importante é nem começar.”

O médico adverte que um fumante tem 42% mais chances de ter catarata quando atingir a terceira idade do que um não-fumante. Doença silenciosa, a catarata vai deixando a lente do cristalino opaca até que a pessoa perde totalmente sua visão e independência. Os sintomas mais comuns são: diminuição gradual e progressiva da visão; enxergar os objetos em tons amarelados, borrados ou distorcidos; dificuldade de se locomover à noite ou em local com baixa luminosidade; sentir-se ofuscado na claridade; perceber halos ao redor de objetos luminosos; e perder o interesse por atividades rotineiras (ler, escrever, costurar, fazer a barba...) por não desfrutar de clara visão do que está fazendo.

Já a degeneração macular relacionada à idade (DMRI) é 2,5 vezes mais frequente em fumantes. Neves afirma que a doença implica na destruição dos fotorreceptores e na proliferação anormal de vasos sanguíneos sob a retina. Como consequência, surgem cicatrizes que comprometem a visão central e a capacidade de distinguir cores. “A DMRI é estreitamente associada a fatores como predisposição genética e estilo de vida, sendo que fumantes ativos e passivos correm mais riscos de manifestar essa alteração cuja incidência aumenta com a idade. A perda visual costuma ser pouco perceptível. À medida que a doença evolui, aparecem sintomas como visão borrada, pontos luminosos, manchas no centro da visão (escotomas), diminuição da sensibilidade aos contrastes de luz, dificuldade de adaptação ao escuro, linhas distorcidas e tortuosas, e necessidade de iluminação mais intensa para ler”.

Renato Neves ressalta, ainda, que o fumo predispõe as pessoas a outras tantas complicações da visão. O risco de desenvolver diabetes, por exemplo, é 54% maior em fumantes pesados e 25% maior em fumantes leves do que em quem nunca fumou. No Brasil, 16 milhões de pessoas sofrem de diabetes e muitas nunca fizeram acompanhamento oftalmológico. “O problema central, para a visão, é a falta de circulação adequada causada pelo diabetes e que é ainda mais intensificado em pacientes fumantes. A retinopatia diabética está associada às mudanças que ocorrem na retina, em seus vários estágios. Inicialmente, costumam ocorrer algumas poucas hemorragias de pequeno porte. Também detectamos alguns depósitos de gordura e o engrossamento dos vasos sanguíneos. Nessa fase, muita gente nem se dá conta de que se trata de uma complicação do diabetes. Mas o problema, quando não controlado a tempo, pode levar à perda da visão. Por isso, é importante que o diabético visite um oftalmologista pelo menos uma vez por ano e se afaste definitivamente do cigarro”.






Dr. Renato Neves - médico oftalmologista, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos – www.eyecare.com.br



Fontes:

Não consegue emagrecer e falta libido? Pode ser baixa de Testosterona!


Cansaço, acúmulo de gordura e perda de libido podem estar relacionados ao Hormônio


Dedicação com horas na academia e quando você corre pra balança apenas algumas gramas perdidas? Está na hora de verificar e equilibrar suas taxas hormonais.

Nas mulheres, uma das causas do acúmulo de gordura no corpo, diminuição de libido e perda de massa muscular é a deficiência da testosterona. Nos homens, esta falta causa dificuldade de ereção, perda da libido, ondas de calor, náusea, palpitações, cansaço (fadiga), diminuição da massa óssea e perda muscular, distúrbio do sono, irritabilidade, ansiedade, dificuldade de concentração, memória ruim, perda do interesse e até depressão. E em ambos os sexos, está relacionado ao acúmulo de gordura no corpo e pode levar a obesidade.

Os níveis de testosterona diminuem com a idade! O declínio começa ao atingirmos a maturidade e prossegue à medida que envelhecemos, mas a velocidade de queda é muito variável. Calcula-se que, a partir dos 20 anos, a queda seja de 1% a 2% ao ano. Por isso, que cada vez mais jovens estejam à procura de vitalidade e bem-estar.

