Um dos principais destinos dos brasileiros já registrou 258 casos, em três estados
O surto de sarampo
nos Estados Unidos chama a atenção das autoridades sanitárias do Brasil por se
tratar de um dos principais destinos internacionais dos brasileiros. Segundo o
Escritório Nacional de Viagens e Turismo (NTTO, sigla em inglês), foram
1,91 milhão apenas no ano passado, em dezenas de voos diários. Os casos foram
notificados em três estados norte-americanos: Texas, Novo México e Oklahoma,
totalizando 258 pessoas até o dia 12, incluindo situações delicadas de recém-nascidos
de mães não vacinadas, de acordo com divulgação oficial do governo.
“É uma doença grave e a vacinação é o melhor caminho para preveni-la”, destaca
a médica infectologista Sylvia Freire, do Sabin Diagnóstico e Saúde. O
Ministério da Saúde indica a vacina tríplice viral, que protege os imunizados
também contra a caxumba e a rubéola, para crianças a partir 12 meses.
Adolescentes e adultos não vacinados ou com esquema incompleto devem iniciar ou
completar o esquema vacinal.
Para aqueles até 29 anos, a recomendação do Programa Nacional de Imunizações é
de duas doses com no mínimo um mês de intervalo. A partir dos 30 anos até 59
anos completos, quem ainda não tomou a vacina recebe dose única. Trabalhadores
de saúde não imunizados previamente devem receber duas doses, independentemente
da idade, com intervalo de 30 dias.
Em situações de surto, as recomendações rotineiras podem ser alteradas, sendo
possível a administração de uma dose da vacina tríplice viral nas crianças
entre 6 e 12 meses de idade, entre outras medidas.
O vírus do
sarampo, Morbillivirus, pode ser transmitido por via respiratória, ao
espirrar, tossir, falar e até mesmo respirar. “A transmissão pode ocorrer antes
que o paciente apresente sintomas típicos como as manchas no corpo”, alerta
Sylvia. “Como circula em outros países e pode voltar a circular no Brasil é
importante os adultos verificarem se foram imunizados na infância. O sarampo,
como sabemos, é uma doença potencialmente grave. Os pacientes em dúvida, devem
procurar uma unidade de vacinas”, orienta a médica.
Antes da introdução da vacina, em 1963, o mundo vivia epidemias de sarampo em
intervalos de dois a três anos que culminaram na morte de 2,6 milhões de
pessoas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), trata-se de uma
das doenças mais contagiosas do mundo, com taxa de mortalidade de 5% a 10% em
crianças de países subdesenvolvidos. Nos casos mais graves, pacientes podem
desenvolver complicações como encefalite e infeções bacterianas secundárias,
como pneumonia e otite média aguda. Grávidas que contraem o sarampo podem
sofrer parto prematuro ou gerar um bebê de baixo peso. Crianças de até 5 anos e
imunossuprimidos são os grupos de maior risco de agravamento.
Atenção redobrada para quem viajou
O viajante que retorna ao Brasil deve manter a atenção ao aparecimento de
sintomas em até 21 dias, destaca a infectologista pediátrica do Sabin,
reforçando a orientação do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE). Caso
apresente febre e manchas vermelhas na pele, evite o contato com outras pessoas
até ser avaliado por um profissional da saúde.
Nos últimos anos, o sarampo protagonizou novos surtos que acometeram pessoas em
diversas partes do mundo. Segundo a OMS, foram registrados mais de 300 mil
casos de sarampo no mundo ao longo de 2023. Estimativas revelam que a cobertura
vacinal atende 83% da população mundial, o que é considerado insuficiente, uma
vez que a cobertura indicada é de 95%.
Sintomas do sarampo
Os primeiros sintomas da doença se assemelham aos de um resfriado comum ou da
gripe, como tosse seca, coriza, mal-estar intenso. Conjuntivite e febre maior
que 38,5oC costumam ocorrer também na fase inicial. O indício mais
emblemático, conforme explica a infectologista pediátrica, é quando as pessoas
apresentam manchas na pele, sem secreção, que aparecem entre 3 e 5 dias após o
início dos sintomas menos específicos. Inicialmente, as lesões surgem no rosto
e atrás das orelhas e se espalham, em seguida, pelo restante do corpo.
“A persistência da febre, após o aparecimento das manchas na pele pode apontar
para possível gravidade da doença, principalmente em crianças menores de cinco
anos”, informa Sylvia, que acrescenta: “Há quem apresente outros sintomas, como
os gastrointestinais (vômito e diarreia), neurológicos, que podem sinalizar uma
encefalite (inflamação cerebral), além de sintomas pulmonares, em consequência
de pneumonia viral ou bacteriana, resultado de infecção secundária”.
Vacinas disponíveis
Além da vacina tríplice viral, o Brasil disponibiliza rotineiramente outro
imunizante que previne o sarampo: a tetraviral, responsável por prevenir os
vírus do sarampo, da caxumba, rubéola e varicela (catapora).
acesse o site da companhia
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