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quinta-feira, 20 de março de 2025

Março Amarelo: como a endometriose impacta a saúde mental das pacientes

OMS estima que mais de 7 milhões de brasileiras sofrem danos emocionais e psicológicos causados pelos sintomas físicos da doença


Março Amarelo é um mês dedicado à conscientização sobre a endometriose, uma doença crônica que afeta cerca de 190 milhões de mulheres no mundo todo, sendo mais de 7 milhões aqui no Brasil, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, além das dores físicas intensas e das complicações comuns para a fertilidade, um aspecto frequentemente negligenciado é o impacto emocional e psicológico da endometriose na vida das pacientes. 

A condição, que se caracteriza pelo crescimento anormal de tecido semelhante ao endométrio fora do útero, pode levar a dores incapacitantes, limitações na vida social e profissional, dificuldades nos relacionamentos e até depressão e ansiedade. 

“O sofrimento causado pela endometriose vai muito além dos sintomas físicos. Muitas pacientes relatam sentimentos de frustração, tristeza e ansiedade intensos devido às incertezas sobre sua saúde e as consequências dos sintomas em sua qualidade de vida”, afirma o Dr. Patrick Bellelis, ginecologista especializado em endometriose e colaborador do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. 

A relação entre dor crônica e saúde mental deve ser um ponto de atenção para especialistas da área. Mulheres com endometriose frequentemente enfrentam uma jornada longa até o diagnóstico, o que pode levar a um desgaste emocional significativo logo no começo do enfrentamento. A dor persistente, aliada à falta de compreensão sobre a doença, pode ter repercussões psicológicas profundas. 

Tamanho impacto emocional pode se manifestar de diferentes formas, incluindo estresse e alterações no humor. O isolamento social também é uma consequência comum, já que a dor e o desconforto podem interferir na participação em eventos sociais e atividades do dia a dia. Além disso, a falta de reconhecimento e compreensão sobre a condição pode gerar sentimentos de desamparo, intensificando o sofrimento emocional. 

“Além dos cuidados ginecológicos, o acompanhamento psicológico é indispensável para a melhora da qualidade de vida destas mulheres. A terapia pode ajudar a paciente a desenvolver estratégias de enfrentamento e ressignificar a dor, promovendo conforto para os momentos críticos e uma melhora geral em seu bem-estar emocional”, reforça Bellelis. 



Clínica Bellelis - Ginecologia


Patrick Bellelis - Doutor em Ciências Médicas pela Universidade de São Paulo (USP); graduado em medicina pela Faculdade de Medicina do ABC; especialista em Ginecologia e Obstetrícia, Laparoscopia e Histeroscopia pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo); além de ser especialista em Endoscopia Ginecológica e Endometriose pelo Hospital das Clínicas da USP. Possui ampla experiência na área de Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva, atuando principalmente nos seguintes temas: endometriose, mioma, patologias intrauterinas e infertilidade. Fez parte da diretoria da Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE) de 2007 a 2022, além de ter integrado a Comissão Especializada de Endometriose da FEBRASGO até 2021. Em 2010, tornou-se médico assistente do setor de Endometriose do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital das Clínicas da USP; em 2011, tornou-se professor do curso de especialização em Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva — pós-graduação lato sensu, do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês; e, desde 2012, é professor do Instituto de Treinamento em Técnicas Minimamente Invasivas e Cirurgia


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