No Brasil, segundo o Sistema de Acompanhamento de Mercado de Medicamentos (Sammed), a partir de dados dos Relatórios de Comercialização encaminhados anualmente pelos laboratórios fabricantes e divulgados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), as vendas de medicamentos que contêm testosterona como princípio ativo (injetável ou cápsula gelatinosa) aumentaram 55% entre 2004 e 2012 só entre os registrados e em suas embalagens originais, sem contar os manipulados. A venda é controlada pela receita de controle especial em duas vias e consta na lista C5 da Portaria 344/98 de substâncias anabolizantes da Anvisa e por isso deve ser administrada apenas por médicos Endocrinologistas de confiança.

“Muitos pacientes me procuram querendo tomar Testosterona, sem se preocupar com as contraindicações, até porque virou moda. Mas a realidade é que, é uma suplementação de grande resultado, mas em doses específicas para cada paciente. Caso contrário, as contraindicações podem ser bem maiores do que os resultados almejados.” – Diz Dr. Henrique Passos, Endocrinologista e Ortomolecular. 

Como benefício, é um hormônio produzido naturalmente pelo nosso organismo, e o principal hormônio ligado ao ganho de massa muscular e a diminuição da gordura corporal.

O que mais aflige aos homens na falta de Testosterona é indisposição e perda do desejo sexual. Estudos indicam que ela é a responsável pelo aumento no desejo sexual. Porém, dos homens que perderam seu interesse sexual e a capacidade de ter ereção, reverteram esse quadro com tratamentos de reposição de testosterona.


Cuide-se! Equilibre o seu corpo!

Na maioria das vezes, para controlar as taxas hormonais com o auxílio de um cardápio através de uma alimentação saudável com baixa carga glicêmica, pobre de gordura trans e rica em zinco. “Costumo dizer aos meus pacientes, que normalmente, vivendo com equilíbrio, tudo pode. É preciso aprender a se alimentar, fazer atividades físicas regulares como a musculação e exercícios cardiovasculares, para manter seu nível de testosterona equilibrados.” - ensina o médico. Porém, com deficiência nessas taxas, há necessidade de reposição través de medicamentos indicados por profissionais especializados.




Instagram: @drhenriquepassos

Atendimento humanizado leva em conta presença dos familiares no momento da recuperação


  Procedimento resulta em menos impacto negativo emocional e proporciona melhor qualidade de sono ao longo do internamento


Considerar mais do que as doenças, mas as pessoas. Essa é uma das definições do termo atendimento humanizado em ambiente hospitalar. A técnica é utilizada no Hospital VITA, em Curitiba, e vem alcançando resultados expressivos para os pacientes. O coordenador das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) do VITA Batel, Dr. Rafael Deucher, médico intensivista, explica que todo bom atendimento de saúde deve ser humanizado e levar em conta as pessoas e não apenas as doenças. “No VITA chamamos a UTI com acompanhante de Humanizada pois sabemos da importância da presença dos familiares num momento tão difícil para o paciente”, explica.

O médico, que também é vice-presidente da Sociedade de Terapia Intensiva do Paraná (Sotipa), destaca que o atendimento humanizado tem boa influência na recuperação dos pacientes. “Influencia deixando menos impacto negativo emocional e proporcionando uma melhor qualidade de sono ao longo do internamento. Importante salientar que não é todo paciente que é candidato a ser admitido na UTI humanizada”, salienta Dr. Deucher. Ele destaca que pacientes gravemente enfermos necessitam, inicialmente, permanecer na UTI convencional.

Ainda de acordo com o médico intensivista resultados bons são obtidos em ambas UTIs conforme a necessidade do paciente. “Entretanto, naturalmente o internamento na UTI humanizada é menos agressivo emocionalmente falando”, explica. Em relação ao VITA Batel, Dr. Deucher afirma que a atuação tem foco centrado no paciente. “Não queremos apenas curar a doença e sim individualizar as demandas de cada paciente, além de querer fazer ameno o comprometimento emocional num período tão difícil na vida de quem está doente”, complementa.      

Dr. Rafael Deucher é presidente do XVIII Congresso Sul-Brasileiro de Medicina Intensiva, que será promovido pela Sotipa em parceria com a Associação de Medicina Intensiva Brasileira nos dias 22 a 24 de agosto, em Curitiba. O médico destaca que o evento reunirá profissionais de renome do Brasil e do exterior para abordar o atendimento e procedimentos da medicina intensiva.

