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quinta-feira, 20 de março de 2025

Destinos da Europa e Ásia Ampliam Cobrança de Taxa do Turista para Conter Excesso de Viajantes

Especialista em viagens corporativas analisa impactos da medida e como empresas podem se preparar para novas cobranças

 

A cada ano, destinos turísticos ao redor do mundo enfrentam um aumento significativo no número de visitantes, o que gera impactos sociais, econômicos e ambientais. Em resposta ao fenômeno do overtourism (turismo excessivo), diversas cidades e países da Europa e Ásia vêm adotando a cobrança de taxas específicas para turistas, como forma de controlar o fluxo de visitantes e financiar a infraestrutura local.

O modelo já está em vigor em destinos como Veneza, Barcelona, Berlim, Amsterdã, Butão e Japão, e as tarifas variam de alguns euros por dia até cifras mais elevadas, como no caso do Butão, onde turistas devem pagar US$ 200 por dia para visitar o país.

Segundo especialistas, embora a intenção seja tornar o turismo mais sustentável e minimizar impactos, as taxas ainda não se mostraram um fator determinante para a redução do volume de visitantes. Em Barcelona, por exemplo, mesmo com a taxa de hospedagem chegando a 7,50 euros por dia, o turismo segue em alta, e a cidade arrecada cerca de 100 milhões de euros por ano apenas com essa cobrança.

"A tendência global de taxação do turismo é um reflexo da necessidade dos destinos de equilibrar o desenvolvimento econômico com a preservação de sua infraestrutura e qualidade de vida para os moradores. Empresas que enviam colaboradores para viagens internacionais precisam estar atentas a esses custos extras, pois eles impactam diretamente o orçamento corporativo", explica Wilson Silva, diretor de marketing e tecnologia da R3 Viagens.


Como a Taxa do Turista Afeta Empresas e Viajantes Corporativos

Para turistas convencionais, as taxas podem representar um pequeno acréscimo no custo da viagem, mas para empresas que realizam viagens internacionais frequentes, esse impacto pode ser mais significativo. No caso de viagens corporativas, onde equipes participam de feiras, eventos ou reuniões em destinos estratégicos, esses custos adicionais devem ser considerados no planejamento orçamentário.

"As empresas precisam estar cientes dessas cobranças para evitar surpresas e garantir uma gestão eficiente dos custos de deslocamento. No caso de eventos corporativos, por exemplo, a escolha do destino passa a exigir uma análise mais detalhada, considerando não apenas passagens e hospedagem, mas também taxas adicionais", alerta Wilson.


Principais Destinos que Cobram Taxas de Turismo

Diversas cidades já aplicam a taxa do turista, e algumas estão ampliando sua cobrança. Entre os principais exemplos estão:

  • Butão: Taxa de US$ 200 por dia para cada visitante.
  • Veneza: Cobrança de 5 a 10 euros para turistas que visitam a cidade sem pernoitar.
  • Barcelona: Taxa de hospedagem de até 7,50 euros por dia.
  • Maiorca: Cobrança de até 6 euros por dia na alta temporada.
  • Berlim: Taxa de 7,5% sobre o valor da hospedagem.
  • Amsterdã: Imposto de 12,5% sobre o valor da diária.

A arrecadação dessas taxas é, em teoria, destinada à manutenção da infraestrutura turística, preservação ambiental e desenvolvimento de projetos sustentáveis. No entanto, especialistas alertam para a necessidade de transparência no uso desses fundos.

"Muitos viajantes aceitam pagar a taxa quando percebem que o valor é revertido para a conservação da cidade ou para a melhoria da experiência turística. No entanto, em alguns lugares, o destino da arrecadação ainda não está bem definido, o que gera dúvidas e críticas", destaca Wilson.


Tendências para o Futuro: Mais Taxas Virão?

Com o crescimento contínuo do turismo global, a previsão é que mais destinos adotem medidas semelhantes nos próximos anos. Em 2024, o Japão iniciou discussões para implementar uma taxa turística adicional em cidades como Quioto, onde a superlotação se tornou um problema recorrente.

Além disso, alguns governos estudam medidas mais restritivas, como limites diários de visitantes e proibições de entrada em áreas protegidas, a fim de minimizar o impacto ambiental.

"Empresas que organizam viagens corporativas ou eventos internacionais devem ficar atentas às mudanças na regulamentação de cada destino. A escolha do local para um congresso ou convenção precisa levar em conta não apenas a logística e a infraestrutura, mas também a viabilidade financeira diante dessas novas taxas", ressalta Silva.


Como Empresas Podem Reduzir o Impacto das Taxas Turísticas?

Diante desse cenário, empresas que realizam viagens internacionais com frequência podem adotar algumas estratégias para minimizar os impactos das novas taxas turísticas. Entre elas:

  • Planejamento antecipado: Conhecer as taxas cobradas nos destinos e incluí-las no orçamento da viagem.
  • Escolha estratégica de destinos: Optar por cidades com menor carga tributária sobre o turismo.
  • Gestão eficiente de viagens corporativas: Contar com o suporte de uma agência especializada que possa auxiliar na otimização de custos e na escolha dos melhores roteiros.


R3 Viagens


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