Equilibrar a rotina das crianças entre diversão offline e online, além de estimular uso consciente da tecnologia, é fundamental para o desenvolvimento
O uso de internet já faz parte do cotidiano dos jovens: em 2023, 95% das pessoas de 9 a 17 anos eram usuários de internet no Brasil, quase a totalidade de pessoas na faixa etária investigada, segundo a pesquisa TIC Kids Online Brasil. Um uso em excesso pode ser prejudicial na saúde mental e física, no entanto, moldar esse uso para práticas mais saudáveis é uma boa alternativa para evitar consequências maiores. Assim, estabelecer limites e criar uma rotina produtiva para eles, de forma que exista um equilíbrio entre diversão “no mundo real” e o uso de tecnologia é mais do que necessário.
“As preocupações
das famílias vão mudando com o tempo. Hoje, precisamos pensar nessa balança. É
importante que eles não fiquem alheios à tecnologia, que sem dúvidas já faz
parte de suas vidas, mas também que não se excedam no uso. Estabelecer horários
fixos para cada atividade é o primeiro passo, pois ajuda eles a entenderem a
importância dos limites”, explica Henrique Nóbrega, diretor fundador da Ctrl+Play, rede de ensino de tecnologia e inovação.
De acordo com o
especialista, durante os dias letivos, os familiares podem, por exemplo,
estabelecer um horário para usar a internet e jogar videogame assim que os
filhos chegam da escola, pois dessa forma podem extravasar e se divertir após
um dia mais intenso de aprendizados.
Após um período
usando tecnologia, é a hora de se dedicar para estudar e finalizar as tarefas
escolares. Em seguida, o uso da tecnologia é restrito e podem ser incentivadas
brincadeiras em família, com amigos, brinquedos, jogos de tabuleiro e outros.
Um ponto importante é limitar o uso de internet ao período da tarde, reservando
a noite para desacelerar com brincadeiras mais leves, leituras e integração com
os familiares.
O mesmo serve para
quando a família estiver fora de casa e precisar encontrar meios de entreter as
crianças. O equilíbrio entre tecnologia e brincadeiras ainda é a peça-chave,
mas já existem brinquedos interativos que também estimulam a coordenação motora
e o raciocínio, como livros de colorir, livros de encaixe, lousas mágicas,
canetinhas laváveis, blocos magnético e outros.
“Uma opção também
é encontrar brincadeiras, tanto digitais quanto analógicas, que funcionam com
um objetivo, pois assim trazem a sensação de propósito e consciência sobre cada
ação. A ideia é incentivar as crianças a terem atitudes mais ativas e menos
passivas”, comenta Henrique.
Tecnologia
não é inimiga
Inclusive, é
possível combinar ambas modalidades de forma educacional. A tecnologia não precisa
ser tratada como uma vilã, e sim, ser utilizada como uma aliada, uma ponte para
contribuir no desenvolvimento infantil. Uma das alternativas para chegar a esse
cenário tem sido o aprendizado sobre programação e robótica. Com elas, as
crianças conseguem desenvolver a criatividade, raciocínio lógico, a
comunicação, autoconfiança, senso crítico sobre o uso consciente de tecnologia,
além de poderem criar seus próprios games, aplicativos e robôs.
“O objetivo ao
ensinar programação e robótica é que os pequenos deixem de ser apenas
consumidores e se tornem criadores de tecnologia. Desse modo, elas podem
enxergar o potencial da tecnologia como algo benéfico e produtivo, assim como
as famílias, que vão encontrar meios de desenvolver suas crianças e equilibrar
o brinquedo e o teclado de uma só vez”, finaliza o diretor da Ctrl+Play.
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