O Congresso será na sede da Associação Médica do Paraná, localizada na Rua Cândido Xavier,  nº 575, no bairro Água Verde. As inscrições podem ser realizadas pelo site www.sotipa.com.br. Outras informações podem ser obtidas pelos telefones (41) 3343-8842 e 3243-3145 ou pelo e-mail secretaria@sotipa.com.br.

Quem também participará do Congresso é a Dra. Raquel Pusch, psicóloga clínica. Ela tratará do tema “Aspectos da Humanização na Comunicação com as famílias na UTI adulta e em pacientes pediátricos”.

“Vou trabalhar os temas de humanização relacionados à mudança de cultura, apresentação em forma de relato de experiência. Também a questão da qualidade em terapia intensiva, gestão de qualidade e moderar uma mesa que será debatida a construção do luto no familiar, ou seja, como lidar com notícias difíceis. A última conferência será sobre habilidades não técnicas na UTI pediátrica, ou seja, humanização com a visão da comunicação assertiva”, diz a profissional. 

Sobre a humanização hospitalar, ela afirma que se trata de uma questão subjetiva. “Se criarmos um ambiente acolhedor aonde o exercício da tolerância e empatia se fazem presentes, são sinais que tornam o clima mais amistoso, que favorecem o próprio ambiente que tem muita ansiedade”, relata. De acordo com a psicóloga dessa maneira que é identificada a recuperação, pela própria verbalização dos pacientes em relação a como eles se sentem. 

Segundo ela o atendimento humanizado em ambiente hospitalar pode ser identificado por meio do processo de humanização que envolve principalmente a comunicação interdisciplinar com a família, com o paciente. “É por meio da comunicação que conseguimos perceber um ambiente onde a comunicação é madura, sustentável, consistente, e em troca disso nós avaliamos a qualidade do atendimento conforme a família se comporta. É relacionado à questão afetiva e o que a família espera dos profissionais. Quando isso vem à pauta a comunicação se estabelece e é sinônimo de humanização”, salienta Dra. Raquel. 

Na visão da psicóloga clínica a humanização hospitalar é a capacidade dos profissionais de saúde levarem em consideração o bem-estar próprio e a capacidade de exercer a própria atividade profissional. “Inclui lidar com a intimidade corporal e emocional do paciente e conseguir promover o bem-estar desse paciente bem como o acolhimento dos seus familiares”.

Dra. Raquel esclarece que a identificação do hospital quanto ao projeto focado na humanização pode ser feita pelo sofrimento da equipe. “Pode ser vista por meio dos colaboradores, que já não tem mais a capacidade de dar de si mesmo na atividade diária. Por meio da má qualidade do atendimento ao usuário”, diz a psicóloga. Ela afirma que os profissionais envolvidos na humanização são todos, sem exceção. “Desde o CEO da instituição até a zeladoria, precisam ter um comportamento baseado na cordialidade, numa capacidade empática nas tratativas com o outro”.

A psicóloga destaca que a finalidade da humanização é lidar com a fragilidade humana trazendo consolo, esperança e afeto nos momentos de muita vulnerabilidade do usuário, do paciente em si e do próprio familiar. “Os resultados da humanização são analisados a partir dos níveis de satisfação dos pacientes. Por exemplo: quando os pacientes são internados na UTI nós fazemos a avaliação pós-alta para ver a qualidade do sono durante o período que passou na UTI, para investigar a qualidade da comunicação, se teve dor, se foi atendido naquilo que julgava necessário. Nós identificamos os níveis de qualidade apesar das adversidades. Esses são os nossos indicadores de qualidade dos serviços prestados ao paciente, ou seja, avaliamos aquilo que foi subjetivo ao paciente, verificando que a competência técnica foi realizada e o paciente conseguiu ter a sua melhora”, esclarece.





Dra. Raquel Pusch conclui enfatizando a maneira como é realizada a humanização: “por meio da forma como abordamos o paciente, por exemplo, quando o paciente precisa sofrer coletas de exames invasivas, procedimentos. As tratativas, a delicadeza, a tolerância por esse momento, por essa fragilidade, mostram a forma como é realizada a humanização”, finaliza.



