Medida amplia proteção à vida nas estradas e fortalece um mecanismo que possui trajetória de impacto positivo na sociedade
O Congresso Nacional
derrubou, na tarde de ontem (04), veto parcial da Presidência da República ao
Projeto de Lei 3.925/201, restaurando a obrigatoriedade do exame toxicológico
para candidatos à primeira Carteira Nacional de Habilitação (CNH) nas
categorias A e B. A decisão consolida uma política pública que, desde 2016,
quando o exame se tornou obrigatório no processo de obtenção da habilitação nas
categorias C, D e E, demonstra resultados expressivos na redução de acidentes,
na identificação do uso frequente de substâncias psicoativas e na promoção da
saúde no trânsito.
A experiência acumulada ao longo dos últimos anos comprova o impacto positivo
da medida. Apenas no primeiro ano de aplicação plena, o exame toxicológico
evitou uma perda estimada de R$ 74 bilhões ao PIB, valor associado a
afastamentos e sinistralidades envolvendo motoristas sob efeito de drogas.
Entre 2016 e 2019, mais de 28 mil condutores que haviam testado positivo
retornaram às atividades após tratamento e reabilitação, reforçando o caráter
educativo e restaurador do exame.
A ampliação da testagem também dialoga com um contexto alarmante entre jovens,
pois os acidentes de trânsito seguem como uma das três principais causas de
morte na faixa de 14 a 29 anos. Estudos internacionais, como o World Drug Report
(UNODC), também apontam crescimento relevante no consumo de drogas sintéticas
entre jovens – justamente o público que ingressa no trânsito ao buscar a
primeira habilitação.
“O exame toxicológico é uma ferramenta comprovadamente eficaz para salvar vidas”,
afirma Marcio Liberbaum, Presidente do Instituto de Tecnologias para o Trânsito
Seguro (ITTS). “Ao identificar usuários frequentes de substâncias psicoativas,
o exame protege não apenas o próprio condutor, mas toda a sociedade. Sua
aplicação na primeira habilitação é um passo natural para reforçar a cultura de
responsabilidade e prevenção no trânsito brasileiro”, completa.
A medida acompanha ainda a percepção da população: pesquisa Ipec de fevereiro
de 2025 aponta que 83% dos brasileiros são favoráveis à obrigatoriedade do
exame toxicológico para quem busca a primeira CNH.
Com resultados sólidos e apoio social amplo, a extensão do exame para novos condutores fortalece a política de prevenção de acidentes, reduz a pressão sobre o sistema público de saúde e contribui para um trânsito mais seguro e humano. A ampliação do exame para candidatos à CNH A e B é um avanço essencial para um país que ainda é o terceiro do mundo em número de mortes no trânsito, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), e que busca construir uma cultura permanente de segurança viária.
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