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Apesar de cada vez mais comum nos centros cirúrgicos do país , técnica ainda gera dúvidas nos pacientes |
O médico usa o robô como uma ferramenta, assim como o
bisturi é utilizado em um procedimento convencional. A máquina obedece aos
comandos do cirurgião, que está na mesma sala, a poucos metros do paciente.
Voltei de uma recente especialização em robótica da Alemanha, no Hospital
Universitário de Leipzig, convicto de que nos próximos anos a popularização do
robô fará com que as cirurgias sejam processos ainda mais seguros.
Por isso, faço sempre questão de esclarecer os seguintes
fatos para todos os meus pacientes que têm indicação cirúrgica:
1. O robô não opera sozinho
Ele é um assistente, uma ferramenta tecnológica a serviço
da equipe cirúrgica. O médico controla os instrumentos em um console, com uma
espécie de joystick. Esses movimentos são reproduzidos pelos braços do robô
cirurgião, que está em contato com o corpo do paciente.
2. A equipe cirúrgica precisa ser
especializada na técnica robótica
Não é todo médico que pode operar com o robô. O
profissional precisa ter experiência em cirurgia tradicional e uma formação
especial em cirurgia robótica. Além do cirurgião principal, outro médico
auxiliar presta assistência direta ao paciente, e toda a equipe cirúrgica é
especializada nesta modalidade.
3. É um procedimento com indicação
específica
O uso do robô não é indicado para cirurgias de baixa
complexidade. Ele é uma ferramenta especialmente importante para procedimentos
que costumam ser mais delicados e invasivos, como cirurgias oncológicas,
cardíacas ou neurológicas.
4. A recuperação do paciente é mais
rápida
Essa é uma das principais vantagens da técnica: as
manobras dos braços do robô são mais precisas e livres dos tremores naturais da
mão humana. Dessa forma, os tecidos saudáveis do paciente são mais preservados
e as incisões são menores. O resultado é um pós-operatório mais rápido e com
menos dor, além de chances mais baixas de sangramento e efeitos colaterais.
5. A urologia é uma das
especialidades mais beneficiadas
O robô assiste a cirurgias de várias especialidades, mas a urologia está entre as mais beneficiadas. Os procedimentos urológicos envolvem estruturas e órgãos especialmente delicados e de difícil acesso, em que a precisão é essencial para uma boa recuperação no pós-operatório. Um exemplo são as intervenções oncológicas: hoje a cirurgia robótica é considerada padrão ouro para a prostatectomia radical, a retirada da próstata no tratamento de câncer.
6. A tecnologia é usada há mais de 16 anos no Brasil
O robô é uma tecnologia de ponta, mas não é uma técnica experimental. A cirurgia robótica é aplicada no Brasil desde 2008, regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina e cresce a cada ano. De acordo com a Associação Médica Brasileira, em 2023 havia 111 robôs distribuídos pelos principais centros cirúrgicos do país. Estima-se que hoje o número esteja próximo de 140.
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