Mais do que criar falsas expectativas, é fundamental reforçar uma verdade que, apesar de antiga, segue absolutamente atual: prevenir ainda é o melhor tratamento
Recentemente, uma notícia vinda do Japão chamou a atenção de
profissionais da odontologia, da imprensa e do público em geral: cientistas
anunciaram a possibilidade de estimular o crescimento de uma “terceira
dentição” em seres humanos. A ideia, à primeira vista, parece revolucionária e
realmente pode abrir caminhos incríveis no futuro. No entanto, é preciso
cautela e, acima de tudo, informação responsável.
Hoje, sabemos que o ser humano desenvolve duas dentições naturais
ao longo da vida: a decídua, ou dentes de leite, que começa a surgir ainda na
infância, e a permanente, que nos acompanha na fase adulta. A promessa da
“terceira dentição” viria como uma espécie de “reposição biológica” para quem
perdeu dentes, algo especialmente relevante para populações envelhecidas, que sofrem
com edentulismo e problemas mastigatórios.
Mas, apesar do entusiasmo, a ciência ainda está longe de tornar
isso uma realidade clínica. Os experimentos conduzidos até agora foram feitos
em modelos animais, como camundongos, porcos e cães. Embora promissores, ainda
não conseguimos determinar, com precisão, aspectos básicos como a anatomia do
novo dente, o tipo de dente que será formado (um incisivo, um molar?), o tempo
de erupção ou se ele terá funcionalidade compatível com os dentes naturais.
Mais do que criar falsas expectativas, é fundamental reforçar uma
verdade que, apesar de antiga, segue absolutamente atual: prevenir ainda é o
melhor tratamento.
A melhor forma de manter os dentes ao longo da vida continua sendo
a escovação correta, o uso de creme dental com flúor e visitas regulares ao
dentista. Há, inclusive, um debate recorrente sobre o uso do flúor, com
alegações de toxicidade. Mas é importante esclarecer que qualquer substância,
inclusive medicamentos, pode ser tóxica quando usada em excesso. No caso do
flúor, quando aplicado de forma adequada, ele é um dos principais aliados da
saúde bucal.
E quanto aos que já perderam dentes? Hoje contamos com recursos
altamente avançados, como os implantes osteointegrados, tecnologia que,
inclusive, tem sido constantemente aperfeiçoada por empresas do setor de
biotecnologia brasileiro, como a Plenum. Esses implantes são eficazes e
seguros, embora envolvam cirurgia e um processo de reabilitação. Mesmo assim,
preservar os dentes naturais deve ser sempre a prioridade.
A promessa de uma terceira dentição pode ser o futuro da odontologia regenerativa, mas o presente ainda exige disciplina, cuidado e informação clara para toda a população. Até que a ciência avance o suficiente para colocar um novo dente onde antes havia apenas gengiva, a melhor aposta continua sendo manter os dentes que já temos, e cuidar deles devidamente.
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