Com editais
inéditos e maior interesse do setor privado, ano deve marcar uma das temporadas
mais fortes da história da folia
O Carnaval de rua volta ao centro da
pauta econômica do país. Com dois novos editais de fomento
lançados pelas prefeituras de São Paulo e Belo Horizonte, além de ações
inéditas da iniciativa privada, o setor vive um movimento que
sinaliza uma temporada de ainda mais crescimento.
Segundo Fabio Frazão, fundador do Blocos
de Rua.com, plataforma de conteúdo especializada em
Carnaval que reúne mais de 6 milhões de usuários e cobre o Carnaval de 10
cidades — São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Olinda, Florianópolis,
Fortaleza, Belo Horizonte, Brasília e Porto Alegre — o movimento é inédito:
“Pela primeira vez em muitos anos, vemos governo e
empresas se movimentando juntos para fortalecer o Carnaval com uma boa
antecedência. Isso mostra que o Carnaval tem se tornado cada vez mais uma data
importante para movimentar o comércio, vendas de produtos e amplificar conexões
com marcas.”
Poucas pessoas sabem, mas o Carnaval é a terceira
data que mais movimenta dinheiro no Brasil, atrás apenas do Natal e do Dia das
Mães, e ultrapassa a marca de R$30 bilhões em impacto econômico. Em 2025, a
folia reuniu mais de 53 milhões de pessoas nas ruas e cresceu 35% em relação a
2020, última celebração carnavalesca antes da pandemia.
Turismo, hospedagem, alimentação, bebidas,
comércio, serviços e toda a cadeia criativa são diretamente impulsionados pelo
período, que se consolida como uma das principais engrenagens da economia
brasileira.
Editais públicos abrem espaço para pequenos blocos
Os editais de São Paulo e Belo Horizonte ampliam o investimento direto
em blocos de rua, sobretudo os pequenos, um dos segmentos que mais enfrentam
dificuldades nos últimos anos.
“Assim como todo mercado, o carnaval se modernizou,
se tornou mais exigente e os custos para botar um bloco na rua aumentaram para
todos. Muitos blocos pequenos não acompanharam as mudanças para gerar visibilidade
e interesse de potenciais marcas patrocinadoras. Agora, com os editais, o poder
público sinaliza que está atento a essa necessidade e criando instrumentos de
fomento”, explica Frazão.
A chegada antecipada desses programas abre espaço
especialmente para blocos menores, que historicamente enfrentam dificuldades
para viabilizar estrutura. Colocar um bloco na rua pode custar entre R$ 10 mil
e R$ 30 mil, e muitos grupos deixam de desfilar justamente por falta de apoio
suficiente. “Para os blocos pequenos, isso pode significar a diferença entre
sair e não sair”, avalia.
Iniciativa privada antecipa ações e disputa
território
Além das prefeituras, empresas dos setores de
bebidas, tecnologia, eventos e serviços — como Ambev, iFood e Sympla — já
iniciaram seus planejamentos para o Carnaval de 2026.
A Sympla anunciou um edital próprio voltado para
blocos de rua em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e
Recife, reforçando o objetivo de fortalecer a cultura popular e garantir a
viabilidade da operação dos organizadores.
Já a Ambev está no centro de um dos principais
movimentos do mercado para 2026 com o lançamento do “Brinde à Rua”, edital que
vai apoiar blocos do Rio de Janeiro e de São Paulo.
A iniciativa — assinada por Brahma no Rio e Skol em
São Paulo — contemplará 250 blocos com até 20 mil foliões, com repasse direto,
antecipado e sem custo para os grupos. No total, serão R$ 4 milhões destinados
ao fortalecimento da estrutura dos blocos, integrando um esforço maior da
companhia: só em 2025, a Ambev anunciou R$ 67 milhões em projetos culturais.
“Quando vemos tantas iniciativas públicas e
privadas caminhando na mesma direção, com tanto empenho, temos a certeza de que
2026 será o maior Carnaval da história”, finaliza Frazão.
Imprensa - 11 97465.1990
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