No Brasil, atualmente apenas uma mínima camada da população tem acesso a aconselhamento financeiro de qualidade, mesmo o país sendo a nona economia do mundo. Com isso, os problemas relacionados a dinheiro acabam afetando diretamente a rotina e as decisões das pessoas, influenciadas pela falta de organização. Mas você sabe como os níveis de aptidão financeira influenciam no rendimento dos colaboradores de uma empresa?
A pesquisa The Employer’s Guide to Financial
Wellbeing, realizada em 2021 com trabalhadores do Reino Unido, aponta que a
maioria dos funcionários se enquadram em ter baixos níveis de aptidão
financeira, ou seja, gastam primeiro e poupam caso sobre algo. Além disso, o
nível de bem-estar relacionado ao dinheiro de alguém é determinado por sua
atitude, hábitos e comportamentos, já que a maioria dos entrevistados gasta
antes do pagamento.
Veja abaixo quais são os cinco níveis de aptidão
financeira que foram analisados:
- Lutadores:
frequentemente ficam sem dinheiro antes do dia de pagamento;
- Gastadores:
praticamente não possuem economias e não têm o suficiente para gastar em
coisas sem se sentirem culpados;
- Construtores:
possuem mais de três meses de economia para lidar com gastos inesperados;
- Planejadores:
possuem economias para se manterem por quase três meses, mas não têm o
suficiente para lidar com gastos inesperados;
- Prósperos:
as finanças não são uma restrição para viver a vida que eles querem.
Outro ponto que se destacou na análise é que no
Reino Unido, 26% dos funcionários estão preocupados com dinheiro, o dado supera
as preocupações com: a carreira (22%), com a saúde (18%) e, por fim com os
relacionamentos (14%). Mesmo durante uma pandemia, o dinheiro continuou sendo a
maior fonte de estresse na vida da maioria dos funcionários.
Apesar do levantamento ter sido feito na Europa, o
conceito se adequa ao Brasil, que possui problemas sérios de qualidade na
educação financeira. Em 2019, 73% dos brasileiros indicaram os problemas
envolvendo dinheiro como a principal fonte de tensão. Em 2021, esse total subiu
para 78%, de acordo com dados da International Stress Management Association
(ISMA-BR).
Partindo desses níveis, podemos analisar que
funcionários prósperos tendem a ser mais felizes, pois pessoas estáveis
financeiramente são mais propensas a aumentar seu capital, estabilizar suas
despesas e, consequentemente, alavancar o crescimento econômico/patrimonial.
Com isso, elas possuem mais possibilidades de realizar sonhos e sair dos ciclos
de endividamento, já que esse cenário estimula um futuro mais consciente.
Alguns profissionais, muitas vezes bem remunerados,
têm uma visão distorcida da sua renda e, logo, sobre o seu bem-estar financeiro
pelo fato de não ter um bom controle de suas finanças pessoais. Isso gera
descontentamento, queda na produtividade e, por consequência, aumento na taxa
de rotatividade dentro da empresa. Além disso, profissionais com baixa saúde
financeira apresentam menor produtividade, maior absenteísmo, gastam até 14
horas semanais cuidando das suas finanças e têm duas vezes mais intenções de
trocar de emprego (PwC 2022).
Algumas possibilidades para organizar as finanças
pessoais são a contratação de um consultor financeiro, a realização de um curso
ou, dentre outros, uma agenda para controle. É claro que não existe um modo só
que seja o único correto, mas há a necessidade de ter uma forma de se organizar
financeiramente para que não se corra riscos ou se tenha surpresas, evitando o
endividamento, por exemplo.
Quando a pessoa entende qual é o seu nível de
aptidão financeira, ela pode criar uma consciência em relação a quais medidas
tomar para melhorar sua qualidade de vida. Afinal, o planejamento com o
dinheiro permite entender os caminhos que existem para atingir um determinado
desejo pessoal ou profissional. Além disso, quando nos conscientizamos sobre o
planejamento financeiro, ele se torna um grande incentivador.
Lucas
Radd -sócio-fundador e CEO da Rufy, plataforma
de saúde financeira, destinada para pessoas e empresas, interessadas em
oferecer o sistema como benefício aos colaboradores.
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