Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) aumentou a Selic de 13,25% para 14,25% ao ano. Instituição destaca a importância do planejamento financeiro
A alta da taxa básica de juros (Selic) anunciada
pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) nessa
quarta-feira (19) – subindo de 13,25% para 14,25% ao ano – exige mais
planejamento financeiro dos pequenos negócios. Isso porque decisão impacta
diretamente os custos de empréstimos e financiamentos requisitados por pessoas
e empresas. Mesmo com a perspectiva de que o ciclo de alta esteja perto do fim,
o empresário precisa estar informado sobre o cenário econômico, ter outras
formas de financiamento e ajustar os produtos e serviços à demanda da
população.
O primeiro passo para se preparar para este momento
com juros altos é revisar seus planos financeiros para aproveitar futuras taxas
mais baixas, considerando investimentos em expansão ou modernização. Giovanni
Beviláqua, coordenador de Acesso a Crédito e Investimentos do Sebrae, explica
que para reduzir a dependência de empréstimos bancários, há outros caminhos de
financiamentos a serem explorados, como crowdfunding ou investidores-anjo, as
cooperativas de crédito e agências de fomento e desenvolvimento.
“Não podemos esquecer os aspectos relacionados à
educação financeira. Empreendedores devem estar atualizados sobre as tendências
econômicas para tomar decisões com embasamento técnico”, argumenta Beviláqua.
“Pelo lado comercial, uma possibilidade a ser seriamente considerada pelos
empreendedores seria oferecer uma variedade de produtos ou serviços, uma vez
que isso pode ajudar a mitigar os efeitos de uma desaceleração econômica”,
completa.
O coordenador do Sebrae enfatiza ainda a
importância de um planejamento financeiro sólido, uma diversificação de
financiamento e gestão eficaz de riscos. “Os empreendedores podem não apenas
sobreviver, mas também se beneficiar de um ambiente econômico mais favorável no
futuro”, aponta.
Alternativa
De acordo com levantamento do Sebrae, com base em
dados do Banco Central, a taxa de juros em empréstimo para um microempreendedor
individual (MEI) fica, na média nacional, mais que quatro vezes maior que a Selic.
No caso dos MEI da região Nordeste, esse valor supera 51% ao ano.
Por isso, o Sebrae tem atuado
junto ao governo federal, no Programa Acredita, para ampliar o acesso dos pequenos negócios a crédito. Por meio do
Fundo de Aval para Micro e Pequena Empresa (Fampe), cerca de 30 instituições
bancárias estão aptas a ofertar os recursos. Nos próximos três anos, está
previsto o aval de R$ 30 bilhões em operações de crédito.
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