Professora do CEUB
explica como o medo e o estresse podem levar animais a fugas, acidentes e até paradas
cardíacas
O barulho dos fogos de artifício, comum nas celebrações de fim de ano e eventos, pode representar um risco à saúde de cães e gatos. A exposição ao som intenso desencadeia medo e estresse, elevando os níveis de cortisol e adrenalina, que provocam aceleração cardíaca, tremores, salivação excessiva e até tentativas de fuga. Fabiana Volkweis, professora de Medicina Veterinária do Centro Universitário de Brasília (CEUB) alerta que o risco de acidentes e fatalidades é grande, sobretudo em animais com saúde mais frágil.
De acordo com a especialista, os atendimentos relacionados a acidentes com pets durante o período festivo são recorrentes e que em animais vulneráveis, o risco de fatalidades aumenta. “Todo final de ano surgem relatos de animais que fogem por medo, são atropelados, se machucam ao tentar atravessar grades ou, no caso dos idosos e cardiopatas, apresentam até parada cardiorrespiratória”, alerta.
A sensibilidade auditiva dos pets é um dos
principais fatores para essas reações exageradas. “Enquanto um adulto ouve até
cerca de 23 mil Hz, um cão pode perceber sons de até 45 mil Hz”, explica
Fabiana. “Por isso, é fundamental que tutores reconheçam rapidamente sinais de
ansiedade e sofrimento.” Entre os comportamentos que indicam sobrecarga
emocional estão: busca desesperada por esconderijos, agitação intensa,
tremores, taquicardia, salivação excessiva e, em situações extremas,
convulsões.
Como proteger seu pet durante os
fogos de artifício
Quando não é possível retirar o animal do local, algumas medidas ajudam a reduzir o estresse gerado pelos ruídos:
1. Prepare um ambiente seguro: crie um espaço
interno, fechado e confortável, onde o som fique mais abafado. Deixe caminha,
cobertor e brinquedos à disposição.
2. Use som ambiente: músicas suaves ou white noise
ajudam a mascarar o barulho externo e proporcionam sensação de acolhimento.
3. Nunca prenda o pet com coleiras ou correntes: a
tentativa de fuga pode causar enforcamento ou ferimentos graves.
4. Reforce a segurança da casa: mantenha portas e
portões fechados e certifique-se de que o pet esteja identificado com plaquinha
atualizada. O microchip também facilita o reencontro em caso de fuga.
5. Evite deixá-lo sozinho: a presença do tutor é um dos principais fatores de tranquilização para cães e gatos.
A docente do CEUB destaca que soluções complementares podem ajudar em casos leves, como feromônios, calmantes naturais ou roupas compressivas. “Esses recursos têm respostas individuais, mas podem ser úteis. Já a medicação deve ser sempre indicada e acompanhada por um médico veterinário devido ao risco de efeitos colaterais”, enfatiza.
Para animais com condições pré-existentes, como
cardiopatias, epilepsia ou ansiedade severa, o cuidado deve ser redobrado. “É
essencial manter as medicações em dia, evitar ambientes barulhentos e, quando
possível, utilizar abafadores auriculares próprios para cães, mantendo-os em
locais tranquilos e sempre acompanhados”, completa Fabiana Volkweis.
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