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terça-feira, 11 de abril de 2023

Como os níveis de aptidão financeira influenciam no rendimento dos funcionários

No Brasil, atualmente apenas uma mínima camada da população tem acesso a aconselhamento financeiro de qualidade, mesmo o país sendo a nona economia do mundo. Com isso, os problemas relacionados a dinheiro acabam afetando diretamente a rotina e as decisões das pessoas, influenciadas pela falta de organização. Mas você sabe como os níveis de aptidão financeira influenciam no rendimento dos colaboradores de uma empresa? 

A pesquisa The Employer’s Guide to Financial Wellbeing, realizada em 2021 com trabalhadores do Reino Unido, aponta que a maioria dos funcionários se enquadram em ter baixos níveis de aptidão financeira, ou seja, gastam primeiro e poupam caso sobre algo. Além disso, o nível de bem-estar relacionado ao dinheiro de alguém é determinado por sua atitude, hábitos e comportamentos, já que a maioria dos entrevistados gasta antes do pagamento.

Veja abaixo quais são os cinco níveis de aptidão financeira que foram analisados:

  • Lutadores: frequentemente ficam sem dinheiro antes do dia de pagamento;
  • Gastadores: praticamente não possuem economias e não têm o suficiente para gastar em coisas sem se sentirem culpados;
  • Construtores: possuem mais de três meses de economia para lidar com gastos inesperados;
  • Planejadores: possuem economias para se manterem por quase três meses, mas não têm o suficiente para lidar com gastos inesperados;
  • Prósperos: as finanças não são uma restrição para viver a vida que eles querem.

Outro ponto que se destacou na análise é que no Reino Unido, 26% dos funcionários estão preocupados com dinheiro, o dado supera as preocupações com: a carreira (22%), com a saúde (18%) e, por fim com os relacionamentos (14%). Mesmo durante uma pandemia, o dinheiro continuou sendo a maior fonte de estresse na vida da maioria dos funcionários.

Apesar do levantamento ter sido feito na Europa, o conceito se adequa ao Brasil, que possui problemas sérios de qualidade na educação financeira. Em 2019, 73% dos brasileiros indicaram os problemas envolvendo dinheiro como a principal fonte de tensão. Em 2021, esse total subiu para 78%, de acordo com dados da International Stress Management Association (ISMA-BR). 

Partindo desses níveis, podemos analisar que funcionários prósperos tendem a ser mais felizes, pois pessoas estáveis financeiramente são mais propensas a aumentar seu capital, estabilizar suas despesas e, consequentemente, alavancar o crescimento econômico/patrimonial. Com isso, elas possuem mais possibilidades de realizar sonhos e sair dos ciclos de endividamento, já que esse cenário estimula um futuro mais consciente.

Alguns profissionais, muitas vezes bem remunerados, têm uma visão distorcida da sua renda e, logo, sobre o seu bem-estar financeiro pelo fato de não ter um bom controle de suas finanças pessoais. Isso gera descontentamento, queda na produtividade e, por consequência, aumento na taxa de rotatividade dentro da empresa. Além disso, profissionais com baixa saúde financeira apresentam menor produtividade, maior absenteísmo, gastam até 14 horas semanais cuidando das suas finanças e têm duas vezes mais intenções de trocar de emprego (PwC 2022). 

Algumas possibilidades para organizar as finanças pessoais são a contratação de um consultor financeiro, a realização de um curso ou, dentre outros, uma agenda para controle. É claro que não existe um modo só que seja o único correto, mas há a necessidade de ter uma forma de se organizar financeiramente para que não se corra riscos ou se tenha surpresas, evitando o endividamento, por exemplo.

Quando a pessoa entende qual é o seu nível de aptidão financeira, ela pode criar uma consciência em relação a quais medidas tomar para melhorar sua qualidade de vida. Afinal, o planejamento com o dinheiro permite entender os caminhos que existem para atingir um determinado desejo pessoal ou profissional. Além disso, quando nos conscientizamos sobre o planejamento financeiro, ele se torna um grande incentivador.


Lucas Radd -sócio-fundador e CEO da Rufy, plataforma de saúde financeira, destinada para pessoas e empresas, interessadas em oferecer o sistema como benefício aos colaboradores.


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