Com
experiência de mais de 15 anos no mercado financeiro e eleito este ano um dos três
melhores economistas do Brasil pela revista Investidor Institucional,
Eduardo Moreira acaba de lançar O que os donos do poder não querem que você
saiba (Editora Alaúde). A obra descreve como funciona o complexo sistema
financeiro, econômico e político do capitalismo, para que o leitor possa tomar
as rédeas do seu dinheiro e da própria vida. A lista abaixo apresenta 5 mitos e
verdades sobre o sistema financeiro para que o leitor atue sobre as estruturas
do poder de modo ativo.
Lista
com mitos e verdades sobre o sistema financeiro
Verdade
- Na quase totalidade dos casos, a pessoa que o atende no banco ou corretora
tem sua remuneração vinculada ao lucro que gerou ao lhe vender o produto. Isso
mesmo: os dois sistemas mais comuns de remuneração vigentes nos bancos e
corretoras são o de metas e o de comissões. Quanto mais rentável para o banco
for o produto, mais o gerente ganha no final do mês por vendê-lo. Isso faz com
que os gerentes vendam sempre os produtos que os fazem bater a meta estipulada
pelo banco, ou aqueles que geram um maior lucro para o banco (e não para você!)
e, portanto, rendem maiores comissões.
Mito 2 –
Você deve investir em títulos de capitalização
Verdade
– Títulos de capitalização são simplesmente sorteios, como as loterias, só que
com prêmios ridiculamente menores. Títulos de capitalização deveriam ser
proibidos por lei de serem vendidos como o são, apresentados como uma forma de
investimento. Se, em vez de comprar títulos de capitalização, você investir o
dinheiro em títulos do governo e fizer suas apostas toda semana diretamente na
loteria federal, por exemplo, seu dinheiro renderá mais, e, caso você ganhe o
sorteio, o prêmio será muito melhor do que as migalhas que o banco vai te dar.
Não gaste sua sorte por tão pouco.
Mito 3 – Eu
perderei meu dinheiro se o banco fechar
Verdade
– Quando você coloca seu dinheiro em um banco, imagina que o risco de perder o
dinheiro é igual ao risco de o banco quebrar, mas na maioria das vezes, esse
raciocínio é absolutamente equivocado. Bancos são apenas grandes cofres. Se o
dinheiro está parado na sua conta corrente sem estar aplicado em lugar algum,
esse raciocínio é verdadeiro; ou seja, se o banco quebrar, você perde seu
dinheiro, e, portanto, deveria sempre buscar o banco de maior solidez (que não
necessariamente é aquele que faz mais propaganda). No entanto, na maior parte
do tempo, seu dinheiro não está parado na conta corrente, mas aplicado em algum
investimento. E em boa parte desses casos, pouca diferença faz o banco em que
você está: importa mesmo o investimento em si!
Mito 4 – Os
bancos têm diversos tipos de investimento
Verdade
– Só existem dois tipos de investimentos! Na verdade, todas as opções que você
acha que tem à disposição resumem-se somente as ações ou dívidas. Claro, elas
recebem dos bancos diversas embalagens diferentes para parecer que você tem
dezenas de alternativas e numa delas deve residir o cálice sagrado para lhe
deixar rico da noite para o dia. A rigor, ou você está comprando um título de
dívida, ou está comprando uma participação societária em uma empresa, as
ações.
Mito 5 – A
rentabilidade do seu dinheiro equivale ao que você investiu
Verdade
– A rentabilidade do seu dinheiro não é a que você pensa que é. Costumamos
analisar a rentabilidade de nosso dinheiro nos bancos ao comparar quanto temos
aplicado nos fundos de investimento em relação ao quanto investimos
inicialmente. E é assim que os bancos querem que vejamos. Só que a verdade é
que deveríamos ver o quanto colocamos de dinheiro inicialmente na conta
corrente do banco e o quanto temos hoje no total, e não somente nos
investimentos. Parece a mesma coisa, mas não é. Bancos cobram inúmeras tarifas
de seus clientes e quase todas fora dos fundos. E curiosamente, as pessoas não
descontam esses gastos daquilo que ganharam nos investimentos. Deveriam! Quando
o fizerem, vão perceber que provavelmente estariam bem servidos guardando
dinheiro no colchão do que deixando nos bancos.