Priscilla Fiedler
Florais, ansiolíticos controlados e
fitoterápicos podem ser manipulados em formas farmacêuticas que auxiliam a
administração para os pets.
Médica-veterinária orienta sobre medidas e medicamentos que podem amenizar os danos das celebrações para os pets
Embora a soltura de fogos de artifício com barulhos seja proibida em diversas cidades brasileiras, a regra não é cumprida por todos. Então, vale imaginarmos como seria repentinamente escutar ruídos dos fogos de artifício quatro vezes mais alto do que ouvimos, acompanhados de iluminação forte e agitação de pessoas, sem entender do que se trata. É assim que as celebrações de fim de ano são percebidas pelos pets e, por isso, a conscientização e a prevenção são fundamentais.
Os animais de estimação possuem uma audição muito
mais sensível. Cães conseguem captar sons em frequências de até 60.000 Hz,
enquanto gatos chegam a 85.000 Hz, muito superiores aos 20.000 Hz que o ouvido
humano pode perceber. Essa capacidade auditiva ampliada faz com que os
estrondos dos fogos sejam assustadores, podendo causar desde medo, traumas,
posturas agressivas, tentativas de fuga até laceração dos tímpanos, ataque
cardíaco, desmaios, automutilações, convulsões ou, mesmo, a morte em animais
mais sensíveis ou com comorbidades.
Preparativos
Segundo a médica-veterinária e consultora da rede
de farmácias de manipulação veterinária DrogaVET, Farah de Andrade, quanto
antes tomarmos medidas preventivas, melhores os resultados. A dessensibilização
dos animais habituando-os a ouvirem ruídos de fogos enquanto participam de uma
brincadeira ou recebem carinho e petiscos é uma forma de associarem o som alto
a bons momentos, contribuindo com a prevenção de respostas exacerbadas.
Uma consulta antecipada ao médico-veterinário
também é essencial para avaliar as condições clínicas, a ansiedade, o medo e o
estresse do animal. Em muitos casos, é recomendado o uso de medicamentos para
preparar o pet e proporcionar maior tranquilidade. Florais de Bach,
nutracêuticos e fitoterápicos, como valeriana, kawa-kawa, passiflora,
L-triptofano e melatonina são algumas opções naturais para a prevenção e podem
ser manipuladas em formas farmacêuticas flavorizadas que auxiliam a
administração.
“Medicar um animal nem sempre é uma tarefa fácil,
especialmente os gatos. Por isso, a manipulação de medicamentos com formas
farmacêuticas como glóbulos, biscoitos ou molhos, em sabores como bacon, leite
condensado ou frango facilitam a aceitação do pet e reduzem o estresse de
medicar”, argumenta Farah.
A veterinária lembra ainda que para animais com
alto grau de ansiedade ou com saúde debilitada, pode ser necessária a
administração de medicamentos de uso controlado. “Esse tipo de medicamento só
pode ser prescrito por um médico-veterinário. O tutor nunca deve administrar
doses menores de seus próprios medicamentos para o pet. Embora alguns
princípios ativos sejam comuns aos animais e aos humanos, a indicação é muito
específica e a dose, muito diferente. Esse é outro motivo para optar pela
manipulação de medicamentos veterinários: a dose é exata para o peso do animal
e a quantidade específica para o tratamento, uma segurança a mais para pets e
tutores”, esclarece Farah.
Como proteger os pets durante
a soltura de fogos de artifício
Administre os medicamentos conforme a prescrição
médica. Mantenha o pet dentro de casa, pois será mais difícil escapar e ficará
mais tranquilo ao se sentir próximo do tutor. Fechar portas, janelas e
cortinas, ajudará a abafar o som e criará a sensação de segurança. Escolha um
ambiente tranquilo da casa onde o pet possa se sentir seguro e inclua objetos
familiares, como caminhas, brinquedos e roupas com o cheiro do tutor.
Ligue a TV, rádio ou músicas relaxantes para
disfarçar o som dos fogos. Utilize essências ou difusores de feromônios, que
ajudam a criar um ambiente mais calmo. Se possível, permaneça com o pet e
demonstre tranquilidade durante os estrondos, isso o deixará mais seguro e
confortável.
Outros riscos do fim do ano
Confraternizações, decoração e alimentação típicas
das festas de fim de ano também representam riscos aos pets. Visitas frequentes
e festas em casa geralmente causam estresse aos animais, que podem se sentir
acuados ou ameaçados. Enfeites como fios de luz, bolinhas de árvore de Natal e
plantas como a flor-de-natal (tóxica para animais) podem ser ingeridas
acidentalmente e causar intoxicação, choques, obstrução ou perfuração de órgãos
internos.
O cardápio diferenciado dos tutores também oferece
risco, caso seja ingerido pelos pets. As tão comentadas uvas-passas, presentes
em diversos pratos, e as uvas, que compõem as mesas e os rituais de fim de ano
podem causar insuficiência renal aguda em cães e gatos, assim como a carambola,
que tem alto teor de ácido oxálico, prejudicial aos rins. Condimentos e
temperos, como cebola e alho, por exemplo, contêm dissulfetos e tiossulfatos,
que podem causar danos aos glóbulos vermelhos dos animais, levando a uma anemia
hemolítica. Espinhas de peixe e ossos oferecem risco de gerar uma obstrução
intestinal. Doces, bolachas, rabanada, panetones e chocotones são ricos em
gordura, carboidratos e açúcar, além do chocolate dos chocotones, extremamente
tóxico para cães e gatos.
A importância da
conscientização
Muitas consequências negativas podem ser evitadas
com medidas simples, mas que exigem planejamento e atenção. Para auxiliar na
conscientização dos tutores, a DrogaVET lançou um e-book gratuito com dicas
práticas para o fim de ano, que pode ser acessado pelo link: https://encurtador.com.br/FxBHo
DrogaVET
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