Entenda por que só 'fechar a boca' não funciona e
aprenda com um nutricionista funcional a estratégia para um emagrecimento
definitivo e saudável
Virou febre. Nas
rodas de amigos, no escritório, na academia. As canetas emagrecedoras chegaram
com a promessa de um emagrecimento quase mágico. E, sejamos honestos, elas
entregam. A fome some, os quilos caem e o jeans antigo volta a servir. A
eficácia é tanta que até a OMS (Organização Mundial da Saúde) já emitiu
diretrizes sobre o tema.
Mas aqui vai o
choque de realidade que ninguém conta: o remédio é uma ferramenta temporária.
Se você não usar esse período para reprogramar seu corpo e sua mente, o reganho
de peso não é uma possibilidade, é uma certeza. O alerta do nutricionista
funcional e responsável técnico da Growth Supplements, Diogo Cirico, é direto:
sem uma mudança de comportamento alimentar, você está apenas alugando um corpo
mais magro.
A obesidade é uma
condição crônica. O remédio alivia o sintoma (o apetite voraz), mas não cura a
causa. O verdadeiro jogo é jogado no prato e o objetivo não é apenas perder
peso, é perder gordura e blindar sua saúde. “Pense bem: o que acontece
quando você simplesmente para de comer? O remédio age direto no seu cérebro,
desligando o interruptor da fome e, por vezes, até causando náuseas. O
resultado? Uma queda brutal nas calorias. Parece ótimo, certo? Errado. Quando o
déficit calórico é extremo, o corpo entra em modo de emergência. Ele não queima
apenas a gordura estocada; ele começa a devorar a própria massa muscular para
obter energia. Esse processo se chama catabolismo. É o erro fatal que faz muita
gente terminar o tratamento mais flácida, fraca e com o metabolismo mais lento
do que antes”, detalha.
Crie uma rotina
Não espere a fome (que não virá) para se alimentar. Programe ao menos três
refeições ao dia, mesmo que pequenas. Esqueça a ideia de "pular o
jantar", seu corpo precisa de nutrientes. “Monte seu prato com
inteligência. Consuma frutas, legumes, verduras e proteína”,
orienta Cirico.
Mas, se você estiver enjoado e só puder focar em uma coisa na sua dieta
enquanto usa a caneta, foque na proteína. “Uma dieta baixa em calorias e
pobre em proteínas é a fórmula do desastre muscular. É ela que fornece os
aminoácidos, os "tijolos" que constroem e reparam seus músculos,
impedindo que seu corpo os use como combustível”, explica o
nutricionista. A recomendação é incluir uma fonte de proteína magra em todas as
refeições. Peito de frango, peixes, ovos, cortes magros de carne (patinho, filé
mignon suíno) são seus maiores aliados. Quando comer carne for difícil,
suplementos como whey protein podem ser de grande ajuda para atingir sua meta. “Há ainda
vegetais ricos em proteína, como feijão, lentilha, grão-de-bico e sementes”,
completa.
Use a 'mágica' do remédio para criar o hábito
A real é que o remédio te dá uma vantagem única: ele silencia o desejo por
besteiras e a fome emocional. “Essa pode ser uma janela de oportunidade perfeita
para reeducar seu paladar. Usar essa fase apenas para comer menos é como ganhar
na loteria e gastar tudo em um dia. Quando o efeito do medicamento passa, o
comportamento antigo volta com tudo, e o efeito sanfona é quase certo”.
O nutricionista
orienta aproveitar a falta de fissura por doces e frituras para introduzir
novos sabores. Descubra o prazer de uma salada crocante, de uma fruta
suculenta, de um prato colorido. “O remédio não é a dieta, ele é a ferramenta que te
ajuda a construir a dieta que você vai amar seguir para sempre”,
pontua.
Para garantir que
seus músculos fiquem onde estão, a proteína precisa de uma parceira: a
musculação. O treino de força sinaliza para o corpo que os músculos são
importantes e, por isso, não podem ser queimados para garantir energia. “Aqui
entra outra estratégia. Para treinar bem, você precisa de energia. Escolha os
carboidratos de qualidade, especialmente antes de treinar. Batata-doce,
mandioca, arroz integral, aveia são o combustível que vai te dar força para
levantar peso”.
No fim das contas,
as canetas podem abrir a porta, mas é você quem precisa atravessá-la. O sucesso
a longo prazo não está na seringa, mas sim no seu prato e nos novos hábitos. “Use a
ciência a seu favor para construir uma versão mais forte e saudável de si
mesmo, uma que perdure muito depois da última aplicação. No final, é tudo sobre
mudança de hábitos”, conclui Cirico.
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