Afogamentos, insolação, desidratação e acidentes aumentam nas férias; especialista explica quais cuidados fazem diferença na saúde e na segurança das crianças
Calor,
férias, piscina, praia e muita diversão. O verão é, sem dúvida, a estação
preferida das crianças em todo o país. Mas, junto com a alegria, esse período
também concentra alguns dos principais riscos à saúde e à segurança infantil,
muitos deles evitáveis com medidas simples no dia a dia.
Dr.
Paulo Telles Pediatra da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), explica que
as férias mudam completamente a rotina das crianças, que passam mais tempo ao
ar livre, expostas ao sol, à água e a situações que exigem atenção constante
dos adultos. “É uma época em que as crianças estão mais livres, mais ativas e
mais expostas. Por isso, a vigilância precisa ser ainda maior, especialmente em
ambientes como piscinas, praias, parquinhos e viagens”, alerta.
Afogamento
segue como um dos maiores perigos
Entre
os riscos mais graves do verão está o afogamento, que continua sendo uma das
principais causas de morte acidental na infância. “Criança na piscina ou no mar
precisa de supervisão o tempo todo. Boias e coletes ajudam, mas não substituem
um adulto atento. O celular e o consumo de bebida alcoólica são grandes vilões
nesse momento”, reforça o pediatra.
Em embarcações, o
uso de colete salva-vidas é indispensável, independentemente da idade da
criança ou da distância percorrida.
Sol em
excesso exige cuidado redobrado
Outro
ponto de atenção é a exposição solar prolongada. Insolação e queimaduras
solares são comuns nessa época do ano e podem trazer consequências imediatas e
futuras. “O uso de protetor solar com FPS 50 ou mais é obrigatório, com
reaplicação a cada três horas, após entrar na água ou suar muito. Sempre que
possível, deve-se evitar o sol entre 10h e 16h”, orienta Dr. Paulo. Chapéus,
camisetas com proteção UV e roupas claras ajudam a reduzir os danos.
Desidratação
e alimentação merecem atenção
Com
o calor intenso e a agitação das brincadeiras, as crianças nem sempre percebem
a sede. “Cabe aos pais oferecer água de forma ativa ao longo do dia. Esperar a
criança pedir nem sempre funciona”, destaca o médico.
A
alimentação também exige cuidado, principalmente em praias, clubes e parques.
Alimentos leves, frutas, legumes e preparações grelhadas são mais seguros.
“Frituras e comidas prontas aumentam o risco de viroses intestinais e
intoxicações alimentares, muito comuns no verão”, explica.
Insetos, micoses
e acidentes aumentam nas férias
Picadas
de insetos também se tornam mais frequentes, especialmente em regiões onde há
doenças transmitidas por mosquitos. O pediatra recomenda o uso correto de
repelentes, sempre respeitando a idade da criança e aplicando o produto sobre o
protetor solar, quando ambos forem usados.
O
calor e a umidade favorecem ainda as infecções fúngicas de pele. “Roupas leves,
calçados ventilados e a troca frequente de roupas molhadas ajudam a prevenir
micoses”, orienta.
Além
disso, acidentes em parquinhos, quedas de bicicleta, patins, skate e patinete
aumentam durante as férias. O uso de capacete, joelheiras e cotoveleiras é
indispensável.
Sono,
descanso e segurança no trânsito também contam
Mesmo
fora da rotina escolar, o descanso não deve ser negligenciado. “Dormir bem
ajuda a manter a criança mais disposta e reduz o risco de acidentes”, afirma
Dr. Paulo.
Em
viagens, a atenção deve incluir a revisão do carro, o uso correto de
cadeirinhas e assentos adequados para cada faixa etária e o descanso do
motorista antes de pegar a estrada.
Para
o pediatra, pequenas atitudes fazem grande diferença. “Trocar o tênis por um
calçado mais ventilado, insistir na hidratação, passar protetor solar e
repelente e manter a supervisão constante são medidas simples que protegem a
criança e garantem férias mais tranquilas para toda a família”, conclui.
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