Médica especialista explica os avanços
da tecnologia na saúde reprodutiva e os motivos da sua crescente aplicação
nesta áreafreepik
A inteligência artificial (IA) tem se destacado em diversas áreas,
e na medicina reprodutiva não é diferente. Isso acontece porque a tecnologia
pode padronizar e automatizar muitos processos de avaliação de embriões,
diminuindo a variabilidade entre os operadores e oferecendo uma análise mais
objetiva. A Dra. Andrea Barrueco, médica da Associação Mulher Ciência e
Reprodução Humana do Brasil (AMCR), destaca algumas das mudanças que tornaram o
processo de avaliação dos embriões mais eficaz e preciso, facilitando a escolha
dos melhores para a fertilização.
“Tradicionalmente, os embriologistas avaliam a qualidade dos
embriões com base em características visuais, o que pode ser subjetivo e
suscetível a variações entre profissionais. A IA pode mitigar essa
variabilidade ao fornecer uma análise padronizada e mais objetiva. Algoritmos
treinados em grandes conjuntos de dados de embriões conseguem prever com
precisão a viabilidade e a qualidade dos embriões, considerando também fatores
como a velocidade de crescimento e anormalidades cromossômicas potenciais, que
são preditivos de implantações bem-sucedidas”, explica a Dra.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 2
milhões de ciclos de FIV são realizados anualmente em todo o mundo, e com o uso
da Inteligência Artificial, o tempo de seleção e análise de óvulos é reduzido,
permitindo decisões mais rápidas e tratamentos mais eficientes, o que pode
aumentar as chances de sucesso na reprodução assistida.
“É interessante destacar que a IA está transformando a fertilização
in vitro (FIV), melhorando a seleção de embriões viáveis e, assim, aumentando
as taxas de sucesso nos tratamentos de fertilidade. As técnicas de IA, como
aprendizado de máquina e deep learning, são aplicadas para avaliar imagens de
embriões coletadas ao longo de seu desenvolvimento, identificando padrões sutis
que podem indicar a probabilidade de implantação e o potencial de crescimento
saudável”, aponta a Dra. Andrea Barrueco.
Além disso, a IA pode reduzir significativamente os custos
associados ao tratamento, pois, ao melhorar a precisão das escolhas logo na
primeira tentativa, os casais têm maiores chances de evitar várias tentativas.
“A IA pode ser combinada com testes genéticos para identificar
embriões com número anormal de cromossomos (aneuploidia), que podem impactar a
viabilidade e sucesso de uma gravidez. Através do aprendizado, os sistemas de
IA conseguem processar grandes conjuntos de dados genéticos e morfológicos para
prever quais embriões têm maior probabilidade de serem euploides (com número
normal de cromossomos) e, portanto, mais propensos a resultarem em uma gravidez
bem-sucedida”, aponta a médica da AMCR.
Diante desses fatos, observa-se um avanço significativo da
medicina reprodutiva, tornando a fertilização assistida mais confiável e
acessível a um número maior de pacientes. “Outro fator importante é que com a
IA é possível acompanhar em tempo real o desenvolvimento dos óvulos,
registrando alterações e identificando possíveis desvios na qualidade oocitária
ao longo do processo,” finaliza a Dra. Andrea.
AMCR – Associação Mulher Ciência e Reprodução Humana do Brasil
Para saber mais informações, acesse o site.
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