Hospital VITA 

Fibrose Cística: antes uma sentença de morte, hoje uma doença com bons tratamentos


É uma doença rara na qual o paciente precisa ter os dois genes da fibrose cística com mutações. Entretanto, no mundo, 5% população são portadores de pelo menos um gene alterado, sendo portadores assintomáticos. Índice de mortalidade no Brasil ainda é elevado. Prognóstico é de 75% de sobrevida até o final da adolescência e de 50% até a terceira década de vida 

A Fibrose Cística (FC), também conhecida como a Doença do Beijo Salgado, é distúrbio genético herdado dos pais. Contudo, os pais podem ser assintomáticos porque para apresentar os sintomas da doença, o indivíduo precisa ter os dois genes da fibrose cística com mutações patogênicas., Tem como origem uma proteína defeituosa, que causa problemas em múltiplos sistemas, como o digestivo, respiratório e as glândulas sudoríparas, resultando em uma variedade de sintomas 

As principais complicações ocorrem na função respiratória. Em regra, a produção inadequada da proteína responsável por regular o muco, deixa-o espesso e favorece o acúmulo excessivo. Ocorre assim o deposito irregular de secreção nos brônquios, condição favorável para o alojamento das bactérias inaladas e à inflamação crônica.   

O Departamento de Pneumologia e Tisiologia da Associação Paulista de Medicina (APM) registra que o portador pode ter quadro de diarreia crônica, tosse, expectoração excessiva de muco, chiados no peito, sinusites e pneumonias de repetição e suor mais salgado que o normal. O mau funcionamento do pâncreas causa perda de gordura nas fezes e desnutrição.   

A falta de diagnóstico precoce é o inimigo a combater. Isso porque ainda é comum o óbito de pacientes de FC sem receber tratamento adequado. Quanto antes a detecção, mais rápido o início de tratamento e melhor o prognóstico do paciente.  

De acordo com o Dr. Rodrigo Athanazio, médico assistente do InCor (Hospital das Clínicas da USP), existem duas formas de investigação: o exame genético e o do suor. Hoje em dia, o Teste do Pezinho, realizado nos primeiros dias de vida de uma criança, é uma importante ferramenta de rastreio para diversas doenças, incluindo a Fibrose Cística. Entretanto, o teste do pezinho positivo para fibrose cística precisa ser confirmado posteriormente através do teste do suor ou genético.  

“Atualmente, há grande possibilidade de confirmar novos casos logo já no nascimento pelo rastreio da triagem neonatal”, explica Dr. Rodrigo Athanazio, ressaltando a importância da realização do Teste do Pezinho.   

O tratamento é complexo e amplo, já que a FC pode acometer vários órgãos. Porém, segundo o Dr. Rodrigo Athanazo, há medicamentos que permitem ao paciente ter menos sintomas e melhor qualidade de vida.   

“Faz anos a Medicina vive uma nova era no tratamento da Fibrose Cística com o descobrimento de fármacos via oral que têm como alvo direto a proteína defeituosa. Com essas drogas as pessoas diagnosticadas passam a ter expectativa de vida acima dos 40 anos”.  


A literatura médica aponta dificuldade de engravidar para as mulheres com FC, pois o muco cervical espesso é barreira aos espermatozoides. No sexo masculino, a despeito de não haver perdas no desempenho e potência sexual, o índice de portadores estéreis é de 98%. 

O Ministério da Saúde (MS) divulga em seu portal que o Sistema Único de Saúde, SUS, oferece tratamento integral e gratuito aos pacientes com FC. “São disponibilizados acompanhamento médico regular, terapias inalatórias, suporte dietético, utilização de enzimas pancreáticas, suplementação vitamínica (vitaminas A, D, E, K) e fisioterapia respiratória”.  

O objetivo do tratamento medicamentoso, ainda conforme o MS, “é propiciar a estabilização do comprometimento cognitivo, do comportamento e da realização das atividades da vida diária (ou modificar as manifestações da doença), com um mínimo de efeitos adversos”. 

Posts mais